Tag: Jaime King

  • Crítica | Rota de Fuga 3: O Resgate

    Crítica | Rota de Fuga 3: O Resgate

    Depois de um filme divertido e despretensioso, que reunia dois atores de ação famosos em Rota de Fuga, Sylvester Stallone resolveu dar o aval para fazer não uma, mas duas continuações da saga Escape Plan. Enquanto Rota de Fuga: Hades estreava, já vinha sendo rodado Rota de Fuga 3: O Resgate, dessa vez conduzido por John Herzfeld, que é mais conhecido por fazer o documentário making off de Os Mercenários que pelas obras de ficção.

    Ao contrário do ultimo, esse tem uma participação maior de Sly no início, embora haja mais foco em outra sub trama, a de Shen, um lutador (meio genérico, diga-se) feito por Jin Zhang, envolvendo o rapto de uma filha de um executivo de Hong Kong. O roteiro é zero original, um parente de um antigo vilão comete atrocidades, cometendo mais sequestros de pessoas importantes e até de Abigail (Jaime King), que aparentemente, tem algo a mais com Ray.

    Também falta carga dramática, fato que não é salvo sequer pela trilha sonora manipuladora e gratuita. As perdas que os personagens sofrem também não fazem muito sentido, pois as pessoas que são mortas são tão descartáveis que não causam qualquer impacto positivo ou negativo em quem assiste. Há uma cena especificamente que resume o quão fajuto é esse Rota de Fuga 3, momento esse que Stallone assiste um assassinato inesperado e  chora. A cena é tão patética e mal feita que faz perguntar como houve coragem por meio de diretor e produtores de deixar ela assim. Nem as lutas funcionam bem, e esse foi um aspecto positivo do filme dois, aqui elas são genéricas, mesmo que hajam adversários mais fortes de Breslin

    Mesmo momentos que poderiam ser bons, como a luta feroz entre Jhang e Daniel Bernhardt tem  coreografia de luta menosprezada, graças as péssimas escolhas de ângulos que o diretor fez, valorizando pouco o conflito, mexendo demais a câmera, piorando toda a composição de imagem com um sangue digital bastante falso.

    No final, Stallone, e Dave Bautista (seu personagem Trent DeRosa retorna nesse, mas de maneira bem protocolar) aparecem com cicatrizes, com o rosto roxo de pancadas que levaram, maquiados de um jeito que é impossível negar que passaram um tempo sendo mexidos por profissionais da área. O aspecto visual é tão pateticamente falso que faz esse ser ainda pior que o filme anterior, que também era bem fraco. Após apenas 87 minutos ainda há uma longa sequencia musical, para se despedir do elenco, como se houvesse um sentimento nostálgico em volta dessa franquia, fato que dificilmente ocorre de fato, uma vez que as continuações são genéricas e descartáveis.

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  • Crítica | Rota de Fuga 2: Hades

    Crítica | Rota de Fuga 2: Hades

    Após Rota de Fuga ter tido um sucesso moderado, mas tão saboroso quanto um bolo feito por  dois chefs bem experientes, Sylvester Stallone se sentiu a vontade para idealizar um novo episódio para a franquia, com praticamente cinco anos de atraso. Batizado no Brasil com o sugestivo nome Plano de Fuga 2: Hades, o longa mostra novamente Ray Breslin (Sly) como responsável por testar a eficiência das penitenciárias dos Estados Unidos, em atenção especial das de segurança máxima, e uma nova missão é dada a ele, a de entrar num local conhecido apenas como Zoológico, a fim de ajudar um colega seu a escapar de lá.

    Antes de apresentar essa versão dos fatos, é mostrado um sujeito refém, sendo maltratado, espancado e trancafiado, em um cenário sujo, que tenta parecer sério mas que soa um bocado mambembe. É nesse curto espaço de tempo que ocorre uma cena de briga bem legal, com Xiaoming Huang, que interpreta Shu, mas mesmo as coreografias de luta sendo bem legais, se perdem em meio a cenas de fumaça, que fazem perguntar se objetivo não era exatamente desviar o foco de uma das poucas coisas boas. Sly/Ray só aparece com quase dez minutos de filme (que aliás, é bem curto, com só 93 minutos), basicamente para discutir com um dos seus funcionários, que por sua vez, fracassou em seu trabalho.

    O empregado que está preso no tal “zoológico” (no original, Hades) é Shu, o preso número 1764, e esse lugar é misterioso, possuindo lutas ao clandestinas entre os detentos, bem ao estilo rinha de galo. O conceito é sofisticado demais para um produto tão barato e genérico como isso, ainda mais se levar em conta seu diretor Steven C. Miller, conhecido por fazer filmes pouco comentados como Gritos do Além, Natal Sangrento, além de três filmes recentes com Bruce Willis, Operação Resgate, Assalto Ao Poder, Caçada Brutal sendo um mais genérico que o outro.

