Tag: Sam Liu

  • Crítica | Mulher-Maravilha: Linhagem de Sangue

    Crítica | Mulher-Maravilha: Linhagem de Sangue

    Mulher-Maravilha: Linhagem de Sangue se inicia com o piloto Steve Trevor, caindo próximo da ilha paradisíaca onde Diana, Hipolita e as outras amazonas vivem.

    Há muitas semelhanças narrativas entre Linhagem de Sangue e Mulher-Maravilha, de Patty Jenkins. A origem da heroína é abordada de modo muito semelhante. Ao contrário do que se pode pensar, os diretores Justin Copeland e Sam Liu não tem muita pressa em desenvolver seu arco de aventura, mesmo este sendo mais um filme com uma duração de pouco mais de 80 minutos, o que se vê é uma abordagem mais séria, embora não deixe o divertimento de lado.

    Este é o melhor filme animado em tempos nas adaptações da DC, superior visualmente até mesmo A Morte do Superman e Reino do Superman. As cores são vivas, os movimentos dos personagens tem fluidez e as lutas possuem um dinamismo que não se vê em outras animações recentes da DC Comics. Mesmo os olhos e faces dos personagens são diferenciados daqueles vistos nos filmes de Liu e Jay Oliva.

    O longa se desenvolve com a estadia da personagem no mundo dos homens, e nesse ínterim começa uma trama paralela, dela com Vanessa, uma adolescente que vai mudando de cabeça e pensamento ao longo da história. A utilização de Nessie como um exemplo de como jovens meninas viam Diana é inteligente, não só por conta do uso dela nesse contexto, mas também para aludir que por mais heroica que seja a Mulher-Maravilha, ela não é a prova de falhas.

    O desenvolvimento da amizade para a decepção com o ícone que a amazona representa é bastante apressada, mas não chega a desabonar por completo o texto de Mairghread Scott. O ponto fraco da obra realmente são as vilãs, que aparecem e desaparecem de modo repentino e oportunista. O final apressado e atrapalhado não colaboram, e a batalha final soa confusa, repleta de clichês e de lutas que não seguem a tônica do restante da obra, ainda assim vale conferir pela forma como a origem é restabelecida, além da dublagem de Rosario Dawson como protagonista.

  • Crítica | Esquadrão Suicida: Acerto de Contas

    Crítica | Esquadrão Suicida: Acerto de Contas

    Nos quadrinhos, o Esquadrão Suicida é uma iniciativa do governo americano, de utilizar criminosos a seu favor, comandados por Amanda Waller, vilões de quinta categoria enviados para missões secretas e muitas vezes… suicida. Em Esquadrão Suicida: Acerto de Contas, a história não tem muitos rodeios, o Pistoleiro, Conde Vertigo, Pierrô e Colombina estão a bordo de uma nave onde recebem ordens de Waller. O diferencial dessa para as outras animações recentes da DC é a violência.

    A ideia do filme de Sam Liu não é trazer uma trama ousada, mas a oportunidade de colocar personagens que dificilmente teriam chance de fazer um filme solo. A equipe utilizada na missão de encontrar Maxum Steel conta com Pistoleiro, Nevasca, Tigre de Bronze, Arlequina, Capitão Bumerangue e Cabeça de Cobra.

    A busca por Steel envolve alguns fatores estranhos, entre eles a entrada num clube de strip-tease, com direito a um sujeito se exibindo de sunga fio dental, além de uma disputa com outros vilões, como Blockbuster, Banshee Prateada e Flash Reverso. Esse definitivamente não é um produto para crianças, e de certa forma, é basicamente tudo que o Esquadrão Suicida de David Ayer deveria ser, mas falhou miseravelmente.

    A trama paralela, envolvendo o Flash Reverso tem uma premissa positiva, traçando um paralelo interessante com Ponto de Ignição, ainda que bastante apressado. Mesmo com esse defeito, ela ainda segue como uma das abordagens menos equivocadas dessa nova fase de animações, ao mostrar Waller escolhendo seus mercenários para resolver uma questão pessoal, e não governamental. Nestes trechos, o roteiro de Alan Burnett é quase tão bem construído quanto A Morte do Superman e O Reino do Superman, mas a maioria dos diálogos e tramas de traição são bobos, causando um certo enfado no espectador.

