Quinto capítulo da saga de Harry Callahan, Dirty Harry na Lista Negra começa mostrando a violência em São Francisco, e logo depois, foca nas mãos do vilão, um homem misterioso que faz uma lista com oito nomes. Um dos nomes é exatamente o de Callahan, fato que faz com que ele seja pessoalmente interessado em resolver a questão.
Em determinado momento são mostrados dois personagens, o diretor de filmes baratos Peter Swan (Liam Neeson) e o problemático ator Johnny Squares (Jim Carrey), um junkie que após fazer um escândalo no set de filmagem e se picar com heroína, é assassinado dando à famigerada lista um caráter maior que mera especulação. É engraçado ver ambos em início de carreira, dando o pontapé inicial em um filme tão criticável.
Buddy Van Horn é o diretor, o mesmo que já havia trabalhado com Clint Eastwood, em Punhos de Aço – Um Lutador de Rua e Cadillac Cor de Rosa, mas o roteiro de Steve Sharon, faz com que esse seja o capítulo mais combalido e fraco da saga, série cinematográfica que ia caindo de qualidade de filme a filme. Ao menos, Horn consegue algumas boas imagens, ao manter incógnito seu vilão, utilizando a visão em primeira pessoa para emular os monstros e assassinos slashers que atacavam suas vítimas, como em Tubarão ou Halloween. Há momentos bem icônicos e divertidos, como a utilização de um carrinho remoto com uma bomba atrás dos heróis ou o desempenho de Carrey ainda muito novo, como uma estrela inconsequente que reúne elementos de rockstar e ator mimado.
No entanto, o final do longa é confuso, envolvendo personagens periféricos à rotina de Harry, que são postos em perigo e o detetive deve ir até lá, para resolver o caso. Toda a questão é mostrada de uma forma extremamente artificial. A maior parte dessa série de acontecimentos é simplesmente jogada, não há muito desenvolvimento, somente uma série de coincidências incômodas, tornando este Dirty Harry na Lista Negra um dos produtos menos inspirado da franquia, e claramente Eastwood já não parecia à vontade interpretando um de seus célebres personagens.
O detetive de modo rude, Harry Callahan, sempre teve suas aventuras pautadas em outros produtos da cultura pop que faziam sucesso na época em que seus filmes iriam estrear no cinema mainstream, e Sem Medo da Morte antes mesmo da introdução de seu astro, é mostrado uma situação capciosa, com uma mulher atraente pedindo carona, fruto de um óbvio despiste, servindo de isca para as ações intempestivas de um grupo terrorista.
Harry (Clint Eastwood) é introduzido como de costume, após o mote que o fará se mover, tendo de resgatar refém de um malfeitor genérico, resolvendo a situação do modo mais truculento possível. Mesmo com a repetição de elementos, nota-se uma interessante e charmosa abordagem da estilo de vida dos anos setenta, especialmente na bela trilha sonora, repleta do som de metais do jazz, fatores que ajudam a datar ainda mais o protagonista/anti-herói em uma estética que de tão enérgica, beira o fascismo, resultando em uma busca por justiça a qualquer custo.
O universo em que habita Dirty Harry é amoral como era a atualidade em meio a libertação sexual, e isso se demonstra em dois pontos chave, o primeiro, anedótico, se dá quando em meio a uma perseguição onde o inspetor mal encarado “invade” o set de filmagem de um filme pornô, durante a gravação de uma cena de sexo grupal. Certamente tal aspecto jocoso se deu pela afeição do diretor James Fargo ao tema, lembrado especialmente em Doido Para Brigar… Louco Pra Amar, onde o tom escrachado era ainda mais evidente.
