Tag: duro de matar

  • Crítica | Duro de Matar 4.0

    Crítica | Duro de Matar 4.0

    Duro de Matar é uma das bem mais sucedidas franquias do cinema. Ainda que tenha somente cinco filmes, as aventuras vividas pelo policial nova iorquino, John McCLane, sempre estrelado por Bruce Willis, caíram no gosto do público. O McCLane de Willis parece sempre de mal humor, regado de ironias, sarcasmos e cinismos e aparenta ser gente como a gente. É fácil nos enxergar em várias situações vividas pelo personagem.

    A franquia estabeleceu algumas regras básicas: McCLane deve sempre estar no lugar errado e na hora errada, assim como algo que já foi estabelecido com Max Rockatansky em Mad Max. Se no primeiro filme McCLane viaja até Los Angeles para surpreender sua esposa e se vê no meio de uma conspiração com feridos e reféns, no segundo, vai até Washington buscar a mulher no aeroporto e acaba por impedir um atentado terrorista e no terceiro, em casa, lida com um terrorista que tem interesses pessoais com McCLane e que coloca em risco toda a cidade de Nova Iorque. Já neste Duro de Matar 4.0, um pouco das regras são mudadas e McCLane, um policial “das antigas”, precisa lidar com o cyber terrorista Thomas Gabriel (Timothy Oliphant), após ser escalado pelo FBI para escoltar um hacker chamado Matt Farrell (Justin Long). Após McCLane e Farrell sofrerem um ataque, o policial percebe que seu dia será longo demais, mais uma vez.

    Devemos lembrar que os três primeiros filmes lidam com o terrorismo de uma maneira mais “aberta”, principalmente na segunda e terceira fita, onde as explosões e violência são escancaradas. Mas também, era uma época pré 11 de setembro, uma época até então que as nações (principalmente a americana) acreditavam ser indestrutíveis. É fato que o maior atentado terrorista da história mexeu com os americanos e mudou a maneira de se fazer cinema, mudando também, John McCLane. Por isso, colocar McCLane para enfrentar um cyber terrorista (após diversas mudanças no roteiro), talvez tenha sido a decisão mais acertada, mas também a mais errada.

    Claro que esperávamos a famosa interação do “tiozão” com as máquinas. Prevíamos boas situações constrangedoras, como piadas com a idade e coisas do tipo, mas a verdade é que não funcionou. Primeiro porque realmente faltou sensibilidade dos roteiristas em desenvolver algo que soasse mais natural na relação do nosso herói com o mundo das máquinas. Segundo porque a relação de McCLane com seu sidekick da vez não tem química alguma, ainda mais após termos um filme com Bruce Willis e Samuel L. Jackson em cena, algo que funcionou de maneira certeira. E por último porque o jeito “chato” de McCLane, dessa vez, não convence como antes.

    O maior problema de Duro de Matar 4.0 é que McClane virou justamente o que criticava, no caso, oherói perfeito, que é praticamente indestrutível. Como paródia de si mesmo, virou uma paródia da subversão que personificou.

    Ainda assim, o filme rende bons momentos e são nos momentos em que o protagonista está em terreno seguro, leia-se deboche, ação e pancadaria, como na perseguição de carros no primeiro ato, ou na cena em que enfrenta Mai Linh (Maggie Q), no segundo ato e quando dirige um caminhão, no terceiro ato (e que descamba para uma cena bem desnecessária que envolve um caça). Ah, a participação de Kevin Smith como um “nerd supremo” também é muito boa.

    A sorte de Duro de Matar 4.0 é que existe o quinto filme, que é extremamente ruim, sendo que um sexto filme está em desenvolvimento. Só nos resta aguardar e torcer para vermos o bom e velho John McCLane de volta.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

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  • Resenha | Duro de Matar – Roderick Thorp

    Resenha | Duro de Matar – Roderick Thorp

    Joe Leland, o investigador que Roderick Thorp criou em seu romance O Detetive (este também foi adaptado para o cinema, em Crime Sem Perdão) retorna nesse segundo volume, chamado originalmente  de Nothing Lasts Forever (em tradução livre Nada Dura Para Sempre) e batizado aqui com o mesmo nome do filme, Duro de Matar, onde o policial nova iorquino resolve viajar para a Califórnia para passar o natal com sua filha e tem evidentemente algumas surpresas.