    O final tenta salvar o filme, mas esbarra em uma violência desmedida e bastante sensacionalista. Infelizmente, a animação sofre do mesmo problema de outras do mesmo estúdio, há muito reaproveitamento de cenas e pouca qualidade técnica e narrativa visual.

  • Crítica | Superman: Entre a Foice e o Martelo

    Crítica | Superman: Entre a Foice e o Martelo

    Depois de dezessete anos após o lançamento da revista, finalmente a versão animada da DC adapta Superman: Entre a Foice e o Martelo, revista consagrada de Mark Millar com desenhos de Dave Johnson cuja premissa é bastante simples: e se o bebê kriptoniano que se tornaria o Superman caísse em território soviético e não americano. Coube a Sam  Liu a responsabilidade de conduzir essa versão, e infelizmente essa é mais um longa-metragem com o pouco apuro visual e com um traço feio e genérico, semelhante em muitos pontos aos filmes que adaptam os novos 52.

    A trama começa em 1946, na URSS, e já começa legal por mostrar uma versão bem encaixada das contra partes de Clark  Kent e Lana Lang em terras russas/ucranianas, seguidas dos créditos iniciais que mostram capas e imagens clássicas do gibi. Este início quase ludibria o espectador, uma vez que mora nessa introdução os momentos mais brilhantes do roteiro, ao mostrar as propagandas soviéticas como uma arma eficaz na guerra ideológica, mas até as intenções dessa questão servem a um propósito complicado e maniqueísta de maneira desnecessária.

    As passagens de tempo soam confusos, assim como as relações entre os personagens. A cumplicidade entre a figura de autoritária Joseph Stalin e o homem intransponível inexiste, assim como não existe qualquer tensão pessoal entre o personagem principal e qualquer outro aliado. O filme carece de personagens que sejam dúbios, e em se tratando de um filme sobre a Guerra Fria isso é um pecado terrível. A relação que deveria ser parental entre político e super humano é suavizada de modo que não há qualquer dualidade, nem em Super, nem em Stalin e em mais ninguém e por mais que a HQ seja digna de críticas negativas, esse tipo de problemática não vinha do texto de Millar.

    Ao menos, há tentativa de abordagem mais delicada do camponês que ascendeu ao supra sumo da humanidade. A superação das barreiras do ordinário situa o personagem no exato oposto do que Jerry Siegel e Joe Shuster pensaram para o kriptoniano original, ao menos em geografia, pois os ideais do Superman clássico (o que nem voava e era visto em Superman Crônicas) tinha ideais marxistas. Uma pena que esse aspecto seja breve, passa rápido demais para causar espécie.

    Os gulags são mostrados de modo bem caricato e todo o orgulho presente na identidade socialista soviética não tem qualquer menção ou exaltação. A maior preocupação do roteiro de J.M. DeMatteis (que comete quase tantos equívocos quanto seu colega quadrinista Brian Azzarello em Batman: A Piada Mortal) é fazer paralelos entre os campos de concentração nazista e esses lugares, incluindo aí uma mise-en-scene terrível, de um garoto flagelado e hiper moralista que tem até morcegos atrás de si (e que um tempo depois, se tornaria um personagem famoso). O primeiro ponto de ruptura é cedo demais, com um terço de filme o Superman já é um assassino tirano que não tem nenhum questionamento mesmo quando ele toma o poder sobre o antigo soberano.

    As tentativas de paralelos com o universo comum da DC variam de qualidade. Por mais que a Diana/Mulher Maravilha seja uma personagem bem explorada aqui, a aliança entre Themyscira e URSS faz pouco sentido. A luta contra o Bizarro também, e a versão de Lex Luthor aqui é mais virtuosa até que a contra parte que era herói que combatia a Sindicato do Crime em uma das versões do universo DC.

    Alguns pontos são positivos, como a participação de Lois e Lane e da Mulher Maravilha, mas nada que salve o filme do texto de propaganda do American Way of Life ou da total distância entre ele e quase todas as obras do Superman, sejam as que se baseia a revistas ou as mais clássicas. A mudança do final em é necessariamente um problema, mas toda a construção moral do personagem, sua modificação para ser um vilão não faz qualquer sentido visto os últimos atos dele, que se joga como um sacrifício meio nulo

    Em alguns pontos a historia é panfletária de uma maneira até mesquinha. A questão do Muro de Berlim e o modo como se fala da influencia socialista ser encarada como cancerígena é podre, e no filme não se mostra o colapso que o capitalismo teve na época do poderio do Superman como líder dos soviéticos. Ate por essa construção malévola dele, não faz sentido insistir em demonstrar que o herói é belo, benevolente e preocupado com o bem estar mundial, pois mesmo Lex é mais honesto e bom do que o personagem-título.

