Crítica | O Retorno de Johnny English
Lançado em 2011, oito anos após o primeiro Johnny English, o longa de Oliver Park (O Retrato de Dorian Gray) começa mostrando o Sir antes do nome do protagonista cortado, em um papel de registro que tem ali a ficha do agente secreto britânico. O Retorno de Johnny English tem um um péssimo nome traduzido, ainda mais em comparação com o original (Johnny English Reborn, ou seja, Renascido), e começa mostrando o caracter de Rowan Atkinson já caído em desgraça, após um escandaloso caso em Moçambique, quando ainda era membro do MI7.
Retirado no Tibete, ele tenta ser mais sereno, mais forte e preparado para tudo, mas claramente isso não ocorre. A abertura revela um caráter diferente, de utilizar o aporte financeiro de uma forma que faça o longa parecer caro, mesmo que a diferença entre os orçamentos de ambos os filmes não ser tão grande – aproximadamente cinco milhões a mais para esse segundo.
Tal qual foi com M em 007, o mandatário do agente é uma mulher. Pegasus tem o nome Pamela Head e é feita por Gillian Anderson, a mesma que protagonizava Arquivo X. A personagem já deixa claro no inicio de sua participação que os tempos são outros, que machismo, carros e armas high tech estão no passado e isso soa até engraçado em alguns poucos pontos do filme, apesar de claramente a parte cômica se dedicar mais a explorar o trauma de English com o seu passado.
Esse segundo filme tenta repaginar as piadas de humor físico, conseguindo soar um pouco mais acertado nesse ponto que o primeiro. Os opositores do herói, a organização secreta de nome Vortex emula bem os vilões de 007 e mostram uma conexão com o passado do protagonista, inclusive fazendo uma conexão estranha como Nunca Mais Outra Vez, filme de James Bond fora da cronologia, com Sean Connery, que Atkinson participou. Os easter eggs como a roupa em comum entre os dois personagens de Atkinson funcionam muito bem para quem é fanático por James Bond.
Os momentos finais contem algumas reviravoltas, superando a perda do fôlego que o filme teve pela parte do meio. Ao menos, O Retorno de Johnny English tem uma capanga icônica, a senhora chinesa interpretada por Pik Sen Lim, que tem em si a mesma piada que se repete ao longo do filme e faz lembrar o tipo de comédia abobalhada que Atkinson costuma fazer, conseguindo se superar na continuação da franquia.