Tag: Os Mercenários

  • Crítica | Os Mercenários 3

    Crítica | Os Mercenários 3

    Expendables 3

    Simbolicamente – e claro, a exemplo dos dois episódios anteriores – Os Mercenários 3 já começa em meio a ação, mostrando Barney Ross (Sylvester Stallone) e seu grupo de dispensáveis brucutus invadindo um trem em movimento, no intuito de resgatar o preso e antigo amigo do membro do grupo Surgeon, que é vivido por Wesley Snipes, que apesar de ser resgatado, permanece arredio. A quantidade de referências à vida pessoal do intérprete (este ficou um tempo longe dos holofotes por estar encarcerado) só não é maior que o paralelo feito com o retorno aos sucessos que cada um dos antigos heróis de ação teve após o primeiro filme de Sly e companhia.

    No entanto, uma mudança é notada logo de início. Apesar do conteúdo da fita permanecer agressivo, a faixa etária da classificação indicativa diminuiu drasticamente, o que impede a câmera do novato Patrick Hughes de exibir a quantidade colossal de sangue e dilacerações que permeavam os filmes anteriores. O retorno de Surgeon, além de causar uma marola na relação dos Mercenários (com uma referência, claro, a este como alcunha do clube) por este, como Christmas (Jason Statham) ser especialista em facas, reabre algumas feridas, como com as mostras das tags dos antigos companheiros mortos e claro, com a descoberta da sobrevivência de Conrad Stonebanks, encarnado por um bombadíssimo Mel Gibson.

    Além de guardar o ódio de seus antigos colegas, Stonebanks alveja Caesar (Terry Crews), e o põe em um perigo de vida imenso, o que faz Barney pensar mais seriamente em uma aposentadoria, não por si, mas por seus companheiros. A caçada do herói passa a ser solo, resgatando mais algumas figuras de seu passado, cortando a estrada em busca do que deu errado, e do porquê de Conrad ainda estar vivo. Nesse ínterim, ele é apresentado a uma nova gama de personagens, entre eles o novo encarregado da CIA vivido por Harrison Ford, Drummer – que consegue ser um trocadilho até pior que Church – o selecionador de novos talentos Bonaparte (Kelsey Grammer) e o acrobata cinquentenário Galgo (Antonio Banderas) e alguns outros meninos novos, com disposição e com todos os dentes na boca, que deveriam substituir os trabalhos de seus antigos colegas.

    Refugados por seu antigo líder, Lee e os outros veem a força tarefa da nova geração embarcar junto a Barney e Trench (Arnold Schwarzenegger), repleta de rostos bonitos, sorrisos encantadores, remetendo visualmente às séries consumidas pelos adolescentes atuais, em mais uma artimanha de Stallone em alcançar o público juvenil. A dura realidade de estar novamente relegado a um papel secundário, em um campo onde antes reinavam, acomete Lee, Gunnar (Dolph Lundgren), Toll Road (Randy Couture) e Surgeon, e até o que poderia ser um defeito do guião acaba sendo uma boa anedota, a banalização da figura do brucutu serve como uma excelente motivação dentro da proposta.

    O legado que Ross tenta deixar é o de proteger os que lhe são caros, mesmo que isso signifique tirar da ação aqueles que sempre foram fiéis, o que faz o embate com seu antigo parceiro ser ainda mais aviltante, uma vez que Conrad considera que ambos são iguais. O antagonista não vê diferença nas posturas tomadas pelos sexagenários mercenários, e em meio a uma troca de papéis nos arquétipos de gato e rato, Stonebanks rapta a nova equipe de Barney, o que faz com que o dream team retorne das cinzas, em mais uma manobra redentora típica dos filmes que Sly dirigia nos anos 80.

    O modo como Hughes conduz a câmera é competente em sua proposta, uma vez que, ao contrário dos outros filmes onde se fazia um pastiche dos filmes de ação oitentistas, esse serve para mergulhar na mente e na operação de seus protagonistas. A fita é repleta de humor, especialmente nas figuras de Galgo, mas o viés de reflexão é mais sobre a obsolescência do que qualquer outra coisa, não que haja alguma inteligência maior do que nos outros momentos da franquia, mas a emoção é muito mais elevada, a busca é em comover a audiência através do drama de seus heróis.

    Nas cenas finais, é a velha guarda que toma as rédeas da situação, protagonizando as partes mais interessantes do embate, que infelizmente usa e abusa dos efeitos em CGI. Um dos diferenciais da franquia até então eram os combates filmados in loco, com técnicas que podem ser vistas como rudimentares pelo expectador novato, mas que garantiam às fitas mais veracidade e textura.