    Thorp é conhecido por ter traçado o caminho da cocaína via Herald Examiner, onde descobriu a origem da droga, na America do Sul até a chegada na California, e esse conhecimento jornalístico ele emprega neste livro.  A historia é toda contada a partir da contagem do relógio, em direção ao grande evento que justificaria todas as desventuras que Leland vive. Apesar de não ser uma historia de estética noir há ali, seja na descrição de casos que o investigador não pegou, como um em quem um homossexual enrustido teria matado pessoas, trazendo a tona estereotipo sexual para um vilão, ou simplesmente o vício de cigarro que Joe tenta largar. Ambos aspectos são considerados negativos pelo homem, ou seja, ele não quer ser associado nem ao vício e nem ao simplismo de julgar alguém por conta de sua orientação sexual.

    O desenrolar lento do livro é lento, e Thorp claramente tem uma preocupação moralista com o divorcio, mostrando que em 1986 ainda havia uma resistência forte a esses relacionamento de desquite. A violência começa comedida , e é muito bem descrita, tal qual no roteiro do filme, e a estrutura da trama se divide em antes e depois da virada de natal, com o ritmo frenético acontecendo após a meia noite, onde se serviria a ceia.

    A tradução desta versão da Editora Record é curiosa, variando entre o uso irrestrito de tempos como pretérito imperfeito ao mesmo tempo em que não se furta em usar palavreado coloquial, com palavrões e xingamentos mais fortes. Essa visceralidade dos diálogos combina com outro aspecto da trama, que é o foco no instinto de sobrevivência de Leland, que é capaz de fazer qualquer coisa para sobreviver, tal qual sua contra parte John McLante. Ele caça aperitivos para não sofrer com inanição, se alimentando com o que consegue encontrar pelo prédio assaltado. Os bandidos matam reféns – em determinado momento, fala-se em sete vitimas – e acertam um helicóptero da polícia.

    Leland no último capítulo está pessimista, achando que não conseguira resolver a questão do prédio tomado pelos bandidos e esse espírito foi largamente usado no personagem de John McLane em especial no primeiro filme e em Duro de Matar 2, ele acha que fracassará, basicamente porque a situação parece impossível de ser resolvido. Em meio a dor, o detetive utiliza os maços de nota que os bandidos tentavam roubar para atrair atenção ao prédio que está sendo atacado, tacando alguns desses milhões para baixo, fazendo com que as pessoas notem que algo estranho acontece ali, isso, lesionado, com a perna dormente enquanto as pessoas que o rodeiam tem Rigor Mortis.

    No final, Joe Leland está anestesiado, por conta da dor que sentiu quando combatia os malfeitores e um dos vilões – Karl – surge em meio as cinzas, quase como um morto vivo para atacar-lhe, e um sacrifício entre os que estavam cuidando do tira ocorre, para que o protagonista siga vivo. O final que Thorp pensou para o seu Nothing Lasts Forever é mais forte e certeiro que a adaptação que Jeb Stuart e Steven E. Souza fizeram em Duro de Matar, e causa mais impacto por conta das perdas. O ritmo alucinante e a maestria com que a história é desenrolada nas curtas 192 páginas faz realmente a obra do autor parecer uma evolução do que Raymond Chandler e Dashiell Hammett faziam, basicamente por ser visceral e sem rodeios, com bastante ação e um final cheio de adrenalina, em uma leitura fácil e extremamente divertida, que acerta principalmente graças a simplicidade da linguagem que emprega.

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  • VortCast 60 | Duro de Matar

    VortCast 60 | Duro de Matar

    Yippee Ki-Yay. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Filipe Pereira (@filipepereiral), Bruno Gaspar (@hecatesgaspar) e Jackson Good (@jacksgood) se reúnem para comentar sobre a série de filmes Duro de Matar, iniciada em 1988, e que revolucionou o gênero de ação. Saiba um pouco a respeito dos bastidores, curiosidades e o desenvolvimento de John McClane ao longo da franquia.

