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  • Crítica | Rurouni Kenshin: O Filme

    Crítica | Rurouni Kenshin: O Filme

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    Adaptações são um perigo. Nos últimos anos pudemos presenciar vários projetos para cinema que foram trazidos a nós como adaptações de livros e histórias em quadrinhos. Alguns foram grandes acertos e outros fracassos completos. Quando foi anunciado que um filme em live action de Rurouni Kenshin (mais conhecido no Brasil como Samurai X), mangá criado por Nobuhiro Watsuki, estava sendo produzidos e dirigido por Keishi Ohtomo, os sentimentos se dividiram. O meu particularmente esperou pelo pior, porém fui surpreendido.

    Rurouni Kenshin é ambientado em um Japão após a vinda da Era Meiji e conta a história de Kenshin Himura, um samurai que vaga pelo Japão ajudando pessoas e, ao mesmo tempo, tentando lidar com os fantasmas de seu passado, em que era um famoso e temido retalhador conhecido como Battousai.

    Este filme, especificamente, abarca os dois primeiros arcos do mangá/anime, que seria Kenshin tendo que enfrentar o excêntrico traficante de ópio Kanryuu Takeda e o assassino Jin-E, com algumas modificações. Esse é o primeiro ponto que vale a pena ressaltar do filme: como toda adaptação que se preze, uma série de mudanças na forma como se constrói a narrativa é realizada. A dificuldade de ultrapassar a barreira da adaptação foi vencida perfeitamente pelo roteirista Kiyomi Fujii, o qual produziu um roteiro coerente e crível, mesclando dois arcos que englobam uma quantidade considerável de plots em um único filme e excluindo momentos superficiais da história original. Todos os elementos principais e importantes estão lá.

    A escolha dos atores foi outro acerto. Takeru Sato interpretou perfeitamente Kenshin Himura. Desde o lado calmo e sereno de Kenshin, quanto a raiva incontrolável de Battousai (a dualidade do personagem) foram inseridas de maneira muito satisfatória em sua atuação. Munetaka Aoki interpretando Sanosuke Sagara não fez feio também. Seu personagem em diversas cenas rouba a atenção por seu modo de agir, que acaba provocando vários momentos cômicos. O elenco no geral foi muito bem escalado, respeitando fielmente as características físicas dos personagens na história em quadrinhos.

    A fotografia e as ambientações foram um diferencial que elevou ainda mais a boa execução do filme. Somos levados a um antigo Japão feudal meticulosamente reconstruído. O tom amarelado nas cenas comuns ajudam a contribuir com a beleza do filme, assim como as cenas em tom azulado e cinza conseguem mesclar bem com a atmosfera de terror e violência nas cenas em que Kenshin incorpora o retalhador que tanto almeja deixar para trás.

    O pouco uso de CG e efeitos especiais – estes apenas para inserir sangue e conferir efeitos de agilidade em algumas cenas de luta – corrobora o cuidado com que o filme foi desenvolvido. A trilha sonora espetacular e as cenas de luta muito bem coreografadas e empolgantes ajudam mais ainda ao fazer com que Rurouni Kenshin não seja apenas uma excelente adaptação, mas também um excelente filme de samurai, agradando até mesmo quem ainda não é fã de Kenshin, Kaoru, Sanosuke e todos os demais personagens que fazem essa história ser uma das mais cultuadas por todo o mundo.

    Texto de autoria de Pedro Lobato.

  • Review | Samurai X

    Review | Samurai X

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    Nos anos de 92 e 93, a Shueisha (editora japonesa de maior sucesso na terra do sol nascente) publicou um par de contos escritos por um jovem mangaká chamado Nobuhiro Watsuki. O despretensioso Crônicas de um espadachim da era Meiji impressionou tanto os editores da Shonen Jump que eles resolveram dar uma segunda oportunidade ao jovem rapaz. Com Rurouni Kenshin, a Shueisha teve a felicidade de colocar em cena uma das estórias mais famosas de todos os tempos no gênero samurai/espadachim. O mangá fez tanto sucesso que teve sua publicação estendida e virou anime pelo estúdio Gallop (o mesmo de Initial D e Yu-gi-oh, por exemplo). E que anime!!

    “Há 140 anos, durante o período turbulento da era Tokugawa, um Samurai-Real viveu em Kyoto e se chamava ‘Battousai, O Retalhador’. Battousai, o espadachim mais poderoso, retalhava as pessoas numa cena de carnificina e limpava o caminho para um nova era: A Era Meiji. Mas ele desapareceu após o término dos tumultos.

    Enquanto seu desaparecimento continua um mistério, o nome ‘Battousai, O Retalhador’ se tornou uma lenda.”

    Esta é a mensagem de abertura que aparece no primeiro capítulo da animação feita a partir da obra de Watsuki e resume muito bem todo o prólogo do anime. Durante os episódios, o espectador acompanha as aventuras de Kenshin Himura, o famosíssimo e temível Hitokiri Battousai.

    Durante a revolução Meiji, o retalhador trabalhou em prol da ofensiva que ocorreu contra o governo monárquico do Shogun Tokugawa. Munido apenas de suas duas katanas, Battousai matou e protegeu importantes governantes em reuniões secretas daquele que viria a ser o regime vigente no Japão após sua vitória sobre o regime totalitarista de Tokugawa. Muitos acreditam que, sem a lâmina do retalhador lendário a serviço do Isshin Shishi, Tokugawa jamais teria sido retirado do poder.

