Crítica | Constantine: Cidade dos Demônios
Constantine: A Cidade dos Demônios é uma produção multiplataforma, lançado inicialmente como uma série animada de cinco episódios (de 6 minutos), e posteriormente, transformada em um longa-metragem que reunia os episódios e material inédito. Dirigida por Doug Murphy e escrito J.M. DeMatteis, a produção tem um chamariz interessante ao trazer Matt Ryan de volta ao papel que protagonizou na única temporada do personagem, além de fazer participações em Arrow, Flash e Legends of Tomorrow.
O personagem criado por Alan Moore é desenvolvido em historias que passam por possessão demoníaca e contato com o lado espiritual. Há uma associação das origens dele como agente espiritual, com sua passagem como punk, em sua fase mais jovem, em Newcastle, que se torna bastante engraçada ao associar rock’n roll com questões “satânicas”.
A forma como Murphy e DeMatteis constroem a história maior a ser contada é condizente com o material original, sem a mesma ironia e o peso dos textos de um Jamie Delano ou Garth Ennis, mas ainda assim condizente com os quadrinhos. Se na série em live-action Matt Ryan deu azar e não conseguiu trabalhar o lado sacana, violento e despreocupado que o papel exigia, aqui isso se cumpre melhor.
Por mais episódica que seja a obra, Constantine: A Cidade dos Demônios traduz a dualidade entre o personagem da Vertigo e sua reformulação para integrar o universo regular da DC Comics, além de destacar o quão triste e miserável é seu cotidiano e quão solitária é a natureza de seus trabalhos. DeMatteis finalmente acerta o tom no roteiro e consegue fazer uma história simples, com todos os elementos da revista Hellblazer, ainda que mais suavizado.
https://www.youtube.com/watch?v=tc0XLhm0PDY