Crítica | Sete Psicopatas e um Shih Tzu

Sete Psicopatas e um Shih Tzu

Depois do excelente Na Mira do Chefe o diretor e roteirista Martin McDonagh volta às telas com Sete Psicopatas e um Shih Tzu. Apesar do primeiro ainda ser melhor, esse segundo ainda cai bem como uma comédia de humor negro e metalinguagem a respeito do cinema e violência, que lembra os bons tempos de Guy Ritchie com Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch – Porcos e Diamantes.

Com um excelente elenco, que junta Colin Farrell, Sam Rockwell, Christopher Walken, Woody Harrelson e outros, o filme começa com o escritor Martin (Farrell) tentando bolar uma ideia a respeito de Sete Psicopatas com histórias interessantes de vida, e com a ajuda de amigos (Rockwell e depois Walken), vai acrescentando em seu bloco de notas um psicopata com uma história mais interessante e exótica que outra.

Porém, conforme vai passando, podemos ver que a conversa dos personagens dentro do filme é cada vez mais metalinguística, e cada vez mais referencial ao próprio filme e ao que está acontecendo, subvertendo totalmente a experiência inicial do longa, que nos levava para um caminho tradicional do filme de “máfia-com-perseguição-e-vingança” (e que o próprio filme tira sarro de sua escolha).

Quando é finalizada a subversão e a história vira totalmente auto referencial e se preocupa somente com isso, um pouco da mágica e da graça acabam, tornando tudo uma paródia dos filmes violentos de Hollywood, com seus finais grandiloquentes e redenções ainda mais carregadas de emoções milimetricamente construídas. Outro ponto positivo é que em momento algum os personagens são tratados como arquétipos tradicionais de “mafioso” ou “psicopata”, o que dá espaço a piadas e situações muito boas, principalmente com Woody Harrelson, cada vez melhor.

A intenção da sátira é louvável, mas seu resultado acaba fazendo o filme perder um pouco da graça e da intenção original, apesar de garantir algumas risadas, porém, mais pela graça do escândalo do que pela inteligência da construção do clímax.

Texto de autoria de Fábio Z. Candioto.

Comentários

9 respostas para “Crítica | Sete Psicopatas e um Shih Tzu”

  1. Avatar de Thiago Augusto

    Eu não consigo me simpatizar por qualquer filme do diretor. Começo achando interessante mas as cenas me parecem forçadas. E o Sam Rockwell faz papéis tão bons de loucos que realmente irritam.

    1. Avatar de Fábio Z. Candioto

      Não gostou nem do In Bruges? Eu achei excelente…

  2. Avatar de Fabio Monteiro

    É o primeiro filme que vi deste diretor. Também tive essa impressão de que o filme perde um pouco a graça do meio para o fim. Mesmo assim gostei. Tenho birra com a canastrice do Colin Farrell, mas gostei da atuação dele.
    Gostei muito da atuação do Sam Rockwell em Choke, depois disso parece sempre o mesmo personagem.

    Não conhecia esse In Bruges, já baixei e verei.

    1. Avatar de Flávio Vieira

      In Bruges é MUITO bom! Vai na fé, irmão!

      1. Avatar de Fábio Z. Candioto

        Concordo. Melhor atuação do Colin Farrell disparada.

        1. Avatar de Fabio Monteiro

          Olhei ontem In Bruges, de fato é muito bom cara, e acho que nesse filme teve a melhor atuação do Colin. Valeu pela dica.
          Outro cara que gostei muito de ver foi o Brendan Gleeson que eu só comecei a ver que ele é foda em um outro filme que conheci em uma agenda cultural, acho que foi o Mário quem indicou, O Guarda, acho esse filme foda também.

          Abraço.

          1. Avatar de Fábio Z. Candioto

            Opa, que bom que curtiu.

            Esse O Guarda tá aqui na lista para eu ver faz tempo, mas ainda não consegui…

            1. Avatar de Flávio Vieira

              Vale a pena, Fábio. O Guarda é excelente!

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