Tag: Andrea Romano

  • Crítica | Liga da Justiça vs Os Cinco Fatais

    Crítica | Liga da Justiça vs Os Cinco Fatais

    Longa animado de Sam Liu, que resgata o  visual da animação clássica do universo compartilhado de Bruce Timm, Alan Burnett e companhia (sendo produzido e roteirizado por esses, inclusive), Liga da Justiça VS Os Cinco Fatais começa no futuro, mostrando o que seria a Legião dos Super Herois lidando com alguns vilões, até que eles conseguem viajar no tempo, para o presente onde Super Homem e outros heróis imperam sobre a Terra. Junto a eles, vai Starboy, um vigilante de poderes cósmicos e visual engraçado.

    Boa parte do humor mora nas diferenças de cultura, variando as linhas temporais. Starboy fica nu, em uma farmácia. Não demora a mostrar outros heróis, com destaque para duas moçar, Jessica Cruz, como Lanterna Verde, e Miss Marte como substituta do Ajax/Caçador de Marte. As duas personagens tem uma participação bem positiva e voluntariosa, conseguem ser bem desenvolvidas mesmo com o curto tempo de duração do filme, que tem menos de 80 minutos.

    Outra boa aparição é do Senhor Incrível (Mister Terrific, não o personagem principal de Os Incriveis), que funciona neste como o cérebro tático da Liga. O roteiro de Burnett, Eric Carrasco, James Krieg não valoriza tanto os vilões do Quinteto Fatal, mesmo sendo baseado na revista de Jim Shooter. O perigo deles não é tão bem utilizado, e em alguns momentos, esse parece um daqueles arcos do desenho da Liga, em três partes, mas condensado na mesma fita para parecer uma historia única.

    cameos também, especialmente no Asilo Arkham onde Hera Venenosa e Arlequina aparecem atacando Batman e Miss Marte, que funcionam por sua vez como uma dupla dinâmica repaginada, mas infelizmente o filme não passa muito disso, do sentimento nostálgico e da boa surpresa que é Jessica Cruz como Lanterna.

    Os vilões não tem carisma, nem tempo de serem apresentados, e a aventura aqui é genérica, falta inspiração e ousadia ao roteiro, que não faz temer pelo destino de absolutamente nenhum herói. Seus pontos positivos são bem explorados, como o casting de Andrea Romano, mas entende-se completamente o zero esforço da produção em fazer parte do que é considerado cânone no antigo Universo DC Animado (DCAU), é mais uma aventura escapista, com uma diversão moderada, que reflete um pouco sobre a finitude da vida dos heróis, e que serve basicamente para a personagem que Diane Guerrero dubla brilhar, a mesma atriz que também está em Doom Patrol fazendo um personagem regular.

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  • Crítica | Liga da Justiça: Trono de Atlantis

    Crítica | Liga da Justiça: Trono de Atlantis

    Adaptando uma das fases dos Novos 52, Liga da Justiça Trono de Atlantis é uma animação de 2015, de Esthan Spaulding que mira nos arcos e reformulações mais recentes do Aquaman, mas que não tem coragem o suficiente para ser uma animação solo do herói aquático. O começo apela para o triangulo amoroso entre Diana Prince, Superman e Lois Lane e só depois mostra Arthur Curry como personagem principal.

    O traço característico da animação faz ele se assemelhar demais as fitas recentes de Jay Oliva e em comum com Guerra, Batman vs Robin e outros filmes do animador, há também o roteiro raso e simplista, que reúne os elementos das historias em quadrinhos recentes de uma maneira tão corrida que nãos e valoriza sequer os pontos bons delas. Há muita pressa em resolver os conflitos  em mostrar a ação acontecendo, fato que faz com que a apreciação do filme feito direto para o mercado de home vídeo não passe de uma experiência genérica e pouco audaciosa.

    Arthur Curry é dublado por Matt Lanter, o mesmo que fez a voz de Anakin Skywalker em toda a série Clone Wars de Dave Filoni, mas o serviço que presta é tão mal utilizado que quase não faz diferença a longa experiência do ator de vozes. Mera é feita por Sumalee Montano, mas também bão tem destaque o suficiente, e há outra curiosidade, Andrea Romano faz a senhora de Atlantis, e seu papel é tão clichê que também faz perguntar porque a principal responsável pelas escolhas das vozes dos seriados e filmes animados da DC se permitiria fazer um papel como esse, ainda mais um que tem interferência direta na trama.

