Tag: michael bay

  • Crítica | Bad Boys II

    Crítica | Bad Boys II

    De começo bastante apelativo, Bad Boys II retorna oito anos depois e se inicia com uma sequencia criminal muito elaborada, mostrando traficantes de drogas em Miami com um conjunto de ações submarinas, agindo sobre a maré e com apoio tático de todos os lados. O novo vilão, Johnny Tapia (Jordi Mollà) se assemelha aos vilões genéricos do  programa Miami Vice, mas é ainda mais canastrão e caricato, trata as mulheres mal como bom personagem maniqueísta dos bons exemplares da filmografia de Michael Bay.

    Os Bad Boys jamais foi um filme que tentava reinventar o gênero de ação/aventura, eles se valiam de clichês dos gêneros, unidos a marcas de filmes policiais, munidos de muito humor, e de certa forma, o roteiro de Ron Shelton e Jerry Stahl contempla isso também, mas toda a estética envolvida é evoluída, a linguagem cinematográfica condiz muito com o que se fazia em matéria de ação brucutu e introduz os heróis Marcus Burnett(Martin Lawrence) e Mike Lowry (Will Smith) invadindo uma ação de supremacistas brancos, que pegam emprestados até as indumentárias da Ku Klux Klan.

    Em menos de dez minutos se abrange temática racial, problemas com as drogas e cenas de ação genéricas, com direito a disparo de balas em câmera lenta com conseqüências cômicas. Fora isso, ainda há viagens de ácido mostradas de maneira literal, em boates com muito neon,contemplando as imagens com movimentos de câmera que vem dos pés até a cabeça dos personagens, em uma clara demonstração do cineasta de que ele sabe filmar dessa maneira.

    No meio de toda a bagunça da imbatível dupla há o acréscimo de Syd (Gabrielle Union), irmão de Marcus e que tem um caso secreto com Mike, e também um pedido de transferência de Burnett. Sai a simplicidade do texto anterior para um arremedo de script que junta dezenas de plots e não desenvolve minimamente nenhum, na falta de uma historia coesa ou pretensiosa, Bad Boys II apela para toda sorte de dilema, de situações genéricas e de violência super gratuita. Há semelhanças bizarras com Matrix Reloaded e Mais Velozes e Mais Furiosos, lançados no mesmo 2003, além  de referenciar outras fitas de ação recentes para a época, sendo que nenhuma era boa, e nenhuma é superada por esta.

    A câmera viaja demais pelos cenários, de um modo que quase causa náuseas no espectador. As situações são extremamente genéricas, mesmo que o trabalho da direção de arte tenha cuidado em mostrar detalhes incríveis. Há toda uma sequencia de tiroteio depois dos anti heróis passarem em uma loja de artigos religiosos. A troca de tiros é confusa na maioria das vezes, denegrindo ou dando pouca importância inclusive para a quantidade de entidades religiosas aludidas visualmente, entre santos católicos, orixás e entidades de credos afro-brasileiros.

    É tudo muito confuso e forçado, um exemplo de quão mal pensado é o esquema visto no script é o modo como Marcus se veste. Ele era inseguro no outro filme, mas nesse, é também carente e insuportável, vive utilizando regatas e roupas de esporte, como se precisasse dos torcedores do Miami Heat para transpirar carisma, ele já causava simpatia no espectador, não precisava de nenhuma apelação.

    As minorias GLBT são mostradas de modo muito caricato, forçado e artificial. Quase tudo que funcionava no outro filme é mal replicado aqui, o Capitão Howard de Joe Pantoliano é uma sombra do que era, e o uso de Michael Shannon, como o bandido pé rapado Floyd Poteet não chega nem perto do que era o papel de Michael Imperioli, e claramente ambos fazem a mesma coisa, com algumas diferenças de pano de fundo. Nem a relação familiar dos Burnett segue semelhante. Nem mesmo a pieguice, que antes era charmosa, funciona, aqui é pura gratuidade mesmo.

    A meia hora final é  ainda mais constrangedora, onde se faz piada com necrofilia mais de uma vez, e em uma sequencia tão grande que faz perguntar quando ela acabaria. Os dois protagonistas não conseguem salvar o longa de soar um pastiche do que foi o primeiro, o que é lamentável, dado que havia grandes expectativas sobre os rumos dessa continuação, que já  demonstrava que o cinema de Bay estava desgastado e refém de suas próprias formulas.

