Review | Oniken
Oniken se propõe a ser um jogo com o espírito da saudosa geração dos 8-bits. Isso já se mostra notório nos gráficos, tudo em 2-D, pixelado e com cores mais simples. Aliás, a parte artística do jogo está excelente, com boas animações, cutscenes retrô e gore pixelado explícito. E impossível não dizer que o protagonista, Zaku, se parece MUITO com Kenshiro, o herói do anime/mangá Hokuto No Ken (Fist of the North Star).
Kenshiro, protagonista do anime/mangá Hokuto no Ken
As fases são ambientadas em um futuro pós-apocalíptico em que a organização militar Oniken dominou tudo. Uma organização opositora entra em conflito com a Oniken para tentar destruí-la, e é nesse momento que Zaku aparece na história para ajudar nesta missão.
A jogabilidade é extremamente simples: ande, pule e ataque com sua espada – no melhor estilo Ninja Gaiden. É possível coletar “power-ups” para melhorar seu ataque e utilizar o modo Berserker, que deixa o personagem invulnerável por um curto período.
Sim, o jogo aparentemente não é nada de mais, parece “outro game indie com visual retrô”. De certa forma, isso não é mentira. Mas é possível ver que a Joymasher fez um trabalho cuidadoso e competente, principalmente na questão do design das fases, que são milimetricamente feitas para criar a dificuldade.
É neste ponto que Oniken se destaca. Diferentemente dos clássicos dos 8-bits, ele é difícil, mas não é absurdamente impossível. A verdade é que muitos jogos antigos eram difíceis por serem mal feitos. Oniken é difícil por causa do bom design das fases e, mesmo assim, não chega a ser frustrante. Após algumas repetições (às vezes muitas), o jogador consegue aprender a melhor forma de vencer o desafio. E a curva de aprendizado é boa, a dificuldade aumenta gradativamente no decorrer das fases.
São 6 fases, cada uma com 3 estágios, e em cada um deles há um chefe. Ou seja, são 18 chefes, com variações muito legais nas batalhas. Na versão do Steam foi adicionado o Boss Rush, um modo de jogo em que você enfrentará todos os chefes em sequência, lembrando o final dos jogos do Megaman. Pra quem quer um desafio – ou é masoquista –, pode se deliciar com o Hardcore Mode, no qual o dano dos inimigos é maior e o jogador começa com apenas uma vida; se morrer, já era, você retorna ao início do jogo (e não ao início do estágio).
A trilha sonora também é um atrativo à parte, com excelentes e marcantes temas no melhor estilo chiptune. É incrível a qualidade musical dos jogos indies, vide Super Meat Boy, The Binding of Isaac, Hotline Miami e outros.
De um modo geral, Oniken não é um jogo excepcional que vai mudar sua vida, porém merece uma jogatina. É bom ver um estúdio brasileiro conseguindo espaço para lançar seus jogos em grandes sites (Steam, por exemplo). Vale a pena prestigiar este trabalho do Joymasher.