    Duração: 104 min.
    Edição: Julio Assano Junior
    Trilha Sonora: Julio Assano Junior
    Arte do Banner:
     Bruno Gaspar

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    Crítica Duro de Matar
    Crítica Duro de Matar 2
    Crítica Duro de Matar: A Vingança
    Crítica Duro de Matar 4.0
    Crítica Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer

    Comentados na Edição

    VortCast 25: Máquina Mortífera
    VortCast 40: Frank Sinatra e o Cinema
    Crítica Crime Sem Perdão
    Crítica Comando Para Matar
    Crítica Um Tira da Pesada
    Crítica O Predador
    Duro de Matar – Roderick Thorpe

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  • Crítica | Duro de Matar: A Vingança

    Crítica | Duro de Matar: A Vingança

    duro de matar - a vingança

    Depois de uma produção mediana que, ainda assim, conquistou boa bilheteria, John McTiernan reassume a direção em uma trama que, como a anterior, foi desenvolvida a partir de um argumento prévio com a personagem central inserida em reformulações do roteiro.

    Duro de Matar: A Vingança dialoga diretamente com o primeiro filme. A cena de abertura dá o tom da produção, mostrando a caótica cidade de Nova York ao som de Summer In The City (John Benson Sebastian, Steve Boone, Mark Sebastian), com suas extensas ruas movimentadas, até uma grande explosão que interrompe as cenas panorâmicas.

    Em pouco tempo, compreende-se que, dessa vez, John McClane não é a vítima azarada dos acontecimentos, mas quem foi chamado para vir à ação por um terrorista que ameaçou destruir a cidade caso o policial não aparecesse.

    O filme inverte a lógica vista anteriormente para apresentar um novo fôlego para a história e introduz um elemento perigoso que se estabelece normalmente na parte final de uma trilogia: a adesão de um parceiro para a personagem central. Colocados ao acaso um do lado do outro, a parceria entre Zeus Carver e McClane, com um sempre irritado e bom Samuel L. Jackson, aproxima-se de outra dupla famosa no estilo: Riggs e Murtaugh de Máquina Mortífera.

    A dinâmica entre as personagens expande a ironia consagrada da personagem central, o que faz deste filme o mais engraçado dos três. Evidente que não há mais a intenção de se produzir uma história – ou personagem – verossímil. Tendo arrebatado grande público em suas duas histórias anteriores e transformado Bruce Willis em um astro de ação, tudo o que esta produção deseja é dar ao público mais uma história de sua personagem mais icônica.

    O roteiro feito por Jonathan Hensleigh (Jumanji, O Santo, Armageddon) equilibra-se bem entre McClane, seu coadjuvante, Zeus, e o bandido que, como infere o título, deseja, de alguma maneira, se vingar. O laço com a primeira história não é feito de maneira tão exagerada como vemos em filmes contemporâneos, parecendo uma sequência natural dos acontecimentos anteriores.

    Mesmo que a história esteja situada em uma época em que havia algumas experimentações nos efeitos visuais – que engatinhavam – com um resultado mal composto entre imagem e fundos computadorizados, a ação é ininterrupta e transforma este pequeno defeito em quase nada. Se em outras situações McClane tenta, à sua maneira, vencer as regras ditas pelo bandido, aqui passa a maior parte do tempo como um joguete e, aos poucos, vai percebendo as distrações impostas e as verdadeiras intenções do vilão, que tenta dominar a situação.

    Se não houvesse um retorno da personagem, a trilogia Duro de Matar fecharia com chave de ouro, sendo capaz de retomar elementos de seu próprio passado mas não entregando uma trama semelhante à anterior, costurando-a de maneira diferente e sempre apoiado em diversas cenas de ação.

    No país, o DVD lançado pela Buena Vista/Disney foi um dos primeiros da empresa, na época em que somente um menu com opções de legenda e dublagem estava disponível. O formato letterbox causa problemas para quem tem uma televisão em widescreen e a imagem do disco não é das melhores. É o único filme da série lançado pela Buena Vista/Disney. Embora esteja disponível nos boxes em DVD, ainda não há lançamento em Blu Ray, desfalcando a coleção em alta definição.

  • Crítica | Duro de Matar 2

    Crítica | Duro de Matar 2

    duro de matar 2

    John McClane estava errado. O último natal em que teve que salvar sua esposa não foi o mais infernal de sua vida. Um ano se passou, a família McClane está estabelecida e o policial aguarda a chegada do avião da esposa a Washington para passarem o Natal na companhia dos pais.

    No caos de um aeroporto em véspera de feriado, McClane nota algo estranho e, ao avisar em vão as autoridades, sente-se na obrigação de investigar o que está acontecendo.

    Duro de Matar 2 dá sequência ao grande sucesso gerado pelo primeiro em um filme mediado. O cenário é substituído e ampliado para um gigantesco aeroporto, dando maior dimensão para o atentado terrorista da vez e ampliando as cenas de ação.