    Do ponto de vista narrativo o filme peca muito não só na figura do Super mas também na do Batman, que é um poço de clichês. Há também uma dificuldade em traduzir a essência do Superman nessa e por mais que Millar tenha mudado muita coisa nos rumos da vida do herói, mas o cerne e o básico, o essencial estava lá ao menos na premissa e aqui não, e nem é somente pela questão do personagem matar opositores sem dó, mas basicamente por não se enxergar nele nem um resquício do do herói clássico. Nenhum distanciamento entre como o povo vê seu governante e como ele realmente é justifica isso.

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  • Crítica | Liga da Justiça vs Os Cinco Fatais

    Crítica | Liga da Justiça vs Os Cinco Fatais

    Longa animado de Sam Liu, que resgata o  visual da animação clássica do universo compartilhado de Bruce Timm, Alan Burnett e companhia (sendo produzido e roteirizado por esses, inclusive), Liga da Justiça VS Os Cinco Fatais começa no futuro, mostrando o que seria a Legião dos Super Herois lidando com alguns vilões, até que eles conseguem viajar no tempo, para o presente onde Super Homem e outros heróis imperam sobre a Terra. Junto a eles, vai Starboy, um vigilante de poderes cósmicos e visual engraçado.

    Boa parte do humor mora nas diferenças de cultura, variando as linhas temporais. Starboy fica nu, em uma farmácia. Não demora a mostrar outros heróis, com destaque para duas moçar, Jessica Cruz, como Lanterna Verde, e Miss Marte como substituta do Ajax/Caçador de Marte. As duas personagens tem uma participação bem positiva e voluntariosa, conseguem ser bem desenvolvidas mesmo com o curto tempo de duração do filme, que tem menos de 80 minutos.

    Outra boa aparição é do Senhor Incrível (Mister Terrific, não o personagem principal de Os Incriveis), que funciona neste como o cérebro tático da Liga. O roteiro de Burnett, Eric Carrasco, James Krieg não valoriza tanto os vilões do Quinteto Fatal, mesmo sendo baseado na revista de Jim Shooter. O perigo deles não é tão bem utilizado, e em alguns momentos, esse parece um daqueles arcos do desenho da Liga, em três partes, mas condensado na mesma fita para parecer uma historia única.

    cameos também, especialmente no Asilo Arkham onde Hera Venenosa e Arlequina aparecem atacando Batman e Miss Marte, que funcionam por sua vez como uma dupla dinâmica repaginada, mas infelizmente o filme não passa muito disso, do sentimento nostálgico e da boa surpresa que é Jessica Cruz como Lanterna.

    Os vilões não tem carisma, nem tempo de serem apresentados, e a aventura aqui é genérica, falta inspiração e ousadia ao roteiro, que não faz temer pelo destino de absolutamente nenhum herói. Seus pontos positivos são bem explorados, como o casting de Andrea Romano, mas entende-se completamente o zero esforço da produção em fazer parte do que é considerado cânone no antigo Universo DC Animado (DCAU), é mais uma aventura escapista, com uma diversão moderada, que reflete um pouco sobre a finitude da vida dos heróis, e que serve basicamente para a personagem que Diane Guerrero dubla brilhar, a mesma atriz que também está em Doom Patrol fazendo um personagem regular.

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  • Crítica | Jovens Titãs: Contrato de Judas

    Crítica | Jovens Titãs: Contrato de Judas

    Jovens Titãs: Contrato de Judas tem um início de filme, entre os melhores nas animações recentes do universo animado da DC, com os personagens ainda bem novos salvando uma mulher que está sendo atacada por seres monstruosos. A vítima era Estelar, que ao ser salva, beija Robin para entender seu idioma, tal qual ocorre nas HQs e até nas animações, como Jovens Titãs.