O outro fator, mais importante e simbólico, é o acréscimo da nova parceira do personagem principal, a detetive Kate Moore (Tyne Daly), que substitui seu antigo assecla, recentemente morto. Um novo conjunto de nuances deveria ser despertado, como a existência de movimentos como o feminismo, crescente em meio a revolução sexual que se instaurava, mas ainda invisível aos olhos conservadores de muitos homens, inclusive de Callahan, mas o que se nota é empáfia comum ao macho brucutu que despreza a mulher, unicamente por ela ser “inapta” a um trabalho tão bruto quanto este, ao menos na ideia retrógrada e conservadora vigente na época.
O roteiro tem alguns problemas sérios, como o de seguir com alguns estereótipos fálicos, como a associação do negro a violência, ainda que o racismo velado seja um pouco quebrado graças a figura interpretada por Albert Popwell (que já havia participado dos dois filmes anteriores, com cenas menores) chamada Mustapha, uma liderança em meio ao submundo criminal que trabalha aqui como informante de Harry e chega a vestir a máscara de mentor em determinados pontos da trama. A quantidade de vozes diferentes e que antes eram ignoradas ganham espaço e não ocorrem à toa, e sim por pressão de seu tempo, já que não há qualquer reflexão em tais temas, somente a exposição delas.
O modo violento com o qual Harry age piora demais. Seus atos incluem até o uso de uma bazuca, para acertar apenas um homem, fato que serviria de inspiração para o Paul Kersey de Charles Bronson nas fatídicas continuações de Desejo de Matar. A terceira aventura do homem que empunha a Magnum 44 serve de parâmetro para o que se tornariam as franquias de ação no futuro, cada vez mais violentas e banais nos filmes subsequentes.
Após a trilha sonora de jazz, semelhante ao visto no clássico de Don Siegel, Perseguidor Implacável, Magnum 44 começa como uma ode ao instrumento utilizado por Harry Callahan (Clint Eastwood), a fim de encontrar justiça via chumbo. Seu nome original, Magnum Force deixa isto claro, fortificando a ânsia do povo por violência visto que eles tumultuam os arredores dos tribunais já no início do filme de Ted Post, que já havia feito com Eastwood no divertido faroeste A Marca da Forca.
Harry retorna à ativa agora mais como vigilante do que como policial, dado seu total descumprimento das regras. O interesse do protagonista é numa estranha onda de assassinatos, envolvendo os chefões do crime de San Francisco, executados com disparos de uma arma Magnum, normalmente por uma figura controversa, que se disfarça de policial para cometer seus atos.
O roteiro desta parte dois é um pouco diferente no que tange seu foco. Callahan está menos enquadrado e preocupado com a opinião pública do que no primeiro filme, já que a trama de pouco menos de duas horas se bifurca, revelando o modo de operar do bandido e a rotina do policial usando de seus próprios meios para combater a criminalidade. Enquanto ocorrem as investigações, é realizado uma competição de tiro, em que o herói e outros tantos policiais tem suas habilidades medidas, e neste evento, ocorrem situações ainda mais estranhas, que se juntam às desconfianças frequentes do inspetor.
Apesar da obviedade em relação a identidade dos justiceiros, há uma reflexão importante da parte do “tira”, que vê nas atitudes alheias algo execrável, o que em última análise, serve a si como reflexão de seus próprios pecados enquanto vigilante e agente da lei. Apesar do pouco tempo entre as duas histórias cinematográficas, é notada uma pequena evolução de status, ainda que a vazão para esta auto-análise seja bastante comedida, em comparação com as atitudes mais enérgicas e típicas de Dirty Harry.
O código ético de Harry Callahan não é posto em cheque, ao contrário, já que Magnum 44 serve para relembrar que seu personagem é o herói na concepção mais clássica da palavra e da jornada que Joseph Campbell pensou. Não há traços de desvios do foco em ser justo ou em discutir qualquer termo que não esteja ligado aos “bons costumes”, Harry lembra o entorno que cerca Frank Serpico, personagem do filme homônimo de Al Pacino. Os tons castanhos de suas roupas fazem lembrar a lama em que eles está metido, o que dá ainda mais sentido a pecha de “sujo” que sua alcunha leva. No entanto, os signos visuais não misturam o comportamento do homem com a imundície em que é obrigado a conviver.
