Crítica | Baixo Centro
De Minas Gerais, Baixo Centro é um longa de Ewerton Belico e Samuel Marotta que começa com a andança de Djamba interpretado por Marcelo de Souza e Silva, ao som dos tambores que tocam no ritmo dos Ogãs, prenunciando o drama com elementos das religiões afro brasileiras que ocorrera ali.
Logo , aparece Robert , o personagem do sempre brilhante Alexandre de Sena, e ele encontra Teresa, uma menina bonita que está nos arredores de um baile de rua que toca rap nas alturas. A moça é feita por Cris Moreira. Logo, aparecem outros personagens, pessoas tão perdidas quanto esses primeiras, gente que não o rumo de seu próprio futuro.
O hiper naturalismo de Belico e Marotta é embalado também pelos funks tocados durante as andanças dos personagens, onde a maioria das letras dessas músicas tem um discurso consciente e de protesto. Isso acontece sobretudo nas cenas que tem casais no centro das atenções e diálogos entre os jovens.
Quando andam sozinhos, os personagens são perseguidos com uma câmera que não os apressa e que só observa o lento caminhar desses, algumas vezes acompanhado de uma música instrumental alta, denunciando ou perigo ou angústia, embora essas promessas não se cumpram em meio aos 80 minutos de exibição.
Baixo Centro tem um desfecho que mira um certo ideal poético, com uma justaposição de rostos em tela que tem o intuito de mostrar que os destinos dos personagens são bastante parecidos, independente até dos rumos que eles dão para os seus atos, mostrando que fatores externos como o social e as forças das autoridades tem peso sim dentro das suas rotinas pessoais. O texto de Belico e Marotta tenta mostrar seus personagens lidando com as frustrações e dificuldades típica da era moderna, mas não consegue chegar a grandes conclusões em meio a observação contemplativa que faz de todas essas situações, e do fracasso que é a tentativa de socializar dentro das grandes cidades, pois as maiores formas de afeto mostradas no filme e na realidade tangível, acontecem em pequenos grupos, geralmente de casais e não em coletivos como se deveria intuir em um grande cidade que reúne tantas milhares ou milhões de pessoas.
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