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  • Crítica | Dupla Explosiva 2: E a Primeira-Dama do Crime

    Crítica | Dupla Explosiva 2: E a Primeira-Dama do Crime

    Era apenas uma questão de tempo para que Dupla Explosiva, a comédia de ação estrelada por Ryan Reynolds e Samuel L. Jackson que foi sucesso de bilheteria no ano de 2017, ganhasse uma continuação. Porém, enquanto o primeiro filme divertia bastante ainda que possuísse certos problemas, esse aqui erra em praticamente tudo o que tenta.

    Seguindo a cartilha de Hollywood que dita que as sequências devem ser maiores e mais barulhentas que o original, Dupla Explosiva 2 amplifica tudo o que havia no primeiro. Entretanto, a balança se inverte e aqui os defeitos superam as qualidades. Na trama, o guarda-costas Michael Bryce (Reynolds) abandona sua licença sabática para proteger Darius (Jackson) e Sonia (Salma Hayek) depois que ela revela estar sendo perseguida por Aristotle Papadopolous (Antonio Banderas), um louco bilionário que está em poder de uma arma que pode destruir o mundo.

    Chega a ser impressionante um filme com um orçamento de 70 milhões de dólares possuir uma produção tão pobre. O excesso de CGI mal feito chega a ser irritante e compromete demais. Existem cenas que nem são de ação, mas que deixam claro o péssimo uso da tela verde. Ainda no tópico da ação, o diretor Patrick Hughes já havia demonstrado competência na condução de cenas do tipo no primeiro Dupla Explosiva e no terceiro Os Mercenários. Entretanto, aqui não faz nada digno de nota, somente um amontoado de clichês prejudicados por uma edição fraca. O humor do filme é tão pobre quanto, e aposta na repetição de piadas de constrangimento e cunho sexual que parecem ter saído de um derivado ruim de American Pie.

    O trio de protagonistas é enervante. Parece que Jackson e Hayek estão competindo para saber quem grita mais alto. Reynolds, desde que fez sucesso em Deadpool, parece interpretar qualquer personagem de uma só maneira. Ele repete o que fez antes em Esquadrão 6 e o que faria em Alerta Vermelho, com o agravante de emular o personagem mutante e ficar o tempo todo fazendo piadas autorreferentes, além de narrar o que está sentindo e o que está acontecendo na tela para o espectador, numa tentativa velada de quebrar a quarta parede que aqui não funciona, deixando transparecer que o filme não confia na inteligência de quem está o assistindo. Banderas até se salva interpretando seu vilão como se ele fosse um antagonista de Roger Moore nos filmes mais caricatos do agente 007. Porém, a participação de Morgan Freeman é desperdiçada por uma condução ruim que estraga boas piadas em potencial.

    Enfim, Dupla Explosiva 2 é uma experiência cansativa e enervante para o espectador, o que é uma pena. Infelizmente, por melhores que sejam os atores, não dá para apoiar um filme inteiro em carisma. É preciso mais do que isso.

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  • Crítica | Dupla Explosiva

    Crítica | Dupla Explosiva

    O nome Dupla Explosiva não é lá tão inédito nos cinemas. Aliás, tornou-se uma espécie de saída fácil para filmes de ação com dois protagonistas. Além desse, tivemos um Dupla Explosiva em 2010 estrelado por John Travolta e Jonathan Rhys-Meyers, um em 2002 estrelado por Antonio Banderas e Lucy Liu e um em 1974 com os ícones Terence Hill e Bud Spencer.

    Na trama encabeçada por Ryan “Deadpool” Reynolds e Samuel L. “Muthafucking Nick Fury” Jackson, Reynolds interpreta um ex-agente da CIA chamado Michael Bryce que possui um renomado serviço de segurança e escolta. Porém, durante um serviço, um contratante acaba sendo morto e Bryce acaba caindo em desgraça. Jackson interpreta Darius Kincaid, um assassino profissional que está sendo transportado pela agente Amelia Roussel, ex-namorada de Michael e operativa da Interpol vivida por Élodie Yung, para testemunhar contra um ex-ditador vivido por Gary Oldman, mas durante o transporte, o comboio é atacado, obrigando Darius e Amelia a fugirem e se esconderem. Desconfiada de uma traição dentro da agência, Amelia contrata Bryce pra que ele escolte Kincaid até o tribunal internacional em Amsterdam.

    Dupla Explosiva poderia dar muito certo. PODERIA, mas não deu. Não que o filme seja ruim, muito pelo contrário. É uma excelente diversão. Entretanto, é um filme extremamente irregular. A química entre os dois protagonistas é incrível, Reynolds e Sam Jackson combinam demais. Em algumas cenas, fica a impressão de que o diretor simplesmente os deixou improvisar durante o tempo todo, tamanho os absurdos proferidos de parte à parte. Existem diálogos impagáveis e a comicidade dos dois atores é muito bem explorada.

    O bicho pega quando se analisa o roteiro e direção. Tudo é muito genérico. Desde os personagens coadjuvantes à trama principal, passando por subplots e outros plot twists. As circunstâncias são genéricas e telegrafadas à milhas de distância. Outro problema é a forma do diretor Patrick Hughes filmar as cenas de ação. O seu trabalho aqui é um pouco superior ao de Os Mercenários 3, mas o diretor filma de forma pasteurizada a maioria das cenas de ação. Ainda que em certos momentos ele imprima uma estética quase cartunesca, durante a maior parte do tempo as cenas são sem graça e sem a menor inventividade. O filme teve classificação R nos Estados Unidos, o que equivale aqui no Brasil a uma classificação para maiores de 16 anos, e isso não foi aproveitado pras cenas de ação – com exceção de uma ótima cena feita quase em plano sequência já no final do filme. Infelizmente,  nada do que vem antes é digno de nota, seja por ser praticamente reprise de outros filmes ou por faltar algo mais anárquico e condizente com o humor do longa.

    No que tange às atuações, novamente tenho que elogiar Reynolds e Jackson. Os dois sabem arrancar risadas dos espectadores, seja se aproveitando dos diálogos escritos ou mesmo pela dinâmica da dupla. Com uma química maravilhosa, os dois sustentam todo o filme, uma vez que o elenco de coadjuvantes não é lá dos mais inspirados. Gary Oldman pouco aparece, mas atua em piloto automático (ainda que o piloto automático dele seja melhor que muitos atores trabalhando a sério) interpretando um ditador que vai a julgamento por crimes contra a humanidade; Élodie Yung se esforça e até defende bem seu papel em alguns momentos, mas no geral é um tanto sem sal; Joaquim de Almeida até tem um papel de destaque, mas que não lhe permite grande atuação (e parece que ele nem faz questão disso); e por fim, Salma Hayek é o ponto fraco do elenco com sua latina afetada e desbocada. Ela repete o que fez durante grande parte de sua carreira, mas de forma exagerada e forçada. Talvez o papel ficasse melhor com Sofia Vergara, atriz que encaixaria melhor na dinâmica e no tom de galhofa do filme.

    Enfim, como filme de comédia, Dupla Explosiva é bastante divertido. Já como filme de ação, é só mais um entre tantos que são lançados todos os anos, mas que mesmo assim vale ser conferido.

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