    Outro grave problema da história mora no fato de retratar personagens secundários como estereótipos raciais é algo normalíssimo, embora completamente incorreto, tanto politicamente como em termos criativos, a abordagem aqui aparentemente já foi vista e revista em dezenas de fitas de ação. A participação de Stallone é bem pequena nesse episódio da franquia, há mais espaço para Shu, para o nerd Hush (feito por 50 Cent, que aqui prefere ser chamado de Curtis Jackson), Luke (Jesse Metcalife) e Jaspar Kimbral (Wes Chatham). Mesmo Jaime King aparece quase tanto quanto ele, fazendo a secretária  Abigail, e parte dela a indicação de um profissional que poderia ajudar eles, Trent Derarosa, interpretado por Dave Baustista, o Drax de Guardiões das Galáxias, que funciona como o substituto de Schwarzanegger. Ele aliás é bem mais badass e casca grossa que Ray, que aparentemente, se arrasta pelas paredes e chão, para dar conta de uns poucos capangas armados.

    Plano de Fuga 2: Hades peca por quase não dar vazão a mitologia do primeiro e por soar infantil no pouco que tenta ousar e por ter batalhas contra inteligência artificial, pieguice que beira a literatura de auto ajuda e sub aproveitamento das estrelas, que estavam lá basicamente para angariar alguns fãs, que não veriam um filme tão bobo e tão desinteressante quanto esse caso não houvesse um grande astro por trás deles.

    https://www.youtube.com/watch?v=WUCcwGMI7x0

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  • Crítica | Sin City: A Cidade do Pecado – Versão Estendida

    Crítica | Sin City: A Cidade do Pecado – Versão Estendida

    A versão estendida do filme codirigido pelo mexicano Robert Rodriguez e o roteirista de quadrinhos Frank Miller começa com a história do Bastardo Amarelo, narrada em primeira pessoa pelo policial Hartigan, de Bruce Willis, característica que remete à obra original de Miller e os típicos policiais noir. Hartigan é o herói falido, o homem capaz de morrer a qualquer momento, graças a velhice e seu problema cardíaco que se agrava. Constantemente ele tem que convencer a si mesmo que é capaz de superar seus problemas.

    A historia é violenta, mas tem um lirismo impar. A escolha da dupla de diretores pela filmagem que destaca o preto e branco, com pequenas notas coloridas – em especial o vermelho, seja do sangue, do batom das beldades ou dos vestidos. Por sua vez, no decorrer do longa, alguns personagens também ganham cores. O simbolismo indica de maneira sentimental quem é especial e quem é descartável. Dos filmes que Rodriguez dirigiu ate então, esse pode não ser aquele que possui o melhor roteiro (difícil ignorar a trilogia Mariachi e seu tom épico), mas certamente é o mais prosaico e filosófico. Incrível como uma história urbana e moderna, localizada em uma cidade imunda e repleta de pecados poderia falar tanto sobre os detalhes da intimidade do homem e da dificuldade dele em envelhecer e perceber que é falível. Tal qual as peças de Shakespeare, o amor, seja sexual ou paternal é acompanhado de dois fatores: a violência, vista não só neste tomo com Hartigan, mas em todos os outros capítulos, assim como o segundo fator, a tragédia, que recai sobre o protagonista.

    Em O Cliente Tem Sempre Razão existe a cena que antes abria o filme, com o personagem de Josh Hartnett, assassinando as duas mulheres interpretadas por Marley Shelton (The Customer) e Alexis Bledel (Becky). Um exterminador de anjos. Essas duas cenas foram as que mais perderam, pois fora do contexto em que eram apresentadas, elas não fazem sentido, em uma perdendo a força e na outra antecipa boa parte da história que virá.

    O Difícil Adeus tem Marv, de Mickey Rourke, como protagonista. O ogro, que só tinha relações sexuais por dinheiro tem em suas mãos Goldie (Jaime King) , uma mulher que se entrega e ainda é uma deusa para seus olhos. De novo as cores determinam o que é especial, a colcha onde o amor se estabeleceu, os cabelos ruivos da musa e sua pele, ainda que morta. A obsessão de Marv é só uma: encontrar o responsável pelo assassinato de Goldie. Marv se vê entorpecido pelos fantasmas de sua própria mente.

    A Grande Matança tem um início despretensioso, com Shellie (Brittany Murphy) discutindo com seu ex, Jackie Boy (Benicio Del Toro), onde o sujeito era violento com a garota, que agora está acompanhada de Dwight (Clive Owen). Em comum com as outras histórias, existe a questão do herói se deparar com um vilão bobo, mas influente, fato que só vai ser revelado mais tarde, após introduzir à Cidade Velha e suas habitantes, as meninas de Gail (Rosario Dawson). A figura esquisita de Jackie faz lembrar um monstro dos filmes de horror do expressionismo alemão.

    Jackie Boy é morto por um golpe de espada. Na cidade antiga a guerra se instalaria e na ânsia por resolver o problema que ele mesmo trouxe, Dwight tenta em vão solucionar o problema sozinho, mesmo que existam evidências suficientes para provar seu fracasso. No caminho, ele demonstra uma predileção para a insanidade ou para mediunidade, conversando com um detetive morto. Após esses eventos, o justiceira revela suas tendências suicidas, mas ele ainda tem missões a cumprir.

    O amontoado de cenas de ação no final causa frisson, o ritmo que se acelera deixa o público com expectativa por mais violência gráfica e mortes plasticamente belas. O torpor das belas mulheres é compartilhado com quem assiste, e é uma sensação ruim perceber que o longa acaba, mesmo com 140 minutos de história, pois caberia mais historia e mais episódios como esses, que não encontraram na continuação, Sin City 2: A Dama Fatal um filme que fizesse jus ao original.

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