    Ao contrário da primeira produção, McClane não está sozinho, mas é desacreditado pela polícia que sempre tem consciência dos fatos após acontecidos. Conforme avança a problemática – terroristas que tomam o aeroporto para resgatar um avião com um importante prisioneiro de guerra –, cabe a ele tentar resolver a situação, sempre nervoso por estar, novamente, em uma situação limite.

    A dose de adrenalina na história é duplicada e apresenta os primeiros sinais de uma licença poética sobre a personagem que, antes, era a mais humana possível. Aqui, o policial se torna o único capaz de restaurar a paz e sofre muito mais do que antes, saindo-se mais invencível, ainda que as cenas de ação em si não percam seu estilo.

    A trama escorrega ao tentar apresentar algo maior do que o primeiro filme, envolvendo mais personagens e inserindo-as em uma história com maiores proporções. Apesar disso, McClane continua sendo o salvador das situações, como evitar um acidente aéreo em um aeroporto sem luzes locomovendo-se em uma pista de pouso com duas tochas na mão.

    Na improbabilidade de somente um homem ser capaz de fazer tudo pela incompetência dos demais, nasce o riso irônico de McClane, uma das características mais fortes da personalidade do herói, mas que também é diminuída na trama.

    Talvez evitando em demasia não replicar a primeira trama, produziram uma com diversos exageros que poderiam ser melhor apresentados sem retirar o elemento humano que simbolizou a revolução de Duro de Matar.

  • Crítica | Duro de Matar

    Crítica | Duro de Matar

    duro de matar - poster

    Yippie Ki-Yay. O ano é 88 e o cinema de ação brucutu, com seus heróis de grandes feitos quase imortais, era um sucesso de bilheteria que duraria até meados da década seguinte. Dentro do panteão de personagens cheios de músculos que atiram primeiro e perguntam depois, Duro de Matar introduziria um inovador elemento primordial que hoje se tornou comum nas produções do estilo. No elemento humano chamado John McClaine, Bruce Willis e o diretor John McTiernan criavam um clássico do cinema de ação e, sem nenhuma dúvida, um dos melhores filmes natalinos de todos os tempos.

    A premissa de Duro de Matar não poderia ser mais simples. Apoiada em uma época em que não eram necessárias personagens profundas e reviravoltas para se fazer um bom roteiro, o policial de Los Angeles John McClaine visita a família no Natal e tem o azar de estar na empresa da mulher no momento em que um atentado está em andamento. A trama se passa em um ambiente isolado, um grande prédio comercial de que conhecemos poucos andares. Com quase nenhum armamento, sem ideia do que realmente acontece e sem sapatos, a personagem faz o que pode para defender sua esposa.

    O roteiro introduz um estilo novo de personagem durão indo além do perfil físico. McClaine é irônico, mal-humorado e, acima de tudo, humano. Não possui força descomunal e inteligência acima da média. É um homem defendendo a família, tentando cumprir seu dever, com um certo senso de treinamento e que sangra demasiadamente. O elemento humano acaba se perdendo nas sequências, mas aqui é uma das qualidades mais significativas que o perpetuaram como um dos melhores filmes do gênero.

    A personagem composta por Willis é carismática e desde este filme primordial identifica um de seus famosos tiques faciais de projetar a boca, parecendo que em algumas cenas o ator faz um pequeno biquinho. Independente do cacoete, foi aqui que sua fama se fez como um querido herói de ação que até hoje mantém sua carreira funcional interpretando o mesmo tipo de personagem, quando não o próprio McClaine.

    Os elementos inovadores do filme foram responsáveis por um novo protocolo no estilo de ação que, à procura de heróis mais humanos, causou um declínio dos grandes na década de noventa e que, no início da década passada, fez com que personagens não necessariamente dotados de qualidades físicas visíveis se tornassem a estrela principal do gênero.

    Se ainda atualmente temos personagens de ação resmungonas que alcançam seu objetivo de maneira dolorida e mais humana, devemos estes fatores a John McClaine. O homem errado na hora errada.

  • Agenda Cultural 50 | Miseráveis, Hitchcock e um filme Duro de Assistir

    Agenda Cultural 50 | Miseráveis, Hitchcock e um filme Duro de Assistir

    agenda50

    Bem vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Rafael Moreira (@_rmc), Carlos Brito, Jackson Good (@jacksgood) e o convidado chapa-branca Carlos Tourinho (@touroman), do Pauta Livre News e Iradex, se reúnem em mais uma edição da Agenda Cultural trazendo dicas de literatura, quadrinhos, música e cinema. Enjoy it.

