Tag: Alien

  • VortCast 54 | Piores Filmes de 2017

    VortCast 54 | Piores Filmes de 2017

    Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Filipe Pereira (@filipepereiral), Bernardo Mazzei, Bruno GasparCaio Amorim Rafael Moreira (@_rmc) se reúnem para comentar sobre a lista publicada no site sobre os piores filmes lançados em 2017 no Brasil.

    Duração: 110 min.
    Edição: Caio Amorim
    Trilha Sonora: Flávio Vieira
    Arte do Banner: 
    Bruno Gaspar

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    Brisa de Cultura

    Piores Filmes de 2017

    Lista Completa dos Piores Filmes de 2017
    Crítica Rei Arthur: A Lenda da Espada
    Crítica Boneco de Neve
    Crítica Internet: O Filme
    Crítica Death Note
    Crítica Transformers: O Último Cavaleiro
    Crítica A Torre Negra
    Crítica Emoji: O Filme
    Crítica Alien: Covenant
    Crítica Assassin’s Creed
    Crítica A Múmia

    Menções Honrosas

    Crítica Liga da Justiça
    Crítica Mulher-Maravilha
    Crítica Bright
    Crítica Homem-Aranha: De Volta ao Lar
    Crítica A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell
    Crítica O Jardim das Aflições
    Crítica Policia Federal: A Lei é Para Todos
    Crítica O Círculo

    Comentados na Edição

    VortCast 49 | Liga da Justiça
    VortCast 48 | O Que Estamos Lendo?
    VortCast 47 | Homem-Aranha e o Cinema
    VortCast 46 | Melhores Filmes de 2016
    VortCast 44 | Piores Filmes de 2016
    VortCast 30 | Steve McQueen, Diretor
    VortCast 19 | Ghost In The Shell
    Estrelas não garantem mais a venda de ingressos de filmes de Hollywood

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  • Crítica | Vida

    Crítica | Vida

    No espaço, ninguém pode ouvir você gritar. Em 1979, Alien: O Oitavo Passageiro chegou aos cinemas com esse slogan. Principal expoente do “terror espacial”, o filme dirigido por Ridley Scott gerou uma série de homenagens, cópias e outros sub-produtos. Nenhum deles se equiparou ao original, no entanto, inegável mencionar que algumas dessas produções ganharam certo destaque ao seguir o modelo estabelecido pelo clássico de Scott. Vida, dirigido por Daniel Espinosa, é uma dessas produções.

    Na trama, seis cientistas a bordo da Estação Espacial Internacional obtêm de volta uma sonda problemática que foi à Marte em busca de evidências de vida. Ao analisarem o material, descobrem uma forma de vida unicelular que estava presente no solo do planeta vermelho. Batizado de Calvin, o organismo passa a reagir a estímulos externos e evolui de forma assustadora até se tornar um ser complexo e de instinto assassino. Após fugir do laboratório, Calvin passa a caçar um a um dos cientistas, mostrando ser uma ameaça terrível que não pode chegar à Terra.

    O roteiro escrito por Rhett Reese e Paul Wernick (dupla de Zumbilândia, Caça aos Gângsteres e Deadpool) não propõe grandes questionamentos filosóficos, ainda que ouse uma pincelada rápida na questão acerca de estarmos ou não sozinhos no universo. Percebe-se desde o início que a intenção é o entretenimento puro e simples, uma vez que situações eletrizantes ou de suspense vão se encadeando rapidamente dentro do filme. Entretanto, isso acaba por diminuir o impacto de alguns acontecimentos e faz com que o espectador não sinta a menor simpatia pela maioria dos personagens, pois há pouco ou nenhum desenvolvimento da maioria deles. Só Jake Gyllenhaal e Rebecca Ferguson ganham uma atenção especial. O cientista Hugh, vivido por Ariyon Bakare tem um breve momento para que suas motivações sejam explicitadas, mas rapidamente é esquecido. Há de se ressaltar também, que o roteiro confunde despreparo com burrice. Ainda que os astronautas não tenham a menor ideia de como lidar com uma criatura assassina, algumas atitudes tomadas pelos personagens são simplesmente imbecis, fazendo o espectador torcer pro alienígena translúcido devido à sua superioridade intelectual demonstrada em relação aos astronautas.

    O diretor Daniel Espinosa (de Protegendo o Inimigo e Crimes Ocultos) demonstra um bom domínio ao criar ótimas situações de suspense e ação. Ajuda muito a forma que Calvin assume durante o filme, um excelente conceito que faz com que o rumo de algumas cenas seja imprevisível. Entretanto, talvez prejudicado pelo roteiro, o diretor acaba acentuando a unidimensionalidade dos personagens. Além de se inspirar em Alien, Espinosa bebe na fonte de 2001: Uma Odisseia no Espaço, e em parceria com o diretor de fotografia Seamus McGarvey, cria planos lindíssimos, não apenas das instalações da estação espacial, como do próprio espaço. Outro ponto positivo são as perseguições em gravidade zero, onde o diretor cria uma constante sensação de imprevisibilidade. Já no tocante às atuações, há um competente trabalho de composição de personagens, ainda que o texto não colabore na construção ou mesmo dê credibilidade para a capacidade técnica de cada um deles. Os destaques ficam por conta da dupla de protagonistas Gyllenhaal e Ferguson.

