Tag: Humberto Ramos

  • Resenha | Homem-Aranha Superior:  Venom Superior

    Resenha | Homem-Aranha Superior: Venom Superior

    Em sequência à série de encadernados da Nova Marvel, Homem-Aranha Superior: Venom Superior é o 6º volume da fase em que Otto Octavius incorpora Peter Parker. Ao contrário das edições anteriores, com um padrão narrativa focado em histórias breves, o argumento apresentado trabalha, ao mesmo tempo, tramas diversas, configurando acontecimentos para a última grande trama envolvendo o Duende Verde.

    Além das edições mensais, o encadernado inclui também a edição anual de Superior Spider Man em uma trama nada inédita aos leitores: o sequestro de Tia May. Porém, como boa parte desta fase, Dan Slott estrutura a narrativa para, além de apresentar uma história breve, justifica-la em um próximo número (Nesse caso, Tia May presencia a violência exagerada de Homem-Aranha contra seu agressor).

    Além dessa trama, a história A Hora Mais Sombria é outro exemplo de uma narrativa mediana que se salva por ser justificava em uma ação posterior. Escrita em parceria com Christos N. Gage, a trama coloca o novo Venom (reestruturado após a saga O Cerco, quando Flash Thompson é convidado pelo governo para se tornar o Agente Venom) contra o novo Homem-Aranha. Como Venom sempre foi um personagem mais visual do que um vilão bem desenvolvido, a história tem pouca qualidade, contrapondo Otto Octavius ao poder do simbionte. Uma situação que não causa muito impacto além do visual.

    Porém, a presença do simbionte funciona como gatilho para reintroduzir o espectro de Peter Parker que, como o leitor sabia desde o início, não foi destruído por completo na boa história Mente Conturbada. Como a presença de Venom é um alerta para problemas maiores, Os Vingadores também retornam em cena, novamente em dúvida sobre a nova personalidade de Peter Parker. Ao mesmo tempo, Slott introduz o vilão que tem certo carinho do público e mantém a integridade narrativa com o envolvimento do grupo heroico refazendo os testes no Aracnídeo que ainda usa o simbionte como desculpa para sua mudança de personalidade.

    A saída é crível para a cena, justificando o intelecto de Oquinho, bem como mantendo certo suspense no ar se o herói será ou não desmascarado. Até então, somente a ex-namorada Carlie Cooper tinha dúvidas sobre o novo Peter Parker, uma boa trama paralela que foi parcialmente finalizada nesse encadernado. Sequestrada por capangas do Duende Verde, a moça é transformada pelo soro do duende, tornando-se uma nova vilã. Uma saída qualquer para um bom personagem de apoio de Peter Parker.

    Finalizando as estruturas para o último grande ato, Duende Macabro e Duende Verde promovem uma guerra para lutar pelo submundo do crime. Uma ação desenvolvida desde o princípio da fase Superior, estruturada em paralelo as tramas principais de cada aventura, demonstrando, como ressaltado nas críticas dos volumes anteriores, a boa condução do roteirista para esse improvável novo momento do teioso.

    Homem Aranha Superior: Venom Superior funciona como ponte para o final derradeiro. Investindo em uma abordagem diferente das histórias até então para que o último ato seja certeiro e concentrado. O Duende Verde está prestes a retornar, bem como o querido Peter Parker, o original.

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  • Resenha | Homem-Aranha Superior: Sem Saída

    Resenha | Homem-Aranha Superior: Sem Saída

    Homem Aranha Superior - Sem Saída

    Lançado pela Panini Comics em julho, Homem-Aranha Superior: Sem Saída é o quarto volume em capa dura relançando esta nova fase do aracnídeo com Otto Octavius como o famoso herói. Compilando as edições #11 a #16 da revista original (publicada inicialmente no Brasil em edições mensais), o encadernado apresenta três histórias, mantendo o estilo das narrativas mais enxutas, sem se estender além do necessário.

    A primeira história que também nomeia a edição, Sem Saída, é um desdobramento de um arco anterior, a saga Ilha das Aranhas. A trama apresenta a execução do vilão Esmaga-Aranha, responsável por assassinar a esposa do prefeito J. J. Jameson na ocasião. Para garantir que nada fuja do esperado, Jameson convida o novo Homem-Aranha para acompanhar a execução que será realizada na Balsa, local prestes a ser desativado.

    A trama trabalha a tentativa de fuga do vilão e as diversas armadilhas feita pelo teioso para detê-lo. Trata-se de uma história simples, focada em um ambiente fechado, desenvolvendo uma tensão pontual sobre a ação. Porém, ainda assim, sem muito impacto ou destaque evidente. Um enredo que funciona, apenas, para mostrar como o Homem-Aranha Superior é diferente do tradicional (um fato percebido pelos leitores em histórias anteriores), trabalhando em alinhamento com a tecnologia para facilitar seu trabalho como herói, além de manter um traço vilanesco ao chantagear Jameson para lhe ceder o local onde havia a super prisão como sede de trabalho, a qual nomeia como Ilha das Aranhas 2 (em boa cena humorada).

