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  • Crítica | O Poderoso Chefão: Desfecho – A Morte de Michael Corleone

    Crítica | O Poderoso Chefão: Desfecho – A Morte de Michael Corleone

    Trinta anos passaram desde o término da franquia O Poderoso Chefão, e por mais que Francis Ford Coppola tenha sido muito criticado por fazer O Poderoso Chefão III, principalmente pela participação de sua filha como uma das protagonistas, a história do filme tem uma participação maior do escritor Mario Puzo. Qual não foi a surpresa de fãs e admiradores quando o diretor afirmou que estava reeditando o desfecho da série em uma reedição com duração modificada e diferenças narrativas diversas do material original.

    Muito se falou ao longo dos anos a respeito da possibilidade de um novo filme. No material extra da trilogia, o cineasta afirmava sua vontade de contar a história de Vincent Mancini/Corleone (Andy Garcia) e do jovem Sonny. Esse projeto jamais saiu do papel, em especial por conta do falecimento de Mario Puzo em 1999, e o corte tem claramente um tom de homenagem póstuma ao antigo escritor e roteirista. 

    Em O Poderoso Chefão: Desfecho – A Morte de Michael Corleone a primeira coisa que notamos é a diminuição da participação de Mary (Sofia Coppola), filha mais nova de Michael e Kay. Além disso, a direção narrativa é voltada para a questão da Immobiliare, empresa europeia que passaria para as mãos de Michael e sua família. O enfoque nos negócios e acordos com a igreja representada pelo padre banqueiro Arcebispo Gilday (Donal Donnelly) é mais do que acertada.

    O foco na família é diferente, ainda que permaneça da mesma forma a cena onde Mike busca seu sobrinho bastardo para participar da foto familiar – em atenção a mesma questão de Don Vito se recusar a fotografar sem a presença de Michael, em O Poderoso Chefão – aqui ela parece mais significativa, por conta da edição que prioriza a busca do padrinho por um sucessor também nos negócios espúrios. Por mais que as promessas de abandono da vida criminosa que ele fez a sua ex-esposa, o que resta (e sobressai) é a ganância e a sede pelo poder. Michael é hipócrita ao buscar um distanciamento do submundo do crime, mas não descansa enquanto não for o homem mais poderoso em seu meio, e é letárgico até na escolha de um sucessor para essa função.

    As outras personagens da família são bem enquadradas. Connie é mostrada como a matrona manipuladora, com uma máscara ainda mais venenosa do que na versão original, e Talia Shire consegue ser ainda mais decisiva aqui, mesmo com o tempo de tela reduzido. A mensagem que fica é de que o capital corrompe tudo, manifestado pela figura mítica (e com referências bíblicas) de Mamon, que chega inclusive a determinar os rumos da Santa Igreja.

    No seriado Roma, a suposta epilepsia de Julio Cesar (Ciran Hindis) é mantida em segredo para que não seja considerada um sinal de fraqueza junto aos seus inimigos. Michael aqui tem uma dinâmica semelhante, atormentado por fantasmas e demônios, o protagonista tem delírios por conta da diabetes e ataques de pânico. A ideia de crepúsculo é bem trabalhada, com o símbolo decadente de virilidade sendo enquadrado e desglamourizado. Se Coppola era acusado antes de tornar os mafiosos figuras simpáticas, nessa nova versão somos apresentados a decadência.

    O Poderoso Chefão: Desfecho – A Morte de Michael Corleone possui mais camadas e subtextos do que aquela de 1990, e ainda lida bem com o final de trajetória melancólica de um homem e um império. Repleto de equilíbrio, menos vaidade e um bom louvor aos textos do mestre Mario Puzo.

