Tag: Rambo

  • VortCast 68 | Rambo

    VortCast 68 | Rambo

    Bem-vindos a bordo. Filipe Pereira, Jackson Good (@jacksgood), Rafael Moreira (@_rmc), Mario Abbade (@AbbadeMario) e Carlos Brito para comentar sobre Rambo e a série de filmes iniciada em 1982, protagonizada por Sylvester Stallone e baseada no romance de David Morrell.

    Duração: 94 min.
    Edição: Julio Assano Júnior
    Trilha Sonora: Julio Assano Júnior
    Arte do Banner:
     Bruno Gaspar

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    Crítica Rambo: Programado Para Matar
    Crítica Rambo II: A Missão
    Crítica Rambo III
    Crítica Rambo IV
    Crítica Rambo: Até o Fim

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  • Crítica | Rambo III

    Crítica | Rambo III

    John Rambo é um dos principais personagens da cultura pop mundial. Vivido pelo astro Sylvester Stallone, o personagem caiu nas graças do público logo no primeiro filme, Rambo: Programado Para Matar, que conta a história de um boina verde que voltou à América após o fiasco da Guerra do Vietnã. Rambo é praticamente um andarilho e, confundido com um vagabundo, acaba por sofrer nas mãos da polícia de uma pequena cidade. O soldado, usando de suas habilidades de guerra, acaba caçando os policiais com maneiras muito primitivas, chamando a atenção de seu antigo companheiro, o Coronel Trautman, vivido por Richard Crenna. O filme é até considerado um drama (dos bons), o que difere do segundo e terceiro filme, onde o soldado volta ao campo, primeiro para libertar prisioneiros de guerra e segundo para salvar o próprio Coronel Trautman.

    À época de seu lançamento, Rambo III foi considerado pelo Guiness Book, o livro dos recordes, o filme mais violento já feito, dada a contagem de mortes, explosões e atos e violência. Contudo, a produção passou por diversos problemas, dentre eles a demissão do diretor Russel Mulcahy e de boa parte da equipe. Mulcahy estava em alta por ser o responsável pelo clássico Highlander: O Guerreiro Imortal. Apesar dos problemas na produção, o diretor de segunda unidade Peter MacDonald assumiu a bronca, fazendo com que Rambo III fosse sua primeira empreitada na cadeira de direção.

    Como mencionado, o Coronel Trautman vai até John Rambo para pedir ajuda numa missão para intervir a favor do povo do Afeganistão que está sofrendo nas mãos dos russos. Vale destacar que o episódio de fato ocorreu, quando os Estados Unidos, secretamente ajudaram o povo afegão com o fornecimento de armamento. Rambo nega o pedido de seu amigo que parte sozinho para a missão, sendo capturado por um tirano coronel soviético, não restando outra alternativa ao soldado, senão salvar seu mentor e amigo. Fica registrada aqui a “ivandragonização” dos personagens soviéticos, que assim como em Rocky IV, são extremamente caricatos.

    MacDonald claramente tenta mostrar um lado mais humano de Rambo, fazendo-o interagir com o povo que está assolado pela guerra. Os momentos de humanidade presente no personagem procuram ser mais extensos do que aquele momento em que o vemos sentindo um certo carinho uma informante e que morre pouco tempo depois no segundo filme. Só que, talvez por força do personagem, o Rambo que melhor funciona em tela é o soldado implacável.

    Assim como nos dois primeiros filmes, vemos o personagem passando por muitos apuros e ganhando novas cicatrizes e por que não, fazendo seus próprios curativos? Aliás, esse é o ponto alto do filme, quando um detrito de uma explosão atinge Rambo, que fica com o artefato atravessado em sua barriga. Numa cena que faz com que os mais durões roam as unhas, o combatente retira o artefato, despeja pólvora no buraco do ferimento e ateia fogo em si mesmo para estancar o sangramento. Sem mais.

    Mas com uma história interessante e que pega emprestado um fato que realmente aconteceu, o filme não empolga. As sequências de ação que eram para ser a especialidade do diretor não emplacam e o que se vê é um amontoado de cenas e cenários que parecem não se encaixar, principalmente no segundo e terceiro ato. O filme foi recebido pela crítica como uma bomba e para se ter noção do nível, Sylvester Stallone ganhou o Framboesa de Ouro como pior ator. O filme teria sido uma triste despedida para o personagem se Rambo IV não tivesse sido feito anos depois.