    Já na linha do tempo do presente, Dick Grayson deixa de ser o Robin e passa a atuar como Asa Noturna, mas continua liderando os Titãs, ainda com uma formação parecida ao filme anterior Liga da Justiça e Jovens Titãs, que conta com Robin (Damian Wayne), Ravena, Estelar, Besouro Azul, Mutano e a nova integrante, Terra.

    É um pouco estranho que o Rapaz Fera não tenha crescido tanto entre as linhas temporais, pois Logan Garfield era contemporâneo ao Robin de Dick Grayson, e  o segundo já é adulto, enquanto Mutano ainda parece criança . Talvez o DNA alienígena pudesse explicar o retardo em seu crescimento, mas segue um pouco estranho seu flerte com Terra, aparentemente ele só não cresceu para não parecer pedofilia o flerte. A situação piora, pois Mutano ainda parece um adolescente, mas Terra não, é claramente uma criança, e tudo que tange sua relação com o Exterminador é no mínimo questionável eticamente falando.

    O ardil dos vilões é um pouco mal construído. O que se trata do Exterminador com Terra, faz sentido e é detalhado de modo tão adulto e  doentio quanto nos quadrinhos, mas o que envolve o Irmão Sangue soa estranho. As lutas também não empolgam muito, e ha momentos onde a animação é bem feia. O desfecho é um bocado emocionante, embora Liu não acerte tanto quanto a tradução que Os Jovens Titãs fazem da mesma saga. Ainda assim, as adaptações referentes a formação do grupo e as participações de outros heróis que não são Titãs são acertadas, embora se sinta falta de Cyborg por exemplo, mas diante da mediocridade das animações da DC feitos para o mercado de vídeo, essa se destaca positivamente, muito por conta do roteiro original, que Ernie Altbacker acerta em não mexer muito.

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  • Crítica | Reino do Superman

    Crítica | Reino do Superman

    Passado seis meses após a ultima animação A Morte do Superman, lançado em 2018 e dirigida por Sam Liu, finalmente chega ao mercado de home vídeo a continuação da mesma, chamada Reign of The Supermen (depois traduzido para Reino do Superman) sem nome nacional ainda, e a humanidade tem de conviver sem a presença de seu maior defensor, e com quatro heróis que exigem para si o titulo de Super-Homem, são eles o Superboy, Aço, o Erradicador e Super-Ciborgue.

    Liu também dirige esta versão e a sensibilidade com a que ele trata o roteiro de Tim Sheridan e James Krieg é surpreendente, especialmente porque essa animação se passa na mesma faixa cronológica das adaptações dos novos 52. Em determinado ponto há uma conversa entre Lois Lane e Diana Prince, os dois amores do Super Homem, e o diálogo entre elas é bem maduro, emocional e até bonito, pois ambas amaram o Super a sua maneira e entendem o lado uma da outra.

    Há outras boas referencias externas, como o cartaz atrás de Lex Luthor, ao anunciar o novo substituto do kriptoniano, o clone Superboy. Primeiro, ele sequer deixa o garoto falar, depois se desenrola um cartaz onde se lê Making Metropolis Safe Again, com a figura de Connor e Lex estampados, fazendo  uma piada com o slogan de campanha de Donald Trump. O modo como os pretensos substitutos do herói se enfrentam é bem simples, resume bem a essência de cada um dos quatro personagens, e apressa algumas revelações, em especial no que toca o Superboy e ao  Superciborgue.

    As adaptações são muito bem feitas, como não teria lógica utilizar a Supergirl da época, substituíram-na pelo Ajax/Caçador de Marte. Isso serve não só para matar as saudades que boa parte dos leitores e espectadores tinham do personagem, que há muito foi relegado a um papel hiper secundário nos quadrinhos, como acerta na questão de não precisar referenciar personagens de curta duração e que só faziam sentido na cronologia noventista.

    A reaparição do verdadeiro Super Homem é épica, e  a discussão que ele tem com John Henry Irons/Aço é melhor enquadrada aqui que na versão de Dan Jurgens. O antigo salvador da Terra voltou, mas dessa vez é falho, fraco como um ser humano comum e precisa de adaptar a essa nova condição, embora ela seja temporária. A vilania de Hank Hanshaw é bem traduzida nesta versão, se entende seu drama e as parcerias externas que faz, e o modo como ele monta seu exercito de seguidores conversa bastante com o avanço da extrema direita pelo mundo, para muito além da necessidade que algumas obras da cultura pop de reproduzir um discurso contrário ao autoritarismo, mostrando os males desses comportamentos com ações e não com discursos e frases feitas.

