Tag: Finn Wolfhard

  • VortCast 103 | Ghostbusters: Mais Além

    VortCast 103 | Ghostbusters: Mais Além

    Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira | @flaviopvieira) e Filipe Pereira (@filipepereiral | @filipepereirareal)  se reúnem para um bate-papo sobre a série de filmes Os Caças-Fantasmas, ou melhor, Ghostbusters, em especial sobre o filme mais recente. Curiosidades dos bastidores da franquia, as polêmicas do filme de 2016 e os principais acertos do novo longa.

    Duração: 64 min.
    Edição:
     Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira
    Arte do Banner:
     Bruno Gaspar

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    Crítica | Ghostbusters: Mais Além

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  • Crítica | Ghostbusters: Mais Além

    Crítica | Ghostbusters: Mais Além

    Crítica Ghostbusters Mais Além

    Ghostbusters: Mais Além é o novo capítulo da saga cinematográfica da franquia de professores que lidavam co eventos paranormais, com alguns bons anos de defasagem após o clássico Os Caça Fantasmas. A obra dirigida pelo queridinho de crítica e cinefilia Jason Reitman ousa bastante na trama, colocando novos protagonistas, baseando-se em uma família formada por Callie (Carrie Coon), uma mãe falida que vai atrás de uma casa velha que lhe foi dada de herança depois que seu pai morreu, e duas crianças, o menino adolescente Trevor (Finn Wolfhard) e a pequena, estudiosa e deslocada Pheebs, de Mckenna Grace. O filme trata de questões familiares pontuais, como o receio da mãe em repetir o distanciamento que ocorreu entre ela e seu pai agora com seus dois filhos, além de desenvolver uma sub trama apocalíptica e urgente.

    Para surpresa geral de quem vinha acompanhando a saga, esse também é protagonizado por uma figura feminina, fato escondido até a exibição do longa, provavelmente graças a rejeição que a incursão  anterior da franquia nos cinemas sofreu. A pouca exposição em matéria de propaganda ou veículos oficiais do filme causou uma boa surpresa, mesmo material de trailer demorou a circular, ainda assim timidamente.

    A aura misteriosa ajudou a não criar grandes expectativas em relação à produção, proporcionando então a Reitman traduzir a versão do filme de seu pai Ivan Reitman (que aqui, assina como produtor) para algo mais semelhante à filmografia do francês Michel Gondry, a exemplo de Rebonine, Por Favor e Micróbio e Gasolina, do que a filmografia do Reitman pai, embora o diretor coloque algumas referências a filmes obscuros, com easter eggs referentes até a Cannibal Girls, um filme de terror B obscuro da carreira de Ivan.

    A partir daqui haverão spoilers a respeito da trama, se o leitor quiser assistir sem saber desses fatos, recomenda-se ler após a estreia.

    Crítica Ghostbusters: Mais Além
    Diretor Jason Reitman com Mckenna Grace em cena com o carro Ecto-1.

    Diferente do visto no Caça-Fantasmas de Paul Feig, esse não é uma refilmagem, e sim uma continuação do clássico. Apesar da tentativa de estabelecer o mistério a respeito de quem seria o pai de Callie, não é difícil de supor que é o físico estudioso Egon Spengler, cujo intérprete Harold Ramis é o único que já não está vivo dentre o elenco original.

    A obra consegue reverenciar bastante o interprete do mais brilhante dos Caça-Fantasmas que, entre outros trabalhos seminais como a direção de O Feitiço do Tempo, também colaborou no roteiro do filme original junto a Dan Akroyd. Tardio ou não as homenagens foram acertadas e bastante justas, para o espectador mais emocional, há momentos que possivelmente causarão choro.

    Se havia receio de que Reitman tornaria o filme em algo “cabeça”, certamente não se cumpriu. O filme é divertido, tem semelhanças com Stranger Things e Cobra Kai, ao passo que também é delicado ao mostrar a busca de identidade da pequena Pheebs. Os coadjuvantes são bons, para além da família. Paul Rudd está muito bem como o professor curioso e desastrado, mas o outro destaque certamente é o jovem Podcast, interpretado pelo pequeno Logan Kim se destaca por fazer uma dupla de aventura cuja química é inegável com Parker.

    Além disso, Pheebs é uma personagem com camadas, deslocada do mundo e excluída, que vê na possibilidade de mudar de cidade a oportunidade não só de se transformar, mas de resgatar a ancestralidade de seus parentes. Nessa busca ela acaba encontrando sua vocação, passa aceitar seus gostos e desejos e até passa a lutar por eles, e diante disso, até alguns retornos que soariam como piegas se justificam, pois, não são só nostálgicos, pois tem uma razão boa para estar ali. Mesmo as obviedades servem bem ao roteiro escrito pelo diretor e por Gil Kenan, simples e direto, mas também profundo nos temas que aborda.

    A escolha de mostrar o legado através da família Spengler faz sentido e dá uma dimensão emocional considerável ao filme. A construção do herói do passado conseguindo sacrificar sua vida pessoal em nome da existência humana ganha força ao mostrar que o legado dele segue vivo, e para Harris, que teve um final de vida complicado, ao sofrer com Mal de Alzheimer, e para sua família, há uma bela reverência.

    Ghostbusters: Mais Além consegue atingir a expectativa de afagar o fã antigo, abrindo chance de produzir mais continuações, com um elenco jovem e carismático, só é lamentável a tentativa de mudar o nome da marca internacionalmente, já Caça Fantasmas é um termo que no Brasil causa muitas boas lembranças no público, e apesar de não condizer com toda a qualidade desta produção do gênero aventura sobrenatural, não faz o longa decrescer de qualidade.

  • Review | Stranger Things – 3ª Temporada

    Review | Stranger Things – 3ª Temporada

    Após um ano de hiato, Stranger Things retorna para uma terceira temporada, com um novo paradigma estabelecido, da puberdade chegando ao conjunto de amigos. Esta temporada se passa em 1985, se vale ainda mais das influencias da cultura pop oitentista e se fundamenta emocionalmente na relação de pai de filha entre Jim Hopper e Eleven, que estão cada um em um estado de espírito diferente, enquanto a personagem de Millie Bobby Brown começa a se aventurar com Mike (Finn Wolfhard) pelo primeiro amor, o delegado que David Harbour vive está cada vez mais deprimido, e ainda tem que lidar com os cuidados de sua filha estar descobrindo sua sexualidade aos poucos, a mesma que jamais andou de bicicleta e que jamais fez uma serie de coisas que crianças fazem.

    O pedido de  Jim é que Eleven mantenha a porta de seu quarto aberta ao menos 8 centímetros, e esse lembrete permeia todos os oito episódios de Stranger Things. Há um pouco de ousadia nesse roteiro, ainda mais se considerar as sementes plantadas nas temporadas anteriores. A condição de Will Byers (Noah Schnapp) como um sujeito com dificuldades de aceitação avança alguns poucos degraus, no sentido de insinuar sua sexualidade, assim como a condição de Billy (Drace Montgomery) flertar com mulheres mais velhas, e também no sentido de ser o condutor do mal, além disso, há uma boa reflexão a respeito das perdas que ocorreram antes, fazendo lembrar que apesar da serie ter um elenco infanto juvenil muito bom, a historia é feita para ser consumida por adultos.

    Hawkins continua como palco de eventos bem estranhos, na condição de cenário suburbano, que é o lugar perfeito para ser palco das paranoias típicas da Guerra Fria, ora, se até os grandes centros sofrem desse mal, imagine os locais mais distantes das decisões que mudam o mundo, em um tempo sem internet. A questão dos russos aliás é muito bem exposta, debochando do maniqueísmo dos filmes antigos sobre o antagonismo da URSS, ao atrelar o destino de Eleven ao de ser apenas uma “garota russa com poderes telepáticos”.

    O grupo de amigos não está tão coeso, enquanto Will quer jogar RPG, Max (Sadie Sink) e Lucas (Caleb McLaughlin) querem namorar (como Mike e Eleven), Dustin acaba de chegar de um acampamento onde também encontrou um par (ao menos é isso que ele diz) e passa mais tempo com Steve (Joe Keery) e Robin , a nova personagem vivida por Maya Hawke, filha de Uma Thurman e Ethan Hawke. Eles, tal qual na segunda temporada, se dividem, e isso é um presságio do futuro da franquia, e de que amizades são provadas quando ocorre a distancia entre os entes.

    Da parte adulta, o núcleo que envolve Joyce (Winona Ryder), Jim, e depois, Murray Bauman (Brett Gelman), além de se estabelecer uma sub trama política, ainda que pequena, bem válida, com protesto dos cidadãos ao avanço comercial e a construção de um shopping. Enquanto os pais reclamam  junto ao prefeito corrupto, os jovens desfrutam das benesses escapistas do capitalismo selvagem. Obviamente que a série dos irmãos Duffer não se preocupa em fazer uma dura crítica social as empresas multinacionais, afinal recebe até patrocínio de algumas franquias famosas, mas há ao menos boas menções a essas questões de micro cosmos e de uma realidade diferente das cidades maiores.

    Só no terceiro capítulo que as crianças se deparam com o mal, então se estabelece bem o clima juvenil típico de Porkys e Picardias Estudantis (só que real, e sem hiper sexualização de adolescentes, e com adolescentes reais), e o fato de Eleven usar poderes para espionar se seus amigos discutem sobre ela faz muito sentido, pois é típico da idade. Aliás, o vilão feito por Andrey Ivchenko como uma mistura do Exterminador do Futuro, de Robert Partick e Arnold Schwarzanegger é sensacional visualmente, além de provocar momentos épicos contra Jim, que aliás, está basante piadista nesse número três.

    O hiato apesar fez bem aos roteiros, ainda que tenha sido ruim pela questão das crianças crescerem demais nesse pequeno tempo, mas essa nova condição ajudou bastante a trama a evoluir, e ir para um novo nível, além disso, os rapazes e meninas parecem se entrosar cada vez mais com o passar do tempo, e a mistura das atuações bem empregadas com os efeitos especiais dos monstros e criaturas casa bem demais, mesmo com toda a paranoia típica da Guerra Fria, os pequenos dramas existenciais dos personagens fazem sentido.

    O combate com o tal devorador de mentes é muito bem registrado, tanto as interações dos atores com CGI quanto os ângulos que os Duffer escolhem colocar em tela são absurdos, e Emillie Brown se mostra cada vez mais madura como atriz, representando muito bem o horror e o poder quando é exigida, algumas vezes fazendo isso num espaço bem curto de tempo. O confronto dos episódios finais reflete sobre as perdas e mortes, e tem consequências mais pesadas que as vistas nas outras temporadas, em especial quando se leva em conta seu epílogo, três meses dos acontecimentos. A última temporada de Stranger Things fecha bem a trilogia, com uma sensação de alívio, mas sem deixar um final feliz mega adocicado, ao contrário, aqui há uma sensação de perda muito grande, sem certezas sobre os rumos que os irmãos Matt e Ross Duffer farão no futuro, pois dificilmente a série parará neste terceiro ano, ainda mais depois da recepção positiva por parte do publico e da crítica.

    https://www.youtube.com/watch?v=pfK5oCAK4oE

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  • Review | Stranger Things – 2ª Temporada

    Review | Stranger Things – 2ª Temporada

    Após uma 1ª temporada irretocável, Stranger Things voltou logo, em Agosto de 2017, mostrando seu elenco de crianças envelhecidas em um ano, tal qual se viu durante os filmes da saga de cinema Harry Potter. A segunda temporada continua focada no colégio da cidade de Hawkins, um pequeno vilarejo onde continuam acontecendo fatos bastante estranhos, e se vale ainda do seu conjunto de crianças extremamente carismáticas.

    Mike Wheeler (Finn Wolfhard), Dustin Henderson (Gaten Matarazzo), Lucas Sinclair (Caleb McLaughlin) e Will Byers (Noah Schnapp) continuam bastante amigos, mas estão distantes de Eleven (Millie Bobby Brown), que está morando com o delegado Jim Hopper (David Harbour), para que os  cientistas que mexeram com seu DNA não a capturem de novo, e essa paranoia é muito bem encaixada e condizente com a época de 1984, durante a Guerra Fria, que é um dos muitos temas que os irmão Duffer pegam emprestado para montar a sua mitologia.

    É bem legal que Hawkins, sendo uma cidade interiorana e longe dos holofotes, faz ter semelhanças com outros lugares isolados onde fatos estranhos ocorrem, exemplo disso é Varginha, que fica no interior de Minas Gerais, palco de um suposto caso ufológico que ao menos no exterior, é bastante levado a sério. É engraçado como tanto nessa província da série da Netflix quanto na cidade mineira é fácil desacreditar os fenômenos que ocorreram, e ao menos na ficção, esse contato com o fantástico faz muito sentido e não se apela muito para a suspensão de descrença.

    Jim tem uma conexão com Eleven por conta de muitos fatores, entre eles, a semelhança física entre ela e sua filha morta, que contraiu câncer e também foi careca, mas ele claramente não sabe desempenhar o papel de paternidade, já que está bastante enferrujado. Stranger Things continua apostando muito no sentimento de não pertencimento e inadequação, mas não só com as crianças ou com os que sofreram intervenção dos cientistas, mas também com os jovens e adultos. Jonathan (Charlie Heaton) já é assim desde o primeiro ano, sua mãe Joyce (Winona Ryder) que é encarada como louca por todos, e claro, os outros freaks poderosos, que são os primeiros a aparecer em cenas inéditas, e que só são desenvolvidos mais para frente, junto a 11.

    As referências continuam muito fortes, o lugar onde os jogos de fliperama ocorrem, o Espaço Arcade, os jogos/filmes de Dragon’s Lair lembram os cenários típicos das cidades suburbanas dos Estados Unidos – e que abarrotaram as cidades do Brasil nos anos 90 também – além é claro de haverem novos elementos que fazem lembrar Karatê Kid, por exemplo, como o acréscimo dos novos personagens, Billy (Dacre Montgomery) e a pequena Maxine (Sadie Sink), sua meia-irmã, que funcionam como as pessoas de fora que chegam num lugar onde todos já tem entrosamento. Há também elementos de ET – O Extraterrestre, como quando Dust encontra uma criatura que veio do Mundo Invertido, e claro que as crianças não  sabiam da origem deles.

    No entanto, as pontas soltas do 1º ano são retomados e há consequências bem graves, e isso por si só desmistifica uma das maiores reclamações dos fãs, de que este segundo ano não parecia muito continuação de Stranger Things 1ª Temporada. A maioria dessas críticas se dá pelo fato de Eleven demorar demais para reencontrar seus amigos e isso realmente incomoda, mas como os irmãos Duffer gostam de emular os filmes, séries, desenhos e derivados dos anos 80, é natural que a historia se bifurque e tenha seu desenrolar por meio de núcleos específicos como é típico das continuações de filmes famosos, e é óbvio que alguns desses serão mais carismáticos e interessantes que outros. O que irrita de verdade é que o grupo de “delinquentes” numerados que é mostrado no início quase não aparecem até os capítulos finais, de resto, tudo faz sentido, o esconderijo/exílio de 11, os pensamentos pós traumáticos de Will, e a saudade que Mike tem tanto de seu amigo, quanto do par que lhe foi afastado a força.

    Mesmo os núcleos adolescentes ficam mais legais, a parceria entre Steve (Joe Keery) e Dust por exemplo é muito divertida, assim como a aproximação de Jonathan e Nancy (Natalia Dyer) faz sentido pois foi plantada nos capítulos da primeira temporada. Mesmo quando soam forçados os romances, há base na cultura pop dos anos 70 e 80, pois nas comédias infantis, o amor era representado dessa forma, meio tosca.

    A  2ª temporada serve para fortalecer toda a ideia da paranoia da Guerra Fria e do desprezo que é  bem comum em  meio aos que sofrem traumas. Eleven e os outros são boas versões dos judeus que sofreram experiências na época da Segunda Guerra, não só pelo óbvio – são marcados na pele – mas também por suas capacidades sobre humanas, em exageros nos resultados desses experimentos, tal qual os herois da Marvel que tinham contato com o horror atômico. Os últimos dois capítulos são ótimos, o senso de urgência se eleva consideravelmente, mostrando a pequena Eleven justificar todo o hype em cima de seu personagem. O confronto rivaliza com o final de Stranger Things 1, mas o tom de epílogo dele não poderia ser mais emocional, num baile de colégio em que os garotos tem encontro com seus alvos amorosos, tudo isso representado por atuações que variam entre o fantasioso e o lúdico na medida certa. O momento mais bonito certamente é o modo como Mike enxerga Eleven, finalmente matando a saudade entre os dois amigos, que sonhavam em se reunir, além de uma terna relação entre Nancy e Dustin, que encontra eco com a primeira cena dos dois no piloto, dá novos significados a maturidade da recém adolescente. Se Stranger Things 2 não é tão brilhante e se não tem o fator novidade a seu favor, certamente compensa isso com emoção, mostrando as relações entre os personagens infantis tendo mais sentido, assim como os laços de amizades novos e velhos amadurecem, sendo mostrados do modo carismático e belo tal qual os filmes de John Hughes ou os produzidos por Steven Spielberg, mas repaginados para os dias de hoje, com elementos que fazem com que essa se diferencia positivamente do restante de produtos infantis, mostrando obviamente uma história que não é feita para crianças dada a violência, o uso de monstro e sua classificação indicativa para maiores de 16 anos.

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