Tag: retalhos

  • VortCast 27 | Retalhos

    VortCast 27 | Retalhos

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    Bem-vindos à bordo. Nesta edição, Flávio Vieira (@flaviopvieira), Rafael Moreira (@_rmc), Isa Sinay (@isasinay), Pedro Lobato (@pedrolobato) e Delfin (@DelReyDelfin) se reúnem para conversar a respeito da graphic novel Retalhos (Blankets), de Craig Thompson, e toda sua temática envolvendo religião, relacionamentos, liberdade sexual e crescimento.

    Duração: 122 mins.
    Edição: Rafael Moreira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

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    Resenha Retalhos 1| Resenha 2 (compre aqui)
    Resenha Habibi (compre aqui)

  • Resenha | Retalhos (2)

    Resenha | Retalhos (2)

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    Quando pegamos uma obra em nossas mãos, estamos praticamente fazendo um pacto com o autor de nos relacionarmos com aquela como um todo. Usufruir de uma obra demanda todo um trabalho valorativo, o qual chega a cada pessoa de uma maneira diferente. Quando estamos com uma auto biografia em mãos, a coisa muda de figura, pois sabemos que desde o começo não estamos usufruindo de uma mera obra, mas da vida de outra pessoa – ou pelo menos um pedaço dela.

    Retalhos (Blankets, no original) é uma graphic novel auto biográfica de Craig Thompson e conta a história de sua infância e o começo de sua vida adulta. Iniciando-se quando pequeno, Craig retrata sua infância dentro de uma família religiosa no interior do Wisconsin, Estados Unidos. Craig se aprofundou nos estudos da bíblia pra poder fugir de um mundo em que se sentia deslocado. Ao mesmo tempo que foi crescendo, distanciou-se do seu irmão, com o qual dividiu a mesma cama por anos de sua juventude. Já na adolescência, Craig conhece e se apaixona por Raina, uma garota de personalidade forte. Adentra assim em um relacionamento que vai mudar a forma como enxerga a vida, Deus, a si mesmo e o amor.

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    Craig Thompson possui uma habilidade notável de contar histórias. Não apenas possui uma arte suave e incrível que consegue expressar bem os sentimentos retratados em cada cena – brincando com estéticas de luz e sombra ou até mesmo quebrando o formato dos quadros das páginas – , mas também possui um roteiro que beira a poesia. A junção dos dois componentes em Retalhos é poderosa e demonstra um trabalho delicado, meticuloso e verdadeiro.

    O intimismo da obra não se esconde. A HQ pesa como um desabafo do autor, de toda uma vida e histórias que nunca teve coragem de contar, a não ser naquele momento. É sincero e, portanto, profundo, mas sem cair em um sentimentalismo piegas.

    Retalhos é uma história de amadurecimento, dos perigos dos extremos e da obsessão – desde a sua busca incessante por Deus ou por um amor idealizado em uma pessoa – e da importância das experiências em nossas vidas. Qualquer detalhe a mais é expor injustamente uma obra que merece ser lida e recebida com toda sua intensidade.

    Compre aqui.

    Texto de autoria de Pedro Lobato.

    Ouça nosso podcast sobre Retalhos.

  • Resenha | Habibi

    Resenha | Habibi

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    Habibi é o trabalho mais audacioso de Craig Thompson desde que ele começou a nos deleitar com Graphic Novels que são verdadeiras obras de arte.

    Depois de seu último trabalho em 2004, Craig encarou uma jornada de 7 anos de pesquisas e experiências no mundo árabe para conceber Habibi e nos transbordar com muito conteúdo histórico, mítico, religioso, filosófico e sobretudo humano.

    Acompanhamos aqui a história de dois escravos, Dodola e Zam, unidos por circunstâncias nada aprazíveis para ambos. Estes são os pilares da nossa viagem e servem de base para Craig explorar os variados temas aqui abordados. A história se passa nos tempos atuais, em uma cidade mítica de origem arábica, mas isso pouco importa, pois grande parte da obra tem um tom muito mais mágico e antigo, remetendo a sabedoria oriental e as práticas antigas que muitas vezes fará você se perguntar realmente em que época a história se encontra.