    Apesar de ambas as  sagas, tanto A Morte de Superman quanto o Retorno de Superman terem sido feitas só para alavancar as vendas dos quadrinhos dos personagens, as duas animações acertaram demais e conseguiram traduzir muito bem o espirito da época, repaginando os conceitos de maneira astuta e inteligente, talvez por conta da distância entre as sagas em si e o lançamentos desses. Ponto de IgniçãoLiga da Justiça: Guerra e Liga da Justiça: Trono de Atlantis não tiveram essa sorte, mesmo não tendo historias originais necessariamente ruins e é curioso como a expectativa de qualidade foi oposta nessas e nas duas mais recentes.

    https://www.youtube.com/watch?v=JUM70fOy4Vk

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  • Crítica | Liga da Justiça e Jovens Titãs

    Crítica | Liga da Justiça e Jovens Titãs

    Sam Liu, acostumado com as animações da DC Comics, deu à luz ao crossover sempre imaginado por fãs dos quadrinhos da editora, Liga da Justiça e os Jovens Titãs e começa seu drama mostrando a Liga enfrentando outro super grupo, a Legião do Mal. A luta termina com o demônio Azarath se apossando do corpo do Mago do Tempo, sem maiores explicações ou justificativas, e o vilão só perece graças a uma tática desobediente de Damian.

    Robin é repreendido por seu mentor e pai e quando ele vai de encontro ao grupo que normalmente organiza os sidekicks de herói – Os Titãs – ele prossegue tendo problemas com as lideranças estabelecidas, em especial, Estelar. O conjunto tem também os jovens Mutano, Ravena, Bezouro Azul (Jaymito) e sofre algumas dificuldades de interação, basicamente emulando alguns produtos recentes relacionados aos X-Men, lembrando em alguns dramas X-Men Evolution, retribuindo de certa forma a referência que o grupo de mutantes teve desses vigilantes.

    Em alguns pontos, o filme de 79 minutos apela para clichês terríveis, como uma trilha repleta de músicas melosas feitas para adolescentes e competições entre os participantes do grupo em vídeo games de dança. A tentativa de soar Young Adult é meio banal, e piora demais quando no meio do filme descobrem a ligação de Ravena com Azarath.

    Desse momento em diante a obra tem altos e baixos, perde bastante em ritmo, com lutas um pouco sem sentido e conflitos sem muita graça. Quando finalmente ocorre o embate com a Liga o quadro muda ligeiramente e o primeiro herói que os sidekicks resgatam do transe demoníaco é o Cyborg, em uma referencia obvia a sua participação nas histórias clássicas do grupo no passado, mas ainda assim é muito pouco.

    Existe uma tentativa de forçar o personagem meio humano, meio robótico no grupo, assim como a figura de Asa Noturna, em uma das cenas pré-créditos finais que mostra uma interação entre os heróis, mas ainda assim é pouco. Essa interação deveria ser consertada em Contrato de Judas, próxima animação de Sam Liu com os Titãs, agora em história solo. Como crossover o filme falha por não ter realmente uma tensão entre os heróis que rivalizam, como filme falta uma ameaça realmente real e que não apele para lugares comuns como parentescos de personagens. Falta alma, algo além de uma história genérica com os heróis mais famosos da editora.

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  • Crítica | A Morte do Superman (2018)

    Crítica | A Morte do Superman (2018)

    Já no início dessa nova adaptação de A Morte do Superman é mostrado uma sequência de ação bem legal, com os bandidos liderados por Bruno Mannheim atacando Metrópolis, com suas armaduras super poderosas que distribuem tiros pela cidade do homem de aço. A polícia tenta lidar com eles, até a aparição do azulão, que aparece para salvar o dia, dando ainda uma carona a Lois Lane até o Planeta Diário. Essa cena inicial resume bem o filme, uma aventura escapista e bastante otimista acerca do mito heroico.