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  • Crítica | Os Bad Boys

    Crítica | Os Bad Boys

    Produção de Don Simpson e Jerry Bruckheimer, com direção de Michael Bay, Os Bad Boys é uma comédia de ação policial, protagonizado por Will Smith, recém saído de Um Maluco no Pedaço, e por Martin Lawrence mais conhecido por seus shows de Stand Up Comedy nos idos de 1995, além é claro da série Martin, que protagonizava. O filme brinca com clichês de programas e seriados policiais, munido é claro de uma linguagem mais adulta e sacana, aproveitando o carisma de seus astros.

    O filme se passa em Miami, e em pouco tempo a câmera trata de utilizar o lugar como um dos personagens centrais da trama, com tomadas aéreas que correm o por do sol, mostrando a beleza das cores alaranjadas sobre as praias, baia e prédios. Tudo que envolve a historia prima por um descompromisso com a seriedade, os vilões que são apresentados são caricatos e repletos de clichês, ao mesmo tempo, a ultra violência é bastante utilizada aqui, com assassinatos e tiros ocorrendo já nos primeiros momentos do longa. É como se a obra de Bay fosse uma continuação espiritual dos filmes de ação dos anos 80, como Máquina Mortífera ou Duro de Matar, mas com um estilo bem diferente.

    Marcus Burnett (Lawrence) e Mike Lowrey (Smith) tem vidas bem diferentes, um é casado e outro um bon vivant solteiro e com receio de ter compromisso, possivelmente com diferenças cabais de rotina para compensar o fato de serem dois negros agindo como os tiras clássicos dos filmes de brucutu, como não há a química inter racial.

    Como o roteiro de Michael Barrie, Jim Mulholland e Doug Richardson (com argumento de George Gallo) não é um primor e nem busca reinventar nada, a personalidade dos personagens acaba sendo muito básica, Lowrey lembra muito o Will da série que ainda não havia acabado, principalmente por ser um mulherengo muito charmoso, e Burnett é o típico negro inseguro

    A música é um elemento importante no filme, tanto a trilha composta por Mark Mancina, que dá o tom para as andanças de Mark e Mike, quanto o tema do Inner Circle, que era utilizado como abertura da série COPS, e é cantarolado pelos dois tiras enquanto seguem o rastro dos traficantes de heroína. Não há muita complexidade nos vilões e opositores, eles são basicamente amontoados de clichês e visualmente assustadores, não apresentam muitas camadas, são mafiosos genéricos, assustados e violentos, como era bem típico dos programas como o já citado COPS, Miami Vice etc, e todo esse clima funciona, por causa no espectador uma sensação de familiaridade.

    Os personagens secundário ao menos são repletos de carisma, seja o capitão Howard, de Joe Pantoliano, um sujeito pilhado, engraçado e viciado em basquete, ou a família de Marcus, o porteiro de Milke ou a testemunha de um assassinato, Julie Mott, interpretada por sua vez por Tea Leoni inciante, mas ainda assim muito importante para toda a trama, graças entre outras cisas por sua forte presença. Alem deles, há o borracheiro Jojo, vivido por Michael Imperioli quatro anos antes de Família Soprano.

    Os momentos contem uma série de eventos frenético, e são fortificados pelas muitas explosões, pela edição e claro pelo slow motion. A essa altura estes não eram aspectos que determinavam a marca que Bay imprimiria em seu cinema, então não era uma formula desgastada, e dada toda a cafonice do filme, simplesmente funciona.

    Os Bad Boys é muito fruto do seu tempo, não tenta ser revolucionário, é apenas uma fita divertida, repleta de ação, humor e violência, uma nova versão do que seria o cinema brucutu, para um novo público, mas sem esquecer os fãs do sub gênero, mostrando os vigilantes e defensores da lei como pessoas de moral dúbia, com defeitos, reféns de seus sentimentos egoístas, mostrando dificuldades claras em ceder ou não a vaidade ou a vingança, em uma trama com múltiplas reviravoltas.

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  • Crítica | Esquadrão 6

    Crítica | Esquadrão 6

    Quando você inicia Esquadrão 6 na Netflix, surge o aviso “Algumas cenas contém efeitos estroboscópicos que podem afetar espectadores fotossensíveis”. Não me lembro de ter visto algo semelhante em algum filme de Michael Bay, mas nesse aqui é um aviso que não deve ser ignorado. O diretor está no auge da sua forma aqui, o que não significa que seja algo bom. Tirando uma ou outra sequência de ação, Esquadrão 6 é um amontoado de coisas que são explosivamente jogadas na tela, com um fiapo de trama genérica que tenta se passar como espertinha e uma narrativa que deixa o espectador mais perdido que funcionário das Lojas Americanas na Black Friday.