  • Crítica | O Estranho Que Nós Amamos

    Crítica | O Estranho Que Nós Amamos

    Adaptação do livro de Thomas Cullinan, O Estranho Que Nós Amamos (The Beguiled) se tornou para muitos o apogeu do cinema autoral de Sofia Coppola. A história se passa durante a Guerra Civil americana, acompanhando a rotina de um internato habitado apenas por mulheres, sendo a responsável por elas a figura de Miss Martha (Nicole Kidman), acompanhada de Edwina (Kirsten Dunst), residindo ali algumas meninas, entre elas, a mais velha Alicia (Elle Fanning), além de outras crianças. Um dia, uma das meninas encontra John McBurney (Colin Farrell), um soldado da União, com a perna ferida.

    A reconstituição da Virginia de 1864 é muito bem realizada. Os cenários e figurinos ajudam a decifrar a atmosfera, mesmo que não fosse dito a temporalidade da trama os costumes e o acervo visual tratariam de informar o espectador. Do ponto de vista técnico, a base desta versão áudio visual renova boa parte dos acertos da versão setentista dirigida por Don Siegel e protagonizada por Clint Eastwood. A grande questão são as motivações da trama e as atuações que cercam.

    O ponto alto da narrativa certamente é a participação de Dunst, que executa o papel mais maduro e repleto de nuances e complexidades. O flerte ocorrido entre ela e a figura do soldado ferido é o que certamente faz mais sentido e é melhor representado. O trabalho de atuação foge do maniqueísmo apresentado por Kidman, como também da redundância de Fanning. É curioso notar que ao longo dos anos, Dunst se tornou a parceira mais recorrente de Sofia, em uma comparação justa com Siegel e Eastwood.

    A questão que mais chama a atenção em O Estranho Que Nós Amamos é o roteiro, que em dados momentos apresenta uma evolução lenta e gradual, como nos filmes de época, e se desenrola de maneira apressada a partir do ponto de ruptura da história original. A postura em especial do militar que está alojado na casa das mulheres muda repentinamente, e tanto a aceitação das mulheres da casa quanto a rejeição por parte delas também varia muito rápido. Isso não seria um problema, dado que tais mudanças ocorrem via trauma, a questão é que a condução dos fatos também ocorre de maneira veloz. Não se tem tempo para digerir as mudanças ocorridas naquele cenário, de modo que as personagens, inclusive as meninas mais novas, seriam extremamente frias, calculistas e munidas de uma força de caráter muito baixa. O impacto dessa possível revelação acaba sendo aplacado por essa condução controversa na construção da tensão.

    O argumento reduz algumas das boas discussões propostas no texto original, e carece de um ritmo mais adequado com os dramas propostos. No início a exploração da interação da figura externa naquele mundo se mostra acertada, seu maior problema decorre da mudança de tom existente na obra. Há também algumas licenças do texto em relação a questões que eram urgentes na literatura, como a escravidão do povo negro, ignorada nesta versão para apresentar a dicotomia entre as sete mulheres e o homem que elas recebem. Apesar de conseguir retirar alguns bons momentos de seus intérpretes, a direção de Copolla peca em outros aspectos, especialmente no desenvolvimento e o equilíbrio emocional da história, fato que faz decepcionar um pouco em relação a expectativa criada em cima de um dos vencedores do Festival de Cannes passado.

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  • Crítica | A Very Murray Christmas

    Crítica | A Very Murray Christmas

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    O modelo de comédia americana está cada vez mais falido, a molecada não ri mais de Woody Allen ou Jerry Lewis, nem sabem quem foi Buster Keaton ou Harold Lloyd, já que os padrões de riso e de susto morrem a cada filme lançado, ou melhor, a cada risada ou calafrios desperdiçados! Assustar e emocionar é difícil, sem dúvida, mas rir, provocar risada com a mesma piada para todas as pessoas e culturas do mundo não é algo fácil. Com Borat se oficializou, em 2006, um modo pelo menos temporário de fazer as novas gerações rirem, senão delas mesmas, num espelho anacrônico e, porque não, irônico do mundo real tão contemporâneo, globalizado, ridículo, cheio de memes e comediantes stand-up. Mas tem uma figura que o americano ama mais que black friday, SuperBowl e Amy Poehler juntos!

