Tag: newpop

  • Resenha | Usagi Drop #2

    Resenha | Usagi Drop #2

    No primeiro volume de Usagi Drop, Daikichi resolve cuidar de Rin, a filha de seu falecido avô. Sendo renegada pelo resto da família, o rapaz de 30 anos cuidará da garotinha de apenas 6. Daí se inicia uma relação de quase pai-filha.

    Daikichi parece estar se acostumando com sua nova vida, mesmo tendo que fazer alguns sacrifícios. Mas seu carinho pela pequena Rin aumenta cada dia mais, fazendo com que Daikichi tenha certas atitudes e pensamentos que nem ele esperava.

    Porém, ele quer buscar informações sobre a mãe da garotinha pois acredita ser importante tentar aproximá-la de Rin. Ele encontra algumas evidências na casa do falecido avô, junta as informações e, finalmente, consegue fazer contato com a mãe de Rin. Qual será o resultado dessa conversa? A mãe de Rin se importa com a pequena?

    O ritmo da narrativa desacelera um pouco neste volume, mas continua muito bom. Unita Yumi sabe criar empatia com os personagens e narrar a história de forma muito competente com seu ótimo traço. Rin está mais à vontade e comunicativa e estreita relações com seus novos avós (os pais de Daikichi).

    O ponto forte neste volume é o encontro de Daikichi com a mãe de Rin e o desenrolar posterior. A mente de Daikichi fica à mil por hora, principalmente com a postura da mãe. Muitas coisas passam pela cabeça dele, que depois precisa ter uma conversa importante com a Rin. E a surpresa estará na reação dela.

    Compre: Usagi Drop #02.

    Facebook – Página e Grupo | Twitter Instagram.

  • Resenha | Street Fighter: Sakura Ganbaru!

    Resenha | Street Fighter: Sakura Ganbaru!

    StreetFighterSakura01

    No mangá Street Fighter AlphaSakura presenciou a grande batalha entre Ryu e Bison. Aquilo mexeu com a jovem estudante-lutadora, que passou a se dedicar arduamente aos treinos e tomou como objetivo de vida reencontrar o carateca japonês. Sakura se tornou uma espécie de “fã n.º 1 de Ryu”, e tentou incorporar (leia-se “imitar”) diversas técnicas do lutador. A partir daí, Sakura inicia sua grande aventura no mundo das lutas.

    O autor Masahiko Nakahira voltou para conceber uma aventura-solo da jovem Sakura, uma estudante japonesa fissurada em lutas. A personagem surgiu na série de jogos Alpha/Zero e é aparição frequente nos títulos posteriores. Não há dúvidas de que Sakura é uma das personagens mais queridas de toda a franquia, seja por seu carisma ou simplesmente por suas roupas altamente sexualizadas que fazem a cabeça dos tarados de plantão.

    Na resenha do Alpha, deixei um alerta muito importante aos leitores: não esperem um roteiro grandioso, profundo ou filosófico, afinal estamos falando de uma adaptação de jogo de luta dos anos 1990. É uma obra claramente direcionada aos fãs dos games. No caso de Sakura Ganbaru!, este alerta é reforçado. O mangá possui um tom mais boboca, levando para o lado cômico. A história é ainda mais videogame, com direito a, literalmente, torneios de rua e lutas aleatórias ao redor do mundo. Por mais absurdo que possa parecer, Alpha tem um ar mais sério, pois envolve toda aquela trama de Satsui No Hadou e Shadaloo. Esta continuação focada em Sakura preferiu o ritmo frenético de lutas e deixou a seriedade de lado, apesar de alguns momentos ela vir à tona.

    A jovem lutadora seguirá sua jornada acompanhada pelo infame Dan Hibiki e, claro, vai se deparar com muitos personagens conhecidos. Da esnobe Karin ao dedicado Zangief, a obra possui ainda mais fan service, e nem preciso mencionar a overdose de Sakura para os tarados. A fórmula narrativa se mantém parecida, sem grandes aprofundamentos dos personagens, e motivações pra lá de superficiais.

    Por outro lado, Nakahira conseguiu novamente trazer a essência dos jogos para as páginas. Todos os trejeitos de Sakura estão lá, além das excelentes cenas de luta. O autor não se limitou aos jogos mais populares e incluiu até o Lee, do Street Fighter I, algo digno de nota.

    Sakura Ganbaru! é mais um título direcionado aos fãs de Street Fighter, só que desta vez tem um nicho ainda mais específico. Quem não está acostumado com a linguagem e estética dos mangás vai se incomodar com algumas baboseiras de superação e condutas bem caricatas. A história segue o mesmo padrão “desliga-cérebro”. É entretenimento puro e simples, não espere um grande roteiro. O leitor que se aventurar com essa mentalidade vai se divertir bastante com as aventuras de Sakura para se tornar uma Street Fighter. Disponível no Brasil em dois volumes pela NewPOP Editora.

    Compre aqui: Street Fighter: Sakura Ganbaru!

    sak2

  • Resenha | Os Caça-Fantasmas – Mangá

    Resenha | Os Caça-Fantasmas – Mangá

    Em 2009, quando os mangás finalmente entraram com força no nosso país, a NewPop resolveu buscar na gringa uma publicação um pouquinho diferente para lançar em terras brasucas. “Os Caça-Fantasmas” reunia um clássico do cinema com o estilo oriental de desenhar para trazer ao mercado nacional uma publicação para quem não era muito fã das loucuras dos roteiros japoneses mas gostava do traço “sujo” da galerinha do olho puxado. Então… Finalmente li o mangá e, abaixo, vou contar o que eu achei.

    O mangá dos caçadores de fantasma mais famosos do mundo traz três histórias que captam bem a essência da comédia que, tenho certeza, todos adoramos na TV. As estórias acontecem após os eventos do segundo filme da série, quando Peter e toda sua trupe de caçadores enfrentaram o poderoso Vigo. Na primeira aventura do livro, os Caça-Fantasmas precisam ajudar um diretor de teatro a enfrentar um fantasma que teima em atrapalhar as apresentações de sua peça. O arco principal do mangá coloca os caçadores contra um antigo inimigo de carne e osso que se alia a uma tropa de espíritos. Para fechar a publicação, uma assombração do mundo da moda decide transformar todos os habitantes de Nova Iorque em escravos de suas roupas e precisa ser confrontada pelos únicos que podem combatê-la. Sem contar muito de cada estória para não estragar a leitura, é isso que posso lhes dizer.

    A HQ é fácil de ler, apesar de suas 180 páginas (eu, por exemplo, li tudo em 30 minutos). O papel utilizado é bom (o título é impresso em papel Offset e tem a capa cartonada) e a impressão é de boa qualidade também. Todas as páginas do interior são impressas em P&B e tem um traço estilo mangá mesmo, como promete a editora. Mas algumas coisas não me agradaram muito.

    A principal delas, talvez, seja a orientação da leitura. Em 2009, quando a publicação foi lançada, a leitura “de-trás-para-frente” dos mangás já não era mais novidade. Peguei a edição para ler pois ela havia sido vendida como mangá, e esperava encontrar o típico estilo de leitura das obras orientais. Passada a primeira má impressão que tive quando comecei a ler a obra de forma ocidental, atentei-me um pouquinho mais ao traço dos artistas. São 4 desenhistas diferentes que produzem a arte das estórias, e para mim eles emulam o traço dos mangakás japoneses muito bem. A arte, entretanto, pareceu um pouco confusa em certos momentos, e os traços dos personagens principais não se assemelham ao dos atores dos filmes (talvez por um empecilho legal?). Exceção ao rosto do Winston, precisei esperar até os personagens se apresentarem para saber quem era cada um. Mesmo depois disso, como o traço muda um pouquinho de uma estória para outra, ainda confundi o Peter e o Ray algumas vezes (o único que escapou dessa confusão dos personagens foi Egon, graças aos característicos óculos fundo de garrafa).

    Também acho que todas as estórias presentes na publicação ficaram um pouco corridas demais, mas esta é apenas uma opinião pessoal. Acho que o mangá se sairia muito melhor e seria muito mais interessante se tivesse apenas uma grande estória, ou fizesse a ligação das pequenas em um grande enredo. As aventuras do início e final são muito melhores e mais divertidas que a principal, que é divida em quatro capítulos no meio da HQ.

    Há de se exaltar, entretanto, o tom humorístico dos roteiros. No geral, a arte não consegue ser tão engraçada quanto os diálogos da HQ, apesar de tentar, mas o livro tem um tom de humor muito legal. Os diálogos são cheios de piadinhas e referências a cultura brasileira, o que demonstra que a obra que chegou até as minhas mãos não foi simplesmente traduzida e sim adaptada. Neste ponto, “Os Caça-Fantasmas” acerta no tom e relembra realmente os filmes que eu vi antigamente.

    É uma HQ que definitivamente não tenta ser séria e por isso diverte em alguns atos. Com trechos de ação confusos em alguns momentos e arte não mais do que satisfatória, a HQ propõe alguns minutos de leitura leve e descompromissada que traz diálogos divertidos e humor estilo anos 80/90. Ao melhor estilo “fácil de ler, fácil de esquecer”, o mangá se mostrou aquém do esperado, infelizmente.