(Atenção: a crítica a seguir comenta acontecimentos dos números lançados de The Dark Knight III: The Master Race. Se não quiser saber nenhuma informação a respeito, interrompa a leitura – mas retorne após ter lido as edições).
A nova empreitada de Frank Miller no universo de Cavaleiro das Trevas, agora com apoio narrativo de Brian Azzarello e traços de Adam Kubert e Klaus Janson, segue uma trama na qual grandes possíveis temas são apresentados enquanto há pouca ação desenvolvida. O anticlímax é o lema de The Dark Knight – The Master Race #4.
Se considerarmos que estamos no meio da história, dividida em oito partes, é evidente que há um trabalho ativo na narrativa para conter a ação principal enquanto as personagens se alinham. Superman foi renascido na edição anterior; neste há mais um prelúdio de Mulher-Maravilha sugerindo que, finalmente, Diana entrará na ação.
Até o momento, é perceptível que não se trata de uma nova história neste futuro provável de Batman, mas uma trama envolvendo todos os heróis de um panteão agora diminuto. Em outras palavras, um ataque tão violento por parte dos vilões que obriga os velhos vigilantes a reassumirem o manto e o antigo status quo. Aos poucos, a Liga se configura diante deste cenário caótico de uma Raça Mestre prestes a dominar o mundo, ainda que, neste momento, ela demonstre grande potencial destrutivo e uma paciência longa. Há duas edições, o grupo realiza ultimatos mundiais com horas de espera, justificativa para o retorno do grupo.
É de se imaginar que o regresso heroico será poderoso e bem realizado, afinal, há apenas mais quatro edições, além das histórias paralelas, para que finalmente se desenhe o conflito. Pela seleção das personagens, parece que a batalha pretende ser épica. Parece improvável que os roteiristas desenvolvam um final anticlimático, principalmente porque Cavaleiro das Trevas 3 foi pensado como material mercadológico para os leitores e, naturalmente, eles desejam ver embates.
Neste aspecto, entre progresso narrativo e anticlímax, a história paralela enfocando personagens específicos tem sido mais eficiente. Apesar de um provável gancho anterior com Hal Jordan, uma nova trama é apresentada, dessa vez focando na Batgirl. Uma boa alternativa para desenvolver novos papéis sem inflar a trama principal. Como, no entanto, a ação central ainda permanece lenta, o enfoque narrativo destes personagens tem sido mais atrativo.
The Dark Knight III – The Master Race #4 demonstra a intenção de seus autores em alongar o suspense para uma futura ação derradeira. A expectativa permanece para que a série se consagre. Por enquanto, se mantém na média.