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  • Resenha | Homem-Aranha Superior: Mente Conturbada

    Resenha | Homem-Aranha Superior: Mente Conturbada

    Homem Aranha Superior - Mente Conturbada

    Dando sequência à nova fase do aracnídeo, Homem-Aranha Superior apresenta uma primeira boa nova história após Otto Octavius, outrora o vilão Doutor Octopus, assumir o corpo de Peter Parker em Homem-Aranha: Último Desejo.

    A dúvida sobre este novo projeto editorial se apoiava em como o roteirista Dan Slott conduziria a ação sem o carismático Peter Parker como personagem central. Porém, sua longeva passagem pelo título do herói lhe deu boa sustentação, conhecimento necessário da personagem, além do talento para trabalhar com qualidade um argumento que, por si só, parecia exagerado. A força de Peter Parker no imaginário dos leitores é tão grandiosa que, mesmo em pequenas aparições nesta história, causam impacto e contrastam com as atitudes do novo Aranha. Sem cair na problemática comparativa entre um Aranha melhor do que outro, a narrativa pontua bem as diferenças entre eles, fazendo cada um interessante sob uma ótica distinta.

    Reunindo as edições #5 a #10 de Superior Spider-Man, Mente Conturbada, publicada no país originalmente nas mensais e relançado pela Panini Comics em edição capa dura, segue o estilo das tramas anteriores com um enfoque preciso. Assim, o encadernado compila duas pequenas histórias de 25 páginas e o arco do título, formado apenas por três edições. Ao evitar arcos longos, Slott desenvolve boa dinâmica. Ainda que interligue as histórias, não há um excesso de informação ou ação, enfoques específicos que destacam cada trama.

    A primeira delas situa a diferença entre o novo Homem-Aranha e o anterior. Octopus tem um histórico diferente de Peter, e tal fato é expressado no excesso de violência aplicada contra os bandidos, novamente quase matando um personagem. Isto possibilita uma intervenção dos Vingadores, examinando-o minuciosamente. A tensão entre Parker/Octopus ser revelado ou não é pontual, e o roteirista sabe utilizá-la com precisão, sem exceder demais em um argumento breve.

    A história Mente Conturbada apresenta a evolução mental de Peter Parker dentro da cabeça de Oquinho mas, contrariando novamente estender o fato, logo Otto reconhece a mente de Parker em suas ondas cerebrais. Nas primeiras edições, havia a impressão de que a partícula ínfima da consciência de Parker estaria presente durante toda esta fase. Um engano. Após o ato final desta história, em que os dois batalham dentro da consciência – uma espécie de A Origem encontra Homem-Aranha – o nosso querido aracnídeo, ao menos momentaneamente, é apagado de sua própria memória, restando somente Otto, alguém que tem se revelado carismático, apesar da violência excessiva.

    Otto consegue enganar Os Vingadores, mas a ex-namorada de Peter, Carlie Cooper, se mantém em dúvida sobre as mudanças do herói. Neste aspecto, há outra qualidade da trama ao equilibrar tanto uma personagem nova como possível destaque quanto os consagrados como Mary Jane e os vilões tradicionais.

    A evolução de Otto como personagem também merece destaque ao trazer um acréscimo de maior responsabilidade a Peter Parker e maior presente familiar, equilibrando a vida de Aranha com tecnologia robótica para que a família e os estudos se destaquem. Assim, é explorando tanto a faceta heroica da personagem como o cotidiano com o qual muitos leitores se identificam.

    Se em Meu Pior Inimigo havia uma apresentação interessante do novo conceito, mas ainda sem grande empolgação, Mente Conturbada se revela um primeiro bom momento que mantém a base do Aranha e trabalha bem novas emoções e ganchos em uma ótima aventura. Talvez os leitores nunca imaginaram que iriam simpatizar-se com o velho Otto – Oquinho – Octopus.

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  • Resenha | Homem-Formiga: Mundo Pequeno

    Resenha | Homem-Formiga: Mundo Pequeno

    Homem Formiga - Mundo Pequeno - Panini Comics

    Devido à estreia de Homem-Formiga nos cinemas, a Panini Comics lançou uma edição encadernada reunindo três histórias da personagem, com três versões diferentes do herói. Mesmo que seja um dos membros fundadores dos Vingadores, atuando em diversas aventuras do grupo, seu alcance sempre foi menor em relação a outros membros da equipe, em parte por raramente, em comparação ao seus companheiros, possuir um título mensal. Motivo pelo qual este compilado serve como apresentação, selecionando fases distintas para apresentar os três homens por trás do manto de Homem-Formiga.

    A primeira aventura, Mundo Pequeno, é a mais contemporânea da cronologia, com Eric O’Grady como o terceiro Homem-Formiga e Hank Pym sob o manto de Vespa, em homenagem a sua falecida esposa. A história promove uma parceria entre os dois personagens, após Grady descobrir que uma das invenções de Pym será roubada pela I.M.A. Uma aventura que contrapõe as personalidades de cada um para a eventual batalha que precisa da união de ambos para concluir a missão. Uma narrativa fraca que passa ao leitor a impressão de que o terceiro Homem-Formiga é apenas mais um característico personagem mais apoiado para o humor.

    A leitura segue retornando a sua origem, apresentando a primeira história com Hank Pym e seu retorno após desistir inicialmente de seu projeto, ambos lançados em 1962. Mesmo que o estilo seja diferente daquela conhecida, Stan Lee era um excelente roteirista, criativo ao extremo para justificar a composição de seus heróis. Mesmo que menor que grandes origens das diversas criadas por Lee, o cientista Hank Pym é bem apresentado e, seguindo a tradição heroica, decide assumir o manto após perceber a potência de seu soro de crescimento e encolhimento, as famosas partículas Pym que ainda não recebiam esse nome.

    Homem Formiga - Mundo Pequeno

    A criatura de Kosmos!, publicada em 1963, introduz a parceria que faria de Pym um homem casado com Janet, a Vespa. O argumento de Lee reflete a visão inocente de suas personagens, com uma heroína que se apaixona arrebatadoramente por Pym no mesmo dia que o conhece. De qualquer maneira, marcando uma parceria clássica dos quadrinhos, ainda que em uma história pouco inspirada com a presença de uma criatura – é muito semelhante aos traços do Toupeira vistos na primeira edição do Quarteto Fantástico – que cresce com o soro do Dr. e começa a destruir a cidade.

    A história final, dividida em duas partes, apresenta o herói visto no filme, Scott Lang, em sua estreia como Homem-Formiga. Trama publicada em 1979, é notável a evolução narrativa dos quadrinhos em relação ao início de Lee. A ação é mais equilibrada com a narrativa em off, resultando em um ritmo mais fluído. O roteiro de David Michelinie, com arte de John Byrne e Bob Layton, apresenta o ladrão Lang que encontra um uniforme de Pym em uma de suas fábricas e usa-o para ajudar sua filha, portadora de uma rara doença. Mesmo com um argumento simples, a história se desenvolve bem e demonstra a diferença entre o primeiro Formiga, um cientista brilhante, de um homem mais comum, vindo de um passado ruim que deseja esquecer, uma índole que encoraja Pym a confiar no novo herói e deixá-lo como herdeiro de seu uniforme.

    Para o leitor ocasional de quadrinhos que tem um primeiro contato através dessa edição, as tramas são funcionais como introdução no universo da personagem, bem como no estilo de cada um dos Homens-Formiga. Porém, como nenhuma das tramas é significativa em qualidade, o encadernado se mantém mais como um objeto histórico de três personagens diferentes do que uma edição essencial entre as diversas boas opções que a própria Panini lança no mercado.

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