    Duração: 101 min.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Rafael Moreira

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    Comentados na Edição

    Literatura

    A Cidade Inteira Dorme e Outros Contos Breves – Ray Bradbury (compre aqui)
    A Espetacular Vida da Morte – MJ Macedo (compre aqui)
    Série A Torre Negra – Stephen King (compre aqui)

    Quadrinhos

    Segredo de Família – Eric Heuvel (compre aqui)

    Música

    David Bowie – The Next Day
    Eric Clapton – Old Socks
    Bon Jovi – What About Now

    Cinema

    Crítica Os Miseráveis
    Crítica O Voo
    Crítica A Hora Mais Escura
    Crítica Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer
    Crítica Amanhecer Violento
    Crítica Indomável Sonhadora
    Crítica Hitchcock

  • Crítica | Duro de Matar: Um Bom Dia Para Morrer

    Crítica | Duro de Matar: Um Bom Dia Para Morrer

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    Os astros reúnem-se para um épico filme em grupo e depois retornam para suas aventuras solo: Os Mercenários são Os Vingadores do cinema de ação old school. Depois de Schwarzenegger em O Último Desafio (e, pelo menos no Brasil, antes de Stallone em Alvo Duplo), é a vez do inoxidável Bruce Willis ser o centro das atenções. Ele encarna mais um vez seu personagem mais famoso, o policial John McClane, no recente lançamento Duro de Matar – Um Bom Dia Para Morrer. Mesmo desconsiderando a pra variar “genial” tradução brasileira de A Good Day To Die Hard (era díficil chamar simplesmente de Duro de Matar 5?!), é triste comentar sobre este que acabou se revelando o pior capítulo da franquia.

    Naquilo que se passa por “história”, McClane fica sabendo que seu filho Jack, com o qual não falava há anos, foi preso na Rússia e está sendo acusado de assassinato. Como canais legais e diplomáticos são para os fracos, ele resolve embarcar por conta para a terra do grande Zangief pra resolver a parada. Chegando lá, mas que vergonha, descobre que seu pimpolho trabalha para a CIA e está numa missão ultrasecreta visando a recuperação de (sim, isso mesmo) armas nucleares. A partir disso, pai e filho vão rapidamente se entender, sobreviver e derrotar os vilões. E só.

    Na linha do que aconteceu recentemente com Skyfall, grande parte das críticas negativas de Um Bom Dia Para Morrer vem se concentrando na alegação de que este não é o “verdadeiro” John McClane. Besteira. Os mais radicais (e chatos) falam isso desde Duro de Matar 3, e apesar disso os filmes foram empolgantes e divertidos (com o 4.0 sendo o ápice do massa véio bem executado). O problema agora é que o 5º filme é ruim, simplesmente. O roteiro é fraco até para os padrões do gênero, a ação nao consegue compensar isso por ser muito genérica, e nem o carisma do protagonista aparece.

    Bruce Willis costuma mandar bem mesmo no automático, mas aqui ele está em algum ponto abaixo disso. Ele parece se apagar em vários momentos, como se McClane quisesse deixar o filho brilhar. O que nunca passa nem perto de acontecer, naturalmente. E a culpa é mais do roteiro do que do esforçado Jay Courtney (visto em Spartacus e Jack Reacher). A história tenta trabalhar uma relação conflituosa entre pai e filho, mas de maneira rasa e extremamente indecisa. A mágoa que Jack sente pelo pai ausente acaba num passe de mágica quando John diz que o ama. A dinâmica do veterano acostumado ao improviso em contraste com o jovem metódico e certinho espião style, que poderia render algo interessante, fica apenas na sugestão. Isso porque tudo na trama acontece muito fácil e rápido, não há senso de perigo ou urgência em momento nenhum, então não faz diferença o modo como eles resolvem as coisas.