    No entanto, os erros de concepção ficam ainda mais evidentes. O vilão poderia ter sido melhor construído, ele não é nem tão digno de ódio quanto Villain era em Os Mercenários 2. Falta sentir apuro pelos personagens principais, a todo momento parece que os velhacos se safarão sem arranhões, são raros os embates físicos, que até são precedidos por frases feitas de cunho excelente, mas pouco mostram, ainda que a breve luta de Stonebanks e Ross seja interessante. O grave problema deste Os Mercenários 3 é ser bem menos divertido do que as fases pretéritas, deixando espaço para enxergar seus defeitos.

    A mensagem deixada em seu final vai de encontro a tudo o que foi mostrado na carreira de Stallone e também nesta franquia. O modo como Barney olha para aqueles que seriam os seus alunos, trinta anos mais jovens fazendo tudo o que ele cansou de fazer em tela dá a tônica de como funciona atualmente a mente e a intimidade do ator, diretor e cineasta, talvez até antevendo uma possível aposentadoria, se não da carreira de cineasta, ao menos do filão de filmes de ação. Esse subtexto acaba sendo mais rico que toda a arquitetura, pirotecnia e atitude bad ass que sempre preconizaram as ações de Barney e seus asseclas.

  • Melhores filmes de 2012, por Pedro Lobato

    Melhores filmes de 2012, por Pedro Lobato

    melhores-de-2012

    Eis que 2012 chegou ao seu fim e pudemos conferir uma série de lançamentos para todos os gostos e estilos. Na minha lista de TOP 10 2012 de hoje, gostaria de compartilhar com vocês quais, em minha opinião — portanto, ignorando a opinião da crítica especializada —, foram os melhores filmes lançados no Brasil no ano em que o prometido apocalipse deveria ter chegado, mas não rolou. Desse modo, como os maias se associaram ao clube do “vocês também estavam errados”, vamos à minha lista:

    10. Mercenários 2

    Seria injustiça da minha parte não colocar esta obra-prima dos filmes de ação neste top 10. Assim como no primeiro filme, Sylvester Stallone volta com sua equipe de brucutus para simplesmente explodir e atirar em qualquer coisa que se mova (ou não, se for considerar as inúmeras construções que são simplesmente destruídas). E como não gostar de ver Arnold Schwarzenegger, Bruce Willis e, principalmente, Chuck Norris em ação? Mercenários é uma franquia divertida, que homenageia os clássicos filmes de ação dos anos 80/90 e que mostra que este tipo de filme ainda tem espaço no mercado cinematográfico atual. Mal posso esperar pelo terceiro filme desde já.

    9. Shame

    O filme dirigido por Steve McQueen nos apresenta um personagem obcecado por sexo (beirando um nível doentio), inserido em um mundo vazio, sem cores e sem sentido. O protagonista, interpretado por Michael Fassbender, domina este drama com uma atuação arrebatadora, enquadrando o ator como um dos mais promissores da atualidade. O fato de o diretor ter explorado tão bem os dramas psicológicos do protagonista e seu estado emocional vazio através de excelentes escolhas de planos de filmagens e capturando o melhor de Fassbender faz com que Shame seja um dos melhores filmes de 2012.

    8. As Aventuras de Tintin

    Sempre fui fã dos quadrinhos de Hergé e mais ainda da antiga animação. Juntos, ambos fizeram parte da minha infância de uma maneira muito boa. Quando vi o primeiro trailer da adaptação cinematográfica realizada por Steven Spielberg fiquei muito empolgado, e essa empolgação foi atendida de maneira muito satisfatória. Ver Tintin, o capitão Haddock, os inspetores Dupont e Dupond, além do cachorro Milu, foi uma experiência nostálgica e fantástica. Não apenas uma animação muito bem realizada, mas um filme de ação e aventura divertidíssimo.

    7. O Hobbit – Uma jornada inesperada

    Talvez um dos filmes mais esperados em 2012 e, mesmo sendo contra a decisão de Peter Jackson de fazer uma trilogia para o mesmo, fiquei extremamente satisfeito com a adaptação do meu livro favorito do J.R.R Tolkien. Temos uma atuação fantástica de Martin Freeman como Bilbo Bolseiro, embarcando em uma aventura épica junto de uma companhia de anões que querem tomar seu reino de volta de um temível dragão. A qualidade visual do filme é uma atração à parte, ainda mais ao se considerar a novidade trazida a nós por Jackson: o High Frame Rate (a filmagem a 48 frames por segundo). O HFR é excepcional e se mescla bem com a forma como a direção do filme foi conduzida, mostrando batalhas dinâmicas e muita empolgação.

