Tag: Michael Kenneth Williams

  • VortCast 103 | Ghostbusters: Mais Além

    VortCast 103 | Ghostbusters: Mais Além

    Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira | @flaviopvieira) e Filipe Pereira (@filipepereiral | @filipepereirareal)  se reúnem para um bate-papo sobre a série de filmes Os Caças-Fantasmas, ou melhor, Ghostbusters, em especial sobre o filme mais recente. Curiosidades dos bastidores da franquia, as polêmicas do filme de 2016 e os principais acertos do novo longa.

    Duração: 64 min.
    Edição:
     Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira
    Arte do Banner:
     Bruno Gaspar

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  • Review | Lovecraft Country – 1ª Temporada

    Review | Lovecraft Country – 1ª Temporada

    Há não muito tempo atrás os canais HBO apresentavam em suas séries tramas elaboradas, acompanhada de um elenco diferenciado, incluindo uma boa equipe de produção, roteiro e direção. Essa fama se solidificou com Família Soprano, A Sete Palmos, Roma entre outras, e com o tempo, produções que no começo eram elogiadas, foram perdendo fôlego, como Game of Thrones, Westworld e True Blood.

    Uma das novas apostas da emissora é a produtora e showrunner Misha Green, que tem pouca experiência na televisão e que resolveu adaptar o livro Território Lovecraft, de Matt Ruff, trazendo à luz Lovecraft Country, uma história que reúne elementos realistas e referências a literatura pulp, quadrinhos e terror. Evidentemente, a maior parte das referências dentro dessa temporada são aos contos psicodélicos de H.P. Lovecraft, inclusive colocando o racismo galopante do autor como elemento narrativo, subvertendo a obra do próprio. No episódio piloto se tem uma sequência sensacional onde o jovem veterano de guerra Atticus ‘Tic’ Freeman tem uma visão/sonho, que reúne elementos de livros clássicos de H.G.Wells, Julio Verne com lendas do esporte como o jogador de Baseball Jackie Robinson.

    Tic fala que histórias são como as pessoas, não precisam ser perfeitas para se gostar delas. Claro que a intenção é colocar em perspectivas as narrativas dos autores, e claro, fazer um comentário sobre a efervescência política da época, mas de certa forma isso acaba sendo um comentário a respeito das fragilidades do roteiro, que faz muitas concessões e apela demais para a suspensão de descrença, e não por conta dos eventos fantásticos da série, afinal esses são esperados, mas sim porque algumas regras são facilmente quebradas e dobradas, enquanto outras se mantém firmes.

    Apesar dessa problemática, a maioria dos dez episódios tem mais aspectos positivos que negativos. Os efeitos especiais são bem legais, e a abordagem de cada episódio brinca com um gênero diferente dentro do escopo de ficção cientifica, terror e aventura. Além disso, o elenco está afiadíssimo, não só com Jonathan Majors, mas também com Jurnee Smollett que vive a coprotagonista Letitia, com Abbey Lee, que apresenta muito mais camadas que seus personagens anteriores de Mad Max: Estrada da Fúria e  outros filmes, além dos veteranos Michael Kenneth Williams, Jamie Neumann, Courtney B. Vance e Aunjanue Ellis que tem grandes momentos em tela.

    Uma das forças das séries antigas do canal, morava no vasto grupo de coadjuvantes, que produziam histórias paralelas que variavam o nível de interesse do espectador. Lovecraft Country resgata essa sensação. Ruby, a irmã de Letitia vivida por Wunmi Mosaku tem um ótimo arco que conversa com a atualidade. Em alguns pontos, as conclusões são mostradas com base no didatismo explícito, mas isso claramente não incomoda. Exceção ao destino final da personagem, todo seu arco é muito bem explorado e exemplificado, além de ser bem amarrado à trama principal.

    Lovecraft se baseou em Salém para fazer seus contos, mas o horror do seriado de Green se baseia em questões de segregação, da violência dos intolerantes, e ainda tempera tudo isso com o choque de gerações entre os personagens. Toda a narrativa da série prima pela pressa, para o bem e para o mal, é como se o mundo estivesse prestes a acabar, mesmo que a história seja muito contida em si e em seus cenários e personagens.

    A falta de confirmação de uma possível segunda temporada é – ao menos por enquanto – um alento, uma vez que até aqui a história do livro se esgotou, e materiais semelhantes como Handmaid’s Tale e Game of Thrones pioraram e muito após temporadas que não adaptam mais seu livro de origem. A chance de se esticar demais uma premissa interessante, porém esgotada, faz torcer para que os produtores optem pela satisfação do que a série já apresentou até aqui, e como a audiência não foi tão estrondosa, seria natural não renovar.

