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  • Crítica |  Best F(r)iends: Volume 1

    Crítica | Best F(r)iends: Volume 1

    Após ter seu filme The Room redescoberto quando foi homenageado em O Artista do Desastre, Tommy Wiseau resolveu sair do ostracismo para voltar a atuar, com seu amigo Greg Sestero, em Best F(r)iends: Volume 1, filme de 2017 dirigido por Justin MacGregor. Dessa vez, o roteiro é de Sestero, mas ainda se percebe uma boa dose de contribuição autoral da parte de Tommy.

    O filme começa com John Kortina (Sestero) andando rumo ao nada, com uma placa onde se lê que ele precisa de dinheiro para comprar plutônio, a fim de conseguir mover sua máquina do tempo. Ele está com a barba por fazer e com a camisa branca que usa toda ensanguentada e não se sabe se aquilo é real ou não. Logo, o excêntrico Harvey Lewis (Wiseau) o encontra, e oferece a ela trabalho, no necrotério onde o mesmo cuida de mortos. As conversas dos dois não possuem sentido, Harvey acha que John tem envolvimento com ninjas e samurais e na maioria das vezes, o personagem de Sestero permanece em silêncio, se limitando a balançar a cabeça positivamente na maioria das vezes.

    Kortina é chamado por seu novo amigo de Ninja-Man, e ele guarda algum estranho segredo. Ele é visto bisbilhotando no frigorífico do necrotério, ao mesmo tempo, Lewis tem um estranho hobby, de fazer rostos de cera, copiando as feições dos vivos e principalmente dos mortos. Os dois começam a se envolver emocionalmente, de uma forma tão intensa que faz se perguntar se estariam apaixonados um pelo outro, como muito se perguntou a respeito do que existia entre os seus interpretes, mas logo o roteiro trata de arrumar um interesse romântico para o mais moço dos personagens.

    MacGregor conduz o longa de uma maneira estranha, em alguns pontos ele deixa o filme parecer mais sério e introspectivos, com uma trilha sonora instrumental contínua, que agrega a historia um bocado de mistério dado o quão é hermética, com outros momentos em que as discussões entre os personagens são extremamente fúteis e banais. De certa forma ele evolui o quadro de The Room, pois aparentemente tem uma trama que se importa em ser desenrolada de modo mais sério, ao passo que não abre mão dos muitos clichês, e revela as preferências artísticas de Sestero e Wiseau, com exposição de pôsteres de filmes e atores que ambos admiram, como James Dean, ator talentoso e adepto do método e com atuação completamente diferente da maneira que Sestero e Wiseau interpretam.

    O maior problema do filme mora no fato dele não ter qualquer conclusão,  desse modo não dá para entender direito qual é a intenção de roteirista e diretor ao trazer esse filme à tona, se é seguir o mesmo estilo de The Room com uma técnica mais sofisticada, mas sem deixar de lado o visual típico de produções baratas para a televisão, ou se é justificar um pouco da excentricidade de Wiseau e até de Sestero, uma vez que esse é um produto mais do segundo que do primeiro.

    Há momentos em que a fotografia – assinada pelo diretor, MacGregor, fato que o impediria de entrar para a maioria das premiações de sua época, uma vez que é proibido assinar mais de um aspecto de direção dos filmes – é muito bem empregada, variando bem entre externas e internas, sem perder a fluidez, e em outros, claramente o cineasta filma de maneira desleixada, provavelmente para combinar com o péssimo desempenho de seu elenco.

    O mistério deixado para o final é cretino em um nível absurdo, não há tempo de tela para desenvolver isso, e mais uma vez levanta a possibilidade de acontecer entre os personagens uma relação homo erótica, que é encerrada de maneira bem semelhante as novelas mexicanas e brasileiras, com direito até a uma enigmática cena pós credita que tenta referenciar – ou fazer piada, é bem confusa e perturbadora – aos produtos de David Lynch, soando quase tão hermético quanto, obviamente com toda essa estética diferenciada dos produtos de Sestero e Wiseau.

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  • Os livros Que Inspiraram os Indicados ao Oscar 2018

    Os livros Que Inspiraram os Indicados ao Oscar 2018

    Assim como no ano passado (clique aqui), selecionamos a lista de todas as obras que foram adaptadas e indicadas na premiação do Oscar de 2018, a maioria delas traduzida e publicadas por editoras nacionais.