    Enfim, Vida é um thriller de suspense espacial que não ousa motivar nenhum tipo de discussão filosófica. Foi concebido apenas para ser uma diversão para os seus espectadores e essa função ele cumpre muito bem.

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  • Sai de Cena o ator britânico John Hurt

    Sai de Cena o ator britânico John Hurt

    O estimado ator John Hurt faleceu. Ele tinha quase 77 anos de idade. O duas vezes indicado ao Oscar e vencedor do Globo de Ouro tinha uma longa e rica carreira, tanto em crítica quanto público através dos seus quase 60 anos na indústria do entretenimento. Em 79 ele sofreu uma das mortes mais famosas da história do cinema ao ter o peito explodido em Alien.

    No ano seguinte, ele conseguiu sua primeira indicação ao Oscar interpretando John Merrick no Homem Elefante, de David Lynch. E também marcou presença no icônico personagem do proletariado no distópico 1984 (1984), anos depois interpretou o berrante ditador em V de Vingança em 2005. Aos fãs mais jovens provavelmente lembram dele pelo seu papel de Ollivaras nos três filmes do Harry Potter. Em 2011 ele participou da web-série The Confession ao lado de Kiefer Sutherland.

    A voz distinta e chamativa de Hurt junto a suas expressões doces porém claramente sérias o destacam de seus colegas, adicionando uma textura aos seus papéis e traçando uma linha performática aos seus personagens através de sua carreira. O ator continuou a trabalhar mesmo tendo sido diagnosticado de câncer no pâncreas em 2015. Hurt contribuiu para um número diverso de filmes que ainda não foram lançados, seu último papel nas telas já exibido foi o indicado ao Oscar Jackie.

    Texto de autoria de Halan Everson.

  • TOP 10 – Monstros de Hollywood

    TOP 10 – Monstros de Hollywood

    “Todos os monstros são humanos”, diria a personagem Irmã Jude, na segunda temporada da série American Horror Story (Fox), porém, em época de Halloween, aqui estão as dez bestas, verdadeiras forças gigantes da natureza que nunca conheceram, e desprezam qualquer traço de humanidade.

    10. O Ladrão de Bagdá (Clive Donner, 1940)

    Bagdad

    Um gigante do Oriente na alusão a um dos contos de As Mil e Uma Noites, numa das grandes revoluções no uso dos efeitos especiais no Cinema. Hoje, o fato desses efeitos nos lembrarem os defeitos de Chapolim Colorado só melhora tudo.

    9. O Hobbit – A Desolação de Smaug (Peter Jackson, 2013)

    smaug

    O melhor dragão já mostrado em um filme, uma criatura tão icônica que nem o Peter Jackson dos três O Hobbit conseguiu estragar. “Ai estás, ladrão!” É impossível ficar indiferente a cada palavra dita pela MAIOR das criações de Tolkien, o pai da Terra-Média, devido também à imponente voz do ator Benedict Cumberbatch.

    8. Jurassic Park (Steven Spielberg, 1993)

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    A partir daqui, o limite para a realização cinematográfica era apenas o inconsciente humano, já que a imaginação por trás das câmeras também se libertou com a aparição do T-Rex. A equipe de Spielberg recriou dinossauros 100% reais, e assombrou o mundo em todos os sentidos.

    7. O Enigma de Outro Mundo (John Carpenter, 1982)

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    Em meio ao gelo e o infinito ártico, uma força extraterrestre ataca, brutal e sem razão. Quando os monstros pessoais que vivem nos sobreviventes também vêm a tona, nos damos conta que The Thing é mais que um fruto do mestre Carpenter: É terror e ficção científica num casamento perfeito.

    6. King Kong (Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack, 1933)

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    Kong é uma fera magnânima em eterno conflito com sua bela interior, materializada na mocinha. Nesse contraste de figuras, o modo como o drama do bichão em paralelo com o embate entre dois mundos é escalonado, numa espiral de situações ainda na aurora dos filmes, não poderia ser menos que emocionante, o que de fato não o é.

    5. Aliens: O Resgate (James Cameron, 1986)

    aliens

    Uma mãe alienígena predadora AND furiosa, com TPM. Dá pra superar? Difícil. Aliens – O Resgate tem, pelo menos, 100 razões para ser considerado um dos melhores filmes de ação da história, e a primeira é o simples fato de existir, em sua plena projeção. Filmaço.

