Tag: Deuses do Egito

  • VortCast 44 | Piores Filmes de 2016

    VortCast 44 | Piores Filmes de 2016

    Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Jackson Good (@jacksgood), Bruno GasparFilipe Pereira, Bernardo Mazzei e Rafael Moreira (@_rmc) se reúnem para comentar sobre os piores filmes lançados em 2016 no Brasil.

    Duração: 85 min.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira
    Arte do Banner: 
    Bruno Gaspar

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    Piores Filmes de 2016

    Crítica Assassino a Preço Fixo 2: A Ressurreição
    Crítica Tirando o Atraso
    Crítica Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos
    Crítica A Garota Dinamarquesa
    Crítica Porta dos Fundos: Contrato Vitalício
    Crítica Os Dez Mandamentos – O Filme
    Crítica Deuses do Egito
    Crítica Batman vs Superman: A Origem da Justiça
    Crítica X-Men: Apocalipse
    Crítica Esquadrão Suicida

    Comentados nesta edição

    Lista de Piores Filmes de 2016
    VortCast 38: Melhores Filmes de 2015

  • Piores Filmes de 2016

    Piores Filmes de 2016

    2016 foi um bom ano para os amantes de Cinema, ainda assim isso não impediu de nos depararmos com toda a sorte de sacrilégios nas telonas, desde filmes bíblicos a action movies, “artísticos” a adaptações de games, ninguém se viu livrou de assistir algumas das principais bombas do ano que se encerrou.

    Como de costume, nossa lista é focada apenas no que foi lançado em 2016 e sua composição se dá de forma coletiva pela equipe do Vortex Cultural, que a partir das escolhas individuais de cada redator é realizada uma lista popular que reflete a opinião de todo o site no que diz respeito aos Piores Filmes de 2016. Vamos à lista!

    10. Assassino a Preço Fixo 2: A Ressurreição (Dennis Gansel, 2016) – Por Flávio Vieira

    De um início bastante promissor com Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch: Porcos e Diamantes, alçado a astro de ação que substituiria Arnold Schwarznegger, Sylvester Stallone e outros, e atualmente, dono de um carreira questionável dentro do gênero, Jason Statham segue em frente escolhendo uma série de trabalhos de qualidade duvidosa e roteiros medíocres, mas este é sem dúvida um dos seus pontos mais baixos.

    Assassino a Preço Fixo 2: A Ressureição segue a fórmula de tantos outros filmes de ação genérico, conseguindo nem mesmo soar como uma boa diversão, diferente de seu antecessor – remake do filme com Charles Bronson nos anos 1970. A trama sem cabimento, as tentativas rasteiras e infantis de humanização de personagens, CGI malfeitos e utilizados sem moderação, inexpressividade dos atores e o péssimo trabalho de direção ao sequer criar um clímax ou mesmo gerar boas cenas de pancadaria tornam o longa metragem de Dennis Gansel um dos piores exemplares de 2016. Está na hora de trocar de agente, Statham.

    9. Tirando o Atraso (Dan Mazer, 2016) – Por Dan Cruz

    Vencedor de dois Oscars e renomado ator, já faz algum tempo que Robert De Niro parece se esforçar pra acabar com sua carreira. Mas Tirando o Atraso parece ir além de ser apenas um filme ruim. É um filme péssimo que se orgulha disso, foi feito pra ser assim! Zac Efron faz o papel do jovem advogado que precisa escoltar seu recém-viúvo avô em uma viagem na qual ele descobre logo de início que o velhinho despirocou de vez e agora só pensa em depravações. Só que nunca o vimos antes como um bom velhinho, com exceção da rápida tomada no funeral! Não existe uma desconstrução da figura do avô, apenas um velho racista, machista e homofóbico soltando impropérios durante o filme inteiro. A primeira vez em que De Niro realmente aparece o vemos constrangedoramente se masturbando. E daí pra frente, só piora. Aparentemente, o veterano ator descobriu uma maneira fácil de ganhar dinheiro com filmes medíocres e pseudo-atuações já faz algum tempo. Tirando o Atraso chega a ser mais constrangedor que sua atuação em As Aventuras de Alceu e Dentinho!