    Me Chame Pelo Seu Nome (Compre aqui)

    O livro do egípcio André Aciman que deu origem ao filme homônimo dirigido por Luca Guadagnino — aclamado nos festivais de Berlim, Toronto, do Rio, no Sundance e um dos principais candidatos ao Oscar de 2018 — foi traduzido por Alessandra Esteche e publicado pela editora Intrínseca. Até o momento, Me Chame Pelo Seu Nome é o único livro traduzido e publicado de Aciman no Brasil.

    Sinopse: A casa onde Elio passa os verões é um verdadeiro paraíso na costa italiana, parada certa de amigos, vizinhos, artistas e intelectuais de todos os lugares. Filho de um importante professor universitário, o jovem está bastante acostumado à rotina de, a cada verão, hospedar por seis semanas na villa da família um novo escritor que, em troca da boa acolhida, ajuda seu pai com correspondências e papeladas. Uma cobiçada residência literária que já atraiu muitos nomes, mas nenhum deles como Oliver.

    Elio imediatamente, e sem perceber, se encanta pelo americano de vinte e quatro anos, espontâneo e atraente, que aproveita a temporada para trabalhar em seu manuscrito sobre Heráclito e, sobretudo, desfrutar do verão mediterrâneo. Da antipatia impaciente que parece atravessar o convívio inicial dos dois surge uma paixão que só aumenta à medida que o instável e desconhecido terreno que os separa vai sendo vencido. Uma experiência inesquecível, que os marcará para o resto da vida.

    Com rara sensibilidade, André Aciman constrói uma viva e sincera elegia à paixão, em um romance no qual se reconhecem as mais delicadas e brutais emoções da juventude. Uma narrativa magnética, inquieta e profundamente tocante.

    Todo o Dinheiro do Mundo (Compre aqui)

    O filme mais recente de Ridley Scott foi uma adaptação do livro do romancista e biografo inglês John Pearson. O autor se tornou conhecido nos anos 1960 por ter escrito a biografia de Ian Fleming, criador do 007. Além disso, nos anos 1970 escreveu uma biografia de James Bond em primeira pessoa, apesar do sucesso de vendas, o autor recusou uma  nova oferta para escrever mais romances do agente fictício, passando a se dedicar a literatura de não-ficção. Em 1995 escreveu Painfully Rich: the Outrageous Fortunes and Misfortunes of the Heirs of J. Paul Getty, que acaba de ganhar uma versão traduzida e publicada pela HarpersCollins Brasil, com o mesmo nome do longa-metragem.

    Sinopse: O magnata do petróleo J. Paul Getty construiu a maior fortuna dos Estados Unidos – e chegou perto de destruir a própria família no processo, com o nome Getty, como um jornalista declarou, “se tornando sinônimo de família problemática”. Mas o desastre precisava acontecer?

    Quando Paul Getty foi sequestrado aos dezesseis anos, a notícia se espalhou pelo mundo. Mas seu avô, então o americano mais rico vivo, se recusou a pagar o resgate, ignorando o sofrimento do neto. Com os dias se arrastando dolorosamente, virou responsabilidade de Gail, a mãe perturbada mas determinada de Paul, negociar com os sequestradores…

    Nesta biografia completa da família Getty, John Pearson narra a criação da riqueza fenomenal e as maneiras como ela tocou e manchou as vidas de várias gerações, traçando boa parte dos problemas até a figura bizarra do bilionário avarento, o próprio J. Paul Getty – e demonstra que o dinheiro pode sim comprar a sobrevivência e até a felicidade.

    Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi (Compre aqui)

    Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi não é o primeiro romance publicado da autora americana Hillary Jordan no Brasil. Em 2013, a editora Bertrand anunciou o lançamento do livro Quando Ela Acordou. Quase cinco anos depois, com o advento do filme de Dee Rees lançado na Netflix que adaptou a obra de Jordan, a editora Arqueiro decidiu investir nos direitos de publicação. O responsável pela tradução é Marcelo Mendes, tradutor de outras obras da editora e de outro romance recém-adaptado que chegou nos cinemas recentemente, Operação Red Sparrow: Pronta Pra Seduzir, Treinada Para Matar.