    Ao final da apreciação do longa animado a sensação é de que os produtores não entenderam direito o ram de Geoff Johns, Paul Pelletier e Ivan Reis, pois pegaram somente as partes onde a ação impera e diluíram toda a complexidade dos quadrinhos, a tradução entre mídias não funcionou. O roteiro de Heath Corson se apega  somente as brigas e não dá profundidade aos dramas vividos e sua cena pós crédito também é risível, mostrando o encontro de vilões e mais um gancho para outras animações, mostrando que todo o drama ali estabelecido não seria nada além de uma preparação para outros filmes.

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  • Crítica | Batman: Assalto em Arkham

    Crítica | Batman: Assalto em Arkham

    Batman Assalto em Arkham

    De começo simplista, Batman: Assalto em Arkham segue a nova onda de animações da DC Comics pós-reboot, e diferentemente de outros pares como Liga da Justiça: Guerra e O Filho do Batman, esta foca personagens secundários do universo do Morcego, mais especificamente os vilões. A toada é diferenciada da estética dos Novos 52, já que logo no início é mostrada uma Amanda Waller ainda obesa, com a costumeira e bela construção de sua personagem antes da última “reinvenção”. A violência também é inserida no filme de maneira mais acentuada se comparada a de seus primos, com direito a sangue e dilacerações.

    O mote da história varia nas referências, com momentos que lembram a série recente de games de Batman relacionados a Franquia Arkham e, claro, a formação do Esquadrão Suicida, idealizada pela membro do Projeto Cadmus. A velha máxima do grupo de bandidos é reafirmada, cuja sentença aparece em duas formas: a total cooperação deles em troca da remissão de seus pecados ou a morte.

    A missão desta vez caracteriza-se por uma invasão ao asilo de Amadeus Arkham para recuperar o cajado do Charada, que poderia conter uma arma de destruição em massa. A desculpa para a ausência de Batman na história se dá por ele estar em outra missão, ainda que tal prioridade seja muito discutível.

    O submundo de Gotham é um campo muito fértil para as desventuras do grupo de marginais, ao exibirem toda a a sua misantropia à procura das condições mínimas para a execução da missão a qual foram comissionados. No entanto, a postura dos personagens do ideário da cidade é curiosa e contrastante com a violência gráfica mostrada anteriormente.

    O mafioso superpoderoso Pinguim é apresentado como um selvagem se alimentando de uma pilha de peixes crus, como fazia sua contraparte deformada e monstruosa em Batman: O Retorno – tal caracterização além de datada é contraditória por ser demasiada imatura, especialmente quando é precedida por uma cena de cunho sexual envolvendo Arlequina e o Pistoleiro.

    Os ares do universo pré-Novos 52 são notados na escolha de dubladores, especialmente com o retorno de Kevin Conroy como dublador do Cruzado Encapuzado, o que não ocorria em longas desde Liga da Justiça: Ponto de Ignição. É curioso como o diretor Jay Oliva prossegue reverenciando o segundo filme de Tim Burton à frente do herói, com cenas literalmente copiadas e com o design do batmóvel muito semelhante ao veículo pilotado por Michael Keaton. Por mais que não seja o personagem que mais aparece em tela, o Morcego ainda envolve-se em cenas de luta impressionantes se analisadas sob o ponto de vista gráfico.

    Alguns outros easter eggs são mostrados, entre eles máscaras dos palhaços capangas do Coringa de Heath Ledger. Do meio para o final da exibição, a tônica volta para os personagens mais conhecidos e carismáticos, primeiro remetendo à óbvia rivalidade de Batman com seu nêmese, depois com a reativação do romance protagonizado por Coringa e Arlequina – é esta relação, aliás, a responsável para que o caótico plano do Palhaço do Crime fosse às vias de fato. O caos do manicômio ganha as ruas da cidade, pondo-se além dos portões da casa de loucos.

    O Coringa rouba a cena, fazendo do Asilo e seus arredores um zoológico ao liberar todas as feras enjauladas para desviar a atenção da bomba de Nygma, que ele resolve ativar só por diversão. Tudo ocorre em tempo o suficiente para o herói destravar todas as traquitanas de seu rival. Se por um lado há uma sobra de violência nos primeiros momentos, o roteiro de Heath Corson não consegue desenvolver algo mais elaborado quando se cobra uma visão mais adulta dos fatos.

    Esse desequilíbrio entre o juvenil e o infantil denigre muito a fita, fazendo dela uma peça de gosto duvidoso e de público não definido. Seu caráter é de difícil distinção, e fora a bela coordenação de vozes de Andrea Romano e seu atores, pouco há para se elogiar no filme, claro, destacando a melhora aparente quando comparado com as animações que emulam os Novos 52.