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  • Resenha | Sombras Eternas – Glen Cook

    Resenha | Sombras Eternas – Glen Cook

    Cerca de um ano depois do lançamento do primeiro volume, a Editora Record traz para o Brasil a continuação da série A Companhia Negra, do norte-americano Glen Cook. A saga, classificada como uma dark fantasy, se caracteriza por situar-se num tradicional cenário medieval, mas ao mesmo tempo fugir dos padrões do gênero. Esta continuação, intitulada Sombras Eternas, reforça ainda mais tal estilo particular. Infelizmente, o mergulho na simplicidade é tamanho, que a obra perde em emoção, ficando aquém de sua predecessora.

    A trama situa-se vários anos após a gigantesca batalha na qual a Companhia ajudou a Dama e seus exércitos a esmagar o movimento rebelde. Em meio à missões esporádicas contra pequenos focos de resistência, os mais antigos e calejados membros da irmandade começam a se questionar. Fica cada vez mais evidente a dúvida se estão do lado certo do conflito, além de um simples cansaço por uma vida de lutas sem fim e sem sentido. Chagas, o médico-cronista (e mais uma vez narrador em primeira pessoa) sente que uma mudança é iminente. E ela chega com a tarefa de investigar um misterioso e sinistro castelo negro, que parece crescer da noite para o dia, localizado próximo à cidade de Zimbro. Lá estão escondidos Corvo e Lindinha, ex-membros da Companhia que guardam um segredo capaz de condenar a todos. Lealdades serão testadas e escolhas serão feitas.

    Da mesma forma que no primeiro livro, Cook apresenta uma escrita muito concisa. Períodos curtos, quase nenhum apreço por descrições de qualquer natureza, e emprego de uma linguagem tão crua e direta que nem parece se tratar de uma aventura medieval. Essa impressão é reforçada pelo uso de termos como “favela”, “mafioso” ou “agiota”, sem dúvida algo inusitado de se ver em tal contexto. O autor, ex-fuzileiro, se mostra mais interessado no aspecto militar da história. Até mesmo as magias são tratadas como um recurso bélico mais poderoso, sem qualquer glamourização.

    O problema com tamanha objetividade é a perda do impacto (que não ocorre no primeiro livro); inclusive em eventos que deveriam ser os mais empolgantes. A revelação sobre a natureza do castelo, algo grandioso dentro do universo da saga, é feita de maneira casual, em um simples diálogo no meio da história. A própria “grande batalha” da vez não é o clímax da trama e deixa a desejar em comparação com o volume anterior. Ainda colaborando para a falta de “molho”, a narrativa é mais lenta e demora a engrenar. Muito por causa do espaço dedicado ao co-protagonista.

    Justiça seja feita: pelo menos Barraco Castanho (troféu nome do ano) é um ótimo personagem. Quantas aventuras medievais destacam um TAVERNEIRO? Ele divide os capítulos com Chagas e segue numa trama paralela na maior parte do livro. Sua jornada é a clássica do personagem comum que começa movido por bons interesses (quitar suas dívidas, ajudar a mãe idosa) mas, gradativamente, vai sendo consumido pela ganância. De covarde, passa a canalha sem escrúpulos. Partindo pra comparação mais fácil, impossível não pensar em Walter White. Contudo, por mais interessante e bem conduzida que seja sua história, ela se concentra num escopo muito pequeno. Num cenário que sugere grandes batalhas, feitiçarias e tais elementos, não há como evitar um gosto amargo e uma sensação de desperdício.

    Prosseguindo com analogias culinárias, o melhor e mais bem preparado arroz com feijão do mundo continua sendo arroz com feijão. E, servido num restaurante cujo cardápio é mais abrangente, reforça a ideia de que há algo errado. Em essência, Sombras Eternas é uma boa história, outra vez de fácil e rápida leitura, mas que vale mais pelo interessante universo em que se situa do que por seus méritos individuais. De qualquer forma, é ótimo ver a editora apostando na Companhia Negra, e que venham os próximos volumes.

