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  • Os 10 Grandes Beijos do Cinema

    Os 10 Grandes Beijos do Cinema

    Segundo o antropólogo inglês Desmond Morris, foi o costume materno de se mastigar a alimentação antes de passar à boca da prole, em tempos mais ancestrais, que provavelmente derivou o hábito do que, no Brasil, é nome até de doce. Nada romântico, não é mesmo? Mas todo mundo lembra quando foi seu primeiro beijo, talvez até o gosto dela, se rolou um frenesi, ou não. Poucos filmes conseguiram traduzir na tela a sensação desse momento. Listamos alguns que chegaram lá.

    Branca de Neve e os Sete Anões (William Cottrell, David Hand, Wilfred Jackson, Larry Morey, Perce Pearce e Ben Sharpsteen, 1937)

    O beijo que vence a morte, num clássico memorável dos estúdios de Walt Disney além de qualquer relatividade sobre grado ou agrado. Saber que a maioria de nós estará viva para atestar novamente sua qualidade no centenário da obra já seria algo maravilhoso.

    O Demônio das Onze Horas (Jean-Luc Godard,1965)

    O beijo desesperado que vence as guerras, pura poesia convertida em imagens, algo que os cinéfilos mais jovens não tem nem paciência pra experimentar. Uma pena. O Demônio das Onze Horas é um clássico forrado de exuberância e um gosto embriagante de Cinema.

    Meu Primeiro Amor (Howard Zieff, 1991)

    O beijo inocente que começa as guerras. É o beijo que solidifica a infância como fase da descoberta sobre quase tudo o que nos faz ser quem somos. É em Meu Primeiro Amor que o toque labial ganha sentidos tão primordiais e sensíveis que nenhum outro filme americano ou não, até hoje, conseguiu expressar tão bem.

    O Guarda-Costas (Mick Jackson, 1992)

    O beijo da impossibilidade de dois corpos ficarem separados. Beijo cafona e deselegante, caso não fosse o ângulo apropriado e a trilha-sonora composta para um filme mais vendida da história, mas como não sentir a vibração da cantora e do seu segurança correndo, de braços abertos, contra a iminência da separação?

    Ghost: Do Outro Lado da Vida (Jerry Zucker, 1990)

    O beijo de alma. Sam e Molly foram um dos grandes casais dos anos 90, rivalizando talvez com o Jack e a Rose de Titanic, só que nem o icônico beijo abraçado na proa do fatídico transatlântico consegue ser mais simbólico a um esperado amor eterno que o beijo etéreo de dois espíritos, absoluta e infinitamente apaixonados.

    Beleza Americana (Sam Mendes, 1999)

    O beijo da culpa. O beijo do racista branco na negra que o criou, ou, no caso, de um coronel homofóbico na boca do vizinho que almeja e não se permite ter, além da carne, por inúmeros motivos secretos. Beleza Americana busca, sobretudo, a união entre céu e inferno num país dividido em todos os sentidos chamado América.

    Homem-Aranha (Sam Raimi, 2002)

    O beijo da juventude. Uma sessão da tarde frenética interrompida logo após uma cena de ação do herói com bandidos, num beco escuro, salvando a mocinha quando esta lhe tasca um beijo irresistível, de ponta-cabeça. Mais contextual não dá, não só ao herói aracnídeo dos quadrinhos, mas ao próprio revirar hormonal da molecada.

    A Cruz dos Anos (Leo McCarey, 1937)

    O beijo da despedida, por uma vida inteira. Como o próprio cineasta Stanley Kubrick apontou, eis um filme que tira lágrima de pedra, e a cena final na estação de trem com o beijo dos dois idosos é destruidora, incidindo sobre a passagem do tempo, e como aquilo que é verdadeiro resiste diante do fim, diante de tudo.

    O Segredo de Brokeback Mountain (Ang Lee, 2005)

    O beijo da saudade, por uma vida inteira – e que quase quebrou o nariz de Heath Ledger. Brokeback Mountain, hoje merecidamente tido por clássico do século XX, é extremamente sutil em sua verdadeira mensagem de seguir o próprio coração mesmo, seguir o instinto natural e ver o que acontece a partir disso. Metáfora sobre os amores incompreendidos.

    A Um Passo da Eternidade (Fred Zinnemann, 1953)

    O beijo cinematográfico definitivo.

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  • Crítica | Esqueceram de Mim 2: Perdido em Nova York

    Crítica | Esqueceram de Mim 2: Perdido em Nova York

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    Esqueceram de Mim 2 – Perdido em Nova York começa com os mesmos elementos que fizeram dar certo seu antecessor, Esqueceram de Mim, com roteiro e produção de John Hughes, direção de Chris Columbus e claro o retorno do astro mirim Macaulay Culkin como Kevin McAllister. Sua família se prepara para mais uma viagem de natal, dessa vez  os parentes estão ligeiramente mais atentos as crianças. Depois da cantata na igreja, e após uma briga com seu irmão, o menino novamente deseja passar a noite de natal sozinho, já que mais uma vez ele é tratado como o errado da situação, e para variar ele fica mais uma vez tendo seu desejo realizado.

    Há piadas resgatadas do primeiro filme, assim como também se demonstra que os vilões anteriores, Harry Lime (Joe Pesci) e Daniel Stern  (Marv Merchants) estão à solta novamente. O diferencial está apenas no fato que Kevin viaja em lugar de ficar preso em casa, pegando um voo para Nova York, após confundir um sujeito com seu pai enquanto o restante da família vai para Flórida.