    Na trama, Ryan Reynolds é um bilionário que forja a própria morte e reúne um grupo de profissionais altamente treinados em suas áreas de atuação (e que também forjam a própria morte) para atuar em missões ao redor do mundo. A primeira empreitada deles é derrubar o ditador de um país fictício chamado Turgistão e substitui-lo por seu irmão, um democrata idealista amado pelo povo da nação.

    Esquadrão 6 se inicia com uma perseguição absurda pelas ruas de Roma, onde o diretor Michael Bay mostra toda a sua capacidade de construir algo simultaneamente alucinante e confuso. Alguns momentos da perseguição de uma pirotecnia visual que chega a ser sublime, enquanto outros exigem algum tempo para que o cérebro processe o que acabou de acontecer. Após essa perseguição inicial, o filme segue entre uma sequência de ação e outra enquanto é mal costurado pelo roteiro extremamente genérico da dupla Rhett Reese e Paul Wernick, idealizadores da duologia Zumbilândia. Não é exagero dizer que o ponto do alto do filme é o início e depois a qualidade despenca vertiginosamente, provocando um cansaço no espectador que não aprecia algumas outras sequências engenhosas que acontecem ao longo do filme. Nessas sequências, Michael Bay mostra que tem capacidade de fazer coisas boas, mas prefere elevar tudo à enésima potência e entregar uma pornografia de explosões, tiros, gritaria e piadas ruins.

    Como dito anteriormente, o roteiro não ajuda nada ao resultado final da fita. Ainda que tente conferir background a cada um dos personagens, as histórias não tem nada de crível e nem conseguem despertar simpatia no espectador. Os flashbacks são tão confusos que é muito fácil se perder nos eventos e pra piorar, foi feito à moda dos filmes de início de carreira do cineasta inglês Guy Ritchie. Só que enquanto esse artifício funciona muito bem até mesmo nos filmes ruins do ex-marido de Madonna, aqui só pesam contra a narrativa. As relações interpessoais dos personagens são as mais artificiais possíveis, com direito à romances forçados, cenas de sexo sem o menos contexto e tornando enfadonho o conceito estabelecido por Ryan Reynolds de que o esquadrão não deve ter nenhum tipo de relação afetiva entre si e a derrubada dessa proposta com o desenrolar do filme. No tocante às atuações, Reynolds se esforça em tela e segura bem a onda, assim como a sempre competente Melanie Laurent, mas o resto do elenco fica preso diálogos ruins e piadas sem graça, o que é uma pena porque todos tem capacidade pra muito mais.

    O sentimento que fica após Esquadrão 6 é bem agridoce, pois ao mesmo tempo que gera uma decepção pelo que acabou de ser assistido, fica a esperança de que Michael Bay coloque a mão na consciência e reflita que tem potencial para entregar ótimos filmes de ação. Só precisa segurar a onda e não sucumbir aos seus delírios pirotécnicos.

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  • VortCast 54 | Piores Filmes de 2017

    VortCast 54 | Piores Filmes de 2017

    Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Filipe Pereira (@filipepereiral), Bernardo Mazzei, Bruno GasparCaio Amorim Rafael Moreira (@_rmc) se reúnem para comentar sobre a lista publicada no site sobre os piores filmes lançados em 2017 no Brasil.

    Duração: 110 min.
    Edição: Caio Amorim
    Trilha Sonora: Flávio Vieira
    Arte do Banner: 
    Bruno Gaspar

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    Acessem

    Brisa de Cultura

    Piores Filmes de 2017

    Lista Completa dos Piores Filmes de 2017
    Crítica Rei Arthur: A Lenda da Espada
    Crítica Boneco de Neve
    Crítica Internet: O Filme
    Crítica Death Note
    Crítica Transformers: O Último Cavaleiro
    Crítica A Torre Negra
    Crítica Emoji: O Filme
    Crítica Alien: Covenant
    Crítica Assassin’s Creed
    Crítica A Múmia

    Menções Honrosas

    Crítica Liga da Justiça
    Crítica Mulher-Maravilha
    Crítica Bright
    Crítica Homem-Aranha: De Volta ao Lar
    Crítica A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell
    Crítica O Jardim das Aflições
    Crítica Policia Federal: A Lei é Para Todos
    Crítica O Círculo