    Sinopse: Ao descobrir que o marido, Henry, acaba de comprar uma fazenda de algodão no Sul dos Estados Unidos, Laura McAllan, uma típica mulher da cidade, compreende que nunca mais será feliz. Apesar disso, ela se esforça para criar as filhas num lugar inóspito, sob os olhos vigilantes e cruéis de seu sogro.

    Enquanto os McAllans lutam para prosperar numa terra infértil, dois bravos e condecorados soldados retornam do front e alteram para sempre a dinâmica não só da fazenda, mas da própria cidade. Jamie, o jovem e sedutor irmão de Henry, faz Laura de repente renascer para a vida, enquanto Ronsel, filho dos arrendatários negros que trabalham para Henry, demonstra uma altivez que não será aceita facilmente pelos brancos da região.   

    De fato, quando os jovens ex-combatentes se tornam amigos, sua improvável relação desperta sentimentos violentos nos habitantes e uma nova e impiedosa batalha tem início na vida de todos.

    Alternando a narrativa entre vários pontos de vista, este premiado romance oferece ao leitor diferentes versões dos acontecimentos. Os personagens, lutando por sentimentos de amor e honra num lugar e época brutais, se veem dentro de uma tragédia de enormes proporções e encontram redenção onde menos esperam.

    Artista do Desastre (Compre aqui)

    The Disaster Artist: My Life Inside the Room, the Greatest Bad Movie Ever Made é certamente uma das publicações mais curiosas da lista. O livro que ganhou uma adaptação recente de James Franco, infelizmente não foi publicado no Brasil e não há qualquer notícia de que o seja. Curiosamente, o livro de Tom Bissell e Greg Sestero é um best-seller lá fora, diferente de vários outros livros desta seleção.

    Sinopse: Em 2003, um filme independente chamado The Room, estrelado e escrito, produzido e dirigido por um desajustado social misteriosamente rico, chamado Tommy Wiseau, fez sua desastrosa estréia em Los Angeles. Descrito por um crítico como “como ser esfaqueado na cabeça”, o filme de US$ 6 milhões ganhou um valor total de US$ 1.800 de bilheteria e foi retirado de cartaz após duas semanas. Dez anos depois, se tornou um fenômeno de culto internacional.

    Aclamado pelo The Huffington Post como “possivelmente a parte mais importante da literatura já impressa”, The Disaster Artist é a história hilária de um fenômeno cinematográfico deliciosamente horrível, bem como a história de uma estranha e inspiradora amizade de Hollywood. Greg Sestero, amigo de Tommy, relata a estranha jornada do filme para a infâmia, explicando como as inúmeras cenas absurdas do filme e o diálogo começaram a revelar o mistério do próprio Tommy Wiseau. Mas mais do que apenas uma história divertida sobre a arrogância cinematográfica, “The Disaster Artist é um dos livros mais honestos sobre a amizade que eu li em anos” (Los Angeles Times).

    A Grande Jogada (Compre aqui)

    Adaptado para os cinemas com direção e roteiro de Aaron Sorkin, de A Rede Social Steve Jobso filme marca o primeiro trabalho de Sorkin como diretor. A Grande Jogada tem no elenco Jessica Chastain (Perdido em Marte e A Hora Mais Escura) no papel de Molly Bloom, além de Idris Elba, Kevin Costner e Michael Cera. A biografia escrita pela própria biografada foi traduzida e publicada pela editora Intrínseca.

    Sinopse: Com pouco mais de 30 anos, Molly Bloom ganhou as manchetes dos jornais ao ser presa pelo FBI por operar fora da legalidade uma das mais milionárias mesas de pôquer do mundo. Bonita e atraente, cortejada por homens poderosos, com um guarda-roupa de grife e montanhas de dinheiro no banco, a Princesa do Pôquer, como ficou conhecida, parecia mais uma estrela de Hollywood que uma criminosa confessa.

    E foi em Hollywood mesmo que ela começou, do zero, a promover as mesas pelas quais passariam, nos anos seguintes, centenas de milhões de dólares, em partidas que aconteciam em luxuosas suítes de hotéis, para uma seleta lista de convidados dispostos a desembolsar quantias que partiam dos seis dígitos. Entre eles, astros como Leonardo DiCaprio, Tobey Maguire e Ben Affleck, mandachuvas da indústria do entretenimento, líderes estrangeiros, grandes magnatas e até mesmo a máfia russa.

