Tag: Nikolaj Arcel

  • VortCast 54 | Piores Filmes de 2017

    VortCast 54 | Piores Filmes de 2017

    Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Filipe Pereira (@filipepereiral), Bernardo Mazzei, Bruno GasparCaio Amorim Rafael Moreira (@_rmc) se reúnem para comentar sobre a lista publicada no site sobre os piores filmes lançados em 2017 no Brasil.

    Duração: 110 min.
    Edição: Caio Amorim
    Trilha Sonora: Flávio Vieira
    Arte do Banner: 
    Bruno Gaspar

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    Brisa de Cultura

    Piores Filmes de 2017

    Lista Completa dos Piores Filmes de 2017
    Crítica Rei Arthur: A Lenda da Espada
    Crítica Boneco de Neve
    Crítica Internet: O Filme
    Crítica Death Note
    Crítica Transformers: O Último Cavaleiro
    Crítica A Torre Negra
    Crítica Emoji: O Filme
    Crítica Alien: Covenant
    Crítica Assassin’s Creed
    Crítica A Múmia

    Menções Honrosas

    Crítica Liga da Justiça
    Crítica Mulher-Maravilha
    Crítica Bright
    Crítica Homem-Aranha: De Volta ao Lar
    Crítica A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell
    Crítica O Jardim das Aflições
    Crítica Policia Federal: A Lei é Para Todos
    Crítica O Círculo

    Comentados na Edição

    VortCast 49 | Liga da Justiça
    VortCast 48 | O Que Estamos Lendo?
    VortCast 47 | Homem-Aranha e o Cinema
    VortCast 46 | Melhores Filmes de 2016
    VortCast 44 | Piores Filmes de 2016
    VortCast 30 | Steve McQueen, Diretor
    VortCast 19 | Ghost In The Shell
    Estrelas não garantem mais a venda de ingressos de filmes de Hollywood

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  • Crítica | A Torre Negra

    Crítica | A Torre Negra

    Produção cercada de expectativas, em especial por ser baseada no best-seller de Stephen King, Torre Negra entrega uma adaptação que brinca com muitos dos arquétipos e estereótipos da mitologia em torno do pistoleiro e de seu mundo paralelo, chamado de Midworld, mas sem seguir uma linha guia demasiada fiel a série literária composta por oito volumes. As licenças poéticas tomadas pelo diretor Nikolaj Arcel e sua equipe de roteiristas passaria batida, caso não fosse o desfecho anti-climático do longa.

    King costuma usar sua bibliografia para se auto-referenciar e os livros da saga fazem muito isso. O protagonista, Jake (Tom Taylor) é um menino com poderes especiais, chamado o tempo todo de shinning (título original de O Iluminado). O menino sonha algumas vezes com uma outra dimensão e com uma série de desventuras, e no meio delas, ele se encontra com duas figuras chaves, o pistoleiro Roland (Idris Elba) e o homem de preto, Walter (Matthew McConaughey). No ambiente em que vive, ele é encarado como um garoto descompensado e problemático, mas sua real vocação esconde em si um dom que o faz ser perseguido pelos opositores.

    A recepção negativa por parte da crítica especializada não é em vão. Torre Negra possui sérios problemas dramáticos, que são prontamente driblados pela capacidade que Arcel tem em tornar as situações em momentos graves. A química entre Jake e do pistoleiro também funciona, o problema é que quase todo o restante do entorno não tem importância dramática. A dinâmica de pai e filho sustenta boa parte do texto, mas todo o restante parece apenas sobras coladas ao todo, sendo material exposto lá unicamente para fazer volume. Mesmo esses acertos da direção se perdem em meio a esses defeitos.

    Outro grave equívoco é a personificação de McConaughey, que parece ser uma versão menos inspirada e menos histriônica dos vilões de James Bond. Seus poderes são absurdos, mas a tradução para o áudio visual soou boba e com pouca magnitude. Um sujeito que pode manipular elementos da natureza e pessoas deveria soar ameaçador e a realidade contemplada aqui é a de um antagonista de livro infantil. A luta que tem próxima ao desfecho é tão mal coreografada que causa risos na plateia, quebrando o momento que até então, transformava o filme em algo minimamente tragável.

    As sequências de lutas tem um caráter variado, ora acertando no tom ora abusando da questão mística. Ao menos, o slow motion no filme tem uma função narrativa que vai além feito usualmente por Zack Snyder e outros cineastas da moda. Ainda assim, Torre Negra soa como um potencial grande desperdiçado, uma vez que poderia ser um pontapé para uma nova franquia, que consegue até se bastar em um episódio só, mas que entrega muito pouco diante da megalomania que vinha prometendo em todo material promocional.

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  • Crítica | O Amante da Rainha

    Crítica | O Amante da Rainha

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    Nikolaj Arcel foi roteirista da versão sueca de Os Homens que Não Amavam as Mulheres, mas seu novo filme como diretor tem pouco em comum com o romance policial. O Amante da Rainha, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro pela Dinamarca, é um drama de época, clássico, embora violento a sua maneira.

    Caroline é uma adolescente inglesa enviada à Dinamarca para se casar com o jovem rei, o instável Christian. Entre a loucura de Christian  e a constante vigilância da corte, Caroline, ainda uma menina, vive infeliz e solitária até conhecer Johann Struensee o novo médico real. Excêntrico, Johann consegue se aproximar do rei e ajuda-lo a exercer realmente seu poder,de forma humana e moderna, além de começar um caso com a rainha. Mas O Amante da Rainha é uma tragédia e no final tanto o plano de uma nova Dinamarca quanto o romance do casal desmoronam.

    O fio condutor da narrativa é uma carta que Caroline escreve aos filhos no leito de morte e é a voz dela que guia os acontecimentos. Quase todo o filme se passa dentro do palácio, ricamente decorado, mas claustrofóbico, o único momento em que há luz e ar é quando Caroline se aproxima de Johann. Essa oposição entre ambientes fechados e abertos, iluminação dourada e cinzenta, marca de forma muito clara  as partes do filme: a solidão inicial de Caroline, o idílio com Johann e o sonho de uma Dinamarca iluminista e o drama final.

    Da mesma forma o filme opõe iluminismo e religião: a juventude de Caroline, Johann e Christian à velhice dos membros do conselho, suas roupas claras ao preto deles e inclusive a luz com que os personagens são iluminados. A discussão de Arcel sobre o peso da religião na política e os interesses do jogo político são extremamente atuais, ainda que ele cite filósofos do século XVIII.

    O Amante da Rainha se parece com uma tragédia grega, ou de Shakespeare: é a paixão dos personagens que os destrói no fim e desde o início o diretor anuncia isso. O espectador vê , devagar, o poder subindo a cabeça de Johann e Caroline se tornando menos cautelosa em esconder sua traição. O filme é tenso porque envolve o espectador no destino dos personagens, o faz gostar e torcer por eles, mesmo sabendo desde o início que o final não pode ser bom.

    Arcel fez um filme clássico, em termos de cinema e dramaturgia, extremamente minuncioso e bem feito. Mads Mikkelsen (aparentemente o ator nacional da Dinamarca) dá nuances variadas ao seu Johann, mas é Alicia Vikander que brilha no filme: o sofrimento de sua Caroline é real e pungente e ela é igualmente frágil e ousada.

    O Amante da Rainha é um filme longo e de pouca ação. Mas é bem filmado, muito bem atuado e angustiante como as melhores tragédias.

    Texto de autoria de Isadora Sinay.