Tag: John Barry

  • Crítica | 007: Marcado Para a Morte

    Crítica | 007: Marcado Para a Morte

    Crítica 007 Marcado Para a Morte

    007: Marcado Para a Morte poderia ter sido o início de uma era pródiga na adaptação dos livros de James Bond de Ian Fleming se não tivesse sido encerrada tão precocemente. O início do filme de John Glen abre com uma ação de treinamento envolvendo três agentes 00 comandados por M (Robert Brown), e o personagem de Timothhy Dalton não demora a aparecer frustrando em parte o plano dos vilões que queriam matar todos os agentes, mas não sem deixar perdas, como a dos espiões 002 e 004. O longa já demonstra a gravidade que será sua tônica já nesse início.

    O clima da obra lembra os futuros longas de Martin Campbell007 Contra Goldeneye e 007: Cassino Royale — no sentido de perverter a fórmula e estabelecer um estilo diferente e renovado, ainda que use bastante os chavões do personagem cinematográfico, há um apego maior ao 007 de Fleming, até por preocupação do próprio Dalton.

    A trama é bem simples, quase simplória, e envolve a proteção do agente 007 a um desertor da KGB. O drama possui as mesmas questões banais e maniqueístas do que era comum na cultura pop da época ao lidar com a Guerra Fria. Ainda se acrescenta vários momentos com elementos árabes, como os Mujahidin, descrito por Bond como a resistência afegã — um grupo de guerrilheiros afegãos contrários à intervenção russa.

    Essa versão de Bond soa mais violenta que os filmes anteriores, imitando os heróis de ação que faziam sucesso na década de 1980, além de referenciar ao personagem literário original, que era mais frio do que a versão de Roger Moore. Essa talvez seja a encarnação mais parecida com a recente de Daniel Craig. Outro ponto importante diz respeito aos vilões, que deixaram de ser meros cientistas loucos e irreais.

    As lutas aqui são bem mais agressivas que nas produções anteriores da franquia. Bond causa queimaduras nos inimigos, os fere com água fervendo em uma cena de ação dentro de uma cozinha, espanca sem dó capangas, causa explosões. A ação mais direta e franca e é o diferencial principal entre essa fase e a anterior.

    O agente americano Felix Leiter retorna. O personagem estava fora desde 007: Viva e Deixe Morrer e é basicamente introduzido para que o público lembre dele antes da próxima aventura onde ele seria importante. No elenco outro destaque é que Moneypenny finalmente trocada, saindo Lois Maxwell e entrando Caroline Bliss. Curioso como não há nenhuma necessidade de explicar essa mudança, aparentemente o espectador era mais acostumado com isso.

    007: Marcado Para a Morte tem alguns elementos bem diferentes do restante da saga, como pouco flerte entre as mulheres e o espião, fruto obviamente da recém-descoberta do vírus HIV. Possui um final cínico, e dentro do escopo de filmes da franquia acaba sendo um dos mais subestimados e injustiçados mesmo entre os fãs.

  • Crítica | 007: Os Diamantes São Eternos

    Crítica | 007: Os Diamantes São Eternos

    007 - Os Diamantes São Eternos

    Em 007: Os Diamantes São Eternos a demanda pelo retorno de Sean Connery foi finalmente atendida, mas sem desconsiderar os momentos urgentes da última aventura de James Bond, em 007: A Serviço Secreto de Sua Majestade. O início da trama mostra o personagem em uma jornada de vingança violenta, indo atrás dos homens da Spectre em busca da vingança pela morte de sua amada esposa.

    O curioso aqui é o tom desse início, bastante diferente do restante da aventura, funcionando como um prólogo.  Resolve as questões pendentes para enfim apresentar uma nova trama, a última envolvendo a super organização Spectre. Connery, volta bem envelhecido, por mais que entre esse e Com 007 Só Se Vive Duas Vezes tenha se passado apenas quatro anos, o tempo parece pesar. A maquiagem não disfarça as marcas de expressões e sinais da idade, e até a peruca com tons grisalhos denuncia que Bond está velho demais para esse tipo de ação.

