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  • Review | Super Meat Boy

    Review | Super Meat Boy

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    Quem assistiu ao Indie Game: The Movie vai se lembrar da dupla que desenvolveu um tal de Super Meat Boy, jogo de plataforma com dificuldade elevada. O sucesso foi tremendo, tanto que, ao lado de Braid, este é um dos grandes responsáveis pela abertura de portas do mercado às produtoras independentes.

    Lançado em 2010, Super Meat Boy é um jogo essencialmente simples, com mecânicas básicas e alto desafio. Não há dúvidas de que o ponto forte do jogo é o level design, milimetricamente calculado pra te ferrar. Apesar disso, não é uma dificuldade injusta, mas apenas exigente. Quem jogar no PC, uma dica preciosa: utilize um (bom) controle para ganhar precisão, o teclado poderá dificultar as coisas.

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    Vença os “pequenos” desafios para salvar sua amada Bandage Girl

    O super garoto de carne corre muito rápido, dá pulos bem longos e consegue se impulsionar nas paredes para subir em locais mais altos. Enquanto anda, deixa um rastro de sangue e faz um barulhinho molhado (afinal, ele não tem pele). Durante as fases, você poderá coletar band-aids que habilitarão novos personagens, vários deles do cenário indie. Outra forma de adquirir novos personagens é encontrar fases secretas onde você jogará com o próprio personagem e, se vencer, poderá utilizá-lo nas fases comuns. A trilha sonora é absolutamente fantástica, composta por Danny Baranowsky.

    O jogo é dividido em “mundos”, cada um com 20 fases e um chefe. O objetivo é sair do ponto A e chegar ao ponto B, onde se encontra sua amada Bandage Girl. Se o jogador terminar a fase rapidamente, terá a opção de jogar uma versão mais difícil da mesma fase, o que aumenta consideravelmente a vida útil do jogo. Você não ataca, apenas corre e pula. Então como enfrentar os chefes? Este é mais um ponto positivo do game design. Jogue e descubra como eles fizeram. O visual de cada mundo é bem diferente, algumas fases tem belíssimos visuais artísticos, apesar dos gráficos simples.

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    Tela antes de uma fase secreta: sempre uma arte pixelada com referências

    Super Meat Boy é um jogo muito carismático, com várias referências à cultura pop e desafio alto para a média atual. Tenha paciência, insista no desafio, verifique o que você está fazendo de errado, às vezes você morre por um erro bobo. Ao terminar a fase, um replay será executado mostrando todas as suas tentativas de passar da fase… ao mesmo tempo! Se você morreu muito, verá um tsunami de Meat Boys, é animal. O jogo exige de você, e vencer aquela fase difícil é muito recompensador. Se quiser perceber a evolução dos desenvolvedores, procure pelo antecessor Meat Boy, facilmente encontrado pela internet. O visual, jogabilidade e música já estavam pré-definidos, mas o refinamento do level design em Super Meat Boy é notável. Disponível para XBox360, PlayStation 4, PS Vita, Wii U, Windows, Linux e Mac.

  • Review | Mother

    Review | Mother

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    Um casal desaparece misteriosamente e apenas o homem, George, retorna. Ele não diz onde esteve ou o que fez. Todo o ocorrido se manteve obscuro. George inicia uma série de estudos secretos e permanece isolado. Décadas se passam e conhecemos Ninten, um jovem garoto que, em sua casa, se envolve em um evento paranormal. Ele é atacado por um terrível… ABAJUR! Após o ocorrido, o pai de Ninten diz que seu avô era um estudioso dos poderes psíquicos. Isso explica os poderes do próprio Ninten. A partir daí, o jovem garoto percorrerá o mundo para solucionar o grande problema envolvendo alienígenas e bizarrices diversas.

    Mother, também conhecido por EarthBound Beginnings, é um dos clássicos absolutos no estilo JRPG. Lançado em 1989 para o saudoso NES, posteriormente ganhou versões nas plataformas mais recentes (GameboyAdvanced, Wii U). Foi uma aposta da Nintendo, pois ninguém acreditava que o jogo seria bom e faria sucesso. Apostaram certo. Mother foi bem recebido, tanto que ganhou duas continuações.

    A estrutura do jogo segue a linha dos JRPG clássicos, mas é ambientado em tempos modernos. Os inimigos são encontrados de forma aleatória no mapa e a batalha acontece em turnos. Na tela de combate, vemos apenas os inimigos, no mesmo estilo de Dragon Quest. Os personagens ganham experiência a cada batalha vencida, sobem de nível, ficam mais fortes e ganham novas habilidades. Nada muito diferente do que estamos acostumados.

    O mundo é gigantesco, há inúmeras cidades para se visitar e, no caminho, toneladas de inimigos surgirão. Esse é o grande problema deste e da maioria dos JRPG: você é obrigado a fazer grinding, caso contrário seus personagens não estarão fortes o suficiente para enfrentar novos inimigos e chefes. A variedade de inimigos não torna o grinding mais divertido. Este é o ponto mais fraco do jogo, mas já era de se esperar, afinal estamos falando de um RPG japonês. A batalha final consegue dar uma variação interessante, o que deveria ter sido explorado em outras fases ao longo do jogo.

    Mother deve ser jogado com diversas ressalvas. É um JRPG dos primórdios, lançado há quase três décadas. Algumas limitações técnicas e falhas de game design irão afastar muitos jogadores. O grande problema é o grinding cansativo naquele sistema de batalha precário. A maioria dos personagens não são muito bem desenvolvidos, ficando lacunas sobre a história e personalidade deles. Apesar isso, Mother é um jogo muito carismático com trilha sonora marcante. Não é à toa que criou uma legião de fãs ao redor do mundo, que inclusive fez traduções para o inglês antes do lançamento da oficial, que ocorreu apenas este ano no Wii U. Quem gosta de JRPG tem a obrigação de conhecer Mother, um clássico que não envelheceu tão bem, mas permanece cativante.