    Olhando pra Bill Murray, ele é o tipo (em um milhão) que causa empatia simplesmente por se deixar ser simpático, nada mais. Nos almoços de família, ninguém tem coragem de dizer que não curte um tipo assim, até fazer falta quando deixa de aparecer (pelo menos uma vez por ano, e no caso de Murray, mesmo que para um público restrito que razoavelmente sabe o que precisa assistir). Ai chega a Netflix, dona de tudo e mais um pouco hoje em dia e lança A Very Murray Christmas, sem tradução, abraçando a causa Murray e natalina, afinal juntas elas combinam que só, coisa leve e lenitiva aos cético de plantão, nesse espírito mágico, balsâmico da tradição anual.

    O musical mais inofensivo desde Nine, só que Rob Marshall não queria que fosse assim. Aqui, Sofia Coppola acerta o ritmo e compõe uma sinfonia lenitiva a um mundo que não faz parte do palco, com George Clooney, Maya Rudolph (comediante do Saturday Night Live), Chris Rock e Miley Cyrus, cantando “silent night” (“Noite feliz”, em português) com o Paul do David Letterman no piano, sendo a cena um possível clássico americano do humor involuntário, já que Miley não é conhecida por cantar canções sobre Jesus… enfim!

    Passar uma hora com celebridades agradáveis de Hollywood é isso, cantar em sua companhia e degustar em meia-dúzia de cenas síntese do filme, como a noiva triste que após ouvir uma canção de natal, retoma seu casamento como se nada tivesse acontecido. Nem Murray ou Coppola, nem ninguém aqui quer entregar um filme doce demais, dai o comedimento nas canções e o evitar de muitos confetes, sendo A Murray Christmas um especial honesto, chique, econômico na sua graça.

     

    https://www.youtube.com/watch?v=XJP3db3R014

  • Crítica | Bling Ring: A Gangue de Hollywood

    Crítica | Bling Ring: A Gangue de Hollywood

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    O artigo em que se baseia o roteiro – The Suspects Wore Louboutins – foi publicado na Vanity Fair, um misto de Caras e Marie Claire, ou seja, o tipo de revista que não tenho hábito (ou vontade) de ler, nem em salas de espera. Aliás, antes de assistir ao filme, eu nem sabia que Louboutin é uma marca, ou melhor, uma grife de sapatos – meu conhecimento desse assunto resume-se aos Manolo Blahnik usados pela Carrie de Sex and the city.

    Resumindo, não conheço (praticamente) nada do universo retratado no filme. O que não me impediu de desfrutar de todo o resto. Certamente, quem conhece grifes, marcas e celebridades terá um divertimento a mais. Porém, o filme sustenta-se bem sem esse conhecimento prévio.

    Não foi difícil comprar a ideia de um bando de patricinhas entediadas não achar nada de mais invadir casas de celebridades para roubar. Até mesmo o fato de o endereço dos famosos se encontrar a apenas um clique no Google é aceitável. Se há algo que foi difícil acreditar é que essas mesmas celebridades – ao menos algumas delas – , ao saírem em viagem, deixassem suas casas, enormes por sinal, abandonadas, sem sequer um empregado e, pior, sem sistema de segurança, nem mesmo uma câmera com sensor de movimento.

    E o que dizer de Paris Hilton deixar a chave da casa sob o capacho da entrada? Acredito que nem alguém cuja residência seja bem mais modesta, sem tantos objetos valiosos, seria tão idiota a ponto de confiar tanto na boa índole alheia. E não apenas isso. Qualquer um com um pouco de bom senso, depois de ter sua casa invadida duas ou três vezes, além de não deixar mais a chave no local de costume, certamente instalaria um sistema de segurança ou contrataria vigilantes. Não que Paris Hilton seja um exemplo de alguém de bom senso, mas mesmo assim. A situação toda que propiciou os arrombamentos parece bastante irreal quando analisada racionalmente.

