Tag: Kate McKinnon

  • VortCast 103 | Ghostbusters: Mais Além

    VortCast 103 | Ghostbusters: Mais Além

    Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira | @flaviopvieira) e Filipe Pereira (@filipepereiral | @filipepereirareal)  se reúnem para um bate-papo sobre a série de filmes Os Caças-Fantasmas, ou melhor, Ghostbusters, em especial sobre o filme mais recente. Curiosidades dos bastidores da franquia, as polêmicas do filme de 2016 e os principais acertos do novo longa.

    Duração: 64 min.
    Edição:
     Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira
    Arte do Banner:
     Bruno Gaspar

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  • Crítica | O Touro Ferdinando

    Crítica | O Touro Ferdinando

    Mesmo as histórias menos complexas revelam aspectos diferentes cada vez que são contadas. Seja pelo contexto em que se vive durante a leitura ou pelo gênero e mídias com as quais é narrada. Assim também ocorre com o clássico infantil The Story of Ferdinand, criado em 1936 por Munro Leaf e ilustrado por Robert Lawson.

    O livro foi inicialmente publicado nos Estados Unidos ­– não em terras espanholas, lugar das famosas touradas e onde fascistas perceberam na história algo prejudicial para a ideologia que devastou o país com uma guerra civil e anos de ditadura. É impressionante como a simplicidade foi ameaçadora: por meio de um discurso pacifista, a fábula de um touro que se recusa a mostrar sua agressividade nas arenas da ficção foi capaz de incomodar os militantes políticos mais autoritários.

    Em 1938 se tornou um clássico da Disney, numa curta animação colorida e barulhenta que reconta o livrinho originalmente composto por frases breves e ilustrações em preto e branco. Também fez parte de um conjunto de animações infantis utilizadas para criticar subjetivamente as políticas que dominavam a conservadora conjuntura europeia naquele momento.

    No livro, Ferdinando é protagonista retratado em duas cores como um tourinho que prefere o cheiro das flores e o sossego do campo a ter que duelar com outros touros. Colorido pela Disney, ele fica até mais atrapalhado, dotado de uma sensibilidade incompatível com o perfil dos valentões.

    E agora, tendo sua apresentação muito enriquecida em tecnologia pela Blue Sky Studios, O Touro Ferdinando, de Carlos Saldanha, é caracterizado de um jeito ainda mais cômico, estabelecendo uma relação de profunda amizade com uma família de humanos e esforçando-se para que outros animais se libertem das amarras de um pensamento individualista que cedo ou tarde pode levar à própria extinção.

    O Ferdinando de 2018 faz muitos amigos: uma menina que cresce junto com ele; um cachorro sério demais para ser cachorro; uma cabra simpática, carente e tagarela como a Dory; touros atrapalhados e valentões, mas que escondem seus sentimentos; e os porcos-espinhos ladrõezinhos que realizam furtivamente as suas façanhas. Ou seja: a diversidade é o principal traço a ser exaltado nessa trama – o que certamente mantém aquela vocação para confrontar o conservadorismo desde os anos 30.

    A trilha sonora é contagiante e as dublagens até que são boas. Mas o que deixa um pouco a desejar é o perfil extremamente infantil com que se desenvolve, sem aquela capacidade de fazer com que também os adultos passem mais tempo entretidos, como no consagrado A Era do Gelo – também produzido por Saldanha. O resultado final é uma obra feita para crianças, com pouquíssima complexidade até mesmo nos trocadilhos. Porém ainda assim, dá para se dizer que seria merecido um espaço na disputa pelo Óscar.

    Texto de autoria de André Luiz Cavanha.

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  • Crítica | Caça-Fantasmas (2016)

    Crítica | Caça-Fantasmas (2016)


    Caça Fantasmas

    Fato novo é um termo bastante usado no futebol – em especial no brasileiro – para justificar qualquer novidade que visa dar uma sacudida no ânimo de um time que está mal. Talvez esse seja o paralelo mais justo com o ocorrido na franquia Caça-Fantasmas, paralisada na produção de filmes oficiais desde o fim da década de 1990, ainda por Ivan Reitman. O escalado para a função de modificar tudo seria Paul Feig, que tem por costume escalar no elenco suas musas Kristen Wiig e principalmente Melissa McCarthy, que já havia feito com ele Missão Madrinha de Casamento, As Bem Armadas e A Espiã Que Sabia de Menos. Antes mesmo do lançamento, o filme esteve envolto em polêmicas para muito além da qualidade de sua trama ou filmagem.

    A história se assemelha em alguns pontos ao esqueleto do clássico Os Caça-Fantasmas de 1984, sendo repleto de homenagens e aparições do elenco anterior. A história começa mostrando a acadêmica Erin Gilbert (Wiig), tentando alcançar status dentro da universidade em que trabalha, fracassando graças ao seu envolvimento no passado com Abby Yates (McCarthy): quando juntas, escreveram um obscuro livro sobre estudos paranormais. Aos poucos, aparecem outros personagens, bastante arquetípicos, desde a tresloucada e engraçada Jillyan Holtzmann (Kate McKinnon), que é revelação do longa, até Patty Tolan (Leslie Jonan), que age como a estereotipada mulher negra feita de alívio cômico no papel de Winston Redmore, ainda que suas justificativas sejam ligeiramente mais claras.

    O grave problema do filme mora no roteiro de Feig e Katie Dippold cuja parceria esteve presente em As Bem-Armadas e Parks and Recreation, e o montante de coincidências e situações forçadas. Apesar de introduzir melhor a questão da credulidade, opinião pública e dos tecnobables, as piadas nem sempre funcionam, tanto nos momentos em que Wiig tenta ser engraçada quanto nas participações especiais.

    Ao tentar tornar a trama verossímil ao mostrar a prefeitura de Nova York agindo para encobrir os eventos paranormais, as qualidades se dividem, sendo positivo ao trazer uma velha questão à tona, que seria o encobrimento de informação, fortalecendo teorias da conspiração, em um bom deboche à paranoia do americano, e negativo quando mostra com simplismo as curvas do destino. Falta conflito, um vilão decente, ainda que sua participação quando tomado seja interessante.

    Outro fator a discutir em relação à qualidade é o fato de as melhores piadas estarem com Kevin (Chris Hemsworth), que teve sua figura relacionada aos principais materiais de divulgação, um pouco por seu carisma mas principalmente para tentar evitar o boicote de setores mais conservadores a um filme de aventura majoritariamente escalado por mulheres. No entanto, sua posição é subalterna, como um sujeito inapto e escolhido por seus dotes físicos, invertendo irônica e inteligentemente os arquétipos normalmente exibidos nos filmes mainstream no quesito sexo-objeto.

    É um fato indiscutível que Caça-Fantasmas não seja um filme irrepreensível, mas tem uma carga de diversão alta, como o primeiro. Qualquer carga de ódio motivado pelo protagonismo das atrizes é injustificado em matéria de análise fílmica e vergonhoso no sentido ideológico, principalmente por este ser o menos gorduroso e piegas dos filmes de Feig desde Menores Desacompanhados. Não se justificam, em absoluto, as notas e reviews extremamente negativas a seu respeito, visto que a obra não cai na besteira de ser uma refilmagem literal do filme de Reitman, inclusive contando com a presença de espírito de fazer piada com o machismo presente em parte do público.