    Essa obra também marca um tom mais humorístico nas ações de 007. A dupla de vilões secundários também colabora para essa sensação, Mr. Wint (Bruce Glover) e Mr. Kidd (Putter Smith) são caricatos e, claramente, um casal gay. Para além da condição homofóbica com que são tratados, possuem visual bastante esquisito, acompanhado de um comportamento obsessivo e compulsivo. Colocar no papel de vilania pessoas que fogem da normalidade do herói branco heteronormativo era uma das marcas mais tortas da franquia, e com a saída de Connery isso pioraria, já que era ainda mais comum apelar para isso na fase mais cômica protagonizada por Roger Moore.

    Até existe alguma coragem no filme ao colocar a Moneypenny de Lois Maxwell como agente de campo, algo inédito e que seria referenciado por Sam Mendes em 007: Operação Skyfall, mas geralmente, a trama gira em torno dos chavões de 007. A versão de Blofeld feita por Charles Gray por sua vez é menos empolgante que a de Donaldo Pleasence ou Ted Savalas, a máxima de colocar sempre um novo intérprete para fazer o vilão atingiu aqui seu desgaste.

    Além do começo truncado, o desenrolar dos fatos soa estranho. Guy Hamilton já havia feito 007 Contra Goldfinger, filme menos pretensioso, mas bastante divertido dessa fase, entre outros aspectos por ser repleto de coadjuvantes carismáticos. Isso passa longe de acontecer em 007: Os Diamantes São Eternos, pois é arrastado e pouco dinâmico, com reviravoltas tolas e um protagonista indisposto e preguiçoso, fato que fazia jus a procura dos diretores por uma nova encarnação do agente de Ian Fleming.

  • Crítica | Com 007 Só Se Vive Duas Vezes

    Crítica | Com 007 Só Se Vive Duas Vezes

    Com 007 Só se Vive Duas Vezes é o quinto filme da franquia do espião inglês. A história aborda a investigação sobre o desaparecimento de duas naves, uma americana e outra soviética, e a missão do agente vivido por Sean Connery em tentar descobrir o responsável pelo plano que pode causar conflito entre as duas maiores potências mundiais da época.

    O tema do longa reflete muito bem o período envolvendo a corrida espacial entre as duas potências, além de referenciar Jornada nas Estrelas: A Série Clássica, bastante popular à época e estava em sua segunda temporada. Além disso, a velha fórmula das aventuras de James Bond se faz presente, gadgets criativos, moças bonitas, carros e estilo de vida luxuosos. Esse é o primeiro filme de Lewis Gilbert como diretor na franquia – ele retornaria em 007: O Espião Que me Amava e 007 Contra o Foguete da Morte, com Roger Moore no papel central. A questão mais marcante e positiva é como o super-agente é preparado, pois, ainda que em uma terra estrangeira e distante, ele parece ser íntimo de outras culturas e idiomas.

    Ao mudar de cenário a obra exibe suas fragilidades. Se apela demais para clichês locais. Connery se disfarça de japonês, incluindo não só um penteado com uma peruca muito falsa que o faz parecer um noviço franciscano, como na maquiagem forte que faz com que seus olhos fiquem puxados. Isso já era ofensivo na época e, obviamente, envelheceu bastante mal, para piorar ainda se mostra uma academia ninja nada discreta, que banaliza as práticas do ninjitsu e das artes marciais, desde o caratê até a esgrima samurai. Essa falta de sutileza causa um humor involuntário, onde claramente não era a intenção.

    Esse é mais um filme de Bond que aborda a organização da Spectre. O clássico vilão Blofeld é interpretado por Donald Pleasence, dos clássicos de John Carpenter (Halloween: A Noite do Terror, Príncipe das Trevas e Fuga de Nova York). No entanto, sua atuação é discreta e confere ao personagem um ar de mistério.

    A música You Only Live Twice, cantada por Nancy Sinatra e composta por John Barry, resgata bem a atmosfera dos filmes de aventura dos anos sessenta, sempre frenéticos e repletos de uma violência irreal, bem no estilo que se espera de um Bond clássico. Com 007 Só se Vive Duas Vezes é mais um filme que se vale dos chavões do personagem de Ian Fleming e marcaria a despedida, ainda que breve, de seu intérprete.

