Tag: Javier Rodriguez

  • Resenha | Homem-Aranha Superior:  Venom Superior

    Resenha | Homem-Aranha Superior: Venom Superior

    Em sequência à série de encadernados da Nova Marvel, Homem-Aranha Superior: Venom Superior é o 6º volume da fase em que Otto Octavius incorpora Peter Parker. Ao contrário das edições anteriores, com um padrão narrativa focado em histórias breves, o argumento apresentado trabalha, ao mesmo tempo, tramas diversas, configurando acontecimentos para a última grande trama envolvendo o Duende Verde.

    Além das edições mensais, o encadernado inclui também a edição anual de Superior Spider Man em uma trama nada inédita aos leitores: o sequestro de Tia May. Porém, como boa parte desta fase, Dan Slott estrutura a narrativa para, além de apresentar uma história breve, justifica-la em um próximo número (Nesse caso, Tia May presencia a violência exagerada de Homem-Aranha contra seu agressor).

    Além dessa trama, a história A Hora Mais Sombria é outro exemplo de uma narrativa mediana que se salva por ser justificava em uma ação posterior. Escrita em parceria com Christos N. Gage, a trama coloca o novo Venom (reestruturado após a saga O Cerco, quando Flash Thompson é convidado pelo governo para se tornar o Agente Venom) contra o novo Homem-Aranha. Como Venom sempre foi um personagem mais visual do que um vilão bem desenvolvido, a história tem pouca qualidade, contrapondo Otto Octavius ao poder do simbionte. Uma situação que não causa muito impacto além do visual.

    Porém, a presença do simbionte funciona como gatilho para reintroduzir o espectro de Peter Parker que, como o leitor sabia desde o início, não foi destruído por completo na boa história Mente Conturbada. Como a presença de Venom é um alerta para problemas maiores, Os Vingadores também retornam em cena, novamente em dúvida sobre a nova personalidade de Peter Parker. Ao mesmo tempo, Slott introduz o vilão que tem certo carinho do público e mantém a integridade narrativa com o envolvimento do grupo heroico refazendo os testes no Aracnídeo que ainda usa o simbionte como desculpa para sua mudança de personalidade.

    A saída é crível para a cena, justificando o intelecto de Oquinho, bem como mantendo certo suspense no ar se o herói será ou não desmascarado. Até então, somente a ex-namorada Carlie Cooper tinha dúvidas sobre o novo Peter Parker, uma boa trama paralela que foi parcialmente finalizada nesse encadernado. Sequestrada por capangas do Duende Verde, a moça é transformada pelo soro do duende, tornando-se uma nova vilã. Uma saída qualquer para um bom personagem de apoio de Peter Parker.

    Finalizando as estruturas para o último grande ato, Duende Macabro e Duende Verde promovem uma guerra para lutar pelo submundo do crime. Uma ação desenvolvida desde o princípio da fase Superior, estruturada em paralelo as tramas principais de cada aventura, demonstrando, como ressaltado nas críticas dos volumes anteriores, a boa condução do roteirista para esse improvável novo momento do teioso.

    Homem Aranha Superior: Venom Superior funciona como ponte para o final derradeiro. Investindo em uma abordagem diferente das histórias até então para que o último ato seja certeiro e concentrado. O Duende Verde está prestes a retornar, bem como o querido Peter Parker, o original.

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  • Resenha | Demolidor – Vol. 3

    Resenha | Demolidor – Vol. 3

    Demolidor 3

    Neste terceiro volume compilando a fase de Mark Waid como roteirista da revista Demolidor, premiada com o Eisner de Best Continuing Series além da premiação de Single Issue para a edição #7 (compilada em Demolidor nº 2), a Panini Comics dá sequência ao lançamento em encadernações em lombada quadrada, uma das primeiras a reunir edições mensais de um personagem em vez de inseri-lo em um mix. Padrão que hoje se tornou uma das frontes da editora.

    Diferentemente da versão original americana, este terceiro volume não apresenta uma história em três partes com Demolidor, Justiceiro e Homem-Aranha em um crossover intitulado Ponto Ômega. A trama foi  publicada no país no compilado do Justiceiro, em seu segundo volume da fase de Greg Rucka. Considerando que as personagens possuem histórias anteriores em comum, a editora optou como estratégia a publicação na íntegra em uma única revista, para que leitores comprassem um novo título e, se possível, continuassem a lê-lo além da saga com o Homem Sem Medo. Esta trama dividida em três partes publicadas originalmente em Avenging Spider -Man 6, Punisher (2011) 10 e Daredevil 11, apresenta um novo ato da narrativa desenvolvida pelo autor a longo prazo, envolvendo o Omegadrive e os cinco grupos criminosos que tentam roubá-lo de Murdock.

    O volume 3 compila as edições 12 a 18 de Daredevil  – Vol. 3. A primeira história apresenta um entreato desta grande trama e enfoca a promotora Kirsten McDuffie. Em um primeiro encontro com ela, Matt retoma uma aventura do passado para explicar a amizade com Foggy Nelson, demonstrando como os amigos foram um apoio mútuo desde o início. Uma trama leve e bem delineada ressaltando a amizade para causar maior impacto no conflito dramático a seguir.

    Waid mantém seu tom diferenciado em relação ao anos anteriores de Demolidor, em histórias menores e com maior leveza diante do realismo explícito e a vertente urbana de seus predecessores. Os traços de Chris Samnee e as cores de Javier Rodriguez e Laura Allred, aliadas à arte-final de Tom Palmer, casam com esta versão, bem como a composição de quadros se mantém tradicional com uso da borda branca, algo que, atualmente, é quase inexistente. Além desta primeira e bonita história que apresenta um descanso para a personagem, duas tramas se desenvolvem a seguir.

    A primeira a partir do arco do Omegadrive: o herói é sequestrado na Latvéria para ser estudado e pesquisado a pedido de Victor Vom Doom. Mesmo nesta roupagem mais leve da personagem, a desconstrução de Murdock se tornou uma de suas características fundamentais. Assim, conforme as experiências examinam minuciosamente seu corpo à procura de uma maneira de replicar seu radar, a personagem perde lentamente os sentidos e lida com o inconsciente interno e, consequentemente, seus traumas.

    Após o salvamento pelos Vingadores em uma história em que Doutor Estranho, Hank Pym e Tony Stark tentam amenizar os danos causados na Latvéria, o embate do advogado cego é focado em Foggy Nelson. Durante a trajetória da dupla, em movimento comum a qualquer relação de amizade longeva, muitas brigas fizeram parte de sua história. Depois do grande conflito que levou Murdock à loucura e proporcionou a saga Terra das Sombras, Foggy tem dúvidas em relação à sanidade do amigo, e quando encontra indícios incoerentes com a afirmação do advogado, rompe novamente a parceria no escritório de advogacia.

    Mais uma vez, Demolidor se encontra à deriva. Mesmo com roteiristas diversos, suas tramas sempre projetam urgência e, como apresentam tanto a faceta do herói como a do advogado, produzem uma composição de alta credulidade em que um homem tenta fazer tudo o que for necessário para manter seus universos harmônicos mas, naturalmente, falha. Suas relações e seus afetos sempre se modificam em quedas. A própria construção da personagem vem dessa força de sobrepujar o caos e se reerguer com ousadia. Um fato que sempre proporciona uma potência em suas histórias.

    Demolidor  n° 3 mantém a tônica das edições anteriores em uma qualidade exemplar na narrativa, trabalhando elementos clássicos e novos conceitos em grandes histórias as quais, como sempre acontece com Demolidor, nascem com grandes conflitos.

    Demolidor 3 - Mark Waid