Review | What Remains of Edith Finch
Eis aqui um jogo muito interessante que, infelizmente, não recebeu a atenção que merecia. Talvez por se tratar de um walking simulator, gênero que não tem apelo ao grande público. Jogos desse gênero são focados na história e, geralmente, possuem jogabilidade simples e limitada. Um exemplo de destaque foi Gone Home. Porém, temos aqui um exemplo de como brincar com a jogabilidade e utilizar isso de forma magistral para construir a narrativa.
What Remains of Edith Finch contra a história de uma família amaldiçoada, cujos membros sofreram mortes estranhas. Ao longo das duas horas de jogatina, somos apresentados à propriedade da família, que engloba uma casa e seus arredores. Aqui começa a genialidade do jogo.
Tudo é visto em primeira pessoa. Você anda pelo cenário, e narrações são feitas de maneira não convencional: os textos aparecem ao longo do cenário. E mais, as narrações são “acionadas” de acordo com o lugar que você se encontra e olha, dando um ritmo bem peculiar ao jogo. Além da narração da sua personagem, temos atuações de vozes dos membros da família. E aqui a mágica acontece.
Para subverter o gênero e trazer algo diversificado, cada membro da família possui uma história própria, e junto com ela, uma jogabilidade própria. Sim, existem variações de jogabilidade ao longo da trama, e isso é feito de uma maneira sensacional. Por mais que as variações mantenham a jogabilidade simples, as diferenças em si dão um charme muito especial.
É impossível dar maiores detalhes sem estragar sua experiência. Por isso, tudo que eu posso dizer é: o jogo vale seu investimento de tempo e dinheiro. Sem dúvidas, é um dos walking simulators mais interessantes já lançados, seja pela criatividade narrativa, seja pela história envolvente e interessante. Parabéns à desenvolvedora Giant Sparrow, que merecidamente conquistou o Bafta com esta pérola dos videogames.
Disponível para Playstation 4, Xbox One e PC.