    4. Tubarão (Steven Spielberg, 1975)

    jaws

    A grande arte de sugerir mais do que mostrar. O striptease do mito dos sete mares que elevou o filme a alcunha de clássico instantâneo, no prelúdio técnico da era das possibilidades. Não é só o melhor filme de Spielberg; Tubarão é uma monstruosamente fantástica pérola do suspense. “Vamos precisar de um barco maior…”

    3. A Noite do Demônio (Jacques Tourner, 1957)

    demon

    Medo do escuro, medo do incerto, medo de ser dominado pela religião, medo da morte, e finalmente, medo do demônio. O bicho aqui é real, remete a sua forma mais clássica, e o tormento preto-e-branco de quando é avistado ou invocado, entre galhos e becos, sufoca e nos hipnotiza mais que qualquer garota possuída. Jacques Tourner era o mestre das sombras, e é na refração da escuridão onde é conjurada a essência do terror absoluto.

    2. O Hospedeiro (Joon-Ho Bong, 2006)

    the host

    Precisamos enfrentar nossos monstros, disse Freud. Todo dia, a maioria de nós enfrenta e mata seus leões; seja no trabalho, ambiente acadêmico ou em casa. O ímpeto de reunir a família inteira para resgatar uma garotinha das garras de uma terrível besta, o tal do Hospedeiro, surge como um exercício de modelar uma ação ininterrupta, com momentos e clímaxes de um filme livre, no sentido mais cru da palavra, sem medo de destruir o mundo ou nossos nervos no intuito de ser a obra-prima que é. Um filme de monstro que se leva a sério demais, e, neste caso, ainda bem.

    1. Godzila (Ishirō Honda, 1954)

    godzilla

    É o filme que Ed Wood sempre quis fazer. Godzila é do tamanho do medo de um povo perante a Segunda Guerra Mundial. Fúria soberana, inconcebível senão por acidentes nucleares, sinônimo de monstruosidade, e não é por menos: o filme de Ishirô Honda, clássico à frente e esculpido pelo tempo, é uma concepção assombrosa, verdadeiro tratado e diamante muito além do tradicional cinema japonês da época, ou de assuntos de entretenimento. Cada cena é uma aula do Cinema mais nobre que se tem notícia, num contexto perspicaz para a mitologia de uma lenda. Um colosso!

  • Crítica | Alien: A Ressurreição

    Crítica | Alien: A Ressurreição

    Alien A Ressurreição Versão Estendida

    A versão estendida, como anunciada por Jean Pierre Jeunet, não é uma versão do diretor, mas uma versão alternativa, com novas cenas. A primeira apresenta-se com um hiperclose nas mandíbulas de um inseto, algo semelhante à arcada dentária do Alien. Seus oito minutos a mais de exibição tentam resgatar algo de bom em meio à continuação que segue a pós-morte da protagonista, mas sem qualquer ressalva ou arrependimento por parte de seu realizador.

    O adentrar da nave, exibindo o corpo nu de Sigourney Weaver, só não é mais assustador em sua figuração do que a noção de que o roteiro do filme é assinado por Joss Whedon. O milagre por trás do reavivar da heroína de ação  é dado por uma experiência sem qualquer consentimento da personagem, em que a liberdade de escolha é ignorada e completamente contrariada. Aos poucos, Ripley toma conhecimento do que ocorreu consigo, ainda que sua mente esteja tão diferente que qualquer noção de identidade torna-se bastante discutível.

    A direção de Jeunet imita os elementos de filmes de ação franceses, com exageros em diversos aspectos, como no modo tosco em que os doutores tratam a mulher, correndo risco de morrer o tempo inteiro, dada a força descomunal de Ripley, ainda que nenhum deles tome qualquer precaução. A postura deslocada da personagem lembra o comportamento de Leeloo, personagem de Milla Jovovich em O Quinto Elemento, de Luc Besson. A caricatura da modernidade inclui identificadores que funcionam através do hálito dos indivíduos, abrindo mão de qualquer praticidade para exibir uma alternativa grotesca.

    Os tripulantes da nave/laboratório são ainda mais sádicos do que os vistos em todo o decorrer da franquia, executando experiências com espécimes vivos, pessoas amarradas contra a vontade à espera de terem suas vidas cerceadas em frente às ovas de Alien. Paralelo a isto, um grupo de mercenários entra a bordo, sem qualquer desculpa minimamente plausível, uma intromissão que inclui o contato com a antiga tenente, que se mostra um ás no esporte, a máquina perfeita de combate e predação, e com habilidades semelhantes aos xenomorphos, como a propriedade de sangue corrosivo. O esquadrão de assassinos, que a princípio deveriam ser uma versão dos mariners de Aliens: O Resgate, é caricato, com arquétipos retirados de desenhos animados, só perdendo para os cientistas estúpidos que permitem a fuga de uma das criaturas, do modo mais vergonhoso que o roteiro poderia construir.

    Após a fuga, uma correria desenfreada começa, seguida de uma extensa carreira de eventos bizarros, exibidos à moda da comédia, onde nem o conteúdo gore/trash consegue salvar qualquer suspensão de descrença. Até mesmo a chocante cena em que Ellen Ripley encontra o laboratório repleto de cópias defeituosas, que deveria prioritariamente causar emoção, provoca náuseas, na personagem e no espectador.

