O sinal de alerta diminuiu bastante, mas continua ligado. Após o repleto de equívocos Homem de Ferro 3, o Marvel Studios prossegue em sua chamada Fase 2 com Thor – O Mundo Sombrio. Esta segunda (Leia nossa crítica sobre o primeiro Thor) aventura solo (e terceira aparição, na cronologia peculiar do estúdio) do Deus do Trovão sabiamente dedica-se ao universo particular do personagem e consegue encontrar espaçao para, enfim, introduzir elementos para os próximos filmes. Porém, tropeça em alguns problemas desconfortavelmente semelhantes ao citado terceiro filme do Sr. Stark.
A trama, surpresa nenhuma, situa-se logo após Os Vingadores. Vemos Loki em prisão perpétua, e a única que parece ainda se importar com ele é sua mãe adotiva Frigga. Thor está empenhando em batalhas pelos Noves Reinos, mergulhados num caos depois da destruição da Ponte do Arco-Íris, e não consegue deixar de pensar na Terra e/ou Jane Foster. A bela doutora, por sua vez, segue pesquisando fenômenos científicos enquanto suspira pelo loirão. E é ela, graças a um acidente do destino, que desencadeia a ameça da vez: derrotados há milhares de anos por Bor, avô de Thor, os elfos negros e seu líder Malekith retornam para devolver o universo às Trevas.
O primeiro Thor sofre duras críticas – injustiçadas – que se concentram no tempo do filme passado na Terra. Em O Mundo Sombrio, esse tempo é reduzido, mas o problema é maior. Paradoxal? Nem tanto. Antes era uma história de origem, havia a necessidade de se criar uma ligação do herói com nosso mundo, até por conta de Os Vingadores. Agora, havia todo um background específico a ser trabalhado. E o filme começa muito bem, mostrando o ancestral Bor e os outros reinos além de Asgard e Midgard. Seguir nessa linha poderia render um plot muito mais interessante: ver Thor, Lady Sif e os Três Guerreiros empenhados nas tais batalhas para pacificar os mundos, em mais do que alguns flashes. Em vez disso, o argumento escolhido privilegia os coadjuvantes terrestres, cuja utilidade é enfatizar o aspecto humorístico.
O erro não chega no nível catastrófico de Homem de Ferro 3, aqui o timing está mais acertado, recuperando o estilo consagrado da Marvel. O melhor momento do filme, inclusive, é uma piada sensacional com a aparição inesperada de outro vingador. Mas o longa acaba pecando pelo excesso, há mais gracinhas do que seria necessário. A personagem Darcy, apesar de Kat Dennings ser puro amor, irrita porque cada uma de suas frases é irônica/engraçadinha. Somando-se a ela, um inútil novo personagem (o estagiário) e o Dr Selvig transformado num maluco nudista, um humor óbvio e fácil demais.
Em relação aos vilões, pode ser uma apontada uma certa preguiça em desenvolver algo mais criativo. Destruir o universo durante um alinhamento de planetas (rebatizado aqui como Convergência entre os Reinos) é clichê dos mais básicos. Pelo menos os elfos negros tem um visual interessante e trazem uma tecnologia que representa um desafio para Asgard. Aliás, a “tecnomagia” estabelecida no primeiro filme ganha mais espaço, vemos mais armas e naves que reforçam o teor fantástico que Thor permite que Universo Marvel comece a explorar.
Enquanto isso, os personagens asgardianos infelizmente tem um papel bem mais discreto do que no primeiro filme. Hogun mal aparece, Fandrall e Volstagg pouco fazem e Sif é tremendamente desperdiçada. Heimdall, então, chega a ser patético lembrar da sua anunciada “maior participação” nessa sequência. Odin é mostrado ainda mais como um rei velho e cansado, ansioso por deixar o trono, e não como o poderoso Pai de Todos. Compreensível, para dar espaço para Thor ser não apenas o guerreiro, mas o herói que ele precisa ser. De positivo, o maior destaque dado para Frigga.
Mas o dono do filme não poderia ser outro senão Loki. Tom Hiddleston incorporou tanto o personagem, que nem precisa se esforçar para ser o mais carismático. Ele passeia, flutua pelas cenas e se diverte ao trabalhar mais uma vez com a característica mais marcante do Deus da Trapaça: a ambiguidade. E pra não dizer que não falei dos protagonistas, Chris Hemsworth e Natalie Portman estão ok, nada demais. O romance recebe um enfoque que já era esperado, porém não incomoda, ao menos não em comparação com os reais defeitos da história.
Não que Thor – O Mundo Sombrio seja um filme ruim. O problema em analisá-lo é que os pontos positivos são os mesmos de sempre: ótimo visual, ritmo equilibrado (na maior parte do tempo) entre tensão e humor, e boas cenas de ação. Como a expectativa era mais alta, pois a liberdade era maior por não existir a necessidade apresentar personagens/ambiente, os aspectos negativos acabam se sobressaindo. Em resumo, uma aventura divertida, mas esquecível, e um grande potencial sub-aproveitado. Agora é esperar pela incógnita total chamada Guardiões da Galáxia (atenção para a cena pós-créditos) e promissor (haters gonna hate) Capitão América – O Soldado Invernal. Sem esquecer da esperança maior que é Vingadores – A Era de Ultron.
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Texto de autoria de Jackson Good.
Não me incomodei muito com esse papo de alinhamento dos noves Reinos, pois graça a esse plot já batido, tivemos cenas de ação de tirar o folego. Se existe algo que eu poderia criticar no filme é o famoso uso do “excesso de coincidências”; Eter, jane foster, greenwich tudo muito ligadinho, isso foi a unica coisa que me incomodou.