    Apesar das muitas conveniências e incongruências, sobretudo quando se aborda a magia, Lovecraft Country consegue trazer à luz temas bastante potentes e caros, reunindo à sua formula uma trilha sonora repleta de Hip-Hop como foi recentemente com a também série da HBO Watchmen, de Damon Lindelof, além de ser um aceno aos fãs de literatura especulativa e ao abordar de forma tão criativa e direta as temáticas que desenvolve.

  • Crítica | A Estrada

    Crítica | A Estrada

    the-road

    O que a estrada nos oferece? Aonde ela nos leva? Há sequer um destino?

    Essas questões permeiam a jornada de um pai (Viggo Mortensen) e seu filho (Kodi Smit-McPhee) na brutal, crua e também simples realidade em que se encontram.

    Sobrevivência (ou a luta por ela) é o que mantém a relação quase simbiótica dos personagens principais. Em um mundo exaurido de recursos, percebemos que de nada adianta lutar para manter a integridade física se a sanidade mental se esvai, ponto bem representado pela personagem de Charlize Theron. O filho, por sua simples existência provê essa sanidade ao pai, o mantém em foco, dá a este homem um final objetivo de vida: preparar o filho para sobreviver neste mundo, quando ele não mais fizer parte dele.

    Após um evento cataclísmico que pouco nos é explicado, percebemos que o mundo vive agora um cenário de pós-guerra nuclear, onde a luz do sol se tornou uma vaga lembrança, e nos resta apenas paisagens áridas e desoladas a serem contempladas. Pai e filho partem em uma jornada determinados a chegar à costa americana, com uma vaga e ingênua esperança de que as coisas simplesmente serão melhores por lá. O destino da jornada no entanto, se mostra apenas um detalhe, quase um subterfúgio mental quando analisamos a obra de uma forma mais profunda.

    Baseado no livro homônimo de Cormac McCarthy (autor de Onde os Fracos Não Têm Vez), a direção de John Hillcoat e o roteiro de Joe Penhall mantêm o teor sombrio da obra. A fotografia do filme proporciona exatamente o tom que A Estrada quer nos passar. Um mundo sem vida, cinza, com o inverno nuclear sempre presente.

    Neste cenário não há espaço para sutilezas ou eufemismos. Sobra sim o grotesco, o visceral, o medo generalizado de qualquer outro ser que possa cruzar o seu caminho. Qualquer um que possa querer tomar o pouco alimento que lhe resta, seu abrigo, ou simplesmente seu precioso sapato.

    A resposta deste medo é representada ao extremo no personagem de Viggo, com uma atuação tocante e verdadeira, conseguimos ver e compreender em seu olhar, em seu corpo corrompido, o que este homem sofreu e o que ele é capaz para manter imaculada (outro esperança ingênua) sua prole.

    Poucos filmes pós-apocalípticos tratam o tema com tamanha crueza e subjetividade. Muitos enveredam por caminhos onde a ação desenfreada ou o escapismo ficcional acabam se sobressaindo, deixando pouco espaço para uma reflexão sobre questões humanas primordiais dentro do cenário escolhido. Sejam elas de sobrevivência, relação interpessoal ou até mesmo de confiança. Esta última, vale notar, ainda presente no garoto e quase que completamente esgotada no pai. Mais um ponto interessante na relação pai/filho do filme.Pode-se questionar a verossimilhança do modos operandi de alguns grupos retratados no filme na luta pela sobrevivência. Mas basta um pouco de reflexão histórica para percebermos que os atos que nos causam mais asco no filme, não seriam assim tão difíceis de serem concretizados pela nossa natureza animalesca.

    A jornada empreendida aqui é análoga a caminhos tortuosos trilhados por todos nós. Viggo não sabe o que vai encontrar na costa, nem exatamente por que decidiu ir para lá. Mas sabe sim que não pode ficar estático, inerte ao destino reservado para ele e seu filho. Sabe que não pode parar, em certo momento abre mão até de certos recursos que ele sabe serem indispensáveis para ele e para o garoto. Este, não compreende a obsessão do pai, a importância de terem um objetivo final traçado, a sua (sempre presente) desconfiança para com o mundo deixado para eles. Um mundo destruído, sem cor, morto… e ao mesmo tempo, real.

    Texto de autoria de Amilton Brandão.