    As sequências de ação mal feitas, as situações constrangedoras e o roteiro repleto de personagens estranhos ainda não são suficientes. O bizarro se instala ao apresentar uma evolução da Rainha, cuja herança da amálgama com Ripley resulta num parto semelhante ao humano, com um útero fértil, dito pelo doutor Jonathan Godiman (Brad Dourif), que narra o nascimento do Alien albino, o qual, ao invés de simbolizar o avanço interespécie, acaba mostrando-se uma criatura rudimentar risível.

    Não bastasse unir os inimigos mortais numa tensa relação de familiaridade e sedução, a fita de Jeunet ainda consegue apresentar uma caracterização de Ripley assustadoramente diferente de tudo que foi visto antes, desconfigurando por completo sua persona. A luta final e a solução encontrada para assassinar o Alien são um acinte, apresentando a despressurização e dilaceração da criatura em um movimento tão mortífero que encerraria a franquia, apesar dos desejos de continuar a partir dali. Nem mesmo a desolação da Terra parecia ser algo diante de tamanha catástrofe cinematográfica que é Alien: A Ressurreição.

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  • Crítica | Alien 3

    Crítica | Alien 3

    Alien 3 versão estendida

    Após o enorme sucesso de público e crítica depois do lançamento de Aliens: O Resgate, uma enorme expectativa sobre uma nova parte da saga dos xenomorfos foi criada. Ao longo de alguns anos, várias versões de roteiro foram escritas e reescritas. A missão de produzir o novo capítulo de uma série de filmes que foi um marco para a ficção científica provou-se pesadíssima. Porém, no ano de 1992, Alien 3 chegou aos cinemas.

    A trama do filme passa-se algum tempo depois dos eventos narrados na segunda parte da quadrilogia. A Sulaco – nave onde se encontravam em animação suspensa a Tenente Ellen Ripley, a criança Newt, o androide Bishop e o Cabo Hicks – cai em um planeta-prisão chamado Fiorina 161. Após o resgate da nave, fica comprovado que somente Ripley sobreviveu à queda. Pouco tempo depois disso, um boi (na versão original do cinema, um cachorro) é infectado por um facehugger escondido dentro do módulo que caiu, dando origem a um xenomorfo que passa a eliminar os prisioneiros um a um.

    Alien 3 retorna ao clima claustrofóbico e urgente do primeiro filme, pois não existem armas na prisão. Os corredores do cárcere em muito se assemelham aos da nave Nostromo, e o diretor David Fincher acaba emulando o estilo criado por Ridley Scott em Alien: O 8º Passageiro. Isso provavelmente aconteceu por pressão do estúdio. A produção do filme foi conturbada desde o início devido às várias versões de roteiro ao longo dos anos e a intensa interferência dos engravatados no trabalho do diretor, fazendo com que o filme não tivesse o mesmo nível de seus predecessores. Fincher renegou a obra algum tempo depois devido ao inferno que viveu na época.

    A versão de cinema para Alien 3 possui grande furos de roteiro, já que um grande número de cenas foi cortado. Isso fez com que o filme se tornasse muito apressado – ainda que sua metragem seja de 115 minutos – e com algumas resoluções bem absurdas para certas situações apresentadas na trama. Já a versão estendida acrescenta por volta de 30 minutos de cenas à obra, tornando a película mais coerente e se aproximando mais da visão de Fincher. Cabe dizer que o diretor não teve participação nessa nova montagem. É interessante ver que mesmo remasterizadas em alta definição, algumas cenas sofrem de problemas técnicos, talvez em razão da degradação dos negativos ao longo dos anos.

    O roteiro final, assinado por David Giler, Walter Hill e Larry Ferguson, a partir de uma história de Vincent Ward, possui alguns pontos bem interessantes que são melhores apresentados nesta versão do filme. O principal ponto é a questão religiosa dos presos de Fiorina 161. Devido a isso, eles traçam uma analogia de que o alien seria a criatura do juízo final. Alguns, em um momento inicial, não se importam se são mortos por ela. Interessante ainda é o fato de que a batalha de Ripley com a raça alienígena ganha um aspecto pessoal, afinal, graças ao alien, a tenente perdeu toda a convivência com a sua filha (é mencionada a morte dela no segundo filme), perdeu aquele que poderia ser um novo amor (o Cabo Hicks) e quem poderia colocá-la no papel de mãe novamente (a menina Newt). Há ainda um espaço para a retomada do plot do segundo filme, onde a corporação Weyland-Yutani desejava transportar os aliens para a Terra a fim de estudá-los e criar uma nova arma biológica. Tal situação ocorre bem próxima ao final da película e gera um interessante embate entre Ripley e um funcionário da companhia interpretado por Lance Henriksen.

