Finalmente, o mega crossover do canal CW aconteceu. Durante o decorrer da semana, pudemos acompanhar nos episódios de Supergirl, The Flash, Arrow e Legends of Tomorrow a reunião de quase todos seus personagens/heróis numa batalha contra os alienígenas conhecidos como Dominadores, numa adaptação da série Invasão, da DC Comics, lançada no final de 1988 com seu término logo no começo de 1989.
Ainda que todos os anúncios desse grande evento da televisão anunciava uma grande história de 4 episódios, o que vimos é que o episódio de Supergirl, em nada teve a ver com o crossover. O que acontece de relevante em seu episódio, que foi ao ar na América na segunda-feira, são pequenos easter eggs, ou seja, portais de Barry Allen tentando chegar na Terra da última filha de Krypton. E quando ele consegue, o episódio acaba após uma pequena conversa.
Diferentemente da reunião que aconteceu no ano passado entre Arrow e Flash, onde 90% do elenco das séries se reuniu naquilo que não parecia ser um episódio de Flash seguido de um episódio de Arrow, Invasão até que foi bem distinto, obviamente reunindo seus principais heróis, deixando a peculiaridade e o elenco secundário de cada série no seu devido lugar em seu respectivo dia da semana. Sendo assim, o que vimos, foi 100% um episódio distinto de Flash sucessivamente com episódios distintos de Arrow e Legends of Tomorrow, o que não foi ruim, devido a quantidade generosa de heróis dessa vez.
Barry Allen (Grant Gustin) e os cientistas dos Laboratórios S.T.A.R. recebem um imagem de seus satélites de que uma espécie de meteoro irá atingir o centro de Central City. Chegando lá, Barry percebe que se trata de uma nave com diversos alienígenas dentro dela. Com a ajuda da diretora da A.R.G.U.S, Lyla Michaels (Audrey Marie Anderson), o “team Flash” fica sabendo que se trata da raça conhecida como Dominadores ou Domínions, cujo primeiro contato com a Terra se deu nos anos 50. Prontamente, Allen sai para reunir Oliver Queen/Arqueiro Verde (Stephen Amell), Thea Queen/Speedy (Willa Holland), John Diggle/Espartano e Felicity Smoak (Emily Bett-Rickards), trazendo em seguida a Supergirl, Kara Danvers (Melissa Benoist). O time fica completo minutos depois com a chegada das “lendas” Ray Palmer/Átomo (Brandom Routh), Sara Lance/Canário Branco (Caity Lötz), Martin Stein/Jax Jackson/Nuclear (Victor Garber e Franz Drameh) e Mick Rory/Onda Térmica (Dominic Pursell).
Um dos pontos principais desse episódio é uma estranha mensagem escondida na nave das Lendas que foi deixada pelo Barry do futuro. Quem acompanha o seriado do Flash, sabe que foi Barry quem criou a inteligência artificial Gideon (uma espécie de Jarvis) e que Gideon é a responsável pela nave das Lendas, a Weaverider. Aos poucos vamos percebendo o quão poderoso Barry Allen é. O problema é que Barry precisa contar a todos o conteúdo da mensagem que diz respeito às recentes alterações que fez do passado, mudando e muito o presente de todos. Aliás, além da ameaça principal da temporada, esse era um assunto recorrente entre os personagens de Flash e que tem uma agradável resolução.
Já no interessante episódio de Arrow, após Oliver, Sara, Diggle, Thea e Ray (os não meta humanos do grupo) serem abduzidos para uma nave dos Dominadores, coube a Barry e Kara liderar o “team Arrow” com a adição dos heróis Rene Ramirez/Cão Raivoso (Rick Gonzalez), Rory Regan/Retalho (Joe Dinicol) e Curtis Holt/Sr. Incrível (Echo Kellum), numa missão desesperada para tentar localizar seus companheiros. Porém, o destaque do episódio fica para os momentos em que os abduzidos, induzidos a um tipo de coma, revisam as suas vidas se eles não fossem heróis. Desta forma, podemos ver Oliver Queen prestes a se casar com Laurel Lance (Katie Cassidy), falecida na temporada anterior, além dos pais de Ollie, Moira e Robert (Susanna Thompson e Jamey Sheridan, retornando a seus papéis). Vale de destacar que quando os abduzidos percebem que estão numa situação atípica, onde tudo é exatamente como eles queriam que fosse, começa uma espécie de conflito interno em cada um eles, sendo que, a partir do momento que isso acontece, uma espécie de mecanismo de defesa é ativado, fazendo com que os vilões Exterminador (sem os créditos ao interprete), Damien Dhark (Neal McDonough) e Malcolm Merlyn (John Barrowman) tentem evitar a qualquer custo que os abduzidos acordem do coma induzido.
Coube a Nate Heyood, o Gládio (Nick Zano), pilotando a Waverider, o resgate dos abduzidos e com isso entramos no episódio de Legends of Tomorrow, onde alguns personagens saem de cena para a entrada de Nate e de Amaya, a Vixen, vivida por Maisie Richardson-Sellers.
O referido episódio, assim como o drama de Barry, por ter estragado a vida de todos e assim como o drama de Oliver, pela sua vida ter se tornado o que ela é hoje, também temos um drama pessoal do Dr. Martin Stein, que durante uma de suas viagens pelo tempo, acabou por interagir com seu eu mais novo, alterando o seu presente. Vale destacar que é a primeira vez que as Lendas voltam a 2016 desde que partiram com a Waverider lá no primeiro episódio da primeira temporada.
Tudo que se sabe até então é que os Dominadores querem eliminar os meta humanos do planeta. Com isso cabem a Felicity, Cisco Ramon (Carlos Valdez), Gládio, Vixen e Onda Térmica retornarem aos anos 50 com o objetivo de descobrirem o que aconteceu no primeiro contato com a raça alienígena, enquanto os heróis que ficaram em 2016 precisam enfrentar alguns agentes do governo que querem, a qualquer custo, prender Barry Allen para entregá-lo aos Dominadores. E pelo fato de todos (principalmente Cisco) estarem chateados com Barry, o velocista escarlate decide se entregar com o intuito de estabelecer uma trégua com os alienígenas. Obviamente, todos o perdoam, fazem aquele discurso motivacional de amizade e decidem ir para a guerra, no melhor momento dessa reunião.
O mega crossover da CW foi algo inédito na televisão. Obviamente, pelo excesso de personagens e por envolver muita coisa, o roteiro é cheio de furos e erros, mas considerando o pouco tempo de filmagem para unir tantos personagens assim, o resultado é satisfatório.
O que vai deixar os fãs dos quadrinhos e que também gostam das séries felizes é a enorme quantidade de referências a não só a coisas relacionadas à DC Comics, mas também, da Marvel. A maneira como a parte final de Invasão acontece chega a lembrar a primeira vez que vimos os Vingadores reunidos no cinema. Infelizmente é impossível reunir nesse texto todos os bons momentos e o humor bem recorrente, mas um dos destaques está lá e lá ficou para ser usada novamente: um galpão, cuja parte externa é idêntica à Sala da Justiça.
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Texto de autoria de David Matheus Nunes.