    6. 13 Assassinos

    Takashi Miike é um ícone do cinema oriental. Conhecido principalmente por usar de violência gráfica extrema em seus filmes, em 13 Assassinos ele faz um remake de um filme clássico de samurais. Um filme marcado por diálogos ricos, atuações expressivas e uma violação bem feita. Influenciado fortemente por Akira Kurosawa, Takashi Miike consegue fazer um dos filmes de samurai mais significativos dos últimos anos.

    5. Vingadores

    A Marvel ao longo dos últimos anos foi produzindo filmes de seus heróis com o objetivo final de chegar no projeto Vingadores. Eu, particularmente, não coloquei muita fé no filme, pois acreditava ser impossível lidar com tantos heróis ao mesmo tempo. Minhas expectativas baixas foram colocadas por terra e o que vi foi um filme de super heróis de verdade, descontraído, com um humor bacana e ação frenética. Joss Whedon conseguiu fazer acontecer, dando destaque a todos os heróis de uma forma justa e mostrando que esse sonho era possível.

    4. Argo

    Se Michael Fassbender é um dos melhores atores, Ben Affleck tem se mostrado um dos melhores diretores atualmente. Affleck atinge um patamar acima em seu terceiro trabalho como diretor nos cinema em Argo. Explorando o conflito entre Irã e EUA no final dos anos 70, Affleck nos apresenta uma direção segura, criando uma tensão meticulosa no espectador e sem incorrer em um patriotismo gratuito, muito comum em filmes desse tipo. Até agora Ben Affleck tem acertado em todos os seus trabalhos como diretor, melhorando cada vez mais a qualidade de seu produto, portanto, o jeito é continuar torcendo para que ele continue com o bom trabalho.

    3. Indie Game: The Movie

    Por essa ninguém esperava, mas o terceiro lugar desta lista vai para este fantástico documentário que procurou mostrar um pouco de como funciona o universo dos jogos independentes. Focando principalmente em Edmund McMillen, Tommy Refenes (criadores de Super Meat Boy) e Phil Fish (criador de Fez), o documentário explora os diversos aspectos do processo produtivo e criativo de um jogo independente, que se aproxima mais de uma obra autoral, que reflete a personalidade, a história e os sentimentos de seus autores, em comparação ao mercado de jogos mainstream. Qualquer um que saiba o que é se dedicar a trabalhos artísticos (seja eles de qualquer natureza) vai se identificar com os entrevistados. Impossível não se emocionar, torcer e vibrar junto com os desenvolvedores ao saber que seu jogo virou um sucesso (mesmo sabendo que ele já tinha feito sucesso, antes de ver o filme). Com certeza um dos melhores e mais emocionantes documentários que vi em toda minha vida.

    2. Drive

    Aqui temos mais um ator que se mostra em destaque atualmente: Ryan Gosling. Um ator versátil e que faz um excelente trabalho neste filme, que é uma homenagem ao cinema clássico dos anos 80. Uma obra-prima envolvente e de qualidade é o que posso dizer a respeito deste filme. Interpretando o “driver”, Gosling consegue transmitir muitos sentimentos, mesmo falando apenas duas dúzias de palavras por toda a extensão do filme. Muitas vezes era apenas necessário visualizar seu olhar, iluminado pela iluminação das ruas de Los Angeles enquanto dirigia, para compreendermos um pouco mais dos sentimentos e aflições de um personagem de que sabemos tão pouco. Tanto o forte contraste utilizado nas filmagens e nas ambientações escolhidas quanto a trilha sonora retro-cult (contando principalmente com a participação de Kavinsky e College na contribuição desta ambientação) ajudam ainda mais no envolvimento com a trama e na especial relação com os filmes policiais da década de 80. O roteiro simples é compensado com sua execução muito bem realizada. Uma experiência que, por mais que olhe para o passado, apresenta muito de inovador e jovem. A combinação da direção de Refn com a atuação de Gosling é impecável e merece ser valorizada.

    1. Batman: The Dark Knight Rises

    Os marvecos que me perdoem, mas o terceiro filme da trilogia dirigida por Christopher Nolan foi algo grandioso e merece a primeira colocação dessa lista. De longe, de todos os filmes dessa lista — dos quais eu gostei bastante, cada um à sua maneira —, Batman TDKR foi o que me deixou mais empolgado. Eu vibrei como um fanboy das antigas assistindo ao filme, que possui uma história profunda, com referências históricas, críticas sociais e que se fecha muito bem nesta conclusão. Nolan mostrou ao mundo um novo modo de enxergar super heróis e foi esse seu maior mérito com sua trilogia do Batman.

    Enfim, esse foi o meu top 10. Espero que vocês tenham gostado de minhas escolhas. Deixem nos comentários o que vocês acham a respeito e o que acham que deveria estar aqui. Vamos esperar que 2013 nos agracie com filmes cada vez melhores.

