Resenha | Homem-Aranha Superior: Venom Superior
Em sequência à série de encadernados da Nova Marvel, Homem-Aranha Superior: Venom Superior é o 6º volume da fase em que Otto Octavius incorpora Peter Parker. Ao contrário das edições anteriores, com um padrão narrativa focado em histórias breves, o argumento apresentado trabalha, ao mesmo tempo, tramas diversas, configurando acontecimentos para a última grande trama envolvendo o Duende Verde.
Além das edições mensais, o encadernado inclui também a edição anual de Superior Spider Man em uma trama nada inédita aos leitores: o sequestro de Tia May. Porém, como boa parte desta fase, Dan Slott estrutura a narrativa para, além de apresentar uma história breve, justifica-la em um próximo número (Nesse caso, Tia May presencia a violência exagerada de Homem-Aranha contra seu agressor).
Além dessa trama, a história A Hora Mais Sombria é outro exemplo de uma narrativa mediana que se salva por ser justificava em uma ação posterior. Escrita em parceria com Christos N. Gage, a trama coloca o novo Venom (reestruturado após a saga O Cerco, quando Flash Thompson é convidado pelo governo para se tornar o Agente Venom) contra o novo Homem-Aranha. Como Venom sempre foi um personagem mais visual do que um vilão bem desenvolvido, a história tem pouca qualidade, contrapondo Otto Octavius ao poder do simbionte. Uma situação que não causa muito impacto além do visual.
Porém, a presença do simbionte funciona como gatilho para reintroduzir o espectro de Peter Parker que, como o leitor sabia desde o início, não foi destruído por completo na boa história Mente Conturbada. Como a presença de Venom é um alerta para problemas maiores, Os Vingadores também retornam em cena, novamente em dúvida sobre a nova personalidade de Peter Parker. Ao mesmo tempo, Slott introduz o vilão que tem certo carinho do público e mantém a integridade narrativa com o envolvimento do grupo heroico refazendo os testes no Aracnídeo que ainda usa o simbionte como desculpa para sua mudança de personalidade.
A saída é crível para a cena, justificando o intelecto de Oquinho, bem como mantendo certo suspense no ar se o herói será ou não desmascarado. Até então, somente a ex-namorada Carlie Cooper tinha dúvidas sobre o novo Peter Parker, uma boa trama paralela que foi parcialmente finalizada nesse encadernado. Sequestrada por capangas do Duende Verde, a moça é transformada pelo soro do duende, tornando-se uma nova vilã. Uma saída qualquer para um bom personagem de apoio de Peter Parker.
Finalizando as estruturas para o último grande ato, Duende Macabro e Duende Verde promovem uma guerra para lutar pelo submundo do crime. Uma ação desenvolvida desde o princípio da fase Superior, estruturada em paralelo as tramas principais de cada aventura, demonstrando, como ressaltado nas críticas dos volumes anteriores, a boa condução do roteirista para esse improvável novo momento do teioso.
Homem Aranha Superior: Venom Superior funciona como ponte para o final derradeiro. Investindo em uma abordagem diferente das histórias até então para que o último ato seja certeiro e concentrado. O Duende Verde está prestes a retornar, bem como o querido Peter Parker, o original.
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