Tag: Alan Burnett

  • Crítica | Esquadrão Suicida: Acerto de Contas

    Crítica | Esquadrão Suicida: Acerto de Contas

    Nos quadrinhos, o Esquadrão Suicida é uma iniciativa do governo americano, de utilizar criminosos a seu favor, comandados por Amanda Waller, vilões de quinta categoria enviados para missões secretas e muitas vezes… suicida. Em Esquadrão Suicida: Acerto de Contas, a história não tem muitos rodeios, o Pistoleiro, Conde Vertigo, Pierrô e Colombina estão a bordo de uma nave onde recebem ordens de Waller. O diferencial dessa para as outras animações recentes da DC é a violência.

    A ideia do filme de Sam Liu não é trazer uma trama ousada, mas a oportunidade de colocar personagens que dificilmente teriam chance de fazer um filme solo. A equipe utilizada na missão de encontrar Maxum Steel conta com Pistoleiro, Nevasca, Tigre de Bronze, Arlequina, Capitão Bumerangue e Cabeça de Cobra.

    A busca por Steel envolve alguns fatores estranhos, entre eles a entrada num clube de strip-tease, com direito a um sujeito se exibindo de sunga fio dental, além de uma disputa com outros vilões, como Blockbuster, Banshee Prateada e Flash Reverso. Esse definitivamente não é um produto para crianças, e de certa forma, é basicamente tudo que o Esquadrão Suicida de David Ayer deveria ser, mas falhou miseravelmente.

    A trama paralela, envolvendo o Flash Reverso tem uma premissa positiva, traçando um paralelo interessante com Ponto de Ignição, ainda que bastante apressado. Mesmo com esse defeito, ela ainda segue como uma das abordagens menos equivocadas dessa nova fase de animações, ao mostrar Waller escolhendo seus mercenários para resolver uma questão pessoal, e não governamental. Nestes trechos, o roteiro de Alan Burnett é quase tão bem construído quanto A Morte do Superman e O Reino do Superman, mas a maioria dos diálogos e tramas de traição são bobos, causando um certo enfado no espectador.

    O final tenta salvar o filme, mas esbarra em uma violência desmedida e bastante sensacionalista. Infelizmente, a animação sofre do mesmo problema de outras do mesmo estúdio, há muito reaproveitamento de cenas e pouca qualidade técnica e narrativa visual.

  • Crítica | Liga da Justiça vs Os Cinco Fatais

    Crítica | Liga da Justiça vs Os Cinco Fatais

    Longa animado de Sam Liu, que resgata o  visual da animação clássica do universo compartilhado de Bruce Timm, Alan Burnett e companhia (sendo produzido e roteirizado por esses, inclusive), Liga da Justiça VS Os Cinco Fatais começa no futuro, mostrando o que seria a Legião dos Super Herois lidando com alguns vilões, até que eles conseguem viajar no tempo, para o presente onde Super Homem e outros heróis imperam sobre a Terra. Junto a eles, vai Starboy, um vigilante de poderes cósmicos e visual engraçado.

    Boa parte do humor mora nas diferenças de cultura, variando as linhas temporais. Starboy fica nu, em uma farmácia. Não demora a mostrar outros heróis, com destaque para duas moçar, Jessica Cruz, como Lanterna Verde, e Miss Marte como substituta do Ajax/Caçador de Marte. As duas personagens tem uma participação bem positiva e voluntariosa, conseguem ser bem desenvolvidas mesmo com o curto tempo de duração do filme, que tem menos de 80 minutos.

    Outra boa aparição é do Senhor Incrível (Mister Terrific, não o personagem principal de Os Incriveis), que funciona neste como o cérebro tático da Liga. O roteiro de Burnett, Eric Carrasco, James Krieg não valoriza tanto os vilões do Quinteto Fatal, mesmo sendo baseado na revista de Jim Shooter. O perigo deles não é tão bem utilizado, e em alguns momentos, esse parece um daqueles arcos do desenho da Liga, em três partes, mas condensado na mesma fita para parecer uma historia única.

    cameos também, especialmente no Asilo Arkham onde Hera Venenosa e Arlequina aparecem atacando Batman e Miss Marte, que funcionam por sua vez como uma dupla dinâmica repaginada, mas infelizmente o filme não passa muito disso, do sentimento nostálgico e da boa surpresa que é Jessica Cruz como Lanterna.

    Os vilões não tem carisma, nem tempo de serem apresentados, e a aventura aqui é genérica, falta inspiração e ousadia ao roteiro, que não faz temer pelo destino de absolutamente nenhum herói. Seus pontos positivos são bem explorados, como o casting de Andrea Romano, mas entende-se completamente o zero esforço da produção em fazer parte do que é considerado cânone no antigo Universo DC Animado (DCAU), é mais uma aventura escapista, com uma diversão moderada, que reflete um pouco sobre a finitude da vida dos heróis, e que serve basicamente para a personagem que Diane Guerrero dubla brilhar, a mesma atriz que também está em Doom Patrol fazendo um personagem regular.

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  • Crítica | Suicide Squad: Hell To Pay

    Crítica | Suicide Squad: Hell To Pay

    O filme de Sam Liu (Batman e Arlequina, Titãs: O Contrato de Judas, Batman – A Piada Mortal) é uma animação que faz parte do universo compartilhado pela DC Universe Animated Original Movies a partir de Liga da Justiça – Ponto de Ignição, ou seja, este Suicide Squad: Hell To Pay nada tem a ver com Batman – Assalto Em Arkham, ambientado no universo dos jogos da franquia Arkham. Aqui, Pistoleiro, Tigre de Bronze, Nevasca, Capitão Bumerangue, Arlequina e Cobra Venenosa são comissionados para tentar recuperar um objeto místico, a mando de Amanda Waller.

