Crítica | O Destino de uma Nação
O Destino de Uma Nação – cinebiografia que tem como foco a ascensão de Winston Churchill ao posto de Primeiro-ministro do Reino Unido – é o novo filme de Joe Wright (Desejo e Reparação, Peter Pan e Anna Karenina), que traz Gary Oldman muito bem enquadrado e inspirado em reproduzir a figura do controverso político.
A trama toda se passa no mês de Maio de 1940, quando Churchill era uma alternativa para o cargo de Primeiro-ministro, principalmente por conta dos acontecidos envolvendo a Segunda Grande Guerra. O filme mostra a rotina diária, familiar e metódica do personagem, em um tentativa de humanizá-lo ao mostrar seus muitos defeitos de convivência.
O filme de Wright se vale muito do lançamento de Dunkirk, de Christopher Nolan, já que que o roteiro de Anthony McCarten tem uma base forte na grande batalha de Dunkirk, inclusive com lamúrias e reclamações do personagem principal pelos motivos que fizeram a empreitada dar errado. O tema bélico faz parte das questões envolvendo a vida política do de Churchill, mas se gasta um tempo demasiado nesses desenvolvimentos, basicamente para esticar os momentos de tensão, onde invariavelmente Oldman vai bem, mas que em outros pontos, soa caricatural, tal qual Anthony Hopkins, em Hitchcock.
O uso da contagem de dias no mês de Maio é extremamente enfadonha, tal qual algumas necessidades de tornar literal situações que o personagem tem de passar. Ao ser aconselhado pelo rei Rei George VI (Ben Mendelsohn), Churchill vai ao metrô para ouvir o povo, e decide então seguir seu instinto, ao contrário dos companheiros de partido, Viscound Hallifax (Stephen Dillane) e Neville Chamberlain (Ronald Pickup), decidindo seguir em guerra contra o Eixo. Apesar de emocional, a cena é piegas e desnecessária.
O início de O Destino de Uma Nação é promissor, fazendo acreditar que seria emocional e econômico, e obviamente não chegando a um equilíbrio dessas duas condições, tendo um desfecho bastante melodramático e que remete a cinebiografias recentes como A Teoria de Tudo e O Jogo da Imitação, fato que surpreende, uma vez que o cinema do diretor costuma ser mais equilibrado nesse sentido.
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