Tag: Harold Ramis

  • Crítica | Os Caça-Fantasmas 2

    Crítica | Os Caça-Fantasmas 2

    Depois do sucesso do primeiro filme, o mundo clamava por uma continuação de Os Caça-Fantasmas. Durante certo tempo, Dan Aykroyd e Harold Ramis, protagonistas e roteiristas do original, resistiram às pressões, principalmente da Columbia Pictures. É compreensível a relutância da dupla, pois o primeiro filme possui uma trama bem fechada e se sustentava sozinha, sem deixar espaço para sequências. Entretanto, em 1989, não só Aykroyd e Ramis voltaram, mas todo o elenco principal composto por Bill Murray, Sigourney Weaver e Ernie Hudson, além do diretor do Ivan Reitman. Entretanto, o resultado da reunião não foi dos melhores.

    O filme teve produção problemática desde o início, com roteiros sendo completamente reescritos devido a ideias consideradas não filmáveis. Além disso, havia problemas de agenda, pois os atores se consagraram ali e se tornaram figuras fáceis em produções nos anos subsequentes. Existiram conflitos criativos entre Ramis, Aykroyd e David Puttnam, então executivo da Columbia Pictures que odiava Bill Murray e pretendia fazer um Caça-Fantasmas 2 na marra. Enfim, o cenário não era nada positivo, mas a dupla de roteiristas finalmente conseguiu entregar um roteiro em 1988. A ideia era até interessante, explorar a força das emoções negativas, como elas agiriam junto ao sobrenatural e uma entidade que retiraria seus poderes dessa combinação, contudo a execução preguiçosa fez desse filme uma pálida imitação de seu antecessor.

    Ainda que tenha passado por revisões ao longo dos anos onde muitos tentam convencer que o filme não é tão ruim como pintam, principalmente se comparado ao original, o fato é que Os Caça-Fantasmas 2 realmente não é bom. Logicamente que existem alguns bons momentos, a maioria deles protagonizados por Bill Murray, mas Rick Moranis e Peter MacNicol se destacam positivamente. Dan Aykroyd e Harold Ramis se apresentam bem, assim como Sigourney Weaver, enquanto Ernie Hudson fica esquecido durante boa parte do filme, o que é um pecado imperdoável.

    O diretor Ivan Reitman até se mostra competente em algumas cenas de ação, principalmente no embate final com o vilão Vigo. Porém, mete os pés pelas mãos quando tenta fazer um humor mais voltado para toda a família, o que faz com que o sarcasmo presente no primeiro filme seja eliminado e ainda se embola ao trabalhar as alegorias e metáforas políticas inseridas no roteiro. Entretanto, acerta no trato que dá ao personagem de Murray, que apesar de não ter continuado seu relacionamento com Dana Barrett, papel de Sigourney Weaver, toma para si a tarefa de proteger o bebê Oscar mesmo ele não sendo seu filho biológico. A prova da maturidade do seu Peter Venkman vem quando ele deseja que ele fosse seu filho biológico e passa agir como alguém que pode ser um verdadeiro companheiro e também um pai. Já nas questões técnicas, os efeitos especiais são de primeira qualidade para a época, tanto os animatrônicos quanto os efeitos de computação gráfica.

    Enfim, este segundo Caça-Fantasmas tem um saldo geral mais negativo que positivo. Porém, ainda tem alguns momentos de charme que merecem ser conferidos e é possível que seu clima família consiga cativar novos espectadores, principalmente do público mais jovem.

  • VortCast 103 | Ghostbusters: Mais Além

    VortCast 103 | Ghostbusters: Mais Além

    Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira | @flaviopvieira) e Filipe Pereira (@filipepereiral | @filipepereirareal)  se reúnem para um bate-papo sobre a série de filmes Os Caças-Fantasmas, ou melhor, Ghostbusters, em especial sobre o filme mais recente. Curiosidades dos bastidores da franquia, as polêmicas do filme de 2016 e os principais acertos do novo longa.