    Um fato curioso é que, em seu final, o filme é dedicado ao povo do Afeganistão, sendo que, anos depois a película passou a ser ainda mais odiada após os horríveis ataques terroristas ocorridos em 11 de setembro de 2001, liderados por Osama Bin Laden.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

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  • Crítica | Rambo II: A Missão

    Crítica | Rambo II: A Missão

    Pois bem. Em  Rambo Programado Para Matar, o veterano John Rambo era um homem atormentado pelos horrores que viveu no Vietnã que se rebelava contra uma o xerife preconceituoso de uma cidadezinha interiorana dos Estados Unidos. O filme baseado no livro de David Morrell era excelente em vários aspectos, carregava uma crítica à Guerra do Vietnã e ao tratamento dado aos seus ex combatentes. Porém, em uma virada inesperada, Rambo acabou adotado por Ronald Reagan e acabou se tornando um símbolo de seu período como presidente da nação mais bélica do planeta. O ex-boina verde passou a ser um símbolo do conservadorismo dos militantes do Partido Republicano.

    O ano era 1985 e a Guerra Fria estava no fim. A União Soviética estava enfraquecida e os EUA se consolidando como potência mundial. Porém, havia a mancha da derrota da Guerra do Vietnã. É nessa esteira que o Coronel Trautman (vivido por Richard Crenna) tira Rambo da prisão para uma última missão: resgatar soldados americanos ainda feitos prisioneiros pelo exército vietnamita. Supervisionada pelo burocrata Marshall Murdock, a missão é praticamente suicida, mas os traumas de Rambo, a possibilidade de se livrar da pena a que fora condenado depois dos eventos do primeiro filme o fazem aceitar e uma espécie de revanche simbólica (talvez este o maior motivo) contra o Vietnã fazem Rambo aceitar a missão. O que sucede depois disso é uma colagem de cenas de ação inventivas e icônicas, além de algum drama e uma ou outra reviravolta .

    Baseado em uma história de Kevin Jarre, o roteiro do filme foi escrito por James Cameron e Sylvester Stallone. Infelizmente, a diferença é gritante para o primeiro filme. Há uma indigência muito grande no script, reduzindo a complexidade do personagem e o tornando em uma unidimensional máquina de matar. Há uma clara xenofobia no texto, com os não americanos sendo tratados como sádicos, selvagens e inferiores. Fora que a ideia de prisioneiros de guerra sendo mantidos até 10 anos depois do fim do combate sem nenhum proposito maior por trás não faz o menor sentido. Resumindo em poucas palavras, o roteiro é apenas pretexto para mostrar Stallone destruindo tudo em sequências de ação muitíssimo bem orquestradas.

    George Pan Cosmatos, que também dirigiu Stallone Cobra, conduz de forma primorosa algumas sequências de ação, com destaque especial para aquelas em que Rambo usa o arco e flecha e o helicóptero. Porém, a minha preferida é aquela que Rambo se camufla na floresta e vai abatendo o pelotão de soldados um a um das formas mais inventivas possíveis. A cena da lama é maravilhosa. Cosmatos até consegue extrair uma dinâmica interessante entre o ex boina verde e Co Bao, seu contato vietnamita. A moça passa longe de indefesa e salva John em alguns momentos, inclusive trazendo de volta um pouco da sua humanidade esquecida em grande parte do roteiro. São os melhores momentos dramáticos de Stallone no filme, visto que o ator desfila sua canastrice de forma espetacular na tela, enquanto Crenna (coronel Trautman) e Charles Napier (o burocrata Murdock) se dedicam basicamente a discutir e suar abundantemente durante quase todo o filme. Julia Nickson se vira bem enquanto está em cena e o eterno vilão Steven Berkoff faz aquilo sabe melhor: ser um odioso vilão sádico.

    Quando esquecemos o caráter panfletário, Rambo II se mostra como um grande filme de ação e ótimo exemplar do cinema brucutu que tomou de assalto os anos 80. Porém, ao ligarmos o senso crítico e prestarmos atenção na história, a trama do filme acaba se tornando difícil de engolir. Sendo assim, é melhor desligar o senso crítico e apreciar todas as grandes sequências de ação do filme que ainda possui uma grandiosa trilha sonora do mestre Jerry Goldsmith.

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  • Crítica | Rambo: Até o Fim

    Crítica | Rambo: Até o Fim

    Após um novo grande hiato, de 11 anos entre Rambo IV e esse, Rambo Até o Fim é mais uma tentativa de revival de filmes de ação, filão esse que geralmente traz bombas e fracassos em matéria de ressurreição, como foi com Duro de Matar: Um Bom Dia Para Morrer, e outros poucas divertidas. O quinto filme da saga de John James Rambo, dirigido por Adrian Grunberg tenta driblar a pecha da primeira hipótese citada, mas acaba sendo um hibrido entre os dois clichês de tipo.