    Mas não há nada de racional numa cidade em que pessoas deixam carros destrancados na rua com carteiras cheias de dinheiro dentro; ou em que famílias saiam em viagem sem verificar se todas as portas e janelas da casa estão trancadas; ou em que adolescentes de famílias ricas achem moralmente aceitável abrir esses mesmos carros e arrombar essas mesmas casas para se apossar de algo que não lhes pertence, apenas por pertencerem a alguém famoso que elas admiram e, logicamente, invejam; e, em que, cometido o delito, ainda se vangloriem e se exibam pelas redes sociais sem qualquer remorso. E o roteiro consegue mostrar essa distorção na visão de mundo desses adolescentes e a corrosão da moral que ao menos a maioria de nós acredita ser inerente ao ser humano.

    Os diálogos parecem artificiais. Mas basta assistir ao reality show que Alexis Neiers (no filme, Nicki, Emma Watson) apresenta – Pretty Wild, no canal E! – para perceber que aquele jeito artificial e grandiloquente é característico do modo de falar desse grupo de jovens. Neiers foi a principal “consultora” a respeito dos eventos, mesmo não sendo a chefe da gangue. Ganhou notoriedade por ser menos reservada que os demais ao comentar o assunto. E Emma Watson representa-a muito bem. O ar de mocinha de boa família que foi influenciada pelas más companhias fica bastante evidenciado em suas entrevistas à imprensa.

    Enquanto as garotas não parecem sentir qualquer tipo de remorso, Nick Prugo (no filme, Marc, Israel Broussard) é o único que demonstra certo peso na consciência pelo atos cometidos. É interessante seu diálogo com a repórter em que se diz assustado com o fato de as pessoas valorizarem mais os atos de vandalismo cometidos por eles – inúmeros desconhecidos pedem para adicioná-lo no Facebook – do que valorizariam alguma atitude humanitária. Se tivessem feito algo bom e generoso, a notoriedade não seria tamanha. Essa atração do público pelo estereótipo de Bonnie & Clyde é doentia. Broussard, apesar de mais bem-apessoado que Prugo, convence bem como o rapaz deslocado que topa acompanhar Rachel Lee (no filme, Rebecca, Katie Chang) e as outras garotas apenas para ser aceito como parte de um grupo.

    O roteiro não tem como ser muito criativo, já que se baseia em fatos reais. O que se vê então é uma sucessão de invasões, o deslumbramento com as posses dos famosos, fotos tiradas no meio de ambientes luxuosos, festas, drogas, bebidas, exibicionismo. Como retrato de um grupo sem restrições morais se divertindo à custa dos bens alheios, o filme funciona muito bem. E apenas isso.

    Texto de autoria de Cristine Tellier.

  • Crítica | As Virgens Suicidas

    Crítica | As Virgens Suicidas

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    Sofia, aquela menina tímida que interpretou (terrivelmente) a Mary Corleone de O Poderoso Chefão III, carrega consigo um dos nomes mais pesados da Indústria Cinematográfica do século XX: Coppola.

    Tendo isso em mente, pode-se imaginar que uma pressão enorme, tanto por parte dos profissionais desse meio quanto da expectativa dos fãs de seu pai, deve ter caído sobre ela quando foi anunciada em 1999 que dirigiria e escreveria seu primeiro longa-metragem: As Virgens Suicidas. Hoje em dia Sofia Coppola tem em seu currículo quatro longas, mas não deixa de ser válido mencionar o primeiro deles, já que para uma obra de estreia, um filme desse porte não pode nunca ser deixado em segundo plano.