    A história seguinte retorna ao ambiente natural das personagens, apresentando pistas sobre uma futura aventura envolvendo o Duende Macabro e o Duente Verde. Dan Slott tem boa estratégia em pontuar o universo do Aranha com novos e velhos vilões. O Duende Macabro em questão é um novo vilão (a primeira aparição foi em Janeiro de 2011) que comprou a armadura e os direitos de usá-la direto de Roderick Kingsley, o Macabro original. Ainda que a personagem seja, neste encadernado, inicialmente apenas coadjuvante em Fazendo vista grossa, uma história focada na destruição da Terra das Sombras dominada pelo Rei do Crime, o vilão ganha destaque na história seguinte, Bola da vez: Duende Macabro – Aprendiz de consertador, ao ter sua identidade revelada publicamente pelo Aranha e sendo salvo pelo Duende Verde que vem reunindo um exército nos esgotos da cidade.

    Como em outros arcos anteriores, é perceptível a estratégia narrativa focada em ações curtas mas pontuais que desenvolvem, simultaneamente, a ação da história em si como apresenta ao leitor futuros ganchos e conflitos. Ainda que Sem Saída seja uma leitura sem muito destaque, ainda mais se considerarmos o bom arco anterior, Homem-Aranha Superior: Mente Conturbada, é perceptível como a trama leva o leitor a querer acompanhar esta nova fase do Aranha.

    Se Dan Slott continua surpreender o leitor, o mesmo não pode ser dito da arte de Humberto Ramos. Ainda a frente desta fase do Aranha, o desenhista permanece sem evoluir seu estilo artístico, com diversas personagens levemente rebuscadas – para não dizer tortas – e as características bocas abertas, tradicionais de seu traço. Porém, as cenas de ação, ao menos, são bem desenvolvidas e compreensíveis quadro após quadro. Muitos leitores reclamam de seus traços mas é notável que, se o desenhista ainda se mantém a frente da revista, deve manter uma parcela fiel de fãs.

    A esta altura dos relançamentos, é improvável que os leitores abandonem a coleção, apesar de uma história inferior as demais. De qualquer maneira, em linhas gerais, Homem-Aranha Superior: Sem Saída não perde a força erigida pelas histórias anteriores e apresenta um interessante gancho para uma futura história, mantendo com qualidade a longeva passagem de Slott no título.

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  • Resenha | Homem-Aranha Superior: Mente Conturbada

    Resenha | Homem-Aranha Superior: Mente Conturbada

    Homem Aranha Superior - Mente Conturbada

    Dando sequência à nova fase do aracnídeo, Homem-Aranha Superior apresenta uma primeira boa nova história após Otto Octavius, outrora o vilão Doutor Octopus, assumir o corpo de Peter Parker em Homem-Aranha: Último Desejo.

    A dúvida sobre este novo projeto editorial se apoiava em como o roteirista Dan Slott conduziria a ação sem o carismático Peter Parker como personagem central. Porém, sua longeva passagem pelo título do herói lhe deu boa sustentação, conhecimento necessário da personagem, além do talento para trabalhar com qualidade um argumento que, por si só, parecia exagerado. A força de Peter Parker no imaginário dos leitores é tão grandiosa que, mesmo em pequenas aparições nesta história, causam impacto e contrastam com as atitudes do novo Aranha. Sem cair na problemática comparativa entre um Aranha melhor do que outro, a narrativa pontua bem as diferenças entre eles, fazendo cada um interessante sob uma ótica distinta.

    Reunindo as edições #5 a #10 de Superior Spider-Man, Mente Conturbada, publicada no país originalmente nas mensais e relançado pela Panini Comics em edição capa dura, segue o estilo das tramas anteriores com um enfoque preciso. Assim, o encadernado compila duas pequenas histórias de 25 páginas e o arco do título, formado apenas por três edições. Ao evitar arcos longos, Slott desenvolve boa dinâmica. Ainda que interligue as histórias, não há um excesso de informação ou ação, enfoques específicos que destacam cada trama.

    A primeira delas situa a diferença entre o novo Homem-Aranha e o anterior. Octopus tem um histórico diferente de Peter, e tal fato é expressado no excesso de violência aplicada contra os bandidos, novamente quase matando um personagem. Isto possibilita uma intervenção dos Vingadores, examinando-o minuciosamente. A tensão entre Parker/Octopus ser revelado ou não é pontual, e o roteirista sabe utilizá-la com precisão, sem exceder demais em um argumento breve.

    A história Mente Conturbada apresenta a evolução mental de Peter Parker dentro da cabeça de Oquinho mas, contrariando novamente estender o fato, logo Otto reconhece a mente de Parker em suas ondas cerebrais. Nas primeiras edições, havia a impressão de que a partícula ínfima da consciência de Parker estaria presente durante toda esta fase. Um engano. Após o ato final desta história, em que os dois batalham dentro da consciência – uma espécie de A Origem encontra Homem-Aranha – o nosso querido aracnídeo, ao menos momentaneamente, é apagado de sua própria memória, restando somente Otto, alguém que tem se revelado carismático, apesar da violência excessiva.