O bom humor, as piadas, as cenas coerentes ( bem diferente das 41 armaduras que aparecem no final de HF3, enquanto ele passava o filme inteiro pastando sem nenhuma. Ou do sujeito com S no peito, que mesmo podendo voar de forma extremamente rapida, preferiu quebrar o pescoço do vilão.) ( ps. Mas que fique claro que eu gostei de HF3) gosto dessas coisas, e elas sempre ganham um peso maior na minha visão do filme.
A Disney vai chafurdar nessa merda para sempre. A fase “inteligente” dos filmes de super-heróis acabou com o Dark Knight do Nolan. Agora só nos resta esperar personagens rasos, roteiros idiotas e cronologias sem sentido por mais uns 50 anos.
Realmente, é como se tivessem levado as HQs mainstream para o cinema.
Caramba, The Nindja, quando houve uma fase inteligente em filmes de super-heróis? No mesmo período em que o CQC fazia “humor inteligente” e os Legendarios eram um programa de “humor do bem”? Isso aí não existe, é tudo intriga da oposição.
Minha ameaça surtiu efeito…
Assistí Thor no sábado e ia escrever no domingo, mas essa não deu pra talaricar.
Eu concordo com as 3 estrelas, mas vou colocar só 2 coisas q eu discordo da sua crítica:
1) esse lance da tecnomagia me incomoda DEMAIS. Uma ceninha ridícula quando estão analisando o corpo da Jane foi o que mais despertou antipatia pela tecnologia Asgardiana. Aquela representação holográfica do corpo da Jane alguns centímetros acima dela, ficou MUITO terráquea demais, na minha opinião… As metralhadoras de laser eu também não gosto não… Acho que a tecnologia asgardiana não deveria se basear em campos de força e lasers, isso me incomodou demais e foi o que eu menos gostei…
2) A cena de ação do Hemdall foi a melhor do filme pra mim… Ele derrubando a nave foi sensacional, muito mais legal do que o embate final entre o Thor e o Malekith. O Idris Elba é FODA, e o Hemdall mostra massaveísse nesse filme, pelo menos… Quem eu achei que poderia ter aparecido em uma ceninha massaveio era o Odin… Ele usa aquela lança esquisita só uma vez e eu queria ver ele largando a porrada, quem sabe numa próxima, né?
No mais eu concordo que a comédia do filme é engraçadinha mas cansativa, que todos os outros personagens forma subaproveitados e o estagiário (O nome dele é Ian!!!!!!) é totalmente inútil!!
A cena entre os créditos, pelo menos, coloca os Guardiões no panorama da Marvel. Já a pós créditos é totalmente inútil… :/
Boa crítica, como sempre…
Ja ne!
Eu também preferia, mil vezes, uma abordagem mágico/mitológica. Tipo, eles SÃO os deuses nórdicos e pronto! Mas como desde o primeiro filme, os caras, morrendo de medo do público “civil” não comprar a idéia, partiram pra essa abordagem meio ESPACIAL… acho que já passou a fase de se incomodar com isso. O pior é que até nos quadrinhos os lazarentos incorporaram isso de “vikings espaciais” ¬¬
Odin, como eu disse, é o velho cansado. Isso também não me incomodou. O que eu senti falta MESMO foi ver mais dos outros mundos, os guerreiros asgardianos aparecendo mais, lutando ao lado do Thor – inclusive o Heimdall negão. Me pareceu que as participações deles foram ultra-rápidas, menores até que no primeiro filme. E enquanto isso, toooma mais piadinhas da galera da Terra ¬¬
Ps: vai “ameaçando” me roubar o Marvel Studios, que eu faço campanha pra te banir da equipe. Já falei: fica com teus animes e de boa.
Cara, eu não sabia que a Marvel Studios era seu. Quase fui ameaçado de morte e agora entendo o motivo.
Eu gostei da “TecnoMagia”. Nunca fui muito fã dessa ideia dos caras serem Deuses, usarem magia, etc, pois isso sempre abre margem para situações absurdas com a desculpa do “é magia, não precisa explicar” Quesada Style.kkkkk
Por isso prefiro a boa e velha tecnologia, que no filme é retratada de forma extremamente competente.
Não gostei nem um pouco do filme. Todas as piadas foram fora de tempo. a minha seção até que estava cheia e tirando a parte do vingador surpresa, ninguém riu em quase nenhuma hora.
o vilão é meia boca ao extremo. não tem motivação, não tem nada. coisa boba demais.
a ultima luta poderia ser bem mais épica. e sinceramente eu queria saber quem foi o retardado que bolou aquela coisa.
Sem entregar pra quem não viu, mas posso dizer com todas as letras que ainda bem que o filme se passava nos Estados Unidos.
Se por algum motivo a convergência se desse em São Paulo, estaríamos ferrados, já que utilizar aquele meio de transporte no meio da destruição do universo, quando você é um cara que voa e é super veloz faz tanto sentido quanto eu tirar a roupa agora e sair correndo pelado no trabalho.
isso pra citar só o básico. podia ficar horas aqui falando mal.
Além de não saber onde estava naquele momento, o Thor NÃO É SUPERVELOZ e só voa estando com o martelo, coisa que no momento ele não estava… mas esse não deixa de ser um exemplo do EXCESSO de piadas.
Pô, a piada do metro foi uma das mais legais.
Muito legal a crítica. E a do Hao, que tá nova página só para vídeos, já viram? Bem legal.