    Uma das marcas em suas obras são as belíssimas metáforas casando perfeitamente o seu texto com os desenhos. E aqui a influência da cultura arábica se mescla sem igual, pois os intrincados mosaicos, caligrafia oriental e os belíssimos textos fluem em uma cadência de páginas e mais páginas muitas vezes deixando o leitor em transe com tamanha sensibilidade.

    Sempre com uma relação bem comedida entre o racional e o intangível, como por exemplo, as diversas conexões entre a milenar matemática oriental e a sua simbologia dentro da cultura islâmica.

      Outra particularidade interessantíssima de Habibi, a influência islâmica. Encontramos aqui muito do Corão e da “obra das histórias”, As Mil e uma Noites. Um dos grandes prazeres ao se ler Habibi é justamente esse, histórias dentro de histórias. Isso abre um leque de opções ao autor e o faz passear pelos variados temas aqui tratados, além de não seguir uma linha narrativa linear com os protagonistas, algo que já havíamos experienciado em Retalhos. Em tempos onde o extremismo sobre os árabes se destaca e apenas a visão reduzida e maniqueísta tem lugar, Craig volta às origens dos principais mitos dos três grandes livros (Torá, Bíblia e Corão) para mostrar a beleza poética ou narrativa de muitas de suas histórias.

    A sexualidade está bastante presente na obra e se alguns críticos torceram o nariz para o fato das metáforas muitas vezes associando o desejo sexual a algo pecaminoso, vale notar que em outros momentos encontramos também a visão mais hedonista, simples e bela de como lidamos com a nossa sexualidade. Para quem leu Retalhos (obra autobiográfica), sabemos o quão complicado foi a questão do erotismo acoplados a sentimentos de culpa durante o crescimento de Craig.

     O mais impressionante quando se lê Habibi é o modo como a consumimos. Os desenhos são muitas vezes absorvidos além de uma compreensão que possa ser colocada em palavras, ou mesmo dentro de um “contexto consciente”. Sua arte é inebriante, suas formas, linhas e “cores” parecem forjadas para serem impressas em nossas mentes e ao mesmo tempo tocar o nosso cerne. As imagens formam uma linguagem ininteligível, mas ao mesmo tempo completamente compreensível de alguma forma quase que metafísica. Os diversos momentos nos quais ele flerta com a caligrafia arábica e seu intrincado desenho, associando as palavras ao âmago dos sentimentos primordiais, à natureza e a nossa relação com ela. Sim, há espaço na obra para também se discutir como a nossa insaciável luxúria se alimenta do que o planeta pode nos entregar.

    No fim, fica claro que as 672 páginas parecem pouco para a magnitude das histórias aqui contadas, para os sentimentos aqui sentidos e para os pensamentos aqui refletidos. Você com certeza revisitará as histórias de Dodola e Zam e notará os detalhes despercebidos em uma primeira leitura, ou mudar de opinião ao refletir mais sobre os muitos temas de Habibi. Afinal somos também mutáveis e parte da água que flui como as letras de uma bela caligrafia, das ondulações que acompanham o inspirar e expirar rítmico, do sexo e do amor que queima, e do poder das histórias que nos eleva da terra.

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    Texto de autoria de Amilton Brandão.

  • Resenha | Retalhos

    Resenha | Retalhos

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    Confesso que peguei (emprestada) esta obra para ler sem grandes expectativas. Simplesmente pelo fato de nunca ter tido contato com nenhuma obra do quadrinista. Em tempos onde sempre sabemos de antemão o que iremos consumir, é realmente muito gratificante absorver algo totalmente novo e estranho para você.

    Retalhos é uma obra autobiográfica, repleta de alegorias gráficas e literárias. Craig Thompson utiliza sua história de vida para nos inserir na mente de um garoto criado em Wisconsin por uma família protestante, juntamente com seu irmão Phil.

    A graphic novel é composta por capítulos não necessariamente cronológicos, onde o autor mostra ao mesmo tempo a simplicidade da vida de um garoto comum, e a complexidade psicológica que resulta dessa vida “simples”. A infância de Craig é repleta de dificuldades e traumas. A imposição da religião junto com a inocência inerente em uma criança causou nele uma temeridade ao divino que guiou e influenciou seu comportamento enquanto ele crescia.