Apesar das semelhanças com as atitudes dos homens tidos como vilões, há uma clara alusão à bondade nos atos de Callahan, e a necessária diferenciação nas mortes que impinge das que os outros praticam, como se as suas limitações fossem somente até onde o estado burocrata não consegue agir. Esta linha tênue entre as duas atitudes talvez seja o aspecto mais interessante do filme a se estudar, além das ótimas sequências de ação conduzidas por Post.
Começando com o badalar de sinos unido a imagens de uma lista de nomes do Departamento de Polícia de San Francisco que morreram no cumprimento do dever, Perseguidor Implacável já demonstra o lado pelo qual a parceria entre Don Siegel e Clint Eastwood — responsáveis pela construção de um dos maiores ícones dos filmes de ação do cinema hollywoodiano em uma época pré-blockbuster — seguirá nas quase duas horas de filme.
O paladino e justiceiro se mantém calado, investiga cada detalhe do assassinato de uma jovem mulher. Sem tato para tratar com as autoridades, o inspetor Harry Callahan não se furta sequer em peitar de modo enérgico o prefeito, mostrando sua inquietude diante do mistério que só cresce, se mostrando impaciente diante da burocracia dos seus superiores. A simplicidade de seus atos, por mais autoritários que soem, fazem completo sentido diante dos homens que tentam convencê-lo de frear um pouco seus métodos.
Dirty Harry tem um poder de convencimento ímpar, por conter em suas atitudes que gira em torno do lugar comum, ou seja, seu discurso é de fácil compreensão, aliado a fúria descerebrada da patuleia, o que obviamente encontra empatia junto ao público médio. A quantidade de bordões dos filmes de ação que incorrem no roteiro Harry Julian Fink, Rita M. Fink e Dean Riesner é absurda. Já na primeira demonstração de seus predicados, Callahan interrompe seu almoço – um cachorro quente, mais uma vez para simbolar o quanto ele era parecido com o cidadão comum – para impedir um assalto a um banco. Sem qualquer hesitação, o policial saca sua Magnum 44, dita pelo próprio como o revólver mais poderoso do planeta e alveja o meliante em fuga.
O código moral de Harry era muito condizente com a sua época, incapaz de verificar nuances ou tons acinzentados, um contraponto a dualidade típica da Guerra Fria, que insistia em esconder arquétipos maniqueístas. O lado do inspetor é bastante definido, seu código ético é baseado em um extremo conservadorismo popular, capaz de culpar maltrapilhos, clamando para que sejam presos ou executados a sangue frio, além de ter na perseguição dos sexualmente ativos um estranho hobby, o que dialoga ainda que em modo subliminar, com a hipocrisia latente de muitos retrógrados, que escondem seus desejos sexuais em uma vã tentativa de despiste, em forma de ultramoralismo.
A perseguição implacável prevista no título brasileiro do filme se dá através do resgate a pistas que Callahan insiste em fazer, e da maratona que sofre para tentar atender aos desmandos do misterioso algoz. O cansaço do policial se manifestam através de suspiros prolongados e ações bem distantes de suas rotinas, onde sua estafa se manifesta até na complacência com um pretenso viciado, em um truque do roteiro que alude primeiramente a um “amolecimento” de sua severidade, podendo também ser interpretado com intenção de não ser tão reacionário ou desconectado com a atualidade.
O receio em não parecer cruel logo se demonstra um chiste, uma vez que o inspetor apela até para tortura, quando em posse da confissão do facínora. A violência exacerbada se manifesta a partir da catarse de um homem que sente-se injustiçado, e que não vê outra alternativa a não ser praticar o justiçamento via assassinato, ainda que seja impedido pela questão da refém que todo o departamento busca.