    A velha ironia de McClane, resmungando sobre a roubada em que se meteu, também sai prejudicada no meio disso. Como não demonstra estar passando por dificuldades, ele perde sua humanidade e torna-se chato repetitivo. Por exemplo, ao repetir umas doze vezes que estava de férias. As cenas de ação, que poderiam contar pontos a favor do filme (afinal, é um blockbuster), não chegam a impressionar. Com a breve exceção da perseguição de carros inicial, que começa burocrática mas diverte quando se torna galhofa e absurda. Depois, tudo se resume a tiroteios e correrias Comuns da Silva. Quando surge um lampejo de inspiração visual na cena do “yippee-ki-yay, motherfucker” ou até na referência ao final do primeiro filme, já é tarde demais pra salvar qualquer coisa.

    Com uma recepção amplamente negativa, e uma bilheteria mediana, difícil exergar um futuro para a franquia Duro de Matar. O que não deixa de ser uma pena, pois John McClane merecia um encerramento melhor. Mas pelo menos continuaremos a ver Bruce Willis chutando bundas por aí, certamente.

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • Top 10 | Filmes de Natal

    Top 10 | Filmes de Natal

    Aproveitando a data festiva, me juntei ao Rafael, e chegamos à um consenso em uma lista de 10 filmes para indicarmos. Alguns desses filmes tem o Natal como plano de fundo da história, outros são praticamente um personagem dentro da trama. Como não poderia deixar de ser, muita coisa ficou de fora, mas tem dicas para todos os gostos.  Confira nossas indicações abaixo.

    Esqueceram de Mim, de Chris Columbus (Por Rafael Moreira)

    Numa boa, quem nunca viu esse filme na Sessão da Tarde, ou nos “especiais de natal” da Globo, ou é muito novo, ou não teve infância. O filme que explodiu a fama de Macaulay Culkin, esquecido pela família que foi viajar no Natal, fazendo o diabo com os dois ladrões que tentam invadir a casa que pensam estar vazia. Diversão pura e simples. Com um bônus que beira o surreal, Joe Pesci, que no mesmo ano faz um mafioso e cascudo em Os Bons Companheiros, faz aqui Harry, um dos ladrões tapados da história, escolha certa para o Natal com a família.

    O Espião Que Sabia Demais, de Tomas Alfredson (Por Flávio Vieira)

    Dono de uma narrativa muito diferente daquela que nos acostumamos a ver em filmes de super-espiões, O Espião que Sabia Demais tem uma atmosfera fria e nublada, contudo, contemplativa e romântica  de personagens solitários e possuidores de uma visão angustiantes, mas ainda assim extremamente humanos. O que tudo isso tem a ver com o Natal? Quase nada, exceto que o filme se passa durante o período natalino, com um destaque especial para a sequência final ao som de La Mer, na interpretação de Julio Iglesias.

    Brazil, de Terry Gilliam (Por Rafael Moreira)

    Entre viagens oníricas de Sam Lowry e aparições do nada de Harry Tuttle (Robert De Niro), vemos Mr. Helpman fantasiado de Papai Noel avisando que Jill Layton foi morto, duas vezes. Vai entender porque a cabeça maluca do Terry Gilliam quis localizar o tempo do filme justamente no natal. Talvez seja uma tentativa de contrastar ainda essa época clamada por ser de amor, paz e bla bla bla, com aquele universo frio e mecanicista criado no filme. Ou talvez seja uma critica ao natal e ao consumismo vindo com ele, que representam muito da nossa sociedade, enfim vai entender o Gilliam, o negócio é assistir porque Brazil é um filmaço de distopia, que deve fazer seu natal bem depressivo, como deve ser.

    Edward Mãos de Tesoura, de Tim Burton (Por Flávio Vieira)

    Houve um tempo que as bizarrices de Tim Burton vivia conjuntamente com sua sensibilidade artística, algo que parece esquecido pelo diretor já há algum tempo. No entanto, esse não é o caso de Edward Mãos de Tesoura. O personagem de Edward é um contraponto à uma sociedade que dita como ela deve se portar, que apesar de todas as sombras contidas no personagem, nota-se uma extrema inocência, tudo isso somado à direção de arte de cair o queixo. Um lindo conto de natal.

    Duro de Matar, de John McTiernan (Por Rafael Moreira)

    Duro de Matar é outro que dispensa qualquer apresentação, um dos melhores filmes de ação de todos os tempos, e é claro se passa no Natal. Quem se lembra do presentinho de Papai Noel que John McClane manda para Huns Gruber, com um “Agora eu tenho uma metralhadora” HO HO HO. Sem contar logo no início, quando o ele pergunta para o motorista que acabou de colocar o rap “Run DMC – Christmas In Hollis” no toca-fitas do carro, se ele não tem nenhuma música de natal, o chofer responde, “Isso é música de Natal.”

