“No espaço, ninguém pode ouvir você gritar.” Eis o slogan de um dos principais marcos da história do cinema. Lançado em 1979 e sob a direção de Ridley Scott, Alien – O Oitavo Passageiro criou um novo conceito para os filmes de terror com monstros, o qual se mescla, ao mesmo tempo, com elementos de ficção científica.
Somos apresentados à nave cargueiro Nostromo e sua tripulação. No meio da viagem de volta para a Terra, os sete tripulantes a bordo da nave são acordados ao receberem um sinal advindo de um asteróide. Ao investigarem o local, um dos tripulantes é infectado por um alienígena, cujo embrião se aloja dentro de seu corpo. O pesadelo para os tripulantes começa quando o estranho monstro começa a caçar cada um dos tripulantes dentro da nave.
O primeiro dos muitos méritos que o primeiro filme da franquia Alien possui é o fato de que dispunha, à época, de pouquíssimos recursos visuais e mesmo assim conseguiu produzir um resultado fantástico. A ausência de efeitos especiais surpreendentes como os que vemos hoje são recompensados totalmente com um roteiro completo e que desnorteia o espectador por toda a extensão do filme. Assim como em Tubarão (Steven Spielberg) que não vemos a ameaça na maior parte do tempo, em “Alien” acontece a mesma coisa. São pouquíssimos os momentos em que realmente enxergamos a monstruosidade em toda sua ferocidade, porém isso não muda a atmosfera de tensão criada pelo roteiro. Somos levados a um local isolado e à medida que os membros da tripulação vão morrendo vamos sendo empurrados cada vez mais a um sentimento de desolação extremo, o qual somente se potencializa com a trilha sonora de Jerry Goldsmith.
Um filme que se passa no espaço com certeza proporciona uma excelente visualização da personalidade dos poucos personagens que apresenta. O elenco faz um excelente trabalho, destacando-se principalmente a atriz Sigourney Weaver como a heroína Ripley. No começo do longa metragem, mal conseguimos visualizar que ela é nossa protagonista, porém conforme o filme vai evoluindo, a personagem também se envolve cada vez mais à trama e a atriz consegue passar de maneira fluida e natural esse envolvimento.
Não há mais nada para falar da trilha sonora de Jerry Goldsmith e nem do design dos alienígenas feitas por H.R. Giger além de que são fantásticos e somente ajudaram o filme ainda mais a se tornar o clássico que é hoje.
Com certeza um filme que vale a pena ser revisto por vários e vários anos. Nos apresenta o melhor do que o cinema tem a oferecer aos espectadores, proporcionando experiências únicas, graças a uma excelente produção. Não há como falar em filmes de monstros, de terror ou de ficção científica sem falar de Alien. Um verdadeiro clássico que merece a atenção de todos.
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Texto de autoria de Pedro Lobato.
Muito bom, sem duvidas alien é um filme que de forma nenhuma fica datado, além de ter muitas previsões em tecnologia que poderia ser desenvolvida na época.
Então, uma curiosidade, é que pelo que eu lembro, Ripley não seria o personagem principal da historia, por isso ela tem um ritmo de desenvolvimento como personagem principal bem mais lento(o que ajuda muito até para nós apegarmos em outros personagens). Acho que quando eles pousam no asteroide é que ficou decidido que Ripley iria ser a principal.
Esse foi um dos filmes que mais foi usado o design, seja para catar dinheiro para a produção ou para montar cenários com ares insanos e claustrofóbicos da mente maluca do H. R. Giger com desenhos do também famoso Moebius(acho que acertei o nome….).
Foi uma união de grandes nomes que realmente deu muito certo, e a obra vive e é citada/copiada até hoje.
Exatamente. Esse lance da Ripley é muito legal porque mostra que o desenvolvimento do roteiro funciona. Ela se torna a protagonista pelas circunstâncias e não porque ela é a heroína e ponto final (como na maioria dos filmes).
Esqueci de mencionar os desenhos do Moebius, mas é isso aí mesmo. O design daquele filme é fantástico demais!
Ele não envelhece nunca e eu fico muito empolgado com isso. Fazia já algum tempo que eu não o revia e tive as mesmas sensações e empolgações da primeira vez que o assisti a muitos anos atrás. Isso é algo que merece ser sempre valorizado.
Fizemos um programa GIGANTE sobre Alien – O Oitavo Passageiro. Acho que só viria a somar com essa crítica!
http://www.enquadrandoeandando.com.br/enquadrando-andando-19-alien-o-oitavo-passageiro/
Escuta lá! ^^
Acho que Ripley é preparada para ser a heroína desde logo depois do início. Não lembro bem, mas ela é a oficial de segurança da nave (!?), e demonstra uma saudável desconfiança com toda a situação, desde o começo, juntamente com Lambert (não por acaso a outra única personagem feminina). Daí a sobrar como única sobrevivente e, portanto, única capaz de destruir a criatura, é um passo atrás do outro. Isso diz tudo sobre o roteiro – e sobre a direção. Uma obra de arte.
Sou de 1991, obviamente nem era nascido na época e assisti o primeiro filme da quadrilogia ontem, me fez pensar que o dinheiro gasto com a saga terror no pântano poderia ter sido doado para a caridade.