    Memórias de excessos, glamour e ganância narradas por uma mulher que sabia exatamente onde estava a linha que separa o legal do ilegal e escolheu conscientemente cruzá-la.

    Logan (Compre aqui)

    Livremente inspirado no quadrinho escrito por Mark Millar (Supremos, Kick-Ass) e desenhado por Steven McNiven (Guerra Civil), O Velho Logan foi lançado em 2008, e tinha como plano de fundo um universo alternativo distópico. Posteriormente, Brian Michael Bendis trabalhou com o personagem durante o evento Guerra Secreta, que contou com a arte de Andrea Sorrentino. No Brasil, a série de Millar e McNiven foi publicada mensalmente na revista Wolverine nº 57 a 64, pela Panini Comics, e encadernada na Coleção Oficial de Graphic Novels Marvel, A n° 58, pela editora Salvat.

    Sinopse: Cinquenta anos no futuro, a América se tornou um vasto território dividido em feudos e governado por vários supervilões. Desde que os heróis tombaram, o que aconteceu com Wolverine passou a ser um grande mistério: em seu lugar vive um velho chamado Logan. Sem querer nada além de poder cuidar da família, Logan tem sua vida subitamente ameaçada… e se vê obrigado a viajar pela estranha nova América com a missão de proteger seu futuro e redescobrir seu passado.

    O Poderoso Chefinho (Compre aqui)

    Marla Frazee, autora de The Boss Baby — livro adaptado para os cinemas na animação homônima —  é reconhecida pelo seu trabalho voltado a literatura infantil, sendo vencedora de dois Caldecott Honors, premiação esta destinada ao reconhecimento do melhor livro ilustrado americano para crianças. A autora não tem nenhum trabalho publicado no Brasil até os dias de hoje.

    Sinopse: A partir do momento em que o bebê chegou, era óbvio que ele era o chefe.

    O bebê do chefe está acostumado a obter o seu caminho – bebidas feitas sob encomenda 24 horas por dia, 7 dias por semana, um jato particular e reuniões 24 horas por dia. Mas quando suas demandas não estão obtendo respostas adequadas, ele tem que dar novos comprimentos para alcançar a atenção que ele merece.

    Marla Frazee traz sua sagacidade de assinatura e humor – juntamente com ilustrações adoráveis ​​- para um livro que explora o efeito da nova chegada muito incomum de uma família.

    O Touro Ferdinando (Compre aqui)

    Um dos maiores clássicos da literatura infantil e que ganhou vida na animação dirigida por Carlos Saldanha. Escrito pelo americano e professor de literatura inglesa Munro Leaf e ilustrado pelo desenhista americano Robert Lawson. Leaf também foi editor literário, mas é mais lembrado pelo livro infantil em questão, que trazia um touro espanhol mais interessado em cheirar flores do que participar de touradas. O pequeno romance, assim que publicado, provocou considerável polêmica, sendo proibido na Espanha e queimado na Alemanha nazista por ser considerado um símbolo pacifista. Em 1938 o livro foi adaptado em um curta-metragem da Disney. O livro foi republicado, recentemente, pela editora Intrínseca.

    Sinopse: Com mais de 80 anos de vida, o simpático Ferdinando continua em boa forma. Sua história não envelheceu um dia sequer, ainda hoje conquistando corações e inspirando o respeito pelas diferenças.

    Publicado originalmente em 1938, O touro Ferdinando marcou gerações no mundo todo, tendo sido traduzido para mais de 60 idiomas. Com uma narrativa singela, uma união perfeita entre as ilustrações e o texto de humor delicado, o livro conta a história de um touro que, apesar de seu tamanho e sua força, não tem interesse em lutar nas touradas. Tudo que ele quer é cheirar as flores e ficar quietinho no seu canto, mas às vezes o mundo à nossa volta não compreende aqueles que são diferentes da maioria.

    Com um personagem encantador e ilustrações impecáveis, a obra traz uma mensagem universal e atemporal e certamente será amada também pelo público brasileiro.

    The Breadwinner (Compre aqui)

    The Breadwinner é uma das animações que estão na disputa pelo Oscar. O filme ainda não foi lançado no Brasil, no entanto, o livro que serviu de inspiração para o longa já ganhou tradução de ninguém menos que Ana Maria Machado e foi publicado em 2012 pela editora Ática. A continuação do livro de Deborah Ellis, A Viagem De Parvana: Mais Histórias De Uma Garota Afegã, também foi publicado no Brasil pela mesma editora.