    Quanto às atuações, Sigourney Weaver mantém o nível dos filmes anteriores, porém imprime bastante amargura à protagonista. Talvez sua melhor cena seja a da autópsia no corpo de Newt. Charles S. Dutton dá um verdadeiro show como o líder religioso dos internos na prisão, e as cenas que ele antagoniza contra a tenente Ripley são sensacionais. Charles Dance, como o médico que desperta o interesse da personagem principal, também está muito bem em cena.

    Ainda que não seja tão espetacular como os primeiros, Alien 3 é um grande filme, e esta Versão Estendida o torna bem mais interessante, produzindo um desfecho mais apropriado para o arco de histórias da Tenente Ellen Ripley contra o xenomorfo assassino.

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  • Crítica | Aliens: O Resgate

    Crítica | Aliens: O Resgate

    Em 1979, fomos apresentados a uma das mais incríveis e aterrorizantes histórias de ficção científica da história do cinema. O diretor Ridley Scott e o roteirista Dan O’Bannon criaram Alien: O 8º Passageiro, uma obra-prima de atmosfera sufocante, aterrorizante e que possui uma incrível sensação de urgência, além de possuir ótimas analogias e mensagens embutidas. Não à toa, este Aliens: O Resgate demorou bastante tempo para ser produzido.

    O filme passa-se 57 anos depois do evento do original, com a Tenente Ellen Ripley (Sigourney Weaver) sendo resgatada e trazida de volta ao planeta Terra após passar todo esse tempo em animação suspensa. Após passar por intenso escrutínio, a protagonista é completamente ignorada pelos executivos da corporação Weyland-Yutani, que alegam não existirem provas conclusivas da existência do alien. Ela é informada ainda que o asteroide LV-426 está sendo colonizado. Logo após esses eventos, uma família encontra a espaçonave que a tripulação da Nostromo encontrou no primeiro filme, e o patriarca acaba infectado. Posteriormente, a comunicação com a colônia é cortada e uma missão militar é designada para descobrir o que ocorreu no local. Ripley então se junta a eles agindo como consultora.

    Há uma clara mudança de tom em relação ao primeiro. Ainda que a obra possua uma grande carga de suspense, o diretor James Cameron focaliza muito mais a ação, mesmo que boa parte do filme se passe dentro dos corredores da estação espacial que fora montada no asteroide. O diretor, um dos grandes nomes do cinema de ação e ficção científica dos últimos tempos, constrói toda uma atmosfera de tensão, para depois emendar uma série de sequências eletrizantes, especialmente no terço final, nas cenas que a tenente parte para resgatar a pequena Newt, e no seu embate final com a alien-rainha. Ao contrário das atuais películas de ação da atualidade, em que o desenvolvimento dos personagens é tacanho e apenas um pretexto para sequências de ação serem jogadas a todo momento na tela, em Aliens há sempre um momento para as relações interpessoais dos personagens. Nada muito aprofundado, mas suficientemente crível para que todas as motivações sejam bem expostas na tela e bem compreendidas pelo espectador.

    O roteiro idealizado por James Cameron, David Giler e Walter Hill é bem amarrado e faz melhor sentido nessa edição especial. Somos apresentados a uma cena deletada que trata sobre a filha da personagem de Weaver e que morreu idosa sem reencontrar a mãe, a qual estava perdida no espaço. Essa cena nos faz ter uma compreensão e aceitação melhor do sentimento materno que a militar rapidamente desenvolve por Newt ao encontrá-la na colônia espacial. A questão maternidade também acaba sendo bem exposta no roteiro, pois após Ripley destruir todos os ovos que continham os facehuggers (aquela espécie que abraça o rosto das pessoas e as “engravida” com o xenomorfo), a alien-rainha inicia uma espécie de vingança contra Newt, pois, em grande parte da batalha final, a criatura volta suas forças para matar a criança. Fica uma impressão de que ela deseja destruir a “cria de Ripley” visto que todas as suas foram dizimadas pela tenente.

    As atuações do filme são espetaculares. Weaver retorna muito bem ao papel que a lançou ao estrelato e domina todas as atenções para si. A atriz aqui se consagra como uma das personagens femininas mais fortes da história do cinema, e a indicação da intérprete ao Oscar de melhor atriz foi totalmente justificada. Lance Henriksen, o androide Bishop, também se destaca em tela, sem cair em nenhum momento na caricatura e sem repetir nenhum trejeito de Ian Holm, intérprete do robô do primeiro filme. Michael Biehn também está bem competente em cena. O restante dos atores, apesar dos personagens serem um pouco estereotipados, não compromete a obra e acaba se saindo bem nas cenas mais tensas.

    Toda a cenografia e o design de objetos foram inspirados por Syd Mead, designer de Blade Runner, e merecem ser elogiados. Mesmo que em 1986 ainda existisse uma predominância dos efeitos especiais práticos, tudo é meticulosamente construído e contribui para a imersão do espectador no ambiente muito bem explorado pelo ótimo trabalho de fotografia idealizado por Adrian Biddle. A trilha sonora composta por James Horner é eletrizante e até hoje é utilizada em trailers de outros filmes.