    Comentados na Edição

    VortCast 49 | Liga da Justiça
    VortCast 48 | O Que Estamos Lendo?
    VortCast 47 | Homem-Aranha e o Cinema
    VortCast 46 | Melhores Filmes de 2016
    VortCast 44 | Piores Filmes de 2016
    VortCast 30 | Steve McQueen, Diretor
    VortCast 19 | Ghost In The Shell
    Estrelas não garantem mais a venda de ingressos de filmes de Hollywood

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  • Crítica | Transformers: O Último Cavaleiro

    Crítica | Transformers: O Último Cavaleiro

    Existem franquias que conseguem o feito de dividir quase que perfeitamente a opinião do público. Velozes e Furiosos, por exemplo, é odiada por muitos que criticam a falta de originalidade do enredo, que reflete em personagens mal construídos e arcos dramáticos muito frágeis. Ao mesmo tempo, os números estrondosos de bilheteria não deixam dúvidas de que os filmes de Vin Diesel e companhia respiram muito bem obrigado e não têm previsão (e pretensão) alguma de chegar a um final definitivo.

    A mesma coisa acontece com Transformers. A série de filmes chega ao seu quinto episódio ainda deficiente em seus pontos mais criticados. A ausência de uma história a ser contada é tão notória que, em determinado momento já no segundo ato do longa, nos perguntamos o que de fato está acontecendo com os personagens. Na trama, Optimus Prime é dominado por uma força mística oriunda de Cybertron, seu planeta natal. O robô esquece então de sua lealdade aos humanos e dá início a uma empreitada em busca do cajado de Merlin (sim, Merlin!), que seria a chave para fazer com que a humanidade pereça e Cybertron ressurja no lugar do planeta Terra.

    Se não bastasse uma sinopse extremamente fraca, já habitual dos filmes da franquia, desta vez os roteiristas decidiram enterrar o pouco de credibilidade que ainda restava a história dos robôs trazendo para ela um contexto mágico medieval que simplesmente não dialoga de maneira alguma com tudo o que já foi mostrado até hoje para os espectadores de Transformers. Nomes como Merlin, Rei Arthur, e a famosa távola redonda, são repetidos diversas vezes ao longo do filme e o estranhamento com a falta de conexão entre os temas é garantido. Péssima ideia da equipe de roteiristas.

    Mark Wahlberg retorna ao papel do “inventor” Cade. Longe da filha desde os últimos acontecimentos de “A Era da Extinção”, ele se esconde em um ferro-velho junto com os robôs aliados e também os dinobots (que aliás, pouquíssimo aparecem em cena). São apresentados ao público dois novos personagens bastante carismáticos. Jimmy, interpretado por Jarrod Carmichael e Izabella, vivida por Isabela Moner. A última, lembra imediatamente a personagem Laura (X-23), de Logan. A menina é de longe a melhor personagem em cena e renderia excelentes momentos, caso o roteiro soubesse o que fazer com ela. Subaproveitada, em diversos momentos esquecemos da existência da personagem e fica aquela vontade de conhecer mais sobre ela.

    Por outro lado, se existe uma coisa que a saga sabe fazer bem é o trabalho técnico. Dificilmente este filme saíra com as mãos abanando da próxima temporada de premiações. É de cair o queixo a qualidade de som, mixagem, efeitos especiais e design de produção. Em determinados momentos, é preciso extrema atenção para depreender todos os itens que compõem as cenas. Aliás, aí está algo que funciona na direção de Michael Bay. Muitas soluções são meramente visuais e passam ilesas no roteiro. Seu cinema construído sobre múltiplos cortes pode gerar incômodo em boa parte da crítica e público, mas está longe de ser sofrível. É uma pena que o texto não acompanhe o ritmo da edição.

    A trilha sonora de Steve Jablonsky não empolga. O maestro faz uso excessivo do já clássico “baum”, aquele som de suspense que ficou famoso em A Origem e depois foi repetido inúmeras vezes no cinema de ação. Por mais que o sim dialogue com a trama, é praticamente impossível ouvir este som e não relembrar ao menos uma dúzia de filmes que fazem uso do mesmo recurso. Transformes: O Último Cavaleiro conta ainda com a participação de Anthony Hopkins, no papel do excêntrico Edmund Burton.

    Texto de autoria Marlon Eduardo Faria.

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  • Crítica | 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi

    Crítica | 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi

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    O cinema do diretor de cinema Michael Bay normalmente é criticado por seu caráter pueril, repleto de explosões desnecessárias, duração longa e preciosismo narrativo. Exceção feita a Sem Dor, Sem Ganho, sua filmografia recente pouco se diferenciou de sua marca registrada, em especial pela trilogia Transformers e seu mais recente capítulo que mistura continuação e reboot, em A Era da Extinção. As expectativas em relação ao seu décimo segundo longa-metragem eram bastante diferentes, já que todo o marketing em volta de 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi prenunciava um filme mais sério e contido.