Os momentos finais envolvem uma sucessão de acusações de Scorpion (Andy Robinson), colocando Harry em uma posição constrangedora, elevando o embate para um nível pessoal. O sequestro ao ônibus escolar reúne medos diversos do cotidiano, especialmente àqueles ligados a segurança de crianças. O entrave final entre vilão e herói reprisa o diálogo do começo do filme, com um desfecho mais trágico para o antagonista, métrica que seria muito utilizada no filão, dali para frente. Os méritos de Eastwood enquanto intérprete da figura de brucutu inicial só ficou imortalizada graças a condução de Siegel para lidar com julgamento moral e irônico sobre a figura de Harry e que inspiraria o ator a dirigir seu primeiro longa, Perversa Paixão, em 1971. O longa ainda dá início a uma saga de cinco filmes com o mesmo protagonista, ainda que nas continuações a dualidade de julgamento claramente tenha se perdido.
Clint Eastwood iniciou sua carreira como ator em 1955 em pequenas pontas no cinema. Passou a ter maior notoriedade ao trabalhar na série para televisão Rawhide, infelizmente pouco conhecida por aqui, apesar do enorme sucesso nos EUA. Na série que ficou no ar por aproximadamente oito anos, Eastwood interpretava Rowdy Yates, uma personagem que sempre auxiliava o protagonista Gil Favor, interpretado por Eric Fleming. Ao longo da série, o ator ganhou cada vez mais importância e relevância quanto o próprio Fleming.
Por conta do seu trabalho em Rawhide, Clint, então com mais de 30 anos, uma idade considerada um pouco tardia para quem gostaria de se tornar um astro de Hollywood, é convidado pelo cineasta italiano Sergio Leone para protagonizar o westernPor um Punhado de Dólares. Descrente da indústria norte-americana e cansado da TV, o ator parte para a Itália para filmar um dos filmes que revisita e desconstrói o subgênero western e se torna um do mais importantes da história do cinema mundial.
A partir de então, Hollywood, que o achava velho para a indústria, convida Eastwood para protagonizar diversos papéis imortalizados na tela de cinema por sua persona. Atuar não parecia o bastante para o novo astro de Hollywood e, em 1971, Clint decide colocar suas habilidades atrás das câmeras em seu primeiro longa-metragem, Perversa Paixão. E desde então não abandonou a direção, tornando-se uma referência para o cinema norte-americano e mundial. Resgatando a aura do cinema clássico, desenvolvendo um trabalho próprio de aproximação e envolvimento na direção, fotografia e roteiro com seu público, retratou questões que envolvem a moral, violência, encontros e reencontros, além da própria vida e sua fragilidade.
Nascido nos anos 1930, uma geração anterior à televisão, Clint vivenciou o período em que o cinema era a diversão popular e acessível para boa parte da população americana. Dessa forma quase que instintiva e informal, o diretor formou sua memória cinematográfica, diferente da geração que viria uma década depois com Martin Scorsese, Michael Cimino, Brian De Palma e Francis Ford Coppola. Enquanto esta Nova Hollywood desconstrói a velha Hollywood, Clint revisiona aquele cinema à sua maneira: simples, essencial, onde o menos é mais e com mise-en-scène quase invisível.
Suas influências remetem a grandes legados como John Ford, Billy Wilder, Orson Welles, Howard Hawks, Sergio Leone, Don Siegel, Frank Capra e tantos outros, não só pelo modo de filmar e contar histórias, mas também de compreender o cinema como uma indústria. Dono de uma sensibilidade que se escancara em seu cinema, por vezes controversos a sua personalidade, acima de tudo, se mostra digno de artista que prega o humanismo acima de posições políticas.
Todo esse mar de sentimentos, muitas vezes contraditórios e controversos, como nossa vida, muitas vezes amarga e doce, dura e sensível, forte e frágil, faz parte do cinema de Eastwood. Tudo isso é humano. Tudo isso é Clint Eastwood.