    Otto consegue enganar Os Vingadores, mas a ex-namorada de Peter, Carlie Cooper, se mantém em dúvida sobre as mudanças do herói. Neste aspecto, há outra qualidade da trama ao equilibrar tanto uma personagem nova como possível destaque quanto os consagrados como Mary Jane e os vilões tradicionais.

    A evolução de Otto como personagem também merece destaque ao trazer um acréscimo de maior responsabilidade a Peter Parker e maior presente familiar, equilibrando a vida de Aranha com tecnologia robótica para que a família e os estudos se destaquem. Assim, é explorando tanto a faceta heroica da personagem como o cotidiano com o qual muitos leitores se identificam.

    Se em Meu Pior Inimigo havia uma apresentação interessante do novo conceito, mas ainda sem grande empolgação, Mente Conturbada se revela um primeiro bom momento que mantém a base do Aranha e trabalha bem novas emoções e ganchos em uma ótima aventura. Talvez os leitores nunca imaginaram que iriam simpatizar-se com o velho Otto – Oquinho – Octopus.

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  • Resenha | Homem-Aranha: Último Desejo

    Resenha | Homem-Aranha: Último Desejo

    Homem Aranha - O Ultimo Desejo - Dan Slott

    A passagem de J. Michael Straczynski no título Amazing Spider-Man durou seis anos e foi marcado por acertos pontuais e erros difíceis de serem assimilados. Havia um bom início, inserindo uma nova profissão para Peter Parker, mas o passado de grandes personagens foi modificado sem uma história sólida.

    As últimas tramas tiveram um ganho de qualidade graças à saga Guerra Civil, ponto de transição para Peter Parker que revelou sua identidade publicamente. Os arcos A Volta do Uniforme Negro e Um Dia a Mais exploraram as consequências desses feitos e explicitavam a dificuldade de como lidar com uma modificação explícita do status quo da personagem. A resposta para esta pergunta foi entregue aos fãs em uma saída fácil, na qual Peter realiza um pacto com Mefisto, apagando seu casamento com Mary Jane e mantendo Tia May viva, na ocasião, prestes a morrer devido a um atentado.

    A situação abusava da credulidade dos leitores mas desenvolvia uma nova postura em Peter Parker, retomando uma época da carreira em que a aventura dominava a narrativa sem as preocupações envolvendo a relação amorosa, aspecto que os fãs, diziam os editores da época, dividiam-se em opiniões distintas. Coube a Dan Slott promover esta nova vertente com competência e, mesmo em momentos oscilantes, obter um saldo positivo. Homem-Aranha ganhou novos pares românticos, o retorno de vilões do passado e uma dinâmica que retomava a energia da fase clássica de Stan Lee em novas situações, modificando a vida financeira de Parker que, pela primeira vez, adquire um trabalho longevo e de qualidade explorando sua força científica, por exemplo.

    Slott criou um alto desafio para sua passagem, sendo essa história, Último Desejo, o marco final de sua primeira fase à frente do aracnídeo, criando um segundo ato que marca o início da Nova Marvel e transpõe o Doutor Octopus no corpo de Peter Parker, uma reviravolta exagerada até mesmo para conceitos hiperbólicos dos quadrinhos. Publicado originalmente no país em Homem-Aranha #142 e #143 e Homem-Aranha Superior #1, a edição compilada pela Panini Comics em capa dura se inicia com um dia perfeito na vida de Peter Parker: sucesso no trabalho, com diversos vilões derrotados, decidindo reatar com a mulher que ama quando Otto Octavius, preso na Balsa, está prestes a morrer. O público descobre, ao final da primeira parte, que o herói apresentado é, na verdade, Octavius.

    Este grande vilão do teioso apresentou nesta fase uma doença degenerativa, a qual, entre diversos planos, tenta superá-la e falha. A ação apresentada nesta história é um último e derradeiro ato, quando o vilão converte sua consciência para o corpo de Parker e deixa-o em seu corpo moribundo. A trama opta por causar a reviravolta e justificar seu motivo em momento posterior. É difícil ao leitor imaginar um tradicional personagem modificado desta maneira, ainda que ação de corpos trocados entre inimigos seja potencialmente eficiente.

    Pelo histórico de boas narrativas, Slott merece crédito nesta história de transição entre uma fase a outra, ainda que a trama em si não seja tão destacável, evidenciando um desafio do roteirista em lidar com um novo conceito da personagem, momento que causa estranheza no leitor. Evidente que nada é tão radical assim e a consciência de Peter, ou ao menos parte dela, acompanha Otto e causa um conflito interno no vilão que, agora com acesso as suas memórias, observa no arqui-inimigo sua força heroica.

    O arco marcou a transição entre a revista Amazing Spider-Man que lançava seu 700º número para uma nova revista intitulada Superior Spider Man. Um evento comemorativo que transformava o conceito conhecido da personagem, e corajoso o suficiente para levá-la a um novo patamar narrativo que será melhor delineado em histórias futuras.

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    Homem Aranha - Ultimo Desejo


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