    A historia contada é original, ao contrario de outras animações da saga, como Liga da Justiça – Guerra e Liga da Justiça Dark, também ambientada nesse universo. Curiosamente, outros vilões também estão atrás do mesmo artefato que o Esquadrão procura, e apesar dessa trama não ter nada a ver com a outra versão animada recente do mesmo grupo, o que se assiste são repetições de arquétipos e atitudes, sem nenhum cuidado em representar os vilões com qualquer personalidade, tridimensionalidades ou qualidades únicas. De certa forma, esta é uma versão moderna do que Super Amigos fazia, claro, sem o charme que o desenho da Hanna-Barbera tinha.

    Quando não são repetitivas, as caracterizações beiram o bizarro, como na parte em que Maxum Steel (que é o alvo do grupo, segundo um pedido de Waller) descreve parte de suas desventuras no passado, quando ainda era o vigilante Doutor Destino. Mostrado em trajes sumários, a câmera passa de maneira incômoda por suas curvas semi-nuas. Tal situação soa estranha, ainda mais dado o público-alvo principal do filme. Ao final, o longa passa a ser extremamente violento, fato que ajuda a fomentar seu caráter de produto para pessoas mais velhas, ainda que na maior parte dos momentos soe bastante exagerado.

    O roteiro de Alan Burnett até tenta trazer alguma importância para os fatos ocorridos em tela, e quando se teme pelo destino dos personagens, certamente o mérito é dele, um roteirista acostumado a obras do antigo DCAU (DC Animated Universe). Mas como a base para essas questões não é muito bem fundamentada, não há muito como esperar algo que fuja muito do comum aqui, visto que não se trabalha minimamente para causar empatia da parte do público nesta animação.

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  • Crítica | Batman: A Máscara do Fantasma

    Crítica | Batman: A Máscara do Fantasma

    Batman - A Mascara do Fantasma

    O sucesso de Batman – A Série Animada proporcionou a realização de um longa metragem ambientado no mesmo excelente cenário da série criada em 1992. Batman – A Máscara do Fantasma foi lançado nos cinemas em 25 de Dezembro de 1993, portanto, um ano após a primeira temporada da série e teve excelente recepção da crítica, ainda que o público tenha sido abaixo do esperado. Ainda hoje é considerado um dos melhores longa metragens do morcego.

    O roteiro não apresenta nenhum argumento novo no universo da personagem, mas trabalha de maneira habilidosa com os conceitos básicos em um estilo apurado e dramático suficiente para que se compreenda a dimensão e o fardo de Bruce Wayne. Na trama, os principais gângsteres de Gotham estão sendo assassinados por um misterioso novo vilão. Ao investigar, Batman descobre que algumas histórias do passado podem voltar à tona.

    Dividido entre flashbacks sobre o passado do morcego e o desenvolvimento presente da história, revisitamos o começo da carreira de vigilante de Wayne. Sem dúvida, há uma leve inferência do famoso Ano Um da personagem, porém, o roteiro feito a oito mãos por Paul Dini, Alan Burnett, Martin Pasko e Michael Reaves apresenta mais dúvidas quanto a uma vida de super herói ao incluir um interesse amoroso e duradouro na vida do milionário.

    Enquanto estuda maneiras de intimidação para viver como o futuro alter ego, a vida de Wayne se modifica com a relação duradoura com Andrea Beaumont, filha de um grande empresário do local. Dividido entre a promessa que fez aos pais após sua morte e a percepção de que poderia ter uma vida feliz afeta o psicológico do herói. Há mais fragilidade em sua personalidade nesta história do que na brilhante narrativa de Frank Miller. Com direito a uma bonita cena em que, na chuva, em frente ao túmulo dos país, Wayne questiona a promessa e o fardo perante a possibilidade de ser feliz, reconhecendo que, ao se tornar um herói, não haverá nenhum laço familiar com outra pessoa.

    O entreato passional se realinha com a tradicional história do morcego ao apresentar a desistência repentina da garota ao quase se tornar a futura Srta. Wayne. Um recurso habilidoso que amarra os eventos do passado com os assassinatos do presente, utilizando favoravelmente a presença do Coringa como um dos vilões do longa metragem.

    Um dos grandes vilões do universo do morcego, o Coringa, está presente em diversas sagas devido a sua popularidade, mas nem sempre sua presença garante qualidade. Em A Máscara do Fantasma, o passado do palhaço do crime também é revelado, sendo ele um dos capangas que trabalhou para um dos gângsteres assassinados. Dessa maneira, o personagem adentra a história ativamente, não apenas como um maníaco aleatório como alguns roteiros de quadrinhos apresentam. Produzindo um bom equilíbrio entre o novo vilão e um antigo.

    Mesmo aclamado com o sucesso atualmente, a produção estreou arrecadando uma bilheteria inferior ao esperado pela Warner. Porém, foi indicada ao Annie, prêmio americano de animação (perdendo para O Rei Leão) e sendo bem vendido em Home Video, além de inspirar um tie-in em quadrinhos. Um longa metragem bem superior as duas obras seguintes do morcego nos cinemas: Batman Eternamente e Batman & Robin. Ainda não há uma edição em alta definição desta produção. No Brasil, um DVD foi lançado, porém, em edição fullscreen. Uma pena para uma história com bonita ambientação nos consagrados traços da animação.

    Para ouvir: VortCast 34: Batman – A Máscara do Fantasma

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