    Texto de  autoria Pedro Lobato.

  • Melhores filmes de 2012, por Jackson Good

    Melhores filmes de 2012, por Jackson Good

    melhores-de-2012

    Saudações, nem tão nobres colegas. Chegou a hora da nossa tradicional (é apenas a segunda vez que acontece, mas quem se importa) escolha dos destaques cinematográficos do ano que passou. Houve uma leve mudança em relação à lista anterior, intitulada “Os melhores blockbusters”, agora estão inclusos filmes que não se enquadrariam nessa categoria, por terem orçamento baixo e/ou lançamento limitado. Mas o espírito massa véio permanece em todas as escolhas, afinal este é o Top 10 do cara do blockbuster/cinéfilo de verão. Antes, porém, uma rápida menção desonrosa não ao pior, mas àquele que foi de longe o mais decepcionante do ano: O “Espetacular” Homem-Aranha. Os caras tinham que se esforçar muito, mas muito mesmo, pra tirar o bom e velho Cabeça de Teia desta seleção. E vejam só, conseguiram! Parabéns, campeões. Enfim, vamos à lista, naturalmente de baixo pra cima.

    10. Looper – Assassinos do Futuro
    Bastante controverso, o filme recebeu duras críticas, em especial pelo roteiro não muito bem resolvido e arrastado em diversos momentos. Mas ele ganha pontos por apresentar uma boa direção, cenas de ação bem legais, interessantes conceitos acerca de viagens temporais, e dois Bruces Willis; o próprio e Joseph Gordon-Levitt, numa atuação digna de nota e que supera até a bizarra maquiagem digital. Num ano cheio de decepções, isso bastou para Looper estar aqui.

    9. 2 Coelhos
    Uma produção nacional estar presente nesta lista é deveras surpreendente. Mas não dava pra deixar de fora este divertido filme de ação, como visual ultra estilizado e repleto de referências à cultura pop. O diretor, produtor e roteirista Afonso Poyart mostrou-se claramente influenciado por Zack Snyder, Quentin Tarantino e Guy Ritchie, entre outros, e entregou um produto fora dos padrões do cinema brasileiro. Ainda que peque por alguns excessos, é mais do que louvável ver algo fora dos eternos “gêneros” favela, sertão, Selton Mello e comédias imbecis com cara de televisão.

    8. Poder Sem Limites
    Partindo do já explorado à exaustão estilo handcam, e do igualmente pouco inovador tema “pessoas comuns ganhando superpoderes”, esta modesta produção conseguiu surpreender. O roteiro foi muito bem trabalhado no sentido de tornar humanos e críveis os personagens e suas ações. Em essência, é uma história de origem de um herói – e de um vilão, simples, porém bem contada, coisa que muitos filmes milionários falham em fazer. Destaque merecidíssimo.

    7. Operação Invasão (The Raid: Redemption)
    Sensação em vários festivais pelo mundo desde 2011, o filme indonésio chegou ao Brasil direto para o home video, com um título caprichado. A história trata de uma equipe de elite da polícia de Jacarta invadindo um prédio controlado por traficantes, e se ferrando gloriosamente no processo. As cenas de luta são coreografadas de forma impressionante, uma porradaria épica como só os orientais sabem fazer. Além do melhor uso de uma geladeira desde Indiana Jones 4. Já está programado um remake norte-americano, mas nem precisa dizer que o original é que deve ser assistido o quanto antes.

    6. Dredd
    O policial badass dos quadrinhos britânicos surge bem colocado no Top 10, graças à fiel adaptação estrelada por Karl Urban. Com uma trama bastante similar ao item anterior, mas indo além por trazer um interessante pano de fundo sci fi (e um protagonista mais marcante). Ação constante, violência sem concessões e um 3D bem empregado renderam uma das melhores surpresas do ano, e que infelizmente pouca gente viu, dada a passagem relâmpago pelos cinemas.

    5. Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge
    Ah, a polêmica. Este era um filme que tinha tudo pra estar no topo da lista (ok, mentira, mas o 2º lugar era garantido), as posições perdidas se devem única e exclusivamente ao roteiro. Foram muitos os elementos forçados, sem sentido prático, presentes em nome de um pretenso conteúdo simbólico, metafórico, subtextual. Se fosse uma obra puramente alegórica, nada de errado. O problema é que ela não é: sacrificou-se toda a contextualização realista tão bem construída pelas duas partes anteriores da trilogia. Ainda assim, é um filme poderoso, com excelente ritmo, direção fantástica e atuações espetaculares. E ainda é o Bátema, porra.