    Sinopse: Aos 11 anos, a afegã Parvana está em apuros. Com o pai preso e o irmão mais velho morto, quem sustentará a casa se, pelas leis do governo Talibã, as mulheres não podem trabalhar? Só resta a Parvana se disfarçar de menino.

    A Bela e a Fera (Compre aqui)

    Imortalizado pela animação de 1991 da Disney, e recentemente, transformado em live-action, A Bela e a Fera é um romance de 1740, escrito por Madame de Villeneuve, e posteriormente reescrito em 1756 por Madame de Beaumont. A editora Zahar em sua coleção clássicos reuniu as duas versões em um belo livro repleto de cores, ilustrações e curiosidades sobre a obra e as autoras.

    Sinopse: A versão original do clássico que inspirou o novo filme da Disney, estrelado por Emma Watson Adaptado, filmado e encenado inúmeras vezes, o enredo de A Bela e a Fera vai muito além da jovem obrigada a casar com uma horrenda Fera que no final se revela um lindo príncipe preso sob um feitiço. Nessa edição bolso de luxo da coleção Clássicos Zahar você encontra reunidas duas variantes da história. A versão clássica, escrita por Madame de Beaumont em 1756, vem embalando gerações e inspirou quase todos os filmes, peças, composições e adaptações que hoje conhecemos. A versão original, que Madame de Villeneuve publicara em 1740, é de uma riqueza espantosa, que entre outras coisas traz as histórias pregressas da Fera e da Bela e dá voz ao monstro para que ele mesmo narre seu destino. Toda em cores e ilustrada, essa edição conta com ótima tradução do premiado André Telles, uma apresentação reveladora e instigante assinada por Rodrigo Lacerda e cronologia das autoras. A versão impressa apresenta ainda capa dura e acabamento de luxo.

    Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha (Compre aqui)

    O drama dirigido por Stephen Frears e estrelado por Judi Dench e Ali Fazal recebeu duas indicações pontuais: Melhor figurino e maquiagem e cabelo. O que poucos sabem é que o longa-metragem foi baseado no romance homônimo da jornalista indiana Shrabani Basu. Fruto de uma pesquisa intensa de mais de 4 anos, Basu descobriu a existência de um indiano que se tornou amigo e conselheiro da Rainha Victoria, em pleno período de colonização inglesa na Índia. O livro não foi publicado no Brasil até o momento.

    Sinopse: A amizade mais improvável da história – esta é a história surpreendente da rainha Victoria e do jovem indiano Abdul Karim.

    Nos anos crepusculares de seu reinado, após as mortes devastadoras de seus dois grandes amores – o Príncipe Albert e John Brown – a Rainha Victoria conhece o alto e belo Abdul Karim. Os dois formam um vínculo improvável e, dentro de um ano, Abdul se torna uma figura poderosa na corte, professor da rainha e conselheiro sobre assuntos urdu e indianos, e um amigo verdadeiro. Isso marcou o início da década mais escandalosa no longo reinado da rainha Victoria. À medida que a casa real se arrependia de ressentimento, a devoção de Victoria e Abdul crescia desafiando. Tirado de segredos cuidadosamente guardados por mais de um século, Victoria & Abdul é uma história extraordinária e íntima dos últimos anos da corte inglesa do século XIX e uma visão inesquecível sobre as paixões de uma rainha envelhecida.

    Extraordinário (Compre aqui)

    O diretor Stephen Chbosky fez história em 2012 com o longa-metragem As Vantagens de Ser Invisível, romance de sua autoria sobre adolescentes desajustados que tentam encontrar o seu lugar no mundo. Em 2017, Chbosky decidiu adaptar um romance publicado na mesma época em que havia sido publicado o seu The Perks of Being a Wallflower. Extraordinário, de R.J. Palacio foi um sucesso quase instantâneo, sendo traduzido e publicado pela editora Intrínseca pouco tempo depois de ser lançado nos EUA.

    Sinopse: August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso ele nunca frequentou uma escola de verdade.. até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular em Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apenas da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.