    A Felicidade Não se Compra, de Frank Capra (Por Flávio Vieira)

    Eleito como o melhor filme de Natal de todos os tempos, pelo Rotten Tomatoes, não haveria como deixar de citá-lo nessa lista. A Felicidade não se Compra é uma linda história de redenção e toca em temas básicos mas fundamentais a todos nós como honestidade, compaixão e solidariedade. Apesar de pra muitos ser analisado nos dias de hoje como um filme bobo, o filme trata de valores da vida e sobre a ganância do ser humano. De 1946 mas ainda extremamente atual.

    A Vida de Brian, de Terry Jones (Por Rafael Moreira)

    Quem diria, uma singela lista de 10 filmes de natal, e o Terry Gilliam envolvido em 2 desses filmes, mas aqui só como roteiro, já que a direção é do Terry Jones. Mas enfim, esse é um dos clássicos filmes do Monty Python, e mais natalino impossível, já que a história toda gira em torno de um cara que nasceu no mesmo dia que Jesus, e acho uma das melhores comédias de todos os tempos.

    O Estranho Mundo de Jack, de Henry Selick (Por Flávio Vieira)

    O Musical dirigido por Henry Selick e escrito e produzido por Tim Burton traz uma das mais bizarras histórias natalinas. A animação é realizada com bonecos de massinha em stop-motion e uma direção de arte lindíssima, com destaque especial para a paleta de cores quase monocromática na Terra do Halloween e as cores quentes e intensas na Terra do Natal, com uma ambiguidade visual presente no design do protagonista e o antagonista do filme, enquanto Jack veste roupas de cores pálidas que se tornam reluzentes frente à beleza do Natal, Papai Noel com seu vermelho vivo surge completamente apagado. Filme riquíssimo visualmente.

    Máquina Mortífera, de Richard Donner (Por Rafael Moreira)

    Outro filmaço de ação, Mel Gibson no começo de carreira com cara de alucinado, que pelo menos que se passa na época do Natal, mas acredito que não nos especias de fim de ano para a família 🙂 Mas quem se lembra da cena de tensão absurda do suicídio? Está lá passando na TV um especial de natal do Pernalonga, oras. Além do filme começar tocando Jingle Bell, e a transação das drogas que culmina naquela loucura do Mel Gibson, “Atire nele! Atira!” com cara de psicopata, é feita num caminhão vendendo árvores de natal. Com tudo isso ainda temos a lição moral típica desses filmes, com o Mel Gibson aprendendo a dar valor a sua vida, e o Danny Glover percebendo que não deve ter preconceito contra policiais malucos.

    Um Homem de Família, de Brett Ratner (Por Flávio Vieira)

    Nicolas Cage com toda a pieguice e previsibilidade que só o Natal traz, mas esqueçamos tudo isso, afinal o Natal é piegas por si só, e muitos de nós adoramos isso. De 2000, quando nosso amigo “Gaiola” ainda não tinha se rendido a roteiros sem ao menos lê-los, Um Homem de Família traz um conto de Natal ao melhor estilo A Felicidade Não se Compra, de Frank Capra (mencionado acima), repleto de clichês, mas com um elenco carismático e repleto de sensibilidade.

    Menções honrosas a grandes filmes como: Duas Semanas de Prazer, Inferno 17, Feliz Natal, De Ilusão Também se Vive, Uma História de Natal, O Natal dos Muppets, Trocando as bolas, Conto de Natal, Um Herói de Brinquedo, Gremlins, Férias Frustradas de Natal, Beijos e Tiros, Milagre na Rua 34, Batman: O Retorno, Um Anjo Caiu do Céu, Simplesmente Amor, Caiu do Céu, Rocky IV, Operação Presente, Senhores do Crime, A Loja da Esquina, De Olhos Bem Fechados, Na Mira do Chefe, Se Meu Apartamento Falasse, Papai Noel das Cavernas, Fanny e Alexander, O Natal de Charlie Brown, Os Fantasmas Contra-atacam, entre tantos outros de todos os gêneros possíveis e inimagináveis.

    É isso galera, independente da religião ou crença de cada um, celebremos essa data com nossas pessoas queridas e que cada um esteja em paz com seus amigos e familiares. Desejamos à todos um Feliz Natal.