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  • Crítica | Resident Evil 6: O Capítulo Final

    Crítica | Resident Evil 6: O Capítulo Final

    Filme que, segundo as promessas do estúdio, será o último episódio da série que adapta os jogos de zumbi da Capcom, e dirigido pelo mesmo cineasta que inaugurou a saga em 2002, Resident Evil 6: O Capítulo Final busca dar algum conteúdo de discussão ao roteiro. Um novo começo é estabelecido para Alice (Milla Jojovich), através de um estranho contato da Rainha Vermelha (Ever Anderson), que a convoca para entender seu passado em Raccon City, além de prometer uma vingança junto a Albert Wesker – vivido por Shawn Roberts, e mais caricato do que nunca.

    Normalmente, Paul W. S. Anderson começa franquias de ação e deixa as continuações a cargo de outras pessoas, foi assim em Corrida Mortal e suas duas continuações para a TV, como também com Mortal Kombat e Mortal Kombat: A Aniquilação. Resident Evil foi diferente, após produzir e colaborar com o roteiro de Apocalipse e Extinção, ele voltaria à direção em O Recomeço e Retribuição. O fato de não ter sido o realizador de dois deles parece ter mexido com a cabeça do sujeito, uma vez que seu argumento remonta as partes que não dirigiu, e basicamente reconta todo o conteúdo levantado no segundo filme, tentando salvar este que é o mais criticado da série.

    Em Retribuição, uma parcela considerável de críticos e cinéfilos fizeram um comentário de profundo apreço aos esforços de Anderson, afirmando que ele usava a sua câmera para desconstruir a ideia vigente no cinema de ação atual, utilizando o mesmo slow motion tão em voga atualmente para fazer um comentário debochado  sobre o cinema de ação atual. Se esses elogios estavam certos ou não cabe ao espectador atento decidir, fato é que a promessa de maior apego a realidade nesta versão não foi cumprida pelo diretor. As cenas de ação são frenéticas, ao melhor estilo Jason Bourne, e em alguns momentos também apelam para a desaceleração das brigas e perseguições.

    A tal maturidade prometida para o roteiro se resume a um plot-twist dos mais banais, construindo ali um background e um passado para Alice, que basicamente contradiz tudo o que foi dito até aqui. De positivo há algumas sequências de luta, que são muito bem construídas basicamente pela entrega exemplar que Jojovich dá a sua personagem, fato que quase faz esquecer tanto a performance terrível de Roberts, como também do terrível arquétipo de cientista maluco/homem de negócios malvado que Iain Glen faz em seu Dr. Isaac. O montante de personagens desnecessários segue intacto.

    Toda a construção em torno dos filmes de Resident Evil tem o nível de qualidade discutível, não só por questões de fidelidade com os games, mas também pelo uso excessivo de clichês. A mescla entre cenas de perseguição absolutamente frenéticas, reprisando os cenários do terceiro filme e referenciando o trabalho de George Miller em Mad Max: A Estrada da Fúria  demonstra que o intuito da produção não é inovar e sim referenciar o cinema de ação, encerrando aqui não só as homenagens a Miller, como também a filmes como a trilogia Matrix; o estilo de direção de Zack Snyder e alguns clássicos do terror ligados a zumbis, como Despertar dos Mortos, Extermínio, Madrugada dos Mortos, entre outros. Nesse sentido, toda a saga Resident Evil rendeu sim uma boa retrospectiva, mas ainda assim é muito pouco para um produto como ele.

  • Crítica | Resident Evil 5: Retribuição

    Crítica | Resident Evil 5: Retribuição

    Resident Evil 5 Retribuição 1

    As cenas iniciais de Residente Evil 5 Retribuição começam em câmera reversa, em mais um dos muitos recursos videoclípticos tão comuns na carreira de Paul W. S. Anderson. Curioso é que a feitoria desta introdução é bem executada, apesar de cortar o clímax desta reapresentação da saga que teve cinco exibições em live action.

    Alice (Milla Jojovich) ressume seu papel de moça imortal, se apresentando são e salva após um dos muitos ataques da Umbrella, e logo já é posta para sofrer exames que viriam a comprovar sua saúde.  Os testes psicológicos realizados nela fazem claras alusões ao filme de Snyder Madrugada dos Mortos, em uma apresentação tosca, mas que está longe de representar os maiores erros de Resident Evil 5.

    O clichê da clonagem, antes só dedicado a Milla e sua Alice foi amplificado, com o único pretexto de causar no fã da série um ar nostálgico. As falas da heroína estão ainda piores, atestando a sua classificação como mulher badass. Alguns personagens que tinham desaparecido na franquia são resgatados, somente para serem descaracterizados. Resident Evil 5: Retribuição é como uma reciclagem mal executada, retomando de maneira porca o que deu certo nos primeiros filmes.

    Os tiroteios são risíveis, as lutas terminam com poses de vitória semelhantes aos vistos em Power Ranges e os show-off de armas são tão frequentes que fazem a fita parecer um comercial da indústria armamentista norte-americana.  A cena da fábrica de clones é completamente dispensável, mal feita e irritante. Mesmo após 10 anos da franquia no Cinema, P.W.S. Anderson e sua equipe de produção continuam cometendo os mesmo erros primários de Resident Evil: O Hospede Maldito.