    A premissa da adaptação literária do livro de Mitchell Zuckof é realizada por Chuck Hogan, escritor do livro Prince of Thieves, o mesmo que gerou Atração Perigosa de Ben Affleck. Apesar das boas credenciais, o drama dos militares que adentram o território líbio é exibido de um modo bastante melodramático, sub aproveitando inclusive os dotes de John Krasinski, que vive o herói da jornada Jack Silva.

    Incrivelmente Bay consegue compilar um filme em menos de 150 minutos, fato raro em suas últimas incursões na sétima arte, e que nem por isso garante uma história enxuta. A primeira hora é dedicada basicamente a estabelecer que os homens designados para aquele trabalho não são monstros insensíveis, e sim valorosos guerreiros que sentem saudades de suas famílias, apelando inclusive para cenas adocicadas e de pouco valor além do pueril e comum discurso patriótico cego.

    O texto guarda espaço para discussões bobas, ameaças entre alistados de patentes diferentes e ultimatos feitos por um personagem inútil à trama para outro, o que faz zerar ainda mais toda a tentativa de drama estabelecida no argumento. A descida de qualidade inclui até um momento que deveria ser de tensão, com agentes estrangeiros metralhando uma bandeira dos Estados Unidos da América, cuja patética forma faz esgotar a possibilidade de se levar o filme a sério a partir dali.

    A agonia da espera e expectativa servem de artifício metalinguístico, já que personagens e público vivem esta mesma experiência, com os primeiros temendo a morte, enquanto o espectador sofre com a duração do drama mal construído, arrastado ao extremo mesmo em se tratando do filme mais curto do diretor (excetuando comédias) desde A Ilha.

    A fita tenta emular momentos de Guerra Ao Terror, mas sem a sutileza e talento que são típicos de Kathryn Bigelow, substituindo esses artigos por uma forte carga de islamofobia. Embora as cenas de ação consigam emular uma violência que está em desuso no cinema hollywoodiano recente, ao focar em dilacerações e deformação de corpos, não há como salvar o resultado final.

    Um dos muitos personagens genéricos presentes na história, Dave Boon Benton (David Denman) lê em seu momento de lazer o clássico O Poder do Mito, de Joseph Campbell, que resume a tentativa de história proposta no longa, ao demonstrar um maniqueísmo exemplar ao retratar os soldados que tentam, a todo custo, entrar para os anais da história militar de seu país através de uma tola e datada jornada heroica. O paralelo com o monomito e com esse tipo de trajetória é o máximo de conteúdo que Bay e Hogan propõem ao seu público, não conseguindo sequer justificar o tosco folheto propagandista como máscara de filme anti-guerra, resultando em mais um produto patético do cinema de guerra estadunidense.

  • Crítica | Transformers: A Era da Extinção

    Crítica | Transformers: A Era da Extinção

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    Quando foi anunciado, em meados de 2005, que o desenho Transformers ganharia uma adaptação para o cinema, ninguém sabia o que esperar. Porém, as expectativas eram as melhores possíveis. Quando o filme chegou às telas, em 2007, até os mais invejosos deixaram de criticar o tuning feito no disfarce de caminhão de Optimus Prime, todo pintado de chamas no melhor estilo hot rod, e passaram a apreciar uma ótima adaptação repleta de ação, humor, com uma trilha sonora certeira, tanto musical quanto orquestrada, além de ter uma história simples porém cativante sobre um jovem apaixonado pela garota mais popular do colégio e que precisa tirar notas boas para comprar seu primeiro carro.

    Infelizmente, mesmo a franquia se sustentando pelos sucessos de bilheterias das continuações Transformers: A Vingança dos Derrotados e Transformers: O Lado Oculto da Lua, os filmes foram um fracasso. Além de dois roteiros fraquíssimos, a relação entre o diretor Michael Bay e o elenco principal parecia ter se esgotado, uma vez que trabalhar com Bay não é uma das tarefas mais fáceis. Tal esgotamento resultou na demissão da atriz Megan Fox que havia, inclusive, iniciado as filmagens do terceiro filme.