    O filme começa em meio a chuva, onde o veterano de guerra trabalha como voluntário no resgata a desastres  naturais.  A cena inicial é eletrizante, e mostra Sylvester Stallone agindo como um bom herói de ação de uma maneira que não fica implausível para um senhor sexagenário. Ele lamento muito por não conseguir resgatar todos os que sofrem as ações da natureza, e logo volta para sua casa, onde tem um rotina bem diferente da vista nos outros quatro filmes. O “esconderijo” dele é bem rústico, enquanto Maria (Adriana Barraza), e Gabriela (Yvette Monreal), vivem na casa maior dentro da propriedade. Se nota que há um sentimento comum ali, de núcleo familiar, onde há harmonia e onde ele se medica com remédios controlados, que visam enjaular a fera que ele tem dentro do peito.

    Neste início, o filme soa tão bom quanto sua premissa, o problema é quando se exige dramaturgia. Grunberg tem apenas um filme no currículo como diretor, o engraçado Plano de Fuga com Mel Gibson. Sua carreira é maior como diretor assistente, fez Narcos, Apocalypto e Chamas da Vingança. Para um texto que pretende ser complexo, seria de bom grado ter um cineasta mais experimentado. Mesmo bons conceitos, como os túneis subterrâneos construídos pelo herói e suas lembranças de guerra soam repetitivas e obvias demais.

    O conceito de homem solitário, que perdeu seus amigos pela  chegada da guerra é banalizada com a péssima forma de tratar a relação familiar dos bem feitores. Gabriela é uma moça bonita, com a vida toda pela frente, mas sua relação com John é muito gratuita, nada se constrói, mas se sugere do que se trabalha em matéria de emoções. Nem mesmo o fato do personagem-título não assumir para si a alcunha de Rambo tem muito efeito, resultando apenas em uma piscadela para o público.

    Da parte dos aspectos técnicos, os efeitos visuais são péssimos, ainda mais quando se usa fundo verde. As rejeições familiares também parecem forçadas, mostradas ali para encurtar a trama, soam frívolas ao invés de parecer algo sentimental. O roteiro de  Stallone e Matt Cirulnick tem problemas sérios com as personagens femininas, que ou são cordeiros ou são vilanizadas. Nenhuma delas ultrapassa a barreira do estereotipo, é como se só  John fosse alguém bom ou capaz de tomar uma decisão que não seja protocolar, além é claro de possuir uma cena bem complicada, que pode ser encarada como uma apologia a violência contra mulher.

    A ação só começa de fato por volta dos 40 minutos, com direito a fratura exposta de capanga genérico. Ao menos esses momentos são bem legais, Rambo não é indestrutível, e por mais que a violência catártica seja zerada de significado (ao menos nesses momentos de perseguição em particular), não há como o fã de filmes de ação dos anos 80 e 90 não se empolgar como todo o gore e com o grafismo das lutas que dilaceram capangas.

    Da parte política, há muitos problemas. O filme repete de maneira bem piorada a xenofobia vista em Sicário de Dennis Villeneuve, mas sem qualquer sutileza que é própria dos textos de Taylor Sheridan, ao contrário. Os mexicanos que não são vilões parecem todos abatidos ou fracassados, a espera das migalhas que os estadunidenses por ventura possam dar.

    Este Rambo 5 repete o ciclo de perdas que Rambo 2: A Missão traz, e ensaia um retorno as origens  do personagem, que sempre foi visto como um assassino com crises sociopatas  que tinha no nomadismo o seu norte. O homem que fincou raízes já não tem mais motivos para fincar terreno em nenhum lugar, os dez anos em paz cessaram, e nada a ele pertence. Os momentos finais tem semelhanças com o visto em Scarface de Brian de Palma, mas com o sentido invertido e com lições de guerras retiradas dos antigos inimigos de John. Agora, é ele que utiliza táticas de guerrilha ao estilo dos vietcongues como contra ataque aos narco traficantes que machucaram seu ego e seu coração.

    Tudo bem que as dificuldades que ele sofre para derrotar seu inimigo, não fazem muito sentido, mas diante de toda a problemática de Rambo: Até o Fim, o desfecho covarde não causa tanto alvoroço negativo quanto o terço inicial e do meio. As dilacerações, decapitações, a destruição de membros e os tiros acertados nos opositores se justificam, mesmo que haja um cunho bem xenofóbico em toda essa sequência, mas isso nem é uma novidade na franquia, que se perdeu em clichês a partir do segundo filme. Só é uma pena que não tenha ocorrido coragem o suficiente por parte dos produtores em sepultar a franquia de vez, deixando ela descansar como boa parte dos filmes dos anos 80 faz hoje. A necessidade de abrir possíveis nos capítulos é cansativa, e nem Sly ou o público parecem ávidos por mais momentos como esse, ainda mais se os próximos episódios piorarem o caráter já mediano desse tomo cinco.

    https://www.youtube.com/watch?v=yd71hmhobAg

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