    Enfim, resumindo em um clichê, Aliens: O Resgate é uma montanha-russa. Uma experiência completamente diferente daquela proposta pelo seu antecessor, mas espetacular no mesmo nível. Uma obra-prima da ficção científica que merece estar sempre sendo revista e apreciada.

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  • Crítica | Alien: O 8º Passageiro

    Crítica | Alien: O 8º Passageiro

    Pensado a partir da anárquica cabeça de Dan O’Bannon, junto a Ronald Shusett, o filme do novato Ridley Scott exibe um futuro sujo, com o espaço atuando como campo ideal para caminhoneiros maltrapilhos ganharem suas vidas. O veículo Nostromo leva 20 milhões de toneladas de minério, e seus tripulantes são pessoas absolutamente descartáveis, parte integrante de uma sociedade que mal olhava seus convivas, especialmente os das camadas mais populares, como os sete tripulantes.

    A versão de 115 minutos começa com a câmera sobrevoando a parte baixa da nave, como uma versão torpe de Guerra nas Estrelas, cujas tomadas são parecidas, mas com espírito diferenciado. A série de homenagens prossegue com os tripulantes levantando da hibernação, semelhante ao que é visto em Planeta dos Macacos de 1968. A arquitetura da Nostromo lembra o design das naves de 2001 – Uma Odisseia no Espaço, assim como os painéis de controle têm a mesma tecnologia retrô.

    A nave é danificada e obriga os viajantes a ficar mais tempo na locação. Na estranha superfície, encontram um “recipiente” estranho. Dentro da nave, os exploradores veem uma criatura grande, alta, fossilizada, com os ossos para fora, num prenúncio do mal que acometeria a equipe de sete passageiros. A viscosidade das ovas, concebidas pelo artista plástico suíço (e louco) H. R. Giger, lembra elementos sexuais, como quase tudo envolvendo a “criatura”, associando a figura nefasta, anunciadora da morte, ao pecado moral do coito, resgatando mais um dos elementos comuns nos filmes de terror.

    Ridley Scott resgata a prerrogativa que Roman Polanski utilizou em Bebê de Rosemary, unicamente para pervertê-la em outros aspectos, apresentando a junção entre criaturas completamente diferentes, entre o homem e seu predador, com quase todas as consequências vistas no suspense em que o filho do Anticristo nascia. Entre as duas obras, há o foco na catástrofe e na inexorabilidade da existência do mal, além das enormes chances de que este vença com uma carga um pouco mais positiva do que a do filme de 1979.

    Uma das cenas adicionais mostra Ripley encontrando a base da criatura, com Dallas agonizando, envolto em uma substância gosmenta, à espera de que uma das ovas se choque, antecipando o que seria mostrado na continuação de James Cameron, o que desagradou a vontade do diretor. Esta cena extra simboliza a transição entre a figura sexualizada da mulher para um guerreiro em preparação, como um cavaleiro andante rumo ao combate contra um dragão bravo, ainda que não tenha certeza do êxito de sua empreitada. A mudança de gênero é feita de modo genuíno e orgânico. Porém, o terror não acaba nem ao subirem os créditos, nem mesmo com o tranquilo sono de hibernação da heroína de ação.

    A pontualidade da trilha de Jerry Goldsmith lembra o esmero utilizado em Nosferatu, com a mesma sinfonia de horror do clássico de F. W. Murnau, acrescida de um suspense atroz, proveniente das partes do filme que não possuem música. O silêncio é muito bem utilizado, fortalecendo a sensação de claustrofobia e extrema solidão tanto de Ripley quanto dos outros caçados.

    O último diário de bordo anuncia que Ripley foi a única que sobreviveu, emulando a característica dramática dos clássicos teatrais shakesperianos. A obra, após uma odisseia emocional, entrega um desfecho trágico, cuja sensação de alívio é dada somente a um dos personagens retratados, quando muito. Constatando a produção do filme e comparando-a às suas obras atuais, percebe-se que algo do talento de Ridley Scott foi sepultado também, tendo reprisado momentos tão bons somente em Blade Runner – O Caçador de Androides. Seus ângulos de câmera favorecem a avidez pela sobrevivência, que não atenua ou abranda qualquer sensação ruim para o seu público. Os closes em Weaver, após esta perceber não estar sozinha no módulo de escape, são um resumo de toda a ópera do medo que o diretor resolveu imprimir em sua fita, sucesso este fruto da bestialidade do roteiro unida às figuras grotescas de Giger. O impacto é maximizado em termos de espanto pela câmera inquieta do realizador, sua especialidade em redigir momentos em que o senso de urgência é o mote da história.

