Crítica | 12 Heróis
Fruto do exploitation antiterrorista que se agravou bastante no pós 11 de Setembro nos Estados Unidos, 12 Heróis mostra uma força tarefa que vai até o Afeganistão, para tentar desmontar as forças do Talibã, reunindo membros das Forças Especiais e da Cia. O filme é protagonizado por Chris Hemsworth, em mais uma tentativa sua de emplacar algo que não seja o Thor da Marvel, vivendo o Capitão Mitch Nelson, enviado ao estrangeiro para tentar convencer um outro general a unir forças com eles contra o terror.
O filme tenta surfar no onda de outros produtos mais sérios e melhor pensados, como A Hora Mais Escura e Sniper Americano, mas esbarra em um roteiro cheio de clichês. Nem o elenco portentoso, formado por Michael Peña, Michael Shannon, William Fichtner e Taylor Sheridan (escritor de Sicário, A Qualquer Custo e Terra Selvagem) consegue salvar o longa da péssima construção textual, que prima por ser anti-climática, com pouca ação e muita morosidade.
Não há sequer cenas de ação que causem impacto no espectador. Um filme de guerra normalmente precisa de algumas, como foi em Platoon ou Resgate do Soldado Ryan, mas 12 Heróis não se posiciona dessa forma, tampouco consegue ser meticuloso ou ardiloso como filmes espionagem, fazendo perguntar qual seria a real intenção de seu realizador, Nicolai Fuglsig. Para ser justo, há uma tomada aérea com bombardeio em tanques que é bem legal, mas ela não tem qualquer elemento humano envolvido, quando aparece alguém, a pessoa está mascarada, evitando uma possível empatia.
Os tiroteios são filmados de maneira muito fria, é difícil se importar com os destino dos personagens. Mesmo em 13 Horas, de Michael Bay, há uma aproximação maior entre público e personagens. Isso pesa muito contra o longa, uma vez que ele é baseado numa história real, ainda que seus dramas e subtramas não se pareçam em nada com a realidade de uma rotina de soldados e pseudo-defensores da liberdade, sobrando apenas maniqueísmo e um senso de justiça bastante infantil.
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