    Produzido por Francis Ford Coppola e baseado em um romance homônimo de Jeffrey Eugenides, As Virgens Suicidas mostra a fase final da vida de cinco irmãs do ponto de vista de um grupo de garotos que cultivam grande fascinação por elas. É importante mencionar a diferença de idade entre elas que é de apenas um ano, o que significa que o cenário consiste em uma casa onde vivem simultaneamente cinco garotas na adolescência. Mantidas pelos pais autoritários e religiosos em isolamento domiciliar, as irmãs Lisbon tornam-se ídolos inalcançáveis para os meninos que, sendo seus vizinhos e frequentando a mesma escola, analisam e especulam sobre cada aspecto da vida delas que são capazes de observar. Da perspectiva da narração (feita por Giovani Ribisi, ator que também está presente na obra posterior da diretora, Encontros e Desencontros), um desses garotos tenta, a partir dessa obsessão, entender os motivos que as levaram a cometer suicídio (quem disser que é spoiler, leia o título do filme) de uma maneira no mínimo bizarra.

    Com uma direção inspirada e controversa, Sofia conta em um turbilhão de cores, gestos e expressões uma história poderosa e comovente. A fotografia do filme é delicada, feminina e incitante, exibindo em muitos momentos um brilho ofuscante e uma aura sonhadora. A trilha sonora é impecável, contando com a introspecção eletrônica da maravilhosa banda francesa “Air” e algumas faixas da banda de rock “Sloan”.

    O pontapé inicial do enredo é a tentativa de suicídio da irmã mais nova Cecilia, logo de cara deixando claro que a melancolia dessa história não será manipulada pelos recursos clássicos de suspense e drama que normalmente vemos em filmes que focam a natureza feminina – os girl flicks. Em vez disso, a diretora carrega sutilmente ao longo do filme a tristeza de uma vida limitada por dogmas culturais no contexto da juventude dos subúrbios americanos. Geralmente ao assistir a filmes que relatam “dramas adolescentes”, o que se vê é uma verborragia um tanto novelesca, além de conflitos banais que acabam por serem resolvidos magicamente por fórmulas igualmente banais.

    O diferencial dessa obra é que para entender o que se passa com as irmãs Lisbon, é preciso acima de tudo observar atentamente aos detalhes, que são o ponto forte desse filme. Um bom exemplo é a cena do cinema, em que o talento de Sofia consegue de uma belíssima maneira transmitir as emoções implícitas na situação proposta, e com apenas uma frase, culminar no grande clímax da história do carismático casal que lidera o elenco das personagens, Kirsten Dunst e Josh Hartnett. Alguns críticos atiraram tomates dizendo que as personagens são superficiais e mal construídas, quando na verdade, para um observador externo, é impossível definir os sentimentos e anseios que ditam o comportamento de pessoas reais e, consequentemente, o que se vê pode não fazer perfeito sentido dentro dos parâmetros de uma história linear simplesmente por não conhecer o contexto das vidas delas por completo.

    Para enxergar a realidade da (des)motivação dessas garotas é preciso imaginar o que não se vê, através de gestos e detalhes, justamente como fazem os garotos que espionam as vizinhas com binóculos para satisfazer sua curiosidade. Compreender plenamente o que se passa com elas é uma tarefa impossível, afinal sabemos que muitos pais passam a vida toda sem ter a menor pista de quem seus filhos realmente são. No final o espectador ainda se encontra sem saber exatamente o que concluir, deparando-se com um desfecho ambíguo e aberto a diversas interpretações diferentes, o que faz jus ao peso dessa história e ao realismo das circunstâncias em que ela toma forma.

    Com atuações sensíveis de Kathleen Turner e James Woods, As Virgens Suicidas é um filme que pode comover ambos os gêneros, especialmente para o cinéfilo que gosta de analisar as personagens sem que sua caracterização seja mastigada e entregue de bandeja pelo autor. Não é um filme fácil, mas não pelos motivos óbvios. É perfeitamente inteligível mesmo para o espectador mais leigo, porém exige um total envolvimento com a trama e as personagens para que se compreenda o que ele realmente tem de melhor. A princípio, na história pode parecer que existe uma falta de propósito, mas pra quem gosta do Cinema que expressa através da linguagem visual, é um prato cheio e uma deliciosa viagem de sutileza e melancolia.

    Texto de autoria de Thiago Debiazi.