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  • Resenha | Batman / Aliens

    Resenha | Batman / Aliens

    Batman - Aliens

    Assumindo estar refém de uma sensação das mais básicas, o Cruzado Encapuzado declara ter medo ao analisar a questão que se avolumou. Tentando manter a aura de suspense, o Morcego já é mostrado se embrenhando em uma floresta, supostamente em uma missão. O roteiro de Ron Marz faz um resgate curioso, mostrando um visual semelhante ao do filme de John McTiernan, O Predador, por apresentar uma selva e inserir junto ao protagonista uma equipe de especialistas durões e marombados, que investigam um estranho caso.

    Batman aportou no golfo do México, na fronteira da Guatemala com o México, para investigar um episódio curioso, cuja origem só é revelada após algumas páginas decorridas, uma vez que a Waynetch havia enviado uma equipe a tal lugar, já que obtinha negócios naquela região. É curioso o quanto Marz segura para mostrar o monstro, tentando guardar qualquer suspense ou surpresa de como seria o modus operandi dos Aliens. Toda a situação mostrada no filme original pensado por Dan O’Bannon se repete, mas sem qualquer expectativa de sustos.

    Pior do que o modo vagaroso do qual a trama segue é o ataque grupal que os monstros fazem, bem mais cerebrais do que os mostrados nas abordagens cinematográficas. Na segunda parte, a narração volta aos primórdios, recontando a origem da tragédia do herói, mesclando-a com o temor de Batman com o Alien. A partir destes embates, a trama fica mais fluida e menos truncada, ainda que as lutas com os monstros não sejam nada demais.

    O desenho de Bernie Wrightson está bem menos interessante do que nos idos dos anos 70, quando fazia a arte do Monstro do Pântano, de Len Wein. A regularidade cai vertiginosamente, pois nem mesmo o seu lápis é um diferencial na qualidade da revista. Tanto roteiro quanto desenhos são banais e dispensáveis.

    Exceto pela última batalha do Morcego contra o Alien agigantado – fruto de uma “invasão” ao corpo de um crocodilo de proporções dantescas , quase não há condições de clímax. Através de uma manobra comum em sua carreira, Batman consegue vencer o oponente, fisicamente muito superior a ele, por meio do uso de traquitanas as quais ele sequer está acostumado a usar. O desfecho é covarde e clichê, com o paladino orfão usando a força de um elemento da natureza (a lava de um vulcão) para acabar com as últimas criaturas que ainda sobraram. Após retornar à casa, Bruce ainda se dá ao trabalho de fazer um discurso edificante, que põe em dúvida a origem do mal impingido pelas criaturas extraterrestres: se a ação seria somente uma resposta instintiva, como é com o tubarão, ou se a predação dos monstros seria perversa como a natureza humana. Nada que evidentemente resgate o crossover do ordinário.

  • Crítica | Prometheus

    Crítica | Prometheus

    Prometheus

    Tudo começou quando Ridley Scott e James Cameron, no início dos anos 2000, resolveram fazer uma quinta produção da franquia Alien. A ideia até então seria um prequel para a famosa franquia que teve seu primeiro filme lançado em 1979 (Alien – O Oitavo Passageiro). Quando do desenvolvimento de Alien Vs. Predador, em 2003, o projeto havia sido colocado na geladeira e apenas retomado em 2009, quando o diretor resolveu dar continuidade a ele. Finalmente em 2012 temos contato com Prometheus, um filme que foi bastante esperado pelos fãs do gênero ficção científica.

    Em 2089, os arqueólogos Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) e Charlie Holloway (Logan Marshall-Green) descobrem um mapa estelar através de vestígios de antigas civilizações desconexas umas das outras. Eles acreditam que o mapa estelar os levaria para o planeta em que residem os chamados “Engenheiros”, seres responsáveis pela criação da raça humana. Com o apoio de Peter Weyland (Guy Pearce), o CEO da Weyland Corporation, a expedição científica é patrocinada e enviada em direção à lua LV-223.

    A fome insaciável do ser humano por conhecimento e os questionamentos sobre nossa existência é o ponto de partida que o filme nos traz. Prometeu, na mitologia grega, foi um Titã que defendeu a humanidade, roubando o fogo dos deuses e entregando-os aos mortais. Em sanção a esse feito, Zeus o acorrentou a uma pedra, onde teria seu fígado comido por uma águia todos os dias por toda a eternidade. Temos aqui a figura do ser humano colocando as mãos em um conhecimento divino, que não deveria ter chegado nem perto (segundo a vontade dos referidos deuses). No filme, temos a presença de uma expedição que quer se encontrar com seus criadores para que eles nos respondam sobre as questões mais elementares da nossa existência.

    O filme de Ridley Scott é claramente inspirada nas obras Eram os Deuses Astronautas (Erich von Däniken) e Nas Montanhas da Loucura (H.P. Lovecraft). Enquanto no primeiro, o autor teoriza sobre a possibilidade de que seres do espaço visitavam a Terra na época das antigas civilizações e eram considerados deuses por estas, no segundo temos uma a influência do terror que provém do desconhecido.  Ambas as influências misturadas formam uma ideia que gera muitas possibilidades, porém no roteiro de Prometheus, infelizmente, acabam se perdendo a partir de pouco antes da metade do filme. Tentou-se criar um clima de tensão o qual foi sendo desconstruído por uma série de situações não convincentes e que, algumas vezes, beiravam o cômico.