    4. O Hobbit – Uma Jornada Inesperada
    Outro com potencial pra ser o campeão do ano (quer dizer, o vice), mas nesse caso a colocação se justifica mais pelos méritos dos concorrentes do que pelos seus próprios deméritos. Que se resumem à duração além do necessário e à consequente perda de ritmo, aliás. Peter Jackson mais uma vez está de parabéns por trazer a magia da Terra-Média até nós, com um filme divertido, empolgante e com um visual deslumbrante – que fica ainda melhor no 3D 48 quadros por segundo. Duas cenas de sair e pagar o ingresso de novo: Adivinhas No Escuro e a origem do Escudo de Carvalho.

    3. Sherlock Holmes – O Jogo de Sombras
    Lá no distante janeiro de 2012 tivemos uma das melhores aventuras da temporada. A segunda parte da franquia que “modernizou” o clássico detetive britânico superou e muito a primeira, com Guy Ritchie caprichando na direção e uma trama épica de conspiração internacional. Sem falar no sensacional embate intelectual entre Holmes e seu nêmese Moriarty, engrandecido por Robert Downey Jr. (o cara do ano) numa atuação inspirada, e Jared Harris mais inspirado ainda.

    2. Os Mercenários 2
    Sylvester Stallone, Jason Statham, Jet Li, Chuck Norris (na melhor cena do ano, sem discussão), Terry Crews, Randy Couture, Liam Hemsworth, Scott Adkins, e também Jean-Claude Van Damme, Bruce Willis e Arnold Schwarzenegger. Nem precisava acrescentar mais nada, mas enfim: outra sequência infinitamente melhor que seu predecessor, assumiu o tom de comédia e acertou em cheio. Grande homenagem ao cinema brucutu dos anos 80 regada a tiros, porrada, mais tiros, explosões e mais alguns tiros. Pode algo ser melhor que isso? Hã, pode.

    1. Os Vingadores
    Repetindo o que foi dito na lista de 2011, empolgação é a palavra-chave em um blockbuster. Assim, esta escolha já estava definida no momento em que o filme foi anunciado. Só uma catástrofe de proporções bíblicas mudaria as coisas. O que seria improvável, tendo em vista a competência da Marvel Studios em construir seu universo cinematográfico e preparar o terreno para a grande reunião de seus heróis. Atendeu às enormes expectativas, entregando ação, diversão, humor, ótimos efeitos visuais e uma trama simples mas que cumpre aquilo que se propõe a fazer. Um filme perfeito? Evidente que não, mas ele é maior que seus defeitos. Os Vingadores é maior que a VIDA.

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • Top 10 – Melhores Filmes de 2012, por Rafael Moreira

    Top 10 – Melhores Filmes de 2012, por Rafael Moreira

    melhores-de-2012

    É isso aí rapaziada, ano começando, as listinhas de promessas já começam a falhar, retrospectivas, fatos que marcaram, e toda essa baboseira. Aqui no Vortex também somos adeptos de algumas delas, principalmente os melhores do ano. Então antes de falar sobre os melhores filmes, vamos aos critérios utilizados.

    Primeiro, não é uma votação, nem um consenso do site, é apenas uma lista pessoal. Além disso, pouco importa se o filme foi bem ou mal na crítica. O que vale é a experiência ao ver o filme. Tanto que filmes premiados ficam de fora, e outros ignorados podem entrar. Outro ponto a se ressaltar é que na minha lista, o filme tem que ter estreado no Brasil em 2012, independente da data de lançamento no país de origem.

    Fora os critérios, a lista segue ordem de preferência, e também é bom ressaltar que 2012 foi um ótimo ano tanto para o cinema Blockbuster, como para produções menores e o cinema autoral. Pensei inclusive ao invés de fazer TOP 10, colocar um TOP 15. Mas decidi manter os 10 e colocar alguns em menção honrosa. Chega de enrolação e vamos à lista (PS: Os links no nome vão para a crítica do filme).

    10. Mercenários 2
    Você sabe que o ano foi realmente FODA, quando montando uma lista, um dos filmes do ano que mais te agradou, ativou toda a nostalgia dos seus heróis da infância e o espírito massa véio, ficou apenas em décimo.

    A reunião dos brucutus dos anos 80 foi digna de palmas no cinema, emoção, choro. Tudo por causa da galhofada de explosões em que os heróis buscam por vingança e nunca são acertados por nenhum tiro. Reunindo Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, Bruce Willis, Jet Li, Jason Statham, Terry Crews, Van Damme, e por último e não menos importante, o grande, o único, o mito, aquele que faz o filme parar só para fazer uma piadinha com a sua fama, Chuck Norris. Se você não assistiu Mercenários 2, pare de ler e vá ver agora.