  • Crítica | King Kong (1976)

    Crítica | King Kong (1976)

    A versão de John Guillermin para King Kong foi um sucesso estrondoso em 1976, bastante popular e, para muitos, é a versão definitiva do personagem. O filme produzido por Dino de Laurentis, contumaz colaborador de sucessos italianos e de Hollywood, mostra um cenário novo não literalmente, afinal o macaco gigante está na mesma ilha da versão de 1933, mas sim em sociedade. Sobram ainda o mesmo espírito de aventura do clássico, começando a trama em um navio em Surubaya, na Indonésia, invadido pelo protagonista humano do filme, Jack Prescott (Jeff Bridges), que já em suas primeiras cenas parece não ter as mesmas ideias dos outros tripulantes do navio petroleiro.

    A tripulação é formada por homens simples e de poucas ambições, tanto que Jack com sua lábia cafajeste consegue enrolar facilmente os marinheiros e líderes da expedição, especialmente quando se toca o assunto sobre a neblina misteriosa que os encontrará em breve segundo o mapa que seguem. Ele passa do sujeito que poderia ser jogado no mar para um dos líderes do grupo. Mesmo antes de chegar a península, o navio encontra uma bela mulher no mar, que vem a ser Dwan, uma atriz que sobrevive a outra excursão e que é vivida por Jessica Lange no auge da beleza, ainda como uma atriz estreante. Esses personagens, de origens e comportamento completamente diferentes formam um grupo heterogêneo e que surpreende por combinarem tanto.

    O cenário onde vive o macaco é explorado de maneira lenta e paciente. Há uma certa cautela da produção em não estereotipar tanto o povo indígena. Por mais que se paramentem de forma caricata e clichê, os nativos não são tolos, tem esperteza e até um planejamento estratégico de contra ataque, exemplificado pelo ataque ao navio onde se encontram os ocidentais desbravadores.

    Guillermin é bastante inventivo na hora de apresentar a criatura gigante. Primeiro, aborda o cenário segundo os olhos de Kong, derrubando árvores com galhos enormes (esse aspecto se tornaria tão popular que seria usado na abertura do clássico de comédia Família Dinossauro), até chegar ao sacrifício que os aldeões darão a ele. Segundo, pelo uso da trilha sonora de John Barry, que é colocada em momentos certos, para criar tensão até a aparição do Kong de fato. E, finalmente, em terceiro, a confecção do símio de 13 metros de altura também é eficiente.  A percepção de que se trata de um colosso e um mito vivo é automática, condiz com a ideia que os criadores tiveram nos anos 30. Outra característica curiosa é que Kong varia de tamanho, aumentando para 17 metros quando está em Nova York.

    A produção não foi só um sucesso de bilheteria mas também bastante premiada pelos efeitos visuais, pelo som e também por revelar Jessica Lange para o cinema mundial. Há claro algumas fragilidades típicas da época, em alguns pontos o fundo verde é bem evidente, mas a variação entre mecatrônico e alguém fantasiado é feita de maneira fluída, bem a frente de seu tempo.

    Esse filme possui uma continuação infame, King Kong – A Aventura Continua de 1986 que mostra o macaco tendo um filho, sofrendo de problemas cardíacos, acompanhado de uma cientista vivida por Linda Hamilton que acabava de sair de O Exterminador do Futuro. Nele, a história é ridícula, mal pensada, não há conflito estabelecido ou razão para acontecer, diferente desta versão.

    O King Kong de John Guillermin consegue ser um bom filme de ação, tem personagens carismáticos, bons coadjuvantes, uma história cativante, divertida e marcou sua época, ajudou a popularizar ainda mais o rei dos macacos, apresentando-o a uma nova geração de espectadores.

  • 007: As Canções da Franquia – Parte 2

    007: As Canções da Franquia – Parte 2

    Após comentarmos sobre as primeiras canções da franquia da série do James Bond com o fechamento da lista com Live and Let Die, do Paul McCartney, hoje daremos continuidade à lista de canções, dessa vez dando sequência aos filmes estrelados por Roger Moore e Timothy Dalton.