    Compre aqui.

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • Resenha | A Companhia Negra – Glen Cook

    Resenha | A Companhia Negra – Glen Cook

    a companhia negra

    Tolkien encontra Bernard Cornwell – estampa a quarta capa do livro.

    Estratégias publicitárias desse tipo são um tanto duvidosas, pois os fãs costumam ficar irritados com um novato comparando-se aos seus monstros sagrados. Neste caso, porém, vale a pena ignorar qualquer preconceito inicial, pois A Companhia Negra rapidamente define uma identidade própria no gênero da fantasia medieval, inclusive passando longe dos autores citados.

    No primeiro de uma série de dez livros, iniciada nos anos 1980 e que finalmente chega ao Brasil através da editora Record, o autor Glen Cook nos joga em seu universo sem qualquer aviso ou preparação. A Companhia Negra é um grupo de mercenários, cujos tempos de glória há muito passaram. Reduzidos a um pequeno contingente, eles se veem envolvidos num grandioso conflito entre a Dama, a mais poderosa feiticeira que já existiu, e um numeroso exército rebelde. Recrutados por um dos dez Tomados, principais servos da Dama (outrora ferrenhos adversários dela, corrompidos por uma espécie de lavagem cerebral mágica), os membros da Companhia logo se destacam por sua destreza, ao mesmo tempo em que passam a questionar se estão do lado certo dessa luta.

    O estilo do autor já de início surpreende os leitores experientes no gênero. Como citado anteriormente, Cook começa a contar sua história como se o cenário e os personagens já tivessem sido apresentados. Sua preocupação em situar o leitor na geografia, história e política daquele universo é mínima, pra não dizer nula.

    Sabemos o que precisamos saber, e QUANDO precisamos saber. Pra alguém habituado a Tolkien, ou mesmo George R. R. Martin, é um choque e tanto. Mas, passada a estranheza inicial, é fácil e prazeroso embarcar na história, também porque a escrita em si é a mais direta e objetiva possível. O livro é narrado em primeira pessoa pelo médico Chagas, o responsável por registrar os anais da Companhia. Um detalhe divertido é que ele mesmo censura-se quando começa a ter alguma divagação mais filosófica, dizendo algo como “Ei, diabos, eu sou um mercenário, não um poeta”. Dessa forma, a linguagem dos personagens nada tem do lirismo tipicamente medieval, soando incrivelmente contemporânea. Também no quesito desenvolvimento dos personagens não há nada muito aprofundado. Eles são definidos por suas características mais marcantes, virando estereótipos. Isso e a forma como se relacionam entre si torna a Companhia Negra comparável, muito mais do que a qualquer obra literária, a filmes de ação com militares, em especial os oitentistas. O que faz muito sentido, sabendo que Glen Cook foi fuzileiro da Marinha norte-americana.

    O resultado de toda essa simplicidade (que passa longe de mediocridade, porém) é uma obra que se pode chamar de única no gênero. Com pouco mais de 300 páginas, A Companhia Negra é uma leitura rápida e agradável, uma grata surpresa e uma novidade muito bem-vinda no campo da fantasia medieval. Recomendável até para os não-apreciadores desse estilo, que não suportam longas descrições e enrolações. Fica a expectativa pelo lançamento dos demais livros da saga o mais breve possível.

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • Agenda Cultural 44 | Vingadores, CS e o Vingador do Futuro

    Agenda Cultural 44 | Vingadores, CS e o Vingador do Futuro

    Bem vindos à bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Pedro Lobato (@pedrolobato), Rafael Moreira (@_rmc), Jackson Good (@jacksgood) se reúnem para dar ótimas dicas de lançamentos de quadrinhos, cinema e literatura.

    Duração: 86 minutos
    Edição: Rafael Moreira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

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    Promoção concorra a dois exemplares do livro “A Companhia Negra”, de Glen Cook, cedidos pela editora Record.

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