(Atenção: a crítica a seguir comenta acontecimentos dos números lançados de The Dark Knight III: The Master Race. Se não quiser saber nenhuma informação a respeito, interrompa a leitura mas retorne após ter lido as edições).
Após a expectativa de estreia de The Dark Knight III: Master Race, o segundo número da aventura escrita por Frank Miller e Brian Azzarello – em edição lançada em 23 de Dezembro nos Estados Unidos – prossegue desenvolvendo o argumento lançado no primeiro número, sem grandes revelações. Demonstrando que, além da concepção de um produto mercadológico, há a preocupação em compor uma história coesa dentro do universo de Cavaleiro das Trevas. A narrativa segue a estratégia de apresentar duas tramas em um único volume, uma concepção que centraliza a continuidade da ação na revista título e explora personagens em um argumento mais reflexivo, centrado em um personagem específico por edição, enfocando neste número Mulher Maravilha e o conflito com sua filha, Lara.
O impacto final da parte anterior, revelando um novo Batman prossegue de maneira amena dois meses depois da prisão de Carrie. A comissárie Ellen Yindel tenta mais uma abordagem em um interrogatório e a personagem quebra o silêncio, revelando o paradeiro de Bruce Wayne, inicialmente preso a uma cama após uma batalha e morrendo ao lado da companhia da ex-Robin. Se a morte de Wayne se consolidar além de um despiste para o leitor, a obra se fundamentará com grandes personagens femininas assumindo o manto de dois grandes super-heróis, um dialogo coerente com a época presente em que ainda se discute a necessidade de equiparar a mulher e o homem dentro da sociedade e no trabalho. Porém, considerando os feitos do Batman de Miller, bem como sua coerente estratégia como personagem, não seria surpresa se o Homem Morcego driblasse o mito de sua própria morte e agisse somente como um mentor a partir de agora.
Como especulado antes do lançamento da história, a Raça Mestre do título se refere a população engarrafada de Kandor. Grupo que retorna ao tamanho normal graças a um aprimoramento da tecnologia de Átomo / Eléktron e se revela parte de um plano de um líder para destruir a humanidade. O argumento que, provavelmente, reunirá os grandes heróis novamente.
Na segunda narrativa deste número, Diana tem um confronto com sua filha, gerada em Cavaleiro das Trevas 2 com o parceiro Superman, que parece insatisfeita ao assumir o manto de heroína e de honrar sua tradição amazonas. Exibindo poderes e se equiparando a um deus, o embate entre sangue parece base fundamental desta história, bem como a contraposição entre heróis humanos e super seres.
Se a primeira história apresentava os bons, The Dark Knight: Maste Race #2 parece, em uma interpretação incompleta devido a leitura acompanhando o lançamento, desenvolver o lado dos vilões, estabelecendo não só um líder aparente, mas plantando a dúvida diante da filha de Kal-El e Diana. Sem arroubos, o segundo número mantem a tensão, estabelecendo as frontes para esta nova narrativa.