    9. Polissia
    Polissia é mais um que eu gostaria de ver em uma posição mais alta, mais ainda assim seria injusto pelo que vem pela frente. Mas enfim, Polissia um filme francês dirigido pela Maïwen, é duro, cru que toca no amago de qualquer um, por lidar com um assunto tão delicado quanto a violência contra a criança. Além de toda a sua crítica social, o filme tem um ponto a mais, pois mesmo tratando de um tema tão complicado como esse, o longa toma algum distanciamento da situação, sem forçar a dramaticidade ou o tom, deixando a cargo da visão do espectador a carga dramática que ele carregará para o filme.

    8. O Hobbit
    Falando francamente, em uma brincadeira de pré-lista, eu tinha colocado ‘O Hobbit’ em segundo colocado, antes mesmo de tê-lo visto, tamanha era a expectativa e fichas apostadas nele. Eis que o filme chegou, e de modo nenhum pode-se falar que o filme é ruim, tanto é que figura na minha lista dos melhores do ano. Porém, o alongamento desnecessário da história, tornando o filme em muitos momentos enfadonho e sonolento, cheio de parenteses que no fim das contas são encheção de linguiça para conseguir fazer 3 filmes sobre a história, o fazem perder muito. Eu esperaria que tais problemas fossem solucionados no segundo filme, mas eu duvido muito.

    7. Millenium: Os homens Que Não Amavam as Mulheres
    Adaptação da obra de Stieg Larsson por David Fincher, um dos meus diretores favoritos. Millenium é um thriller policial forte, violento, que surpreende o espectador a todo momento, repleto de críticas sociais principalmente à nossa hipocrisia coletiva. De quebra ainda temos Lisbeth Salander, personagem construída de forma magistral pela Rooney Mara, protagonizando inclusive, uma das cenas em que mais pude sentir a dor física, apenas por ver uma imagem. O bônus final fica por conta da trilha sonora e o “videoclipe” de abertura, especialidade do David Fincher.

    6. Argo
    Terceiro filme com a direção de Ben Affleck, que conta a história de uma operação da CIA mais parecida com um roteiro de cinema, ou um romance de espionagem, do que realidade. Affleck nos apresenta uma direção clássica, mesclando diversos momentos hilários quando a história permite, com também uma sequência de cenas das mais angustiantes que consigo me lembrar no cinema recente. Além disso o filme ganha ainda mais, por tratar de um assunto delicado como a relação diplomática entre EUA e Irã, sem colocar os iranianos no posto de vilões da história.

    5. Os vingadores
    Vingadores com certeza foi um “evento”. Não preciso falar nada sobre o filme em si, apenas que finalmente foi provado que é possível fazer um filme sobre reunião de heróis com uma boa cadência entre todos, sem se perder em uma história com tantos personagens. Além de ser ótimo ver que um filme de heróis fantásticos não precisa ficar preso na pegada realista que muitos querem adotar como regra para esse universo. Além disso, acho que todo mundo saiu do cinema sem fôlego depois da batalha final de quase 45 minutos, e por último, as sacadas e piadinhas de Tony Stark, como o personagem que dá boa parte da liga do grupo, é ótimo por que é o cara mais carismático do grupo, o Capitão América, o verdadeiro líder, é um escoteiro e ninguém gosta do escoteiro.

    4. As Aventuras de Tintim
    As Aventuras de Tintim, aposto que algumas pessoas vão me chamar de louco ao colocar um filme desses numa posição tão alta, à frente de filmes muito maiores e mais aclamados. O fato é que a nostalgia e a saudade dos bons tempos de infância falaram mais alto aqui. Tintim é a minha série de quadrinhos favorita, praticamente aprendi a ler com essas histórias. Além do próprio seriado que passava nos finais de tarde da TV Cultura. Assim, tudo que antes era receio para uma adaptação que não respeitasse o espírito de aventura e inocência de Tintim, se transformou em uma grande surpresa, nostálgica e emocionante.

    3. Drive
    É fácil definir Drive, um filmaço. Tensão do início ao fim, com uma bela releitura dos filmes de ação dos anos 80, praticamente subvertendo o gênero, colocando um “herói” falho, sujeito a morte em qualquer momento, buscando alguma felicidade em raros momentos em que consegue fugir da sua própria natureza, mas como na fábula, o escorpião sempre será escorpião. A trilha sonora fantástica dá ainda mais esse ar “new-retrô”, enfim nada do que eu fale aqui irá chegar aos pés da experiência de ver Drive.

    2. Hugo
    Hugo, uma grande homenagem de Martin Scorsese à Georges Meliès, mas que não se limita apenas a ele, e se estende a todo o cinema, principalmente aos pioneiros. Que com pouco, ou nenhum recurso, faziam milagres e absurdos com suas histórias, nos entregando mundos mágicos e fantásticos. E se eu senti que faltou alguma magia, um tempero especial ao Hobbit, em Hugo tudo isso tem de sobra.