    The Man with the Golden Gun (007: O Homem da Pistola Dourada, 1974) – Lulu

    Após sua ausência no filme anterior, John Barry retorna para 007: O Homem da Pistola Dourada e além de compor a trilha sonora do longa, também fica responsável pela canção-tema, que contém letras de Don Black. A artista escolhida para interpretá-la foi a cantora escocesa Lulu, que não teve uma carreira próspera na música, sendo mais conhecida pelo seu papel no filme Ao Mestre com Carinho, com Sidney Poitier e pelo seu casamento e divórcio relâmpago com Maurice Gibb, dos Bee Gees. A canção-tema e a trilha sonora são considerados os mais fracos de toda série, opinião compartilhada também pelo compositor John Barry, que disse ser um o trabalho que ele mais odiou.

    Alice Cooper chegou a compor uma música para o longa, mas os produtores optaram pelo tema de Lulu. A canção de Cooper intitulada The Man With The Golden Gun e pode ser ouvida no álbum Muscle of Love.

    The Spy Who Loved Me (007: O Espião que me Amava, 1977) – Carly Simon

    John Barry dá lugar ao jovem músico Marvin Hamlisch, ganhador de três prêmios Oscar, dois pelo filme Nosso Amor de Ontem (melhor canção original e melhor trilha sonora) e o terceiro pelo filme Golpe de Mestre (melhor trilha sonora). Para canção-tema, Hamlisch se juntou com Carole B. Sayer e compôs Nobody Does It Better, que foi interpretada por Carly Simon. A canção é um marco na série, pois esta foi a primeira vez em que o tema de James Bond tem um título diferente do filme.

    Nobody Does it Better é uma clara alegoria erótica as façanhas amorosas realizadas pelo espião britânico, além de marcar o retorno da balada à série, algo que se repetiria nos três filmes seguintes.

    Moonraker (007 Contra o Foguete da Morte, 1979) – Shirley Bassey

    Após o resultado irregular da trilha incidental de Marvin Hamlisch no filme anterior, John Barry é novamente convocado para compor a trilha do próximo James Bond, e dessa vez é o controverso 007 Contra o Foguete da Morte. Barry convida Al David, coautor da canção We Have All The Time in The World para juntos comporem a belíssima Moonraker, uma balada extremamente melódica e suave, que marcou o retorno de Shirley Bassey em sua terceira e última interpretação de uma canção do James Bond.

    For Your Eyes Only (007: Somente para seus Olhos, 1981) – Sheena Easton

    John Barry mais uma vez não estava disponível para compor a trilha do próximo 007, e ele mesmo sugeriu como seu possível substituto, Bill Conti, compositor norte-americano responsável pela trilha do filme Rocky, Os Eleitos, Karate Kid, entre outros. Apesar da trilha sonora de 007: Somente Para Seus Olhos ser considerada irregular, a canção-tema For Your Eyes Only é um grande destaque no trabalho de Bill Conti. Escrita em parceria com Michael Leeson e interpretada por Sheena Easton, a canção se tornou um sucesso instantâneo, sendo uma das mais lembradas de toda a série. For Your Eyes Only rendeu indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro para Conti.

    Octopussy (007 Contra Octopussy, 1983) – Rita Coolidge

    O ano de 1983 foi marcante para a série 007, pois naquele mesmo ano estreou Nunca Mais Outra Vez, filme não-oficial que marca o retorno de Sean Connery para o papel principal. Neste cenário, Roger Moore contra-ataca com seu sexto filme, 007 Contra Octopussy, filme que mais uma vez traz de volta John Barry.

    A trilha de Barry é extremamente marcante, utilizando o tema de James Bond em abundância e ainda assim colocando uma assinatura forte do compositor. A canção-tema, All Time High, pela segunda vez não coincide com o nome do filme, e trouxe Rita Coolidge para interpretá-la. A música transcendeu à barreira do tempo e ainda hoje muitos lembram dessa linda canção de Barry interpretada por Coolidge.

    A View To A Kill (007 Na Mira Dos Assassinos, 1985) – Duran Duran

    Em 1985, John Barry retorna para mais um filme da série 007, e traz Roger Moore interpretando James Bond pela última vez, mas acima de tudo é um marco para as músicas da série, já que a canção-tema ficou em primeiro lugar nas paradas de sucesso dos Estados Unidos e Inglaterra. A View To A Kill, composta por Barry e o grupo britânico Duran Duran, se tornou um dos temas de maiores sucessos da série.