    Logo após a estreia de O Lado Oculto da Lua, um reboot foi anunciado. Os robôs, obviamente, permaneceriam, mas todo o elenco seria trocado, o que permitiu que Transformers: A Era da Extinção fosse tratado como uma continuação dos três anteriores. E a mudança fez bem, mas não tão bem assim. Com uma história convincente, porém quase copiada da relação familiar mostrada em Armageddon (também de Bay), do pai-ciumento-que-faz-tudo-pela-filha-mas-que-descobre-que-ela-namora-e-nem-é-tão-santa-assim, o filme tem um péssimo terceiro ato que quase estraga toda a empolgação.

    Cade Yeager (Mark Wahlberg) é um mecânico, inventor e caçador de relíquias falido que tem o sonho de ser reconhecido pelo seu trabalho para poder pagar os estudos de sua filha Tessa (Nicola Peltz). Além de consertar aparelhos eletrônicos dos vizinhos, o que lhe rende pouquíssimo dinheiro, Cade vive comprando coisas velhas que as pessoas não usam mais com o objetivo de inventar alguma coisa, cuja patente lhe deixaria milionário. Sua vida muda quando, ao visitar um cinema abandonado no Texas, se interessa por um caminhão velho e destruído e o compra por 150 dólares. Durante o conserto do caminhão em seu celeiro (muito bacana, por sinal), Cade percebe que o sistema mecânico daquele caminhão é completamente diferente e que, portanto, poderia se tratar de um transformer. Após algumas noites em claro, consegue consertar e ativar Optimus Prime (novamente na voz de Peter Cullen), que agora passa a ter uma dívida com Cade. Optimus envia uma mensagem ao restante dos Autobots sobreviventes e consegue se reunir ao sempre carismático Bumblebee e aos novos Autobots: Autobot Hound (na voz do grande John Goodman); Autobot Drift (na voz do ótimo Ken Watanabe), um Autobot samurai (sim, um samurai); e Autobot Crosshairs (voz de John DiMaggio).

    Paralelo a estes acontecimentos, somos apresentados a um grupo secreto do governo muito semelhante à equipe Nest liderada pelo personagem de Josh Duhamel na primeira trilogia. Porém, esta equipe trabalha ao lado do transformer Lockdown (voz de Mark Ryan), caçando e matando Autobots ao redor da Terra. Com os adventos negativos da batalha em Chicago de Transformers: O Lado Oculto da Lua, o governo decidiu não contar mais com a ajuda dos Autobots, obrigando os robôs a se refugiarem e a se disfarçarem, o que explica a mudança de visual de Optimus e Bumblebee.

    Também somos apresentados ao cientista Joshua Joyce (Stanley Tucci) e seu sócio de negócios Harold Attinger (Kelsey Grammer). Joyce é uma espécie de Steve Jobs da indústria armamentista e que vem conseguindo criar seus próprios transformers baseados no “DNA” dos robôs capturados por Lockdown. Tem como objetivo criar transformers em larga escala e vendê-los para outros países. Já Attinger tem uma mente maligna e trabalha ao lado de Lockdown, liderando à distância a equipe de caça em busca de Optimus Prime, que detém a Semente, uma espécie de matéria-prima que, se detonada, se torna uma fonte inesgotável para a construção dos robôs de Joyce.

    Com esses três núcleos de personagens, o roteirista Ehren Kruger, que retorna à franquia desta vez assinando o filme sozinho, consegue amarrar uma história convincente, convergindo estes núcleos de forma inteligente e bastante justificável. Não há nada de errado no fato da família de Cade estar envolvida numa trama em que um robô mercenário – que tem como esporte aprisionar líderes dos planetas em que passa – fecha um “contrato” com humanos que concordam em entregar o líder dos Autobots em troca da Semente.

    As cenas de ação são muito boas e o destaque fica para a perseguição aos Autobots, onde os transformers dos humanos são ativados pela primeira vez e liderados por Galvatron, que foi criado tendo Megatron como base, o que demonstra timidamente o que poderá vir numa eventual continuação. Com isso, a parte de humor também é boa e sobra até para Optimus uma piada. A cena em que Bumblebee, que não gosta nem um pouco de ser chamado de lata velha, encontra o transformer que foi criado a partir de sua base é espetacular. É sempre bom poder rir com um robô amarelo e temperamental (entenderam?).