    Incongruências sobram, como o exemplo de o robô de controle que fica exposto o tempo inteiro. Outro factoide jamais explicado é como a Umbrella sobrevive ao fim do mundo e prossegue com dinheiro para executar tantas novas invenções, a despeito de todas as ideias estúpidas e administradores imbecis. Mistério é o motivo que fez o diretor achar que seria interessante mostrar os efeitos dos golpes com um panorama em raio-x esverdeado, aludindo talvez a expectativa de que o público que consome os filmes da franquia seja formado por pessoas mentalmente debilitados.

    Shawn Roberts volta ao papel de Wesker, para abrilhantar ainda mais a película, mas dessa vez ele é afável, e se alia a Alice, contra um inimigo em comum – numa reviravolta muito mal construída. A cena final de Resident Evil deixava claro que o objetivo da Companhia Guarda-Chuva era resgatar os irmãos Redfields – Chris e Claire – vivos, mas eles não aparecem em momento algum, nem é levantada qualquer possibilidade de onde eles estariam, o que deixa uma interrogação na cabeça de quem assiste: será que eles estariam se “poupando” para uma parte 6 ou o roteirista simplesmente esqueceu deles?  O final mais uma vez é aberto, a tomada que mostra como a Terra está após os últimos acontecimentos da Guerra contra a Umbrella causa calafrios e medo do que ainda está por vir, já que a sexta parte está confirmada, com data de estreia já marcada, com o que deve ser o capítulo derradeiro. A produção de Resident Evil se mostra cada vez mais desgastada, carregando um enfado que aumenta a cada novo filme.

  • Crítica | Resident Evil 4: O Recomeço

    Crítica | Resident Evil 4: O Recomeço

    Resident Evil 4 Recomeço 1

    Os efeitos em slow motion nos minutos iniciais de Resident Evil 4: O Recomeço já escancaram lastimavelmente que Paul W. S. Anderson voltou à cadeira de diretor apresentando os aspectos muito negativos que lhe são peculiares, especialmente no estilo videoclíptico que imitam porcamente o visual e estilo de Matrix.

    O começo da trama é efetuado por mais um recordatório, tornando claro que os produtores julgam que seu público sofre de amnésia crônica. A ideia de arquitetar um plano com dezenas de clones a uma instalação de segurança máxima é demasiado fraca, só servindo para tornar a Alice de Milla Jojovich em algo menos poderoso. Mesmo voltando a ser humana de novo, a protagonista e heroína de ação consegue sobreviver à queda de um avião. Após a mini odisseia, ela toma um aeroplano e viaja até o Alaska à procura de sobreviventes, sem qualquer explicação mínima, mas somente uma tela preta informando que seis meses haviam se passado.

    Milla volta à sua canastrice habitual. Os personagens secundários são sofríveis, mesmo os que funcionaram bem em Resident Evil 3 A Extinção. As mudanças de personalidade são “justificadas” por uma lavagem cerebral e controle da mente, e por incrível que pareça esses ainda os problemas pequenos. Wentworth Miller faz do seu Chris Redfield um prisioneiro que aparenta ser badass, mas que, diante dos perigos que se aproximam, pouco tem ação. O CG, antes bem feito, volta a ser tosco; parece até ter piorado em comparação com o filme anterior. A desconstrução de Claire Redfiled (Ali Larter) é de uma incompetência ímpar. As situações de perigo se tornaram fúteis mais uma vez, os zumbis pouco ameaçam – mesmo com todos os upgrades, Alice volta a ser intocável, executando exibições de saltos ornamentais dignas de uma gata molhada.

    Resident Evil 4 Recomeço 3

    A desconstrução do que foi visto anteriormente torna-se estranha, por perceber-se o óbvio fato de que o roteiro também era de W.S. Anderson. Entretanto, de todos os aspectos patéticos, o pior momento é de Albert Wesker. Sua palidez mórbida, os óculos escuros – que servem até como arma – e sua falta de talento dramatúrgico são sensacionais, e formam o arquétipo de um dos piores vilões que o cinema já produziu, graças e muito ao desempenho ridículo de Shawn Roberts, que só faz estalar o pescoço e ameaçar Alice. Mas não há como culpar somente o intérprete, que está limitado por um realizador que não parece saber instruir seus subalternos. Wesker é uma amálgama de Neo e Agente Smith, o que deve tornar a figura de Anderson em algo insuportável na roda de amigos ligados aos irmãos Watchowski.

    A batalha final é anticlimática, sem pé nem cabeça, e mesmo após todas as pirotecnias, a Umbrella está firme novamente, pronta para aprontar mais confusões e para infernizar a vida de Alice e do público do cinema. A cena pós-crédito é um acinte, e mostra que nada está tão ruim que não possa piorar mais ainda, encerrando o filme de modo quase tão desrespeitoso quanto Resident Evil 2: Apocalipse.

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