    Scorsese faz seu primeiro filme em 3D, e com uma temática infantil. E com isso mostra porque é realmente um mestre, versátil, nos entregando uma obra passional, bela e tocante. Vida longa à Hugo e mais longa ainda ao sobrancelha.

    1. Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
    Se você leu até aqui sem enganar a ordem, percebeu que faltava O grande filme de 2012. Batimá.

    Batemá é épico, grandioso, um filmaço de ação e que não se limita a ser apenas um filme de ação, deslocado da sua sociedade e do seu tempo. Com metáforas e críticas que vão desde os nossos sistemas políticos e de poder, até a grande desigualdade dos nossos tempos. Com paralelos referenciando a Revolução Francesa e o reino de terror, o filme continua com a sua crítica de como uma sociedade em frangalhos, não só pode, como tende a acreditar em grandes discursos inflamados, que se apropriam de pequenos fatos isolados para conseguir arquitetar uma grande mentira.

    Acredito que Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, tenha sido a escolha mais fácil da lista, e provavelmente a mais polêmica, portanto, externem vossa raiva. 🙂

    0.5 – A Bomba do Ano. Battleship: A Batalha dos Mares

    Alienígenas capazes de viajar milhares de anos-luz em questão de dias, mas burros o suficiente para apanhar de um navio da Segunda Guerra Mundial, que mais parece com uma chaleira velha. Além é claro, de pousar no Hawaii, um lugar ultra ensolarado, uma boa escolha para quem sofre de foto-sensibilidade. Se não bastasse tudo isso, temos um elenco de primeira, contando com Brooklin Deckard, Rihanna, Liam NeLson (pagando o aluguel atrasado, só pode), e por último Taylor Kitsch nos sendo enfiado goela abaixo como protagonista e herói de ação, que não convence nem a mãe dele. E a cereja de merda fica por conta da refilmagem vexatória de um celebre vídeo de youtube em que o ladrão invade a loja de conveniência, se quebra todo e no final ainda é preso.

    Agora vamos para as menções honrosas do ano, que não seguem ordem de preferência, apenas como boas lembranças dos filmes que vieram ao cinema esse ano. 2 Coelhos, um bom filme de ação nacional. Os infiéis de Jean Dujardin, ótima comédia francesa recheada de ironia e polêmicas. Moonrise Kingdom de Wes Anderson, um filme leve que faz diversas brincadeiras com filmes de gênero, lhe deixará com o sorriso no rosto. Get the Gringo, último filme com a participação de Mel Gibson, filme de ação despretensioso, lembrando os anos 80, mas politicamente incorreto. Curvas da Vida, filme com atuação de Clint Eastwood, tem problemas, mas é uma história leve, bem contada, fará o seu dia melhor. O Espião que Sabia Demais, ótimo filme sobre a espionagem de verdade, com bela atuação de Gary Oldman. O Artista, ganhou o Oscar e tudo, mas não me pegou o suficiente para figurar na lista de melhores. Ruby Sparks, uma comédia romântica que não é uma comédia romântica, ótimo filme para ver como um gênero que produz tanto lixo, pode também trazer coisas interessantes.

    Fechamos por aqui. Deixem nos comentários a lista de vocês também, se concordam, discordam, acham que eu fiquei maluco. Enfim…

  • Agenda Cultural 45 | Neil Gaiman, Indie Games e Mercenários 2

    Agenda Cultural 45 | Neil Gaiman, Indie Games e Mercenários 2

    Bem vindos à bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira),Rafael Moreira (@_rmc),  Pedro Lobato (@pedrolobato), Jackson Good (@jacksgood), Isa Sinay (@isasinay) e Carlos Brito se juntam para comentar as indicações do mês. (mais…)

  • Crítica | Os Mercenários

    Crítica | Os Mercenários

    expendables

    Stallone está de volta e, com ele, toda a truculência dos brucutus dos anos 80, que tanto nos proporcionaram entretenimento. Após alguns anos de ostracismo, Sylvester Stallone conseguiu se renovar ao retornar às telas dos cinemas com Rocky Balboa, reinventando não apenas seu personagem mais conhecido – tachado por muitos como ultrapassado e parte de uma lembrança já esquecida -, como também ele próprio.

    Em 2010, Sly abandonou completamente o aspecto intimista contido em Rocky Balboa ou até mesmo Rambo IV, que mesmo com seu roteiro raso ainda proporcionava reflexões acerca da temática política abordada e uma interessante conclusão na construção de um personagem criado ao longo do tempo. Em Os Mercenários temos um retorno aos filmes de ação que o consolidaram como um ícone anos atrás e, acima de tudo, uma grande homenagem ao gênero que o consagrou.