    Criador e criatura. A necessidade de se perguntar do por quê de sua existência e tentar enfrentar o “pai”, que o abandonou. Em um momento do filme é facilmente visível o rosto de um Engenheiro que evidencia seu desconforto, sem precisar expressar em palavras, ao perceber que humanos haviam chegado até ali e isso não era certo. O mesmo Engenheiro menospreza o andróide, percebendo que sua criação também queria ser criadora de uma forma de vida. Tal como Zeus, os Engenheiros também queriam penalizar os humanos por suas transgressões.

    Existencialismo, espiritualismo e criacionismo são apenas alguns dos muitos temas que são levantados pelo filme ao longo de toda sua extensão. Porém, essas discussões que poderiam ter sido exploradas de uma maneira mais profunda, dando um peso excepcional para a narrativa, acabam apenas sendo arranhadas sob a ponta de um iceberg. Por outro lado, tal fato também é responsável pela abertura de dezenas de discussões entre os espectadores. John Spaihts e Damon Lindelof, roteiristas do filme, nos entregam apenas um ponto de partida para um universo sombrio onde algo de errado aconteceu e nossos criadores mudaram de ideia quanto a seus “filhos”.

    O ponto em que Prometheus mais peca acaba sendo no desenvolvimento dos seus personagens. Ao contrário do que foi feito em “Alien – O Oitavo Passageiro” – e é o único ponto em que é justo comparar com a franquia, pois ambos os filmes são completamente desconexos um do outro e possuem propostas completamente diferentes, apesar de fazerem parte do mesmo universo – em que os personagens da tripulação da Nostromo eram carismáticos e conseguiam fazer com que o espectador simpatizasse com eles, em Prometheus tal relação resta mal sucedida. Toda a tripulação da nave, com a exceção do capitão Janek (Idris Elba, que infelizmente possui poucos momentos na trama) e o androide David, (interpretado por Michael Fassbender) não conseguem criar empatia com o espectador. Infelizmente o excelente elenco, contando com a forte presença de Charlize Theron por exemplo, é sub-aproveitado por um roteiro raso e com personagens mal explorados.

    David é de longe o maior destaque do filme, evidenciando cada vez mais a excelência na atuação de Fassbender, que tem feito uma excelente carreira nos cinemas. Nesse filme, nos proporciona uma atuação a níveis robóticos. Seu destaque se dá também ao inserir em diversos momentos do filme a discussão sobre a consciência robótica. Assim como temos os seres humanos contrapondo às figuras dos “Engenheiros”, temos os androides contrapondo aos seres humanos, pois foram criados por estes. Em cenas diversas, o espectador se questiona até que ponto o robô estava obedecendo às ordens de seus chefes e até que ponto ele conseguia manipular as pessoas a sua volta com o intuito de atingir suas próprias vontades.

    A qualidade gráfica de “Prometheus” é excepcional. A filmagem inteiramente em 3D mesclada com os efeitos especiais bem desenvolvidos deram como resultado imagens que impressionam, resultado este atingido anteriormente em filmes como Avatar (de James Cameron) e A Invenção de Hugo Cabret (de Martin Scorsese). Com certeza um dos grandes pontos altos por apresentar as capacidades impressionantes da tecnologia 3D, ao contrário dos péssimos exemplos que encontramos nos cinemas, os quais infelizmente ainda são maioria do catálogo.

    Enfim, por mais que tenha tido uma série de problemas de narrativa que acabaram incomodando muitas pessoas uma certeza que temos é que o filme conseguiu criar questionamentos e teorizações frente a uma comunidade de fãs de ficção científica e, principalmente, para os fãs da franquia Alien. Várias e várias especulações são feitas diariamente em fóruns e artigos sobre as relações com o universo de Alien e, inclusive, sobre toda a simbologia que o filme carrega. No fim das contas, Ridley Scott conseguiu o sucesso e isso é um mérito para o filme.

    “Prometheus” deve ser assistido sem a pretensão de ser uma revolução nos filmes de ficção cietífica. Para as pessoas que gostam de “nitpicking” (ou ficar “procurando pêlo em ovo”, em outras palavras),  é perfeito.  Com certeza vão se divertir muito olhando as mil referências aos antigos concept arts de H.R. Giger, ao propósito de criação do clássico Alien que conhecemos, de quem são os misteriosos Space Jockeys, citações bíblicas (O nome da Lua do filme é LV-223, depois deem uma olhada em Levítico 22:3 para entenderem do que estou falando) e, inclusive, referências a Jesus Cristo que possivelmente foi um “Engenheiro”. Enfim, Prometheus é o suficiente para valer a pena o ingresso do cinema e uma diversão despretensiosa.

    Texto de autoria de Pedro Lobato.

    – Texto de autoria de Pedro Lobato.