Review | The Mandalorian – Chapter Five: The Gunslinger
O início de The Gunslinger é no espaço, com o Mando de Pedro Pascal e o bebê da raça de Yoda sendo perseguidos. O diretor Dave Filoni e o roteirista e produtor Jon Favreau conseguem nesse terminar de referenciar as boas marcas e clichês de Star Wars, mostrando até o mesmo tipo de mira mega analógica típica do esquadrão rebelde que atacou a Estrela da Morte em Uma Nova Esperança.
O repouso do mandaloriano em um planeta remoto, que inclui Peli Motto (Amy Sedaris) como uma de suas habitantes – junto a pequenos e atrapalhados dróides – tem um ar de filme de fantasia provinciano, variando entre o visto em Willow – Na Terra da Magia e os contos tolkianos de Tom Bombadil no livro A Sociedade do Anel, embora aqui não seja excessivo.
Esse episódio é um dos mais curtos, considerando que a maioria deles não passou de quarenta minutos. A meia hora quase cravada mal se vê passar, o ritmo é fluído, mas a realidade é que quase nada ocorre, além de uma leve perseguição entre caçadores de recompensa. Ming-Na Wen mesmo, a atriz que protagonizava Agentes da Shield tem uma participação como Fennec Shand, uma sniper atrás da recompensa pelo protagonista, e por mais que parecesse ter potencial, tem sua aparição incrivelmente encurtada, mais ainda que a personagem de Gina Carano em The Sanctuary.
Este é quase um episódio do meio, um momento de breve reflexão sobre a jornada do anti herói, que tenta se esgueirar pelos confins da galáxia, que lida com a traição comum entre os mercenários e que se vê as voltas com os cercos comuns aos canalhas de Guerra nas Estrelas. Fora isso, há pouco avanço, além da vontade do novo personagem Toro Calican (Jake Cannavale) de entrar para a tal Guilda (a organização que reúne os Bounty Hunter da galáxia), e o que se vê é isso, um predador tentando ser mais esperto que o outro, com as cabeças ficando a prêmio o tempo inteiro.
Filoni mais uma vez não faz um trabalho de direção tão assertivo, há pouco interferência dele enquanto realizador, o que é realmente uma pena, pois um sujeito que tem tanto conhecimento a respeito do cânone e do antigo universo expandido de Star Wars, se esperava uma participação um pouco mais aguda em seus episódios, e apesar desse e do Chapter One serem os que contém mais referencias visuais e espirituais com o antigo Universo Expandido, são também os mais genéricos em matéria de roteiro e de direção, mesmo com os fan services e com a inversão de valores dentro de Mos Eisley, que agora é comandada por um droide como bartender, enquanto no Episódio IV, o antigo chefe do bar proibia robôs.
Para o futuro, resta entender e saber quem é a figura misteriosa que aparece na cena pós crédito, e esperar que não seja a figura de Boba Fett, como boa parte dos fãs na internet teorizaram, uma vez que resgatar isso seria um péssimo retrocesso e referência a um dos momentos mais vergonhosos do material extra-audio visual.