    Mesmo sem fazer planos anteriormente, o garoto começa a fazer uso do cartão de crédito de seu pai, Peter (John Heard), aproveitando o gravador que teve de presente, pondo para rodar os áudios que tinha em suas pequenas fitas. No hotel onde se hospeda, o personagem de Tim Curry Hector, passa a desconfiar do jovem, pondo inclusive seu serviçal Cedric (Rob Schneider) para vigiá-lo. O menino mostra uma educação incrível, ao perguntar aos idosos que estão nas piscinas do hotel em que por hora reside, se pode dar um de seus mergulhos, preocupando-se em não ser um inconveniente para esses adultos.

    As gags cômica nesse episódio perderam muita força, principalmente por não ter mais o fator inédito ao seu lado, mas alguns pontos que antes eram defeitos são discutidos, como quando os McAllister interrogam os funcionários do hotel sobre como eles conseguiram ser ludibriados tão facilmente por uma criança, fato que ocorria sempre no filme original e nesse também.

    A continuação não acrescenta muito a ideia que o público tinha sobre Kevin e os McAllister, mas ainda assim é uma boa diversão natalina, contendo a mesma ingenuidade do episódio passado presente em Chicago, com praticamente o mesmo final relativo a família, trazendo até um tratado de paz do protagonista com seu irmão mais velho Buzz (Devin Ratray), e claro, a quebra de preconceito por parte do herói da jornada, que aprende enfim a não julgar as pessoas pela aparência, resultando em um filme bem mais inspirado que as terríveis continuações protagonizadas por Alex D. Linz e Mike Weinberg.

  • Crítica | Esqueceram de Mim

    Crítica | Esqueceram de Mim

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    Esqueceram de Mim é conhecido essencialmente como o clássico de natal capitaneado por Chris Columbus, ainda inciante na função de diretor após alguns sucessos como roteirista, e claro, lembrado pelo seu protagonista mirim Macauley Culkin. No entanto, a realidade estabelecida na casa dos McCallister foge um bocado do maniqueísmo comum à comédias infantis, em especial para o “herói” da jornada, o pequeno Kevin. A casa cheia, com quinze pessoas, pré-viagem natalina, demonstra que o garotinho não tem qualquer privacidade ou ideia do que é o conceito, tanto que seu desejo mais íntimo, é o de ficar sozinho em seu lar.

    Os preparativos para a viagem de fim de ano à Paris acirra os ânimos dos familiares suburbanos, ao ponto dos adultos estarem sem paciência, deixando os primos e irmãos de Kevin praticarem bullying  com o protagonista. Em um revide a uma dessas agressões leves, o garoto molha os passaportes de viagem, sendo posto de castigo por sua mãe, Kate (Catherine O’Hara),  que o isola no porão, em suma, a maior desculpa para ter sido deixado para trás.

    Há tramas paralelas a relação entre uma mãe preocupada e seu filho arteiro, como o ingressos dos dois assaltantes, Harry (Joe Pesci, que faz um esforço hercúleo para não pronunciar palavrões), que até se dá ao trabalho de se fantasiar de policial, e de Marv (Daniel Stern), que na intenção de assaltar a casa na ausência do clã, mas é nos agouros de uma criança, solitária e repleta de imaginação que moram os reais problemas que o roteiro de John Hughes alude. Kevin é deixado sozinho graças a correria que seus pais, tios e irmãos protagonizam, fator causado pelo claro cansaço que a rotina produz neles, gerando um desejo tão grande de fugir do cotidiano opressor da cidade de Chicago, que a falta de um dos membros da família simplesmente não é sentida ao partir.

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    A criatividade da criança faz ver apuros que não existem, seguidas de atitudes pouco condizentes com o comum a um menino de sua idade, preparando ardis para os arrombadores, através de sombras causadas por objetos que ele monta em sua sala. A inteligência que ele demonstra talvez seja a manifestação da hiperatividade que sua mente produz, sobrecarregada pela paranoia enérgica comum ao quotidiano do americano médio. Kevin é o filho do meio, tanto em seu seio familiar, como na representatividade do comum cidadão inerte, inapto e sedentário do centro-oeste americano.

    O esmero de Kevin em montar armadilhas em sua casa confunde o analista quanto a origem desta influência, variando entre o arquiteto com sede de sangue Paul Kersey de Desejo de Matar e o veterano do Vietnã John Rambo. Em comum com o rapaz, os dois heróis de ação têm a desolação por estarem isolados do estado normativo de psique e sentimentos, e claro, a característica de servir como entretenimento fugaz para o seu público alvo específico. A repetição de piadas e situações tem um alvo óbvio, que é alcançar o clichê de humor infantil que normalmente funciona, e que no longa, logra exito. A expectativa por instaurar a normalidade narrativa faz contraponto com a trajetória incomum do garoto, que mesmo solitário e abandonado, consegue ter mais sobriedade e sabedoria do que qualquer adulto, rivalizando essa personalidade brilhante intelectualmente com a clara nostalgia originada de um filme que é considerado exemplar na temática natalina.

    O desfecho adocicado combina com a temática pueril e é condizente com o comum as comédias desta época anual. O fator mais discutível nem é o retorno da família à Paris e a quantidade de gastos exorbitantes desperdiçados entre ida e volta ao menos da parcela familiar envolvendo os pais e  fraternos de Kevin, e sim a necessidade que o protagonista tem de aprovação de Buzz (Devin Ratray), seu irmão mais velho e agressivo. A camada superficial do roteiro de Hughes tem como alvo a criança que assiste o filme, e a mais contestatória é bastante inspirada, mostrando como o consumismo desenfreado e o stress diários podem afastar pessoas que têm um vínculo sentimental inexorável, fazendo inverter até as prioridades tradicionais, unindo a isto uma fita divertida  e burlesca.

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