–
Devido a essa importância, sua filmografia sempre merece ser revista e revisitada, motivo que anuncia este especial sobre o diretor. A partir desta semana publicaremos, nas quartas-feiras e domingos, uma crítica inédita sobre uma de suas produções, traçando um olhar crítico sobre este diretor que transita em diversas frontes, como a beleza desoladora de Um Mundo Perdido, dialoga com o noir na obra de recepção mista O Jardim do Bem e do Mal e em clássicos absolutos como Os Imperdoáveis e Sobre Meninos e Lobos. Um legado cinematográfico absoluto.
Sete anos depois da parte três da franquia Dirty Harry, Clint Eastwood decidiria pela primeira (e única) vez assumir a direção de um filme sobre seu personagem mais famoso, supostamente para salvar Impacto Fulminante da continuação caça-níqueis, um arquétipo que o ícone que era Callahan ajudou a construir no cenário de ação do cinema norte-americano.
O tom de autoparódia é notado logo em seu início, quando Callahan agride verbalmente um bandido que acabou de ser absolvido pelo sistema legal, usando frases de efeito e um comportamento bastante canastrão, auge que se dá por uma veia sobressaltada na testa de Eastwood. Finalmente os métodos ultra violentos do policial são discutidos, gerando a partir daí uma atitude enérgica, de afastamento deste que é transferido de São Francisco para a Califórnia, onde deveria apenas descansar, o que evidentemente não ocorre.
A galhofa do filme prossegue, com demonstrações de tiros de Dirty Harry com uma Magnum cujo cano se assemelha a uma vareta de tão grande, bem como o retorno de Albert Popwell em sua quarta participação na franquia, com seu quarto personagem diferente, dessa vez como o amigo do anti-herói, Horace King, um especialista em armas.
Novamente o detetive se vê em meio a assassinatos em série, mas não ao modo comumente mostrado pelo cinema mainstream. Jennifer Spence, vivida por Sondra Locke, é uma artista que é violentada sexualmente. As lembranças do ato nefasto são traumáticas e reúnem as melhores e mais inspiradas cenas organizadas pelo diretor, que se vale de ângulos estratégicos para causar no público a mesma repulsa ao ato que a vítima sofreu.
As pinturas da artista retratam as perturbações de uma mulher, remetendo à desconstrução do ser feminino, servindo até de esconderijo para os crimes que ela comete, assassinando cada um dos envolvidos em seu estupro, em cenas nas quais a violência caricatural serve de válvula de escape, como um “descanso” para o caos social em que o filme está inserido, justificando o tom burlesco dos opositores.
Apesar do final apressado, que inverte os arquétipos de agressor e refém, construídos no decorrer do filme, Impacto Fulminante consegue, por muito pouco, ultrapassar a barreira de ser apenas uma sequência tardia, principalmente por possuir uma direção inspirada, que garante muitos bons momentos para um roteiro que não chega nem perto de ultrapassar a linha da mediocridade.
Bem Vindos à bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Rafael Moreira (@_rmc), Carlos Voltor (@carlosvoltor), Mario Abbade (@fanaticc) e Ivan Motosserra (@ivanmotosserra) do site Jerimun Beta se reúnem para comentar sobre a carreira de um dos maiores cineastas norte-americanos, Clint Eastwood. Conheça um pouco sobre seus principais trabalhos como diretor nos anos 70 e 80 em um bate-papo descontraído sobre esta lenda viva.
Se você, além de acessar o site , faz uso de algum agregador de feeds – online ou offline – pode optar por assinar nosso feed, diretamente no seu agregador no link a seguir. Se você usa o iTunes para ouvir seus podcasts, copie o link http://feed.vortexcultural.com.br/, abra seu iTunes, vá na aba “Avançado”, “Assinar Podcast…”, cole o endereço e pronto!