    Descrevendo-a assim, parece que a obra é extremamente séria, mas isso não é totalmente verdadeiro. Retalhos está também repleta de momentos suaves, de sentimentos verdadeiros e que apelam ao que de mais humano temos. O relacionamento dele com seu irmão, por exemplo, é um desses momentos engraçados, contrastando com o teor mais pesado da obra. Mas o ápice na descrição de sentimentos belos fica realmente evidente quando Craig conhece Raina, seu primeiro grande amor. E que se tornaria sua musa inspiradora.

    Craig deixa isso bem claro, desenhar se torna uma constante homenagem à Raina. E neste ponto vale a pena mencionar os desenhos de Retalhos. Eles casam com o texto e o sentimento descrito de forma singular. Ele utiliza muitas alegorias fantásticas para expressar determinadas cenas e acerta em todas!

    De modo sutil, Retalhos também critica o “pensamento religioso em massa”. Sempre cercado de pessoas (pais, professores, pastores, etc.) dizendo como ele deveria pensar e agir. É interessante notar que mesmo no auge de sua ingenuidade, mesmo fazendo exatamente o que diziam para ele fazer, Craig sempre se sentia amargurado pelo seu modo de pensar/agir. Sempre com uma ponta de culpa, remorso. É como se internamente, em alguma caverna profunda dentro de si, ele soubesse que aquilo não estava realmente certo. Que todos os temores e receios eram usados como ferramentas de controle por gerações e gerações. E que fazendo o que era “certo” para os outros, não correspondia com o seu verdadeiro ser.

    Com Raina, Craig expressa as dúvidas e aflições de um primeiro relacionamento amoroso entre adolescentes. Expressa também seus prazeres. Novamente de modo simples, sutil e verdadeiro. Não há como não se encantar com a sua narração somada aos belíssimos desenhos. Você se sente parte do mundo no qual eles mesmos estão profundamente mergulhados e perdidos. Não deixem de notar os desenhos que formam o blanket de retalhos e os fundos dos cenários em diversos momentos da obra.

    Outro “personagem” que tem um grande papel na vida de Craig é certamente o inverno de Wisconsin. As brincadeiras na neve com seu irmão Phil. As carícias trocadas com Raina sob a neve e a própria e lógica passagem de tempo que as estações representam. A forma cíclica de mudanças, sempre pontuando momentos importantes de sua vida. O modo como Craig percebe o inverno gera diversas interpretações sobre Retalhos, e o autor é feliz em deixar que as tiremos por conta própria. O gelo duro, resistente, e até certo ponto constante pode ser encarado como os dogmas aos quais Craig é exposto. Na chegada do verão, o calor do Sol derrete e transforma em água toda essa dureza. A maturidade de Craig e seus questionamentos podem facilmente representar esta mudança. Mas Craig nunca deixará de olhar para o inverno com ternura, pois quer queira ele ou não, quer ela tenha sofrido com a sua dureza ou não, ele fez parte de momentos inesquecíveis para ele.

    O autor disse que ao produzir Retalhos, tinha como objetivo atingir algo “simples”. Descrever sentimentos comuns a muita gente, queria fugir da cena comum de HQs de ação e super-heróis. Desnecessário dizer que ele não somente atingiu como transcendeu este objetivo, pois Retalhos definitivamente está longe de ser uma história “simples”.

    Gostaria de ressaltar mais uma passagem que me emocionou profundamente. Craig caminha pela neve, sem deixar de notar as marcas que suas pegadas produzem. Ele diz o quão bom é deixar uma marca sua no mundo, mesmo que ela seja temporária. Com Retalhos ele consegue isso. Fica para a gente a chance de olhar mais de perto essa marca deixada por Craig Thompson.

    Texto de autoria de Amilton Brandão.

  • Agenda Cultural 14 | Tarantino e um Exílio Francês

    Agenda Cultural 14 | Tarantino e um Exílio Francês

    Agenda Cultural agora também dentro da vertente ‘moda’. Felipe Morcelli (@multiversodc) do site Multiverso DC se reúne a Flávio Vieira (@flaviopvieira) e Mario Abbade (@fanaticc) para discutir as tendências da moda que regem o mundo dos super heróis. De quebra você ganha uma aula sobre Tarantino e o ‘way of life’ dos Stones e seus excessos.

    Duração: 53 min.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

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