    8. Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos (Duncan Jones, 2016) – Por Marcos Paulo Oliveira

    O ano de 2016 começou com uma triste notícia, do falecimento de David Bowie, nas vésperas do lançamento de seu último disco, Black Star. O pai de Duncan Jones, teria visto um corte inicial do filme que conta a história do qual Jones é fã, apaixonado, admirador, inveterado: O encontro de dois mundos, dos Orcs e dos Humanos, em uma batalha pela vida, princípios e pelo futuro.

    Neste contexto tão emocional, torna-se uma missão complicada não gostar de Warcraft: O Encontro de Dois Mundos, mas nem crítica e nem público abraçou aquilo que é visto em tela, gerando um pequeno fracasso e a primeira marca na carreira de Duncan Jones. Com grande sucesso na China, hoje pra alguns filmes um mercado quase tão grande quanto o americano, é viva a possibilidade de uma sequência, mais lúcida e interessante do que este filme, que só causou mesmo é sono e tristeza pelo que poderia ser.

    É triste, pois vê-se lá a admiração que a equipe nutri pelo material. Vê-se, desde trabalhos anteriores, a seriedade com que Jones trabalha suas histórias. Mas temos aqui um caso clássico de quando a paixão ultrapassa nossas ações, e faz notas mirradas e dissonantes soarem como trombetas distorcidas e cintilantes, mesmo sem a mínima pressão sonora. O som está nos ouvidos do apaixonado, e as vezes só ele é capaz de ouvir.

    7. A Garota Dinamarquesa (Tom Hooper, 2015) – Por Leonardo Amaral

    A Garota Dinamarquesa está entre piores do ano não só pelo desserviço que faz dentro da temática LGBT, mas por ser, acima de tudo, um filme ruim. Eddie Redmayne entrega uma performance caricata de Lily, enquanto o elenco de apoio não tem material o suficiente para trabalhar algo mais aprofundado. A única que se salva é Alicia Vikander, o que demonstra sua capacidade como atriz, mesmo com um roteiro como esse. Graças ao desenvolvimento narrativo precário, piorado por uma condução brega e sem personalidade, Tom Hooper ingressa a lista com uma história que merecia um diretor melhor.

    6. Porta dos Fundos: Contrato Vitalício (Ian SBF, 2016) – Por Rafael Moreira

    Contrato Vitalício, é como o filme do terremoto. Acontece algumas coisas interessantes, você até quer dar uma chance ao filme e tudo mais, mas no fundo você preferia ter ido ver o filme do Pelé. E aparentemente o Fábio Porchat também tava mais interessado em interpretar o Pelé, e o Gregório Duvivier, talvez uma versão em que o Pelé abraça árvore e não fala merda, e convenhamos, nenhuma merda que o Pelé falou até hoje, chega aos pés da cagada que é esse filme.

    5. Os Dez Mandamentos – O Filme (Alexandre Avancini, 2016) – Por Filipe Pereira

    Desde que a emissora Record foi comprada por um conglomerado religioso, suas pretensões mudaram, a tentativa do canal é desbancar a liderança que a Globo tem no monopólio das comunicações e para isso se investiu não só em jornalismo como teledramaturgia. Entre os eventos recentes dos mandatários há o ingresso na política e também a veiculação de novelas, séries de temática bíblica, sendo Dez Mandamentos a primeira em formato de telenovela, terminada com duas temporadas. Quando a notícia de que o folhetim se tornaria filme foi confirmada, surgiu o receio de que o longa tivesse problemas de ritmo e ele de fato o tem, já que o filme dirigido por Alexandre Avancini tem um roteiro confuso, cujas relações não fazem sentido exatamente por ser este um resumo das centenas de capítulos exibidos durante as noites de meses inteiros. É inegável o sucesso de público do programa televisivo, visto que em muitas vezes ele desbancou a novela global da liderança, no entanto, analisar o fenômeno de bilheteria do filme não é assim tão simples, uma vez que grande parte dos ingressos foi vendido enquanto as mesmas salas não necessariamente estavam ocupadas. Como filme Dez Mandamentos falha tanto que é mais fácil e cômodo falar sobre tudo, menos sobre suas qualidade cinematográficas. Fotografia, edição, montagem, trilha e roteiro não foram feitos para o formato da tela grande, fatores que fazem tudo nele soar extremamente patético e desimportante, além de ser moroso, chato e muito aquém de tantos outros clássicos de temática cristã.