    Infelizmente, o terceiro ato é ruim e repete os mesmos erros dos dois filmes anteriores, pecando pelo excesso. Chega a ser chata essa mania de Bay em querer que o filme seja maior e mais épico possível, algo que não contribui em nada para o desenrolar da trama. É tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que Bumblebee simplesmente desaparece numa determinada parte. O sentimento é de enganação, o que também pode levantar a suspeita de que o filme sofreu problemas em sua produção, já que se nota claramente que os dois primeiros atos fazem parte de um ótimo e promissor filme, sendo o terceiro ato parte de um péssimo filme. A diferença chega a ser tão gritante que Joshua Joyce, antes tido como um gênio da indústria moderna, um personagem carismático que não se sabe em que lado está, seja reduzido a um personagem engraçadinho e insuportável, dez vezes pior que o agente Simmons, vivido por John Turturro na trilogia original. Até a presença dos Dinobots no filme poderia ter sido descartada se os Autobots, de fato, não estivessem precisando de ajuda. O curioso é a maneira como se responde à questão da existência de robôs-dinossauros no filme, sendo a resposta a mais simples e óbvia possível.

    Quanto à direção de Bay, mais do mesmo. Estão lá as competentes cenas de ação, as cenas feitas em contraste com o pôr-do-sol, assim como as cenas em câmera lenta. Embora seja muito criticado por sempre repetir a mesma fórmula, inclusive por copiar aquilo que deu certo (e o que deu errado, também) e por ser exagerado, Bay ainda é um dos poucos diretores em Hollywood que, obviamente com exceção dos robôs, ainda trabalha com cenários reais e efeitos práticos, além de colocar seus atores dentro de explosões e situações de perigo reais, sem o uso de dublês. o 3D é competente e a experiência, de fato, vale o ingresso, o que é muito raro.

    Apesar do terceiro ato e dos longos 165 minutos de fita, Transformers: A Era da Extinção tem um saldo positivo, mas por pouco. O novo elenco e os novos personagens injetaram um pouco de ânimo à franquia. A jovem atriz Nicola Peltz e Jack Raynor, que faz o namorado de Tessa, Shane, são apáticos, mas Mark Wahlberg, com seu personagem carismático, e Stanley Tucci conseguem carregar o filme nas costas. Seria bastante interessante se, em algum momento, acontecesse um encontro entre Sam Witwicky, da trilogia antiga, e Cade Yeager.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Agenda Cultural 54 | Zumbis Cubanos, Mutantes Imortais e Robôs Gigantes

    Agenda Cultural 54 | Zumbis Cubanos, Mutantes Imortais e Robôs Gigantes

    agenda54

    Depois de um loooooongo inverno… Bem vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Rafael Moreira (@_rmc), Filipe Pereira, Jackson Good (@jacksgood) e Carlos Brito se reúnem para comentar dos recentíssimos lançamentos do cinema. Nesta edição conheçam um pouco sobre os mortos-vivos da ilha do Fidel, mutantes imortais, fisiculturistas assaltantes, robôs gigantes (o filme, não o podcast sem graça) e outras merdas. Aproveitem enquanto ainda temos saco pra isso e deixem seus comentários =D

    Duração: 84 min.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Rafael Moreira
    Arte do Banner: 
    Bruno Gaspar

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    Comentados na Edição

    Cinema

    Crítica Juan dos Mortos
    A Aventura de Kon Tiki
    Crítica Wolverine Imortal
    Crítica Tese Sobre um Homicídio
    Crítica Círculo de Fogo
    Crítica Amantes Passageiros
    Percy Jackson e o Mar de Monstros
    Crítica Amor Pleno
    Crítica Sem Dor, Sem Ganho

  • Crítica | Sem Dor, Sem Ganho

    Crítica | Sem Dor, Sem Ganho

    Sem-Dor-Sem-Ganho-poster

    Após passar alguns anos dedicando-se aos blockbusters de uma popular e milionária franquia, um cineasta resolve respirar novos ares. Orçamento baixo (estimado em 26 milhões de dólares), roteiro baseado em fatos reais… é de se imaginar algo mais intimista, mais “cabeça”, talvez? Não quando estamos falando do explosivo Michael Bay. Dinheiro e efeitos especiais à parte, a alma do diretor permanece em Sem Dor, Sem Ganho – uma divertida comédia de ação que até surpreendeu os detratores deste gênio incompreendido.

    Situada em meados dos anos 1990, a trama acompanha um trio de fisiculturistas de Miami que decide tentar um grande golpe pra mudar de vida. Daniel Lugo (Mark Wahlberg) é um personal trainer que assiste a uma palestra de auto-ajuda e sai iluminado: ao invés de ficar reclamando da vida, ele vai agir para ter aquilo que julga merecer. Com isso, entenda-se sequestrar um endinheirado frequentador da sua academia (Tony Shalhoub) e “convence-lo” a transferir seus bens pra ele. Os parceiros de crime de Lugo são Adrian Doorbal (Anthony Mackie), um simplório marombeiro que enfrenta problemas de disfunção erétil; e o ex-presidiário arrependido e hoje cristão, Paul Doyle (Dwayne “The Rock” Johnson). Atrapalhados até dizer chega, os fortões agem na base do improviso e tentativa e erro (e são muitos, muitos erros), e acabam tendo que se dedicar mais a consertar as próprias furadas do que a aproveitar o sucesso do plano.