    Há adaptações claras da história, para adequar o arco dos anos noventa aos tempos da DC pós-Novos 52, com inclusão de Barry Allen, Cyborg e até de uma relação entre o Superman e a Mulher-Maravilha. Aqui, Clark e Lois namoram, mas ela não sabe da identidade do herói, e um bom tempo dos 110 minutos de duração é dedicado a tratar da relação dos dois, inclusive com o homem revelando seu segredo à sua amada, antes de uma batalha que sequer ele sabia que seria a última.

    A dupla de diretores Jake Castorena e  Sam Liu conseguem mostrar de uma forma gráfica e emocionante os esforços da Liga da Justiça em tentar lidar com a máquina de matar chamada Apocalypse. A adaptação que Peter Tomasi fez no roteiro é muito inteligente, e as participações dos heróis Gavião Negro, Ajax, Flash e Batman são bem pontuais.

    Apocalypse aparece com uma roupa que o cobre por inteiro, exatamente como na história original de Dan Jurgens e John Bogdanove. O modo com a história é conduzida para o aguardado clímax, onde a capa do personagem principal se torna uma bandeira símbolo da resistência heroica se assemelha a pintura de um quadro belo e clássico, mesmo que a versão em audiovisual seja nova e a história original não seja tão grandiosa quanto a DC gosta de vender. O tom ao desfecho é poético e a lástima pela perda do ícone da fé é bem mais sentida aqui do que em sua versão live action (Batman vs Superman: A Origem da Justiça).

    O filme termina com um gancho que referencia a Bíblia, prenunciando o retorno do herói tal qual a tumba vazia de Cristo, em uma cena apoteótica. Durante os créditos finais, há cenas reveladoras, sobre os heróis que tentaram substituir o defensor de Metrópolis, levantando a esperança de contarmos com a participação do Superciborgue, Superboy, Aço e Erradicador na continuação desta animação.

    https://www.youtube.com/watch?v=QIXuYBy8oHw

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  • Crítica | Suicide Squad: Hell To Pay

    Crítica | Suicide Squad: Hell To Pay

    O filme de Sam Liu (Batman e Arlequina, Titãs: O Contrato de Judas, Batman – A Piada Mortal) é uma animação que faz parte do universo compartilhado pela DC Universe Animated Original Movies a partir de Liga da Justiça – Ponto de Ignição, ou seja, este Suicide Squad: Hell To Pay nada tem a ver com Batman – Assalto Em Arkham, ambientado no universo dos jogos da franquia Arkham. Aqui, Pistoleiro, Tigre de Bronze, Nevasca, Capitão Bumerangue, Arlequina e Cobra Venenosa são comissionados para tentar recuperar um objeto místico, a mando de Amanda Waller.

    A historia contada é original, ao contrario de outras animações da saga, como Liga da Justiça – Guerra e Liga da Justiça Dark, também ambientada nesse universo. Curiosamente, outros vilões também estão atrás do mesmo artefato que o Esquadrão procura, e apesar dessa trama não ter nada a ver com a outra versão animada recente do mesmo grupo, o que se assiste são repetições de arquétipos e atitudes, sem nenhum cuidado em representar os vilões com qualquer personalidade, tridimensionalidades ou qualidades únicas. De certa forma, esta é uma versão moderna do que Super Amigos fazia, claro, sem o charme que o desenho da Hanna-Barbera tinha.

    Quando não são repetitivas, as caracterizações beiram o bizarro, como na parte em que Maxum Steel (que é o alvo do grupo, segundo um pedido de Waller) descreve parte de suas desventuras no passado, quando ainda era o vigilante Doutor Destino. Mostrado em trajes sumários, a câmera passa de maneira incômoda por suas curvas semi-nuas. Tal situação soa estranha, ainda mais dado o público-alvo principal do filme. Ao final, o longa passa a ser extremamente violento, fato que ajuda a fomentar seu caráter de produto para pessoas mais velhas, ainda que na maior parte dos momentos soe bastante exagerado.

    O roteiro de Alan Burnett até tenta trazer alguma importância para os fatos ocorridos em tela, e quando se teme pelo destino dos personagens, certamente o mérito é dele, um roteirista acostumado a obras do antigo DCAU (DC Animated Universe). Mas como a base para essas questões não é muito bem fundamentada, não há muito como esperar algo que fuja muito do comum aqui, visto que não se trabalha minimamente para causar empatia da parte do público nesta animação.

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