    E para esse retorno aos “velhos tempos”, Stallone convidou um time de peso para participar do elenco. Entre eles temos Dolph Lundgren (o eterno Ivan Drago), Mickey Rourke, Jason Statham, Jet Li, Terry Crews, os lutadores Steve Austin e Randy Couture, Eric Roberts e a brasileira Gisele Itié. Além dos já citados, muitos outros nomes foram cogitados, mas sem dúvida o ponto alto do longa são as aparições de Arnold Schwarzenegger e Bruce Willis em uma reunião com Stallone, em que todos eles se auto-satirizam em um diálogo cheio de tiradas sarcásticas.

    É bom deixar claro que o roteiro de Os Mercenários está repleto de clichês dos filmes do gênero, mas a proposta é justamente essa: ser um bom filme de ação e, acima de tudo, não se levar a sério; afinal, o próprio título original já deixa isso claro (The Expendables = Os Descartáveis). Os Mercenários nada mais são do que um grupo de especialistas contratados pelo governo, ou quem quer que pague, para realizar trabalhos que ninguém mais quer fazer.

    O grupo é liderado por Barney (Stallone), que é contratado para derrubar um governo ditatorial na América do Sul. Ao chegar no país, o grupo percebe que a missão não seria tão fácil quanto o esperado e decidem não aceitá-la, mas o personagem de Barney se apaixona pelo seu contato no país, Sandra, personagem vivida pela Gisele Itié, e decide levar a missão até as últimas consequências.

    Como já falado, a trama é simples, girando em torno da remoção do Ditador Garza (David Zayas), da lealdade dos companheiros de Barney e de seu amor por Sandra. Apesar de uma motivação um tanto medíocre, Stallone traça uma linha entre os filmes de ação dos anos 80 e seu novo longa: se antes a motivação desses personagens estava apenas em suas convicções políticas, aqui temos o amor repentino e o companheirismo de seus parceiros, deixando de lado o discurso panfletário para ser apenas um grande blockbuster.

    O ponto forte do elenco fica por conta de Statham, Rourke e Jet Li, que se mostram carismáticos, além do próprio Stallone, que, apesar de toda sua deficiência, convence com toda sua canastrice. Os demais personagens são bastante inexpressivos, inclusive Gisele, que tem função única de servir como exaltação à beleza feminina e nada mais.

    A direção tem algumas tomadas aéreas e de explosões muito competentes, além de um um close-up durante um momento bastante interessante do personagem do Mickey Rourke, mas para por aí. No geral, ela peca pelo excesso ao tentar filmar cenas de ação desenfreada. Convenhamos, Stallone não é um Paul Greengrass, e as tomadas soam confusas, dificultando o acompanhamento dos movimentos em certos momentos.

    Os Mercenários não veio para reinventar a roda do cinema de ação, mas é ótimo rever um time desse calibre não se levando a sério, rindo deles próprios e, diferente do seu título original, ele não é descartável.

  • Agenda Cultural 18 | Os Dispensáveis

    Agenda Cultural 18 | Os Dispensáveis

    Sincronizem suas Agendas. Flávio Vieira, Amilton Brandão, Carlos Voltor e Mario Abbade (diretos de Kosovo), além da participação de Jackson (1000Combos) no bloco de quadrinhos, retornam (com o atraso habitual – again?!) para comentar sobre Mitos, cores mágicas e comemorar a volta dos tiozinhos brucutus!

    Duração: 66 min.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

    Feed do Podcast

    Se você, além de acessar o site , faz uso de algum agregador de feeds – online ou offline – pode optar por assinar nosso feed, diretamente no seu agregador no link a seguir. Se você usa o iTunes para ouvir seus podcasts, copie o link http://feed.vortexcultural.com.br/, abra seu iTunes, vá na aba “Avançado”, “Assinar Podcast…”, cole o endereço e pronto!

    Contato

    Elogios, Críticas ou Sugestões: [email protected]
    Entre em nossa comunidade do facebook e Siga-nos no Twitter: @vortexcultural

    Comentados na edição

    Quadrinhos

    Mitos Marvel
    Marvels II – Por Trás das Câmeras
    Panorama do Inferno – roteiro/arte: Hideshi Hino

    Literatura

    Resenha A Cor da Magia – Terry Pratchett

    Teatro

    Alucinadas

    Séries

    Entourage

    Cinema

    O Aprendiz de Feiticeiro
    Destinos Ligados
    Aquarela – As Cores de Uma Paixão
    Almas À Venda
    Vencer
    Crítica Os Mercenários

    Produto da Semana

    Masturbador Vagina e Ânus Realístico Katie Morgan