    Ao fim dos conflitos, entretanto, o jovem espadachim desistiu de sua vida violenta e, por remorso, tornou-se um andarilho (no japonês: Ronin ou Rurouni). Decidido a nunca mais matar alguém, Kenshin troca suas katanas por uma sakabatou. Durante sua jornada errante pelo Japão, o ruivo se envolve com a adorável Kaoru Kamiya, herdeira de um dojo para praticantes de kendô, e ajuda-a com uma questão que envolvia o nome de sua família. Decidido a permanecer ao lado da jovem Kamiya e ajudá-la com o dojo, Kenshin envolve-se com outros personagens da região e procura livrar-se de vez da vida violenta de outrora, mas os fantasmas de seu passado irão retornar para assombrá-lo.

    O anime é muito bem dividido em 95 episódios que contam as histórias de Kenshin em sua luta constante para manter a promessa de não matar, enquanto busca proteger todos ao alcance de sua inofensiva espada de fio invertido. Poucos fillers engordam o anime em relação ao mangá e a animação é estonteante. Não há, durante o decorrer das sagas, nenhuma animação de combate que seja escura demais ou muito confusa. O traço de Watsuki facilita esta compreensão simples dos movimentos e deixa a série com um aspecto mais real, pois não cai no estilo caricato comum dos Shonens.

    O roteiro do anime conta com personagens extremamente bem elaborados e a interação entre eles é um dos atributos mais interessantes na série. Ao longo do anime, todos os novos personagens seguem com o ‘Kenshingumi’ até o final da saga e possuem uma participação importante no enredo.

    Samurai X recebeu este nome quando a Sony traduziu o título para o inglês. O X no título faz referência a uma cicatriz em forma de cruz que o personagem principal carrega no rosto. Como a cicatriz possui uma explicação na trama (que é retratada nos OVAs que já foram resenhados aqui no Vortex) e este título tem muito mais apelo comercial que o original, optou-se por utilizá-lo também no Brasil. O autor original, em entrevista, afirmou ter gostado do título ocidental da obra e acredita até que este tenha sido ainda melhor elaborado que o oriental.

    Samurai X é meu anime preferido de todos os tempos! É dele que eu copiei o apelido que utilizo. Aoshi Shinomori é um dos principais personagens da série, maior rival de Kenshin e um exemplo enorme de dedicação e foco em um objetivo, e por isso sou fã do personagem.

    Não existiu (e nunca vai existir) um anime tão interessante e bem feito quanto Samurai X, na minha opinião. É realmente uma pena que a edição brasileira do anime tenha sido uma das mais criminosas da história, com cenas e até episódios inteiros retirados da animação. O mesmo não pode ser falado da dublagem, que é muito boa e feita com vozes extremamente bem escolhidas.

    Quando assisti ao desenho pela primeira vez na Globo, me apaixonei pela trama, personagens e pela animação. Anos mais tarde, quando pude assistir ao anime sem os cortes brasileiros, pude perceber o quanto ele é fantástico. É um dos animes que comprovam minha opinião de que as animações japonesas não são exclusividade das crianças.

    Samurai X é um dos poucos animes que vale a pena ver e rever, em ambos os idiomas.

    SamuraiX

  • Review | Rurouni Kenshin: Trust and Betrayal

    Review | Rurouni Kenshin: Trust and Betrayal

    rurouni kenshin trust and betrayal

    Rurouni Kenshin (conhecido por aqui como Samurai X no original) foi um anime de grande sucesso que mesclou fatos e personalidades históricas numa grande obra de ficção. O personagem principal, Kenshin Himura, é um andarilho no Japão que, no início da Era Meiji (segunda metade do século XIX), carrega uma espada com lâmina invertida. Apesar da personalidade serena e da arma aparentemente não-letal, ele possui uma habilidade monstruosa como espadachim. Isso porque, anos atrás, ele foi um dos retalhadores mais temidos do país. E é exatamente essa época que o OVA mostra, em quatro episódios.

    Este OVA é muito mais sério, denso, violento e filosófico que a série original. Isso pode desagradar muitos fãs. Porém, não há dúvidas quanto à qualidade. A primeira diferença a ser notada está no traço: Kenshin está diferente, com um rosto mais japonês. Aliás, todos os personagens tem mais cara de japonês e menos cara de mangá.

    Kenshin teve uma infância trágica, e ainda nessa época conheceu seu mestre, Seijuurou Hiko, que lhe ensina o estilo Hiten Mitsurugi, uma técnica de espadachim extremamente letal. Os fãs da série irão se deleitar com a demonstração das habilidades de Hiko, que são absurdas. Posteriormente, Kenshin se tornaria o grande retalhador Battousai.

    O grande trunfo desse OVA é a mescla perfeita entre partes lentas e ação. Como já foi dito, aqui temos uma narrativa mais séria, densa e filosófica, porém as partes de combate são muito mais sanguinárias que na série. Conhecemos Kenshin em sua época de retalhador, e todo o contexto político que o envolvia. É um excelente complemento à série.

    Quem não conhece Rurouni Kenshin pode assistir sem problemas. Para quem já é fã, este OVA é obrigatório, até porque, no final, é mostrado um pouco de uma das lutas mais importantes da vida do samurai ruivo.

    rurouni kenshin trust and betrayal poster