    R.J.Palacio criou uma história edificante, repleta de amor e esperança, em que um grupo de pessoas luta para espalhar compaixão, aceitação e gentileza. Narrado da perspectiva de Auggie e também de seus familiares e amigos, com momentos comoventes e outros descontraídos, Extraordinário consegue captar o impacto que um menino pode causar na vida e no comportamento de todos, família, amigos e comunidade – um impacto forte, comovente e , sem dúvida nenhuma, extraordinariamente positivo, que vai tocar todo tipo de leitor.

    Para espalhar a mensagem de Extraordinário, Palacio iniciou uma campanha antibullying, da qual milhares de crianças já participaram.

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  • Crítica | Artista do Desastre

    Crítica | Artista do Desastre

    Era uma vez Tommy Wiseau, um sujeito bem peculiar, sotaque diferente e fortuna de origem desconhecida. Fazia aulas de atuação nos Estados Unidos, e foi aí que sua vida se cruzou com outro aspirante a ator: Greg Sestero. Os dois cultivaram uma amizade forte, porém estranha, visto que Tommy se negava a conversar sobre sua própria vida (origem, idade etc). O tempo foi passando, os dois tentaram a sorte em Los Angeles mas sem grandes resultados. Desta forma, obstinado por seu grande sonho, Tommy resolve fazer ele mesmo um filme. O resultado foi o bizarro The Room, considerado um dos piores filmes já feitos.

    Os bastidores de The Room e a relação entre Wiseau e Sestero foram relatados por este no livro The Disaster Artist. A falta de talento e noção do realizador, aliado a diversos outros fatores, resultaram na atrocidade cinematográfica chamada The Room, mas rendeu belas histórias. A partir do livro, temos o filme Artista do Desastre, onde James Franco é o diretor e interpreta Wiseau.

    Logo de cara, temos que destacar a atuação de Franco. Ele conseguiu, de forma surpreendente, incorporar os trejeitos, sotaque, personalidade e o timbre da voz do realizador. Até a aparência física se aproxima com o ser humano original. O resultado é uma atuação excelente e muito divertida.

    Vários atores estão bem parecidos com os reais. Além do próprio Franco, podemos destacar Dave Franco, que interpretou Sestero, e Zac Efron, que viveu o traficante Chris-R, personagem do filme. Outros nomes conhecidos interpretaram personagens, como Alison Brie, Seth Rogen e Judd Apatow, enquanto outros aparecem sendo eles mesmos: Bryan Cranston, Kevin Smith, J. J. Abrams e Kristen Bell.

    O filme se apoiou bastante nos relatos do livro, mas também adicionou outros elementos. Houve uma tentativa maior de humanizar o diretor, só que acabou fazendo com que ele duvidasse dele próprio em alguns momentos, algo que destoa bastante do que é mostrado em grande parte do filme. Wiseau é megalomaníaco e tem uma autoconfiança extrema, beirando ao ridículo, e esses momentos de “Será que eu consigo? Será que sou capaz?” não faz jus à personalidade dele.

    O roteiro consegue mostrar bem as decisões erradas do realizador, que vão desde a compra de duas câmeras até a decisão de filmar em sets toscos ao invés de locações externas reais. O ponto mais interessante de Artista do Desastre é o fato de que ele trouxe ao grande público a existência de The Room, sendo que este voltou aos cinemas catorze anos após seu lançamento. Demorou, mas Wiseau finalmente realizou seu grande sonho de ver seu filme sendo passado além daquela única sala em 2003.

    Artista do Desastre é divertido, bem feito e certamente fará com que muitas pessoas corram atrás de The Room. Aliás, o filme será muito melhor aproveitado se você assisti-lo antes. Eles refilmaram diversas cenas, e se você conhecer o filme original, as coisas ficam bem mais interessantes. Não importa em qual ordem você assistirá, confira ambos que vale muito a pena. E por favor, assista à cena pós-créditos.

    https://www.youtube.com/watch?v=UtzsorjuK-o

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  • Resenha | The Disaster Artist – Greg Sestero e Tom Bissell

    Resenha | The Disaster Artist – Greg Sestero e Tom Bissell

    O filme The Room é taxado como um dos piores já feitos.  Por trás desta cômica atrocidade cinematográfica existem histórias de bastidores que valem muito a pena conhecer. Felizmente, tivemos esse privilégio por conta de um dos atores do filme, Greg Sestero, juntamente com Tom Bissell, no livro The Disaster Artist: My Life Inside the Room, the Greatest Bad Movie Ever Made (em tradução livre, O Artista do Desastre: Minha Vida Dentro de The Room, o Melhor Filme Ruim Já Feito).