    A escolha da banda se deu após uma festa, onde o baixista John Taylor (grande fã da série) ainda bêbado se aproximou do produtor Cubby Brocoli perguntando: “Quando é que você vai arrumar alguém decente para fazer uma das canções da série?”.

    The Living Daylights (007: Marcado Para a Morte, 1987) – A-Ha

    007: Marcado Para a Morte marca o último trabalho de John Barry frente à série de James Bond, e é considerado por muitos o seu melhor trabalho. Além disso, o filme também traz a estreia de Timothy Dalton no papel do agente secreto, mudança esta que trouxe áreas mais sombrios e realistas à série, algo que seria refletido na trilha sonora de Barry.

    Com o sucesso da canção anterior, os produtores optaram pela escolha de outra banda pop, dessa vez os escolhidos foram o grupo norueguês A-ha. The Living Daylights foi composto por Barry e Paul Waaktaar (guitarrista da banda). Originalmente, os Pet Shop Boys foram convidados para compor o tema, mas recusaram quando souberam que seria apenas a canção-tema e não a trilha sonora completa.

    Licence to Kill (007: Permissão Para Matar, 1989) – Gladys Knight

    A ausência de Barry, que na época estava indisponível devido a problemas médicos, os produtos contrataram Michael Kamen (Máquina Mortífera) responsável pela composição apenas da trilha incidental. Houve rumores de que o tema seria uma composição instrumental de Eric Clapton e Vic Flick (guitarrista original do tema da série), mas os produtores desistiram da ideia.

    A canção-tema Licence To Kill foi composta por Narada Michael Walden, Jeffrey Cohen e Walter Afanasieff, e teve a interpretação de Gladys Knight. Apesar de uma bela interpretação de Knight, Licence To Kill não teve nenhum destaque nas rádios ou entre o público, sendo uma das canções mais ignoradas da série.

    Parte 1.

  • 007: As Canções da Franquia – Parte 1

    007: As Canções da Franquia – Parte 1

    Retomando nossa coluna esquecida, aproveito que hoje uma das franquias mais bem-sucedidas do cinema completa 50 anos, 007. O agente-secreto britânico surgiu nas páginas dos livros de Ian Fleming, e ganhou as telas em 5 de outubro de 1962, com o filme 007 Contra o Satânico Dr. No, nos EUA.

    Desde então, James Bond já foi vivido por 6 atores, em 23 filmes da franquia, e com mais de 12 diretores diferentes(contando os filmes não-oficiais), mas até agora não chegamos a conclusão da razão desse post em uma coluna de música, pois bem, outra assinatura da franquia, são suas cancões-tema, um elemento marcante e inesquecível em quase todos os filmes do agente-secreto, por isso, vamos aproveitar nossa coluna musical para relembrar as canções marcantes que já tocaram na franquia:

    Dr. No (007 Contra o Satânico Dr. No, 1962)

    No primeiro filme da série, ainda não existia o conceito de escrever uma canção e convidar cantores para interpretá-las, até então não havia nem previsão de que 007 seria o sucesso que se tornou, mas já em seu primeiro filme a trilha-sonora já se destaca em sua cena inicial, tocando as notas  que daí pra frente seriam conhecidas mundialmente. Apesar disso tudo, a trilha de 007 Contra o Satânico Dr. No é considerada por muitos como uma das mais fracas da franquia. O tema de 007 foi composto por Monty Norman e John Barry foi convidado para arranjar e maestrar a música. O resto é história…

    From Russia With Love (Moscou Contra 007, 1963) – Matt Monro

    O segundo filme da franquia marca a consolidação de John Barry como compositor da trilha-sonora do filme, bem como o primeiro filme a ter uma canção-tema propriamente dita. From Russia With Love foi composta por Lionel Bart e cantada por Matt Monro. O tema é um dos mais desinteressantes de todos os 007 e muito inferior a trilha-sonora de Barry.

    Goldfinger (007 Contra Goldfinger, 1964) – Shirley Bassey

    Shirley Bassey teve sua voz em três canções da franquia, algo que não aconteceu com nenhum outro artista. Goldfinger foi a primeira delas, e provavelmente a mais marcante. Em 1965, Goldfinger se tornou hit nos EUA, Shirley Bassey alcançou a 8ª posição com seu single e a trilha sonora do filme foi o número 1 da Billboard. O tema foi escrito por John Barry, autor de toda a trilha do filme, e escrita por Anthony Newley e Leslie Bricusse.

    Thunderball (007 Contra a Chantagem Atômica, 1965) – Tom Jones

    Considerado um dos melhores filmes da série, 007 Contra a Chantagem Atômica trouxe mais uma vez John Barry para compor a trilha. Thunderbal é provavelmente uma das canções mais curiosas de toda franquia. Inicialmente, o tema era Mr. Kiss Kiss Bang Bang, que foi cogitada para Shirley Bassey cantar, mas acabou sendo gravado por Dionne Warmick. Contudo os produtores não queriam uma canção com um título diferente do filme, assim, a música anterior foi descartada, John Barry convidou o letrista Don Black e em um fim de semana compuseram Thunderball, gravado por Tom Jones. Entre as lendas que rodeiam a franquia 007, muitos dizem que Jones desmaiou ao cantar a nota final de Thunderball. Apenas à título de curiosidade, Johnny Cash chegou a compor um tema para o filme, mas foi recusado pelos produtores.

    You Only Live Twice (Com 007 só se Vive Duas Vezes, 1967) – Nancy Sinatra

    Com 007 Só se Vive Duas Vezes foi o penúltimo filme com Sean Connery e um grande sucesso. Para a canção-tema convidaram Nancy Sinatra cantando o tema do filme. Em 1966, Nancy havia estourado com a música These Boots Are Made for Walkin, e já no ano seguinte foi convidada para cantar o tema do próximo 007, onde colocou toda sutileza de sua voz, transformando a canção em um grande clássico da série. You Only Live Twice foi composta por John Barry, também autor da trilha do filme, e escrita por Leslie Bricusse.

    We Have All the Time in the World (007: A Serviço Secreto de Sua Majestade, 1969) – Louis Armstrong

    https://www.youtube.com/watch?v=vNcl_IsfGTM

    Diferente do habitual, a canção-tema é instrumental, composta por John Barry, mas já que estamos comentando dos grandes cantores que deram sua contribuição à franquia, deixemos esta de lado para comentar da belíssima We Have All the Time in the World, ouvida nas cenas de romance do filme. A canção também foi composta por Barry, com letra de Hal David e cantada por um dos mestres da música e considerado a personificação do que foi o jazz, Louis Armstrong. Infelizmente, esta canção foi a última gravada por Armstrong.

    A Serviço Secreto de Sua Majestade foi o primeiro e único filme estrelado por George Lazenby.

    Diamonds are Forever (007: Os Diamantes São Eternos, 1971) – Shirley Bassey

    Após a saída de Lazenby, Connery retorna à franquia. Diamonds are Forever também traz de volta Shirley Bassey, que já havíamos mencionado em 007 Contra Goldfinger, para cantar canção-tema. Composta por John Barry e letra de Don Black, Diamonds are Forever quase foi retirada do filme pelo produtor Harry Saltzman, e só com muita insistência do coprodutor Cubby Broccoli, foi mantida no filme. Segunda Saltzman, a letra da canção era uma insinuação sexual. Anos depois, John Barry ainda revelou que pediu a Bassey para cantar a canção imaginando que estava sobre um pênis.

    Live and Let Die (007: Viva e Deixe Morrer, 1973) – Paul McCartney

    O primeiro de sete filmes que marcam a fase Roger Moore no personagem. John Barry estava indisponível para compor a trilha sonora, por isso a produção do filme convidou George Martin, o famoso produtor de vários álbuns dos Beatles e outros grandes artistas. Os produtores do filme pediram a Martin convidar Paul McCartney para compor a canção-tema, mas com a intenção de outro artista cantá-la, Martin só concordou se a versão dos créditos fosse do próprio Paul, o que foi prontamente acatado.

    Paul compôs o tema do filme após ler o roteiro do filme em uma tarde sábado, e finalizando-a no domingo. A versão final foi composta por Paul e sua esposa Linda, gravada com os Wings durante as sessões do álbum Red Rose Speedway. A canção-tema foi um sucesso, sendo regravada por vários outros artistas.

    Parte 2.