    4. Deuses do Egito (Alex Proyas, 2015) – Por Douglas Olive

    É notório, feito doença crônica e incurável, a forma catastrófica e bandida que o cinema dos EUA vem catalogando e regurgitando, no pior sentido do termo, releituras de histórias que pertencem ao imaginário do mundo desde muito antes da possibilidade do Cinema existir sem manifestada pela aurora das novas mentes tecnologias do século XIX e XX. A bravura dos 300 de Esparta. O Mistério sobre a construção da Muralha da China, a glória e queda de Cleópatra, e muitos outros mitos ocidentais e orientais, como se esses eventos reencarnados e miseravelmente revitalizados pelo cinemão blockbuster (não em alma, mas em forma), por não terem direitos autorais, estivessem a disposição de qualquer visão (ou falta de) para revirar e abusar de seus fatores lendários e fabulosos como a magia do CGI bem entender, sem nenhuma responsabilidade decente com o prestígio de uma ideia, com a sanidade do público que por X motivo se submete a essas incógnitas que a pobremente rica cultura pop produz, ou à essência da própria arte cujo potencial tanto machuca, humilha e vulgariza ao investir em monstruosidades cancerígenas como Deuses do Egito; um desses tristes e caros (à arte e à produção) tumores anuais que, por pior que o romântico e tolo Ed Wood fosse (e foi), com seus cenários de isopor, sua paixão pelo filmar e sua ficção tão pecadora, quanto inocente, jamais iria ousar pôr em prática.

    3. Batman vs Superman: A Origem da Justiça (Zack Snyder, 2016) – Por Fábio Candioto

    Grande sensação “nerd” do ano, Batman vs Superman: A Origem da Justiça foi o filme mais odiado que arrecadou mais dinheiro. Enquanto seus críticos apontavam os inúmeros buracos de roteiro, trama desconexa e personagens insossos, seus defensores mostravam um filme que arrecadou quase 1 bilhão de dólares pelo mundo e dominou o debate por alguns meses. O fato é que Zack Snyder, desde seu Homem de Aço de 2013, mostra dificuldades em contar uma história simples quando não tem um material fonte específico para copiar. Apesar da fortuna arrecadada, o filme foi considerado um fracasso pois tinha os dois maiores heróis da cultura pop e arrecadou quase o mesmo que Deadpool, um ilustre desconhecido com orçamento de filme B. Nem mesmo uma atuação interessante de Ben Affleck como Batman em suas cenas de ação conseguem salvar o marasmo total de um Superman depressivo, um Lex Luthor “on cocaine”, uma Mulher Maravilha enfiada no filme apenas para promover o vindouro filme da Liga da Justiça e uma história completamente confusa do “Save Martha”, que virou piada nas redes sociais graças a solução preguiçosa do roteiro para transformar Batman e Superman em amigos. Agora nos resta esperar os próximos filmes, e torcer para que não precisemos ver Thomas e Martha Wayne sendo mortos novamente.

