Tag: Michele Medda

  • Resenha | Nathan Never: Os Olhos de um Estranho

    Resenha | Nathan Never: Os Olhos de um Estranho

    De todos os títulos relançados da Sergio Bonelli Editore pela Mythos, Nathan Never foi o que mais me despertou interesse. Incrivelmente, foi o que eu mais negligenciei por algum estranho motivo que eu não sei explicar até o momento que eu escrevo essa resenha. Entretanto, posso afirmar que foi disparado o melhor fumetti que eu li. Digo isso porque apesar de leitor ávido de quadrinhos, nunca fui familiarizado com os quadrinhos italianos da Bonelli. Só que esse novo mundo que me foi apresentado é por demais interessante, e dentre eles, Never foi o que mais me agradou.

    Criado por Michele Medda, Antonio Serra e Bepi Vigna, as histórias de Never são ambientadas em um futuro mais ou menos distópico em que o combate ao crime é feito por agências policiais e corporações privadas de detetives, como a Agência Alfa onde Nathan trabalha. Na trama de Os Olhos de um Estranho, o Agente Alfa investiga o assassinato de Hannah Owens, uma mulher solitária e introvertida que levava uma vida aparentemente comum. Com a ajuda de Sigmund Baginov, Never descobre que outras mulheres com perfil semelhante ao de Hannah também foram mortas da mesma forma que ela. A partir daí, Nathan descobre que o caso pode ser mais complicado do que imaginava.

    Originalmente publicada em Nathan Never nº 9 (fevereiro de 1992), a HQ conta com roteiros de Michele Medda e desenhos de Stefano Casini. É bom observar como o ambiente onde a história é passada guarda enormes semelhanças com Blade Runner: O Caçador de Andróides. Até mesmo o protagonista tem um certo quê de Rick Deckard, o protagonista do filme de Ridley Scott que foi interpretado por Harrison Ford. O ritmo do roteiro é vertiginoso desde o início, ainda que possua uma forte pegada noi Os diálogos são espertos, principalmente na interação do Agente Alfa com alguns ótimos coadjuvantes como Sigmund Baginov e Legs Weaver (declaradamente inspirada em Sigourney Weaver). Os desenhos de Stefano Casini em certos momentos parecem storyboards detalhados de algum filme, com planos que caberiam perfeitamente em uma tela de cinema. Em vários momentos me peguei viajando nos quadrinhos e imaginando tudo em movimento como se fosse um filme.

    Sintetizando em poucas palavras, Nathan Never foi o fumetti mais interessante que li dessa leva que a Mythos relançou e digo sinceramente que me tornei um fã de suas histórias.

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  • Resenha | Dylan Dog: Horror Paradise

    Resenha | Dylan Dog: Horror Paradise

    Em 1986, o jornalista e escritor Tiziano Sclavi e o ilustrador Claudio Villa criaram Dylan Dog, o Investigador do Pesadelo. A ascensão foi meteórica e o personagem inspirado nas feições do ator britânico Rupert Everett se tornou um dos mais populares dos quadrinhos italianos. Ao longo dos tempos, o personagem teve suas histórias publicadas em várias editoras no Brasil e após um hiato, está de volta sendo impresso pela Editora Mythos.

    Na história Horror Paradise, originalmente publicada em Dylan Dog n. 48, de setembro de 1990, o Investigador do Pesadelo se vê obrigado a enfrentar os grandes monstros do Cinema após acordar sem memória em uma estranha espaçonave. Ao longo de flashbacks, vamos descobrindo que o ponto de partida pra que Dylan fosse parar ali se deu quando ele começou a investigar um bizarro caso onde diretores de cinema apareceram mortos tal e qual as vítimas dos filmes que dirigiram e as únicas pistas encontradas por Dog foram fitas VHS de películas que jamais foram filmadas.

    Os roteiristas Michele Medda, Antonio Serra e Bepi Vigna criam uma divertida história lotada de referências cinematográficas, utilizando-se de trocadilhos e corruptelas com nomes de grandes cineastas, até paródias de personagens de filmes como Hellraiser: O Renascido do Inferno, Alien: O Oitavo Passageiro, Procura-se Susan Desesperadamente e inúmeros outros.

    Auxiliado pelos ótimos desenhos de Claudio Castellini, a história não é somente um emaranhado de referências. O trio de roteiristas cria uma trama de mistério que envolve o leitor, com um tom que emula tanto o seriado Supernatural (ainda que tenha sido concebida bem antes da criação da série) quanto o clássico Scooby-Doo, com o mistério se revelando ao mesmo tempo pro Detetive e pro leitor.

    A única ressalva fica por conta da nada atraente capa, que ainda que mostre algumas das criaturas do cinema que desfilam na história, acaba por preterir o protagonista, mas para o reinício das publicações do personagem aqui no Brasil, a Editora Mythos acertou em cheio com uma ótima história para resgatar os antigos leitores e cativar novos.

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