    Greg iniciou sua trajetória no cinema desde o inicio da vida adulta. Nas inúmeras tentativas e erros, conheceu várias pessoas, entre elas um sujeito bem peculiar com sotaque diferente: Tommy Wiseau. Os dois criaram uma boa amizade e, em dado momento, Tommy convida Greg para participar de um filme de sua autoria. O nome do projeto era The Room.

    Em uma narrativa bem solta, sem palavreado rebuscado ou tentativas de formalidade, o livro se desenvolve de maneira bem fluida, onde Greg conta vários detalhes sobre a produção do filme e, ainda, de sua amizade com Tommy.

    Wiseau realmente é um ser humano fascinante. Algumas coisas ali contadas são difíceis de acreditar, mas fazem muito sentido quando assistimos a The Room. O filme é um reflexo pleno da personalidade e mentalidade de Wiseau, o que é assustador. O livro deixa bem claro que algumas coisas são floreadas para deixar a narrativa mais legal, porém acredito que a maioria do que é contado ali seja real.

    Um ponto interessante é a origem desconhecida do diretor, bem como de sua fortuna. Entre os bastidores de The Room e a própria trajetória profissional de Greg Sestero, temos algumas especulações sobre a origem misteriosa de Tommy, sua idade real, dentre outras coisas.

    Um exercício interessante é assistir a The Room, ler este livro e depois reassistir ao filme. Com isso, The Room ficará dez vezes mais divertido.

    Tommy Wiseau comete diversas atrocidades técnicas na produção do filme. A primeira é ousar atuar, escrever e produzir o filme. Ao invés de alugar, ele comprou duas câmeras, sendo cada uma de filme 35mm e outra HD. Tommy quis gravar com as duas simultaneamente e tornar isso um fato inédito na indústria do cinema. No final das contas, a filmagem em HD sequer foi utilizada.

    Não bastasse a falta de talento, Wiseau se mostrava um tremendo ditador durante as filmagens. Fazia todo o elenco estar no set de filmagens o tempo todo, mesmo que não houvesse cena programada envolvendo aqueles atores. São aleatoriedades que apenas a mente estranha do realizador é capaz de produzir. Outro bom exemplo é ter nomeado o próprio Greg Sestero para ser o Line Producer do filme, mesmo que Greg confesse não fazer ideia do que é isso.

    O livro é um relato bem descontraído sobre a carreira de Greg, sua amizade com Tommy e as desventuras das filmagens de The Room, embora alguns trechos não sejam tão interessantes assim. Se você curte cinema, vale muito a pena conferir este livro, e claro, assista ao filme antes de ler. Por enquanto, o livro não possui tradução para o português brasileiro, entretanto, se você tem um inglês razoável, vale a pena arriscar. A melhor parte de ler em inglês é a facilidade de imaginar Tommy Wiseau dizendo aquelas palavras. Uma fonte inesgotável de sorrisos.

    Compre: The Disaster Artist – Greg Sestero e Tom Bissell.

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  • Crítica | The Room

    Crítica | The Room

    The Room é um caso a ser estudado. Dentre milhares de filmes ruins e mal feitos, ele se destaca por ser horrivelmente bom. E não significa qualidade, muito pelo contrário. O longa é um caso onde todos os planetas se alinharam para fazer o pior filme possível, entretanto o resultado foi uma comédia involuntária, e não o drama planejado.

    O responsável por cometer esta obra é Tommy Wiseau, um cidadão americano proveniente de algum lugar da Europa (?), sotaque estranho e fortuna de origem desconhecida. O sonho de Tommy era ser ator, então decide produzir, dirigir, escrever e atuar seu próprio filme. Acontece que ele está mais próximo de Ed Wood do que de Orson Welles. Eis que surge The Room.

    Os bastidores de produção são tão interessantes quanto a obra em si. Quando mais se sabe dos bastidores, mais legal o filme se torna, pois você assistirá notando cada bizarrice e sabendo “Ah, esta parte foi inserida depois, e ficou muito pior do que deveria”.

