Tag: Marco Pigossi

  • Crítica | O Nome da Morte

    Crítica | O Nome da Morte

    Conduzido por Henrique Goldman, diretor de Jean Charles, O Nome da Morte é um filme sobre a história real de Julio Santana, baseada no livro homônimo de Klester Cavalcanti, A trama se inicia com o personagem Julio (Marco Pigossi) passando seus dias no interior, até receber a visita de seu querido tio, Cícero (André Mattos), um policial que mora na cidade grande, e o convida para ir conhecer a metrópole.

    O protagonista tem uma mira ótima e se especializou em tiro de longa distância quando morava no campo. Ele guarda um segredo com seu tio, e esse segredo é utilizado contra ele, para subornar o rapaz a fazer o que seu mentor precisa. Assim, ele se torna um assassino de fato, e em um de seus trabalhos, conhece Maria (Fabiula Nascimento), que se uniria a ele no futuro.

    O roteiro de George Moura abusa de clichês. Por mais que seja uma história baseada em fatos conhecidos popularmente falta sutileza na abordagem e em alguns momentos a trama soa tão falsa quanto as piores novelas da TV dos últimos tempos. As cenas ao menos de ação ao menos são bem construídas, e há uma certa tensão quando se toca em situações de perigo iminente, mas não há qualquer aprofundamento com os personagens, falta humanidade.

    O artigo mais inteligente de O Nome da Morte certamente é a sensação de inevitabilidade do destino e repetição de ciclo que essa pecha carrega, apesar de também ser um clichê, algo já bastante utilizado em outros filmes por meio da parábola do Escorpião e o Sapo. Goldman entrega um filme feito para atingir um público menos exigente e afeito a histórias misteriosas típicas dos filmes hollywoodianos, mas que em essência, quase não tem identidade dramática.

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  • Crítica | A Última Chance

    Crítica | A Última Chance

    Protagonizado por Marco Pigossi, o drama A Última Chance de Paulo Thiago conta a trajetória do lutador Fábio Leão. Recém-saído da penitenciária, Leão informa que quer abandonar sua vida no tráfico, se retirando do ofício na boca de fumo em que trabalhava antes de perder a liberdade.

    Logo, o destino apronta para Fábio, fazendo-o enxergar em um dia comum um aviso sobre aulas de Muay Thai, em uma academia, exatamente no dia em que efetuaria uma ação criminosa. Essas coincidências do roteiro já demonstram o quão equivocada é a construção textual  de Thiago e Teresa Frota. O que se assiste após isso são encontros e desencontros regados a frases repletas de clichês, imitando de certa forma o pior aspecto dos filmes de b de pancadaria.

    Os entraves e discussões de Fábio com os personagens periféricos fazem pouco ou nenhum sentido. Os ânimos em uma discussão na boca de fumo se acirram sem qualquer motivo aparente, não há lógica na fala entre o pretenso lutador e os bandidos, bem como ocorre na academia. Personagens que antes eram antipáticos a ele agora são super solícitos e prontos a servirem o rapaz. A história lembra um folhetim inspirado em livros de auto-ajuda. Até mesmo nas cenas de lutas falta dinamismo por parte da direção, as coreografias não convencem, o trabalho de fotografia não consegue reproduzir as lutas com clareza, aliado ainda de uma trilha sonora que não combina em nada com as lutas existentes nos filmes do gênero que o inspiraram.

    O volume de coincidências só aumenta. O fato de ser uma história baseada na realidade não justifica uma má construção de dramas. O romance com Luciana (Juliana Lohman), as dificuldades financeiras que magicamente aparecem na história, tudo soa extremamente forçado, inclusive na proximidade que a trama tem com Rocky: Um Lutador, especialmente na dualidade entre a criminalidade e o esporte.

    Há problemas sérios de continuidade, em alguns momentos não parece que houve um trabalho de pós-produção. A jornada do campeão Leão lembram os piores momentos do quadro arquivo confidencial, no sentido de ser um greatest hits da vida real de alguém. Não há qualquer naturalidade nos fatos mostrados, tampouco há grafismo nas lutas. O acréscimo do personagem Aguinaldo Freitas (Jackson Antunes), candidato a vereador e mantenedor das despesas do protagonista é forçado, deixando óbvio desde o início que se tratava de um sujeito desonesto. Não há espaço para sutilezas ou nuances, tudo soa falso, bobo e artificial.

    Pigossi parece viver uma versão piorada de Santana, protagonista de O Nome da Morte, outro filme que protagoniza, a diferença é que o filme de Henrique Goldman ao menos tem apelo comercial. A Última Chance parece uma propaganda moralista anti-drogas em formato de longa metragem. Os ressurgimentos financeiros de Fábio não são explicados, mesmo quando ele volta para o crime. Todas as vezes em que se citam as frases e escritos de Bruce Lee a sensação é de afronta, uma vez que os dizeres são normalmente citados de maneira aleatória, em contextos completamente pobres. Perto do final, há uma cena em que se mostram as visitas íntimas, e o que se vê são cortinas dividindo os locais onde os presos transam, em posições que lembram os filmes das Brasileirinhas ou Buttman, reforçando a ideia de que essa é uma  comédia involuntária.

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