    Como citado anteriormente, Michael Bay não deixou de lado suas marcas. Aspectos visuais impecáveis, apesar do orçamento reduzido, algo que faz lembrar da estreia de Bay em longa-metragens. O primeiro Bad Boys, de 1995, também se passava em Miami e trazia a ensolarada fotografia que aqui se repete. Ainda que Sem Dor, Sem Ganho tenha consideravelmente menos cenas de ação (pelo menos para o padrão do diretor), o ritmo ainda é frenético, com cortes e diálogos rápidos. Mesmo em cenas expositivas, a sensação de correria permanece. E claro, estão lá as câmeras lentas, a luz do sol estourando em diversos reflexos, e até mesmo uma explosãozinha básica, com direito ao trio de “heróis” de costas para ela, andando lentamente.

    O que acaba sendo um diferencial do filme é que o roteiro justifica – ou pelo menos acompanha – esses exageros visuais. Quando algo se anuncia como “baseado em fatos reais”, nossa reação normal é ligar o desconfiômetro e considerar a velha “magia do cinema”. Mas neste caso isso não afeta tanto, primeiramente porque ninguém duvida que os norte-americanos sejam capazes de maluquices. E depois, porque o filme se assume, desde o início, como um causo insanamente divertido, sem exibir qualquer pretensão documental/moralista.

    Nessa pegada, é uma diversão à parte especular até que ponto foram intencionais as zoações com o Sonho Americano. Começando com o protagonista dizendo que os EUA passaram de “um punhado de colônias mirradas” para “o país mais bombado do mundo” através de muito suor e trabalho duro. Conceitos de auto-ajuda tipicamente rasos se fundem tão bem, não só com o ideal capitalista estadunidense do “self-made man“, mas também com o simples (e povoado por mentes simples) universo da musculação. Impagável. E provavelmente involuntário, ou alguém acredita que Bay e os roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely se preocuparam em trabalhar camadas de ironia?

    Os atores que acompanham toda essa proposta escapista estão muito bem encaixados em seus papéis. Mark Wahlberg meio que repete seu papel em Ted, como um palerma que não se toca do quanto é estúpido. E, por se levar a sério e agir de acordo, acaba sendo muito mais engraçado do que seria se tentasse fazer humor. Abandonando um pouco a pose de fodão, The Rock também diverte como o incrivelmente ingênuo Doyle. Seja se entregando a Jesus ou à cocaína, ele consegue ser o mais tapado do grupo. Anthony Mackie e Rebel Wilson, ambos estereótipos, nada de especial. Ed Harris, ok trabalhando no automático. E Tony Shalhoub, o único que atua no filme, consegue fazer um personagem tão asqueroso que não desperta simpatia em momento algum, mesmo sendo uma vítima inocente. Ah, sim: a gatíssima Bar Paly confirma a habilidade de Michael Bay de transformar magrelas em deusas da gostosura na telona.

    Sem Dor, Sem Ganho não é, como alguns exagerados apontaram, o melhor trabalho de Michael Bay (isso só mostra que chega a ser irracional o ódio que muitos têm dele). É uma aventura descompromissada, um entretenimento bem executado. E deixa a interessante lição de que limites podem fazer bem ao diretor. Resta saber se ele entendeu isso, afinal, o quarto Transformers vem aí.

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • Vortcast 22 | Ben Affleck

    Vortcast 22 | Ben Affleck

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    Bem-vindos à bordo. Nesta edição, Flávio Vieira, Rafael Moreira, Isa Sinay, Pedro Lobato, Mario Abbade e Carlos Britto comentam sobre a carreira cinematográfica do ator e diretor, Ben Affleck. Partido de seus “ótimos” trabalhos com atuação, as parcerias com Matt Damon, a grande ascensão de sua carreira com o Oscar de melhor roteiro por Gênio Indomável, passando também pela pior fase da carreira com seguidos flops em comédias românticas, até chegarmos em seus notáveis trabalhos como diretor.

    Duração: 93 mins.
    Edição: Rafael Moreira
    Trilha Sonora: Rafael Moreira

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