    Para início de conversa, Wiseau é um péssimo ator, um péssimo diretor, péssimo roteirista e não tem/tinha noção alguma de como produzir um filme. Ele gastou pequenas fortunas ao prolongar desnecessariamente as filmagens, comprou duas câmeras ao invés de alugar, modificava cenas de forma completamente aleatória, exigia que todo o elenco estivesse presente nas filmagens de todas as cenas, raramente ouvia opiniões dos outros, dentre outros desastres.  É inacreditável como o resultado final tenha ficado tão ruim, e por isso tão divertido.

    Podemos notar problemas até no poster do filme, onde temos a bela face de Tommy Wiseau com cabelos mais curtos, sendo que no filme ele tem cabelos longos. Mas existe uma justificativa plausível: esse foi o poster de divulgação do filme, que permaneceu em uma grande placa cinco anos antes da estréia do filme, ou seja, ele deixou o cabelo crescer até o início das filmagens. E o aluguel dessa placa custou milhares de dólares por mês. Isso mesmo, cinco anos antes da estréia. Quando as filmagens estavam longe de começar.

    A ideia do filme seria um drama sobre Johnny (Wiseau), um cidadão americano médio, relativamente bem sucedido, que estava prestes a se casar com sua amada Lisa (Juliette Danielle). Porém, Lisa inicia um caso amoroso com o melhor amigo de Johnny, Mark (Greg Sestero), e tudo isso culmina em um desfecho trágico. A história é simples, nada especial, poderia ser contada em cinco minutos. Porém, o roteiro de Wiseau tentou desenvolver os personagens, fazer o público criar empatia com Johnny e apresentar um drama bem forte. Ao invés disso, 95% do filme é um amontoado de cenas que não agregam nada, absolutamente nada, à trama. Personagens aparecem e somem do nada, situações que serão completamente ignoradas no minuto seguinte, mudanças de comportamento repentinas, nada dá certo. E por causa de todos esses absurdos é que o filme se torna tão engraçado!

    Mesmo quando a mãe de Lisa diz, do nada, que tem câncer, Lisa reage da forma mais indiferente possível, e tal informação nunca mais é citada. O jovem Denny (Philip Haldiman), além de se mostrar um amante do voyeurismo, diz que ama Lisa, e na frase seguinte diz que ama outra pessoa e que deseja se casar com ela. Johnny pede conselho para seu amigo psicólogo Peter (Kyle Vogt), e na mesma cena, quando Peter dá um conselho, Johnny fica nervoso porque o amigo “vive bancando o psicólogo”. Incongruências de roteiro, frases extremamente artificiais, tudo isso reflete o talento patético do diretor.

    Menção honrosa para as várias cenas de sexo longas, chatas e que, obviamente, não agregam nada ao roteiro.

    As atuações são um show de horrores à parte. Grande destaque ao próprio Wiseau, com suas caras e bocas, entonações péssimas, desenvoltura inexistente e, claro, o jeito de falar bem peculiar. É o pior ator do filme, com folga. Para agravar ainda mais as péssimas atuações, os diálogos não funcionam, são mal escritos e utilizam palavras e expressões que são corriqueiras apenas na mente dele mesmo. Quem assiste ao resultado final deve pensar que o filme foi gravado em 2 dias. Ledo engano. Algumas cenas de poucos segundos demoraram horas devido à incapacidade de Wiseau decorar falas simples, ou até de querer regravar algumas cenas pelo simples fato de querer. O famigerado chroma key do terraço daria um texto à parte. Por que não gravar num terraço real? Porque não.

    Não se limite a assistir compilações de “melhores” cenas no Youtube. Ignore as notas baixas (e altas) que estão pela internet. Assista a esta obra na íntegra e ria de cada momento que transborda falta de aptidão cinematográfica. Diferente de vários filmes trash, este tentou ser de alta qualidade, gastou cerca de seis milhões de dólares para ser produzido e o resultado é simplesmente uma das maiores obras de comédia involuntária da história. Tommy Wiseau prova, de uma vez por todas, que não basta ter uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. Ele tinha duas câmeras, alguns milhões de dólares, muitas ideias e nenhum talento. Agora pare de ler este texto e faça um favor a si mesmo: assista The Room.

    PS.: o trailer abaixo é oficial. Confira no site do filme caso duvide.

    https://www.youtube.com/watch?v=EE6RQ8rC8hc

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