    2. X-Men: Apocalipse (Bryan Singer, 2016) – Por Bernardo Mazzei

    Em um determinado ponto de X-Men: Apocalipse, Jean Grey e seus amigos saem de uma sessão de O Retorno de Jedi e dizem que a terceira parte é sempre a pior. O terceiro filme da segunda trilogia não foge à regra: Apocalipse é o pior deles. Me atrevo a dizer que é o pior de todos das duas trincas de filmes com os heróis mutantes. Bryan Singer erra a mão em praticamente tudo. A direção é frouxa, o filme é enorme em escala e minúsculo em conteúdo, a cena de ação protagonizada por Mercúrio é a única que presta, ainda que seja uma reedição em maior escala de uma sequência de Dias de Um Futuro Esquecido, personagens excelentes dos quadrinhos não são desenvolvidos e um bom vilão é desperdiçado. Sem contar a judiação que é feita com Magneto, Xavier e Mística. Singer devia largar o osso da franquia mutante e passar pra mãos menos megalomaníacas.

    1. Esquadrão Suicida (David Ayer, 2016) – Por David Matheus

    Depois do inesperado e estrondoso sucesso de Guardiões da Galáxia, o ótimo e divertido filme produzido pela Marvel, a DC/Warner viu potencial nos seus personagens “expendables” e trouxe o Esquadrão Suicida dos quadrinhos à vida no cinema. O projeto foi tratado como ambicioso e trouxe nomes de peso como Viola Davis, Will Smith e outros bons atores como Margot Robbie, Jay Courtney e Joel Kinamman. Foi criado um buzz absurdo em torno do Coringa, de Jared Leto e da maneira quase doentia e ameaçadora que o ator, adepto do método, agia no set de filmagens. A expectativa só aumentava por causa dos dois ótimos trailers que traziam uma versão obscura de I Starded a Joke, do Bee Gees, além de Bohemian Rhapsody, do Queen, deixando quase como certo que o filme seria um sucesso, fazendo as pessoas esquecerem do controverso Batman Vs Superman: A Origem da Justiça. Infelizmente, o que se viu foi um desastre completo. Esquadrão Suicida tem problemas sérios de ritmo, com roteiro ruim, sobre um vilão com potencial, mas com uma resolução péssima e que apresenta personagens fracos e mal desenvolvidos. A performance criticada de Leto, por sorte, não tem espaço de tela o suficiente para mais reclamações, deixando somente como ponto positivo Viola Davis, como Amanda Waller, e Margot Robbie, como Harlequina (que vai liderar um filme solo de uma equipe de vilãs, ou seja, outra bomba anunciada). De qualquer forma, o demérito do diretor David Ayer, junto de toda a equipe por trás da produção, foi tentar copiar sem escrúpulos Guardiões da Galáxia, o que deixa o filme forçado, com uma trilha sonora descabida e desencaixada, que parece ter sido colocada de última hora. Uma pena.

    Confira também nossa lista dos Melhores Filmes de 2016.

    Participaram desta votação: Flávio Vieira, David Matheus Nunes, Halan Everson, Fábio Candioto, Leonardo Amaral, Douglas Olive, Bernardo Mazzei, Filipe Pereira, Marlon Faria e Marcos Paulo Oliveira.

  • Crítica | Deuses Do Egito

    Crítica | Deuses Do Egito

    Depois de um começo de carreira promissor, seguindo os dois estilosos longas de estreia O Corvo e Cidade das Sombras, Alex Proyas colecionou altos e baixos em sua filmografia, desde malfadadas adaptações de Isaac AsimovEu, Robô – até filmes risíveis, estrelados por Nicolas CagePresságio. Quando surgiu a ideia de adaptar a mitologia egípcia para um estilo semelhante ao que fizeram com a refilmagem de Fúria de Titãs, seu nome foi aventado e prontamente recebido, ainda que isso não tenha garantido a Deuses do Egito qualquer sobriedade.

    A história se passa em tempos clássicos, ignorando a óbvia questão inerente à cor da pele dos homens e mulheres do Egito, que só permitem ter a pele mais morena em alguns camponeses e serviçais, salvo raras exceções. A jornada comum cabe a Bek (Brenton Thwaites), um rapaz jovem e apaixonado, que habita um lugar com faces vivas de todos os deus clássicos. Logo é mostrado Horus (Nikolaj Coster-Waldau), uma divindade de gostos populares incluindo aí a predileção por mulheres de decotes bastante generosos.

    Próxima da coroação de Horus como rei, a cerimônia é interrompida por seu tio Set (Gerard Butler), que se apresenta como um homem honrado, ainda que sua postura conciliadora dure pouco, já que há uma alta traição de sua parte que fere mortalmente Osíris (Bryan Brown), provocando neste protagonista uma fúria imensa. Os problemas do filme se manifestam com maior força neste ínterim, excluindo é claro as inconveniências estéticas, já que as soluções soam muito fáceis, com consequência fúteis para questões que deveriam ser complexas, como a tomada de poder por um tirano, a qual é assistida por uma multidão pronta a aceitar as ordens de qualquer um, dada a letargia de seu povo.

    A tentativa de aproximar os seres poderosos de meros mortais em essência é uma boa ideia, mas sua execução tropeça em erros básicos, como a composição da corte real e total ignorância em relação aos hábitos e costumes da civilização retratada, em especial pelas duas figuras femininas principais, Zaya (Courtney Eaton), a amada de Bek, e Hathor (Elodie Yung), antiga amante de Horus, que só fazem expor sua carne, seja em quaisquer de suas atividades corriqueiras, incorrendo em uma ofensa ao estilo e roupas da época, algo que não foi visto sequer nos filmes das múmias e em Cleópatra, ainda que estes sejam passados em época diferentes deste longa.

    Também há o agravante de que os ambientes em CGI e efeitos práticos funcionam em alguns pontos da trama e em outros não. A transformação em peças de combate é ruim, mas até pode ser relevada em alguns pontos. Porém, as lutas coreografadas com bonecos digitais do medievo, ou escorpiões sem a mínima textura, fazem toda a suspensão de descrença se tornar algo monumentalmente terrível, ao invés de ser apenas uma fuga da incredulidade.

    Os eventos contidos no argumento de Burk Sharpless e Matt Sazama são genéricos, tanto que serviriam em um ambiente moderno de caça a feiticeiras – como em O Último Caçador de Bruxas – ou em uma remontagem de Vlad, o Empalador – assim como Drácula: A História Nunca Contada.

    O reclame de Proyas em relação às críticas negativas que recebeu é injusto, mas não surpreendente, visto o deslocamento da realidade que o mesmo sofreu ao dar sequência a sua carreira. Seu filme causa exaustão pelos erros crassos de roteiro e por ter uma duração grande demais para uma aventura descompromissada, além de habitar um limbo entre ser um produto extremamente caro e ainda tencionar uma aventura escapista e sem amarras com realidade ou coesão textual.

    Os reviews negativos não ocorrem por moda, e sim pela clara falta de qualidade e identidade de Deuses do Egito. O público habitual de Transformers, Piratas do Caribe, Velozes e Furiosos e demais franquias semelhantes talvez não se choque com os problemas de concepção, e é esse tipo de cinema que a carreira recente de Proyas abraça. Por isso, é comum que a crítica especializada o espanque, acima de suas próprias reclamações.

    A fotografia de Peter Menzies Jr. ambiciona muito e entrega pouco, atrapalhada por uma arte trôpega e repleta de efeitos especiais que primam pelo preciosismo. Talvez o único motivo real para assistir ao filme seja no sentido de conferir a performance de Elodie Young em um blockbuster, antes dela encarar Elektra na segunda temporada de Demolidor, como havia ocorrido com Henry Cavill, em Imortais, filme o qual muito se assemelha a essa obra.

    A intenção de ser épico não é atingida em nenhum grau, nem nas lutas, que são bastante anticlimáticas e óbvias, tanto em relação ao resultado final, quanto no desenrolar da ação. Se a intenção do diretor e produção fosse produzir um filme de efeitos especiais, cuja qualidade é discutível, Deuses do Egito acerta em cheio, já que o sucesso de público não foi estrondoso, com arrecadação pífia em suas primeiras semanas. Ecos da falta de qualidade do filme, além de quase sepultar a intenção da Lionsgate em transformar isso em uma franquia.