    Duração: 64 min.
    Edição:
     Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira
    Arte do Banner:
     Bruno Gaspar

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  • Crítica | Endiabrado

    Crítica | Endiabrado

    Harold Ramis ficou famoso como ator, mas também conduziu algumas boas comédias, entre elas, Endiabrado, um dos filmes protagonizados pelo carismático Brendan Fraser, no ano 2000 no auge de sua fama. Esse pode ser considerado um objeto subestimado de sua filmografia, a adaptação do clássico britânico O Diabo é Meu Sócio, acompanha o nerd de baixa auto estima Elliot Richards, um cara tímido, com dificuldade de socializar, mas que tem um coração bom. Um dia ele tem a oportunidade de tee seus desejos atendidos, mas de um modo diferente do visto em Aladdin.

    Nesse início é estabelecido o elenco que estaria em todas as realidade alternativas, formado pelos colegas de escritório de Elliot, que por sua vez, fazem bullying com o herói.  Cansado de tentar fugir da condição de rapaz patético perante os amigos, e após ser rejeitado mais uma vez. Sua obsessão por uma mulher linda, que também trabalha com ele – Alison Gardner, vivida por  Frances O’Connor – ele diz que daria qualquer coisa por uma única chance com ela. É aí que aparece a fogosa Elizabeth Hurley, no auge de sua beleza, como a figura sedutora do Inimigo da religião cristã. A grande questão é que Elliot tem uma alma diferenciada, tal qual o Jó que Deus e o Diabo tentaram, e ele é tão (auto) castrado não se permite ter prazeres, nem com a femme fatale de sotaque inglês, além de ser uma das mulheres mais bonitas dos anos 2000.

    Antes de ter acesso aos sete desejos, Elliot é capaz de fazer piadas qu na época fizeram sucesso e que hoje soam ainda mais atuais, recusando a fala da moça achando que ela é da cientologia. A ideia de mostrar um diabo sedutor e enganador mistura elementos anteriores do cinema, há um bocado de Coração Satânico e até Advogado do Diabo na composição do personagem, além de Mestre dos Desejos, no sentido da mulher sedutora perverter os pedidos do contemplado, além de fazer claras referências ao que fez sucesso nos anos 90, Elliot lembra muito Stanley Ipskis, de O Máskara, até a chegada dele a casa de show do demônio lembra o Kokobongo, e a motivação da garota ideal é a mesma.

    A musica de David Newman é sensacional e faz acreditar em toda aura dos capítulos inspirados em paródias, de Pablo Escobar. Fazer dos desejos uma fonte de novas realidades, com o mesmo elenco é uma ideia maravilhosa, e produz momentos incríveis, hilários e até originais. Em comum, todas as realidades tem um peso sexual grande, fazendo o diabo se perder a analogia do pecado inicial ter a ver com a luxuria, e nessa versão, esse parece ser seu pecado favorito, ao contrário da Vaidade, que é o da versão de Al Pacino.

    Mesmo sendo um cara idealista, Elliot continua egoísta, com o pensamento centrado em si, percebendo enfim que mesmo sendo bonzinho ele não é perfeito, ainda insistindo na pecha de que foi enganado. Ele não entende que não há dialogo com a antiga serpente, nem há modo de perverte-la, embora essa seja uma versão menos maniqueísta do clássico inimigo das almas cristãs. Mesmo Deus/Yhwe é mostrado de um modo estranho, como um presidiário, mas que prega que a alma do homem não pertence ao homem, e sim ao ser primordial de poder infinito, que anima todo o cosmo e universo.

    Apesar da mensagem cafona e piegas, de que “não há nada que você possa me dar que eu queira “, e da clara mensagem de superioridade de Deus sobre o Diabo, já que o segundo não consegue descobrir que Elliot conversou com o primeiro, pois além de não ser onipotente, também não é onisciente, não entende todas as coisas. Mesmo que sexualize Hurley – que aliás, parece gostar muito disso, ficando extremamente a vontade em trajes sumários- Endiabrado soa como uma comédia pró cristianismo, mas não castradora, não virginal, tanto que o herói que passa pela jornada cresce, e evolui para alguém mais ativo, e como prêmio, ele encontra uma vizinha linda, Nicky também feita por Frances O’Connor, em um final meio adocicado para toda a acidez antes apresentada, mas ainda cabível dentro da proposta viajandona e amalucada que Ramis propõe nessa versão.

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