Resenha | Mitos Marvel
Finalizando a coleção em capa dura lançada pela Panini com histórias fechadas do universo Marvel, Mitos Marvel de Paul Jenkings e Paolo Riveira compila cinco edições lançadas lá fora revisitando os primeiros gibis de grandes heróis do estúdio: Quarteto Fantástico, Homem-Aranha, Hulk, Motoqueiro Fantasma, Capitão América e X-Men.
Em apenas 25 páginas, Jenkings rele as histórias de origem de cada um sintetizando, em 25 páginas, uma narrativa concisa, com uma roupagem diferente cuja intenção não é ser substitutiva, mas sim promover um exercício de linguagem interpretativo a partir das origens clássicas. Uma maneira de atualizar leitores que ainda não tiveram acesso às primeiras histórias do estúdio e apresentar origens menos conhecidas, como a de Motoqueiro Fantasma, um personagem sem tanta popularidade atualmente.
A narrativa mais tradicional desta cinco histórias é a de Homem-Aranha, devido ao fato de que sua origem sempre foi recontada em diversos gibis de linha, até mesmo pelo próprio personagem. Uma sensação de repetição que também é explorada pelo texto explicitando que o público reconhece de cor a origem do Cabeça de Teia. De fato, as releituras em torno da origem de Peter Parker são tantas que nesta mesma coleção David Lapham e Tony Harris fizeram sua versão.
A linguagem diferenciada é o principal atrativo para a leitura além dos belos traços de Paolo Riveira, ilustrando ao estilo de pinturas que saltam aos olhos pelo detalhe e o traço diferente. Como cada história é apresentada como se construísse uma mitologia, os quadros pintados são convenientes para produzir uma maior sensação história, configurando esses personagens como mitos de um olimpo quadrinesco.
Escolher cinco personagens ou equipes para cada título é interessante, evitando o desperdício de longas histórias de origem. A capacidade narrativa de Jenkins se destaca pela brevidade. Sem a necessidade de explorar muitos personagens, estes mitos criaram um bom panorama com base em histórias consagradas, sabendo explorar o mesmo caminho e apresentar um estilo diferenciado das obras originais.