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  • Resenha | A Mulher Entre Nós – Greer Hendricks e Sarah Pekkanen

    Resenha | A Mulher Entre Nós – Greer Hendricks e Sarah Pekkanen

    A Mulher Entre Nós, escrito por co-autoria entre as americanas Greer Hendricks e Sarah Pekkanen e publicado no país pelo selo Paralela, da Companhia das Letras, é um livro de suspense que peca pela previsibilidade e pouco carisma da história. Uma trama de violência conjugal que se utiliza de protagonistas femininas em condições fragilizadas ao redor de um masculino impávido e com fortuna, contudo violento. História que não justifica e passa longe da promessa de “Leitura da sua vida” na contracapa da edição.

    Como é comum nos thrillers moderno, temos um Prólogo, uma espécie de capítulo fora da curva que, em tese, funcionaria como atrativo para nos mantermos firmes na leitura. Nessa página especial, lemos uma pequena perseguição: a ex-mulher do protagonista da história persegue a atual noiva dele e, entre grandezas de paranoia e inveja, afirma que causou grande ruína àquela mulher. A perseguidora e arquiteta da ruína alheia é Vanessa, uma mulher de 37 anos, deprimida, que descobre o noivado do rico ex-marido. Sem forças para reconstruir sua vida, ela infla uma obsessão com o objetivo de impedir o casamento dele com a mulher mais jovem.

    Do outro lado da narrativa, temos Nellie, uma jovem sonhadora desejando começar a vida em Manhattan, mas detentora de um segredo que a fez fugir da cidade natal. Richard, o protagonista e homem comum as duas, é mais um cara abastado de comercial de margarina que é imune ao tempo e às mazelas das pessoas, entretanto, logo o entendemos psicopata que se aproveita da imagem de bom moço para manter relacionamentos violentos.

    Sinteticamente, uma trama previsível onde os personagens não suscitam empatia. Os acontecimentos narrados singram as 340 páginas do livro sem vivacidade e tudo parece sem cor. A trama demora a acontecer e, subitamente, se torna óbvia. Os diálogos são simples, não cativam, e padecem da mesma falta de criatividade que flagela a trama. Tudo é previsível, como uma novela para adolescentes.

    As qualidades, que existem, giram em torno de algumas descrições físicas e de ambientes que funcionam como raro brilho no horizonte opaco da narrativa. As autoras, ao abordarem o sensível tema da violência conjugal, apenas repetiram o atual – faltou energia para ousar uma nova construção do tema. Faltou inovação. Dica para a editora Paralela: há escritores no país que escrevem tramas melhores do que essa.

    Texto de autoria de José Fontenele.

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  • Resenha | O Erro – Elle Kennedy

    Resenha | O Erro – Elle Kennedy

    Em observação às obras lançadas nos últimos anos no país, bem como a lista de livros mais vendidos, não é surpresa afirmar que o young adult se tornou um gênero importante para o mercado. O jovem foi redescoberto como um leitor e consumidor fundamental, fator que tem se retroalimentado em novos autores escrevendo diretamente para o público-alvo em uma linguagem direta e coloquial.

    A série Off Campus da canadense Ellen Kennedy mantém a tendência ao explorar o Ensino Médio americano, o famoso high school, como ambiente para apresentar personagens típicos como garotas tímidas, astros do esporte de beleza ímpar, em tramas simples e focadas no entretenimento.

    Lançada pela Paralela, selo editorial da Companhia das LetrasO Erro é o segundo volume da série intitulada no país como Amores Improváveis. A série composta por 4 livros e lançadas originalmente entre 2015 a 2016, buscava registrar narrativas de um grupo de amigos pertencentes a mesma escola, apresentando, como demonstra o título, histórias amorosas improváveis, aliadas a conquistas esportivas e a diversão tradicional de jovens sadios prestes a entrar na vida adulta.

    Na trama, Logan é o típico adolescente talentoso no esporte, dono de uma personalidade charmosa que, aliada a beleza, conquista as mulheres. Porém, o personagem está apaixonado pela namorada do melhor amigo e prevê um futuro difícil a sua frente ao lidar com esse conflito e também devido ao pai alcoólatra. Até que um dia, como se espera naturalmente, ele conhece a tímida Grace.

    A narrativa se estabelece a partir da visão padrão do colégio americano, inicialmente fortalecendo arquétipos para depois quebra-los parcialmente. O casal da trama segue a estrutura de opostos que se atraem: o mocinho famoso da escola que parece malvado e a menina comum que conquista seu coração. A história narrada pelos dois personagens alterna os ponto de vista, explorando, tanto ansiedade masculinas como femininas concentradas na juventude.

    Embora outras narrativas do gênero sempre se mantenham desequilibrada ao unir uma trama de entretenimento, humor e erotismo, Kennedy sabe dialogar com naturalidade sobre tais polos. Principalmente, por seguir a risca a métrica de que a trama apresenta adolescentes falando com leitores adolescentes. Nenhuma cena sexual envolve descrições rebuscadas, mas se alinha e descreve as sensações mais naturais que qualquer adolescente sentiria se envolvido dessa maneira, uma autenticidade funcional ao seu público-alvo.

    Focado em adolescentes, é natural que os conflitos sejam extremos, afinal, as personagens estão em uma fase de amadurecimento em que o imediatismo ainda é uma das tônicas. Embora seja perceptível a condução de alguns conflitos apenas como drama dentro da trama, o enredo fluí pelo carisma das personagens.

    O Erro é uma narrativa rápida, feita para distrair os leitores, principalmente os jovens, em uma trama direta. Aos leitores jovens, o diálogo é mais forte e pode lhes transmitir uma mensagem mais profunda, ainda que, como outros young adults o final se ancora no mítico final feliz. Um contraponto oposto de narrativas maduras que nunca poupam o leitor de dramas severos.

    Compre: O Erro – Elle Kennedy.

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