Crítica | A Visita

A Visita - Poster

Dezesseis anos após sua ascensão no cenário internacional com O Sexto Sentido, o diretor indiano M. Night Shyamalan volta a se provar como diretor, trazendo nova ideias autorais e uma nova disposição, um renovado Shyamalan. A Visita pode não ser seu retorno triunfante, mas mostra que o diretor ainda tem muito a oferecer.

No thriller, os irmãos Becca (Olivia DeJonge) e Tyler (Ed Oxenbould) vivem apenas com a mãe, depois que o pai os abandonou. Eles vão passar uma semana na casa dos avós, que nunca conheceram. Becca é uma aspirante a cineasta, e decide documentar a visita, que vai tomando traços cada vez mais estranhos conforme seus avós começam a agir de forma completamente sem sentido.

Surpreendentemente, A Visita não é o filme de terror que todos esperavam que fosse. Ao invés de se afundar nos estereótipos e nos clichês do gênero, o diretor nos brinda com um tipo de comédia de terror, brincando sem medo com seu próprio filme, desde os sustos fáceis até a bizarrice dos movimentos corporais, usando até mesmo a estrutura em que a história nos é apresentada, como fosse o produto final do documentário de Becca.

Ainda assim, se fazem presentes algumas das marcas do diretor. A tensão psicológica se faz presente, tornando qualquer comportamento do filme inesperado, além dos planos mais “complexos”, que elevam o espectador ao estado de observador das situações, além de seus clássicos plot twists.

Se apresentando sem uma gota de pretensão, A Visita nos traz um renovado Shyamalan, com um apurado sentido (e senso) de humor autoconsciente, mostrando que aprendeu com os erros passados, e que o diretor já não tenta provar nada para ninguém, apenas deixando explícita sua originalidade, mesmo que ela nunca tenha saído de lá.

Lentamente, Shyamalan aparece